Ex-estudantes do Cefet-MG criam fatiador que pesa e imprime
Um fatiador de frios automatizado, com balança e impressora térmica, chama a atenção de quem passa pelo estande do Ministério da Educação na Globaltech, feira de ciência e tecnologia que acontece em Porto Alegre, no Centro de Exposição da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, até domingo, 22. Simulando cortar 43 fatias por minuto de salaminhos, a invenção de Edgar Rodrigues do Carmo e Tobias Firmino Soares, ex-estudantes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), tem a integração de três equipamentos como diferencial em relação aos concorrentes.
Com o T-300, criado com seus colegas do curso técnico de eletrônica Cleber Magalhães Gonçalves e Leandro Marcos de Oliveira, o produto pode ser fatiado por peso, número de fatias ou preço. “Não há equipamento similar no mercado”, garante Edgar, que teve a idéia após herdar uma padaria do pai, quando se viu às voltas com a melhoria da satisfação de seus clientes e da busca de maior produtividade de seus funcionários.
Feita a seleção desejada, o fatiador pára quando atinge a programação selecionada. Tudo automaticamente, inclusive o ajuste da espessura da fatia. É o que permite conter o desperdício e aumentar a satisfação do consumidor. “Se o cliente quer 200 gramas de presunto, não posso cortar 240 gramas, sob pena de perder 20% do produto ou ter que empurrar o excedente a ele”, diz Edgar. Depois, a balança envia as informações para a impressora térmica, que emite etiqueta com as informações sobre a mercadoria, como nome do estabelecimento, peso, quantidade de fatias, preço, data de validade, informação nutricional e código de barras.
Incubadora – Tudo começou com uma balança, que os inventores, formados em 2000, levaram para a Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações do Cefet-MG, de 1999. Quando terminaram o curso, ficaram por seis meses na Nascente, a incubadora de empresas da instituição, quando avaliaram a viabilidade do negócio e traçaram estratégias de marketing.
Foi nesse tempo que perceberam que não tinham como concorrer com empresas centenárias no ramo e integraram as três funções – fatiar, pesar e imprimir – num único equipamento. Quando adquiriram mais convicção, foram atrás de recursos para montar os primeiros protótipos. Com dinheiro do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), fizeram uma versão em alumínio fundido. Descobriram que o material não permitia a repetição dentro de padrões aceitáveis e trocaram o alumínio pelo aço e o plástico, com corte a laser.
Com a patente requerida junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Tobias e Edgar correm atrás da certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro) e de sócios dispostos a investir no invento, que pode revolucionar o ramo de fatiados.
Repórter: Rodrigo Farhat