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  • Os 87 alunos que participaram da primeira turma formada pela UFSC acreditam que o curso fortalece sua cultura (Foto: Henrique Almeida/Agecom/DGC/UFSC)Os cursos de licenciatura indígena ofertados pelas universidades públicas, além de distintos entre si, respeitam as diferenças interculturais e territoriais de cada etnia. Atualmente existem mais de 20 cursos de licenciatura indígena em nosso país, exclusivo para essas populações.

    No próximo dia 25 de abril começam as aulas da segunda turma do curso de licenciatura intercultural indígena do Sul da Mata Atlântica. A graduação está ligada ao Centro de Filosofia e Ciência Humanas do Departamento de História da Universidade Federal de Canta Catarina (UFSC), mas recebe alunos dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espirito Santo.

    “Essas graduações que estão abrindo nas universidades voltadas para os povos indígenas são importantes porque é dessa maneira que nós vamos conseguir continuar mantendo nossa língua, cultura e costumes tradicionais”, afirma Ana Roberta Uglo Patt, da etnia iaclano/xoclegue, de Santa Catarina. Formada na primeira turma do curso, Ana Roberta inicia agora um mestrado em antropologia social.

    Num esquema pedagógico de alternância, o curso tem duração de quatro anos, sendo que os alunos indígenas passam tempos nas comunidades e tempos nas universidades. A primeira turma, com 87 alunos, se formou no final de 2015. O curso é custeado pelo Ministério da Educação, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai).

    A coordenadora do curso, professora Antonella Tassinari explica que para ingressar na graduação os alunos passam por um vestibular diferenciado, com conteúdos específicos e a redação escrita na língua indígena materna. “Além do vestibular diferenciado e toda a documentação habitual que as universidades pedem para fazer a matricula, o aluno indígena precisa apresentar também um documento das lideranças indígenas atestando que ele é pertencente a esse povo.”

    O diálogo entre saberes tradicionais e os saberes das universidades na construção desse projeto político pedagógico foi destacado pela professora Maria Dorothéa Post Darella, que ministra a disciplina de gestão, controle e monitoramento em área indígena.

    “Trabalhamos com mapas, com imagens de satélite, com informações dos alunos sobre suas terras indígenas e aldeias, para que esses alunos, conseguintes professores nas escolas indígenas, possam repassar e colher mais informações para um entendimento completo sobre as terras indígenas e evidentemente os processos demarcatórios”, afirma a professora.

    Fortalecimento– Na infância, Ana Roberta Uglo Patt, 24 anos, não estudou em uma escola indígena, como acontece hoje com a maioria das crianças indígenas do país. Segundo ela, apenas conhecimentos básicos eram ensinados.

    “Agora é diferente a situação, agora nós temos escolas indígenas dentro de terras indígenas, com professores formados, capacitados para dar aulas para indígenas. Isso é bastante para fortalecer o nosso povo”, comentou a futura professora.

    Para ela, a licenciatura trouxe conhecimento para o povo fortalecer ainda mais o movimento indígena e revitalizar sua cultura. “As crianças, os jovens não tinham tanto interesse porque eles achavam que aquilo não teria utilidade para eles futuramente. Hoje acredito que eles estão cientes do valor e de que é fundamental esse retorno para as aldeias”, acrescentou.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Quatro estados da região Norte oferecem, neste semestre, 4.457 vagas em instituições públicas de ensino superior para primeira e segunda licenciatura. A ação faz parte do Plano Nacional de Formação de Professores, com o objetivo de graduar docentes que atuam em escolas públicas de educação básica e ainda não têm formação adequada.


    A maior parte das vagas do Norte está no Amazonas; são 2.285 oferecidas pelas universidades federal e estadual, em primeira ou segunda licenciatura. Entre os cursos, constam língua portuguesa, matemática, ciências, artes e educação física. A Federal do Amazonas oferece também licenciatura indígena: 50 vagas no município de São Gabriel da Cachoeira.


    Pará, Amapá e Roraima também participam do plano de formação neste semestre. No Amapá, as vagas chegam a 1.127 para a primeira licenciatura. No Pará, há lugar para 925 professores que queiram se graduar, sendo 50 vagas oferecidas pelo Instituto Federal de Ciência e Tecnologia. Em Roraima, são 120 vagas na universidade estadual, para segunda licenciatura em filosofia, química ou física.


    O Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica foi lançado em 28 de maio. Para o segundo semestre, são 52,8 mil vagas em instituições públicas de ensino superior federais, estaduais e comunitárias para professores em exercício. Até 2011, serão ofertadas, no total, 331,4 mil vagas. O investimento será de R$ 1,9 bilhão, sendo R$ 250 milhões este ano.


    Os cursos de primeira licenciatura têm carga horária de 2.800 horas mais 400 horas de estágio para professores sem graduação. Os de segunda licenciatura têm entre 800 e 1.200 horas para professores que atuam fora da área de formação. A terceira possibilidade prevista no plano é a formação pedagógica, para bacharéis sem licenciatura. Todos os cursos oferecidos pelo plano são gratuitos, nas modalidades presencial e a distância.


    Para participar, o professor deve acessar a Plataforma Freire, cadastrar seu currículo, escolher e se inscrever em um curso e fazer mais duas opções. Em seguida, a secretaria estadual ou municipal de educação a que o professor pertence analisa e valida a inscrição, autoriza a participação no curso e comunica à instituição de ensino superior, que matricula o professor no curso, faz a sua formação e o certifica.

    Letícia Tancredi

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  • A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Secretaria de Estado da Educação lançaram, nesta sexta-feira, 17, edital para o curso de graduação em licenciatura indígena (guarani, caingang e xoclengue), voltado para os povos do sul da Mata Atlântica. O vestibular será no dia 14 de novembro.

    As inscrições são gratuitas e poderão ser realizadas entre os dias 28 de setembro e 27 de outubro, na página eletrônica da Universidade. Serão oferecidas 120 vagas, divididas em 40 para cada uma das três etnias. O curso terá duração de quatro anos, totalizando 3.348 horas/aula. As aulas serão presenciais, realizadas na universidade e também na comunidade.

    As provas serão aplicadas em Florianópolis, no campus da UFSC; em José Boiteux, na Escola de Educação Básica (EEB) Clemente Pereira; e em Xanxerê, na EEB Joaquim Nabuco. O exame terá 20 questões objetivas de conhecimentos gerais, dez de língua portuguesa e uma redação em língua indígena.

    O edital já está disponível para consulta na página eletrônica da UFSC. Mais informações nos telefones: (48) 3721-9200 (Coperve), ou (48) 3221-6163 (Suely).

    Assessoria de Imprensa da UFSC

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