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  • Na Escola Dr. Carlos Antonio Kluwe, durante a Semana Farroupilha, os estudantes compõem um ambiente característico do gaúcho da área rural (foto: arquivo da escola)Preservar as tradições gaúchas é uma característica do município de Bagé, na fronteira com o Uruguai. As escolas da cidade mantêm viva a cultura do estado, principalmente durante a Semana Farroupilha, que antecede o dia 20 de setembro, data comemorativa da Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835-1845).

    Nesse período, a Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Carlos Antonio Kluwe monta no saguão de entrada um galpão crioulo estilizado. De acordo com o diretor da instituição, Cezar de Quadros Palomequé, os alunos levam o material para compor o ambiente, característico do gaúcho da área rural e usado para conversar com os amigos, tomar chimarrão, assar churrasco e guardar os arreios dos cavalos. Formado em história, Cezar trabalha na instituição há mais de 30 anos e está na segunda gestão como diretor.

    Durante a Semana Farroupilha, os estudantes passam a usar, parcial ou totalmente, as roupas tradicionais gaúchas. Os homens adotam itens como bombachas, lenços e botas; as mulheres, vestidos “de prenda”. Na hora do recreio, ampliado de 15 para 30 minutos, são realizadas mateadas ou rodas de chimarrão, com degustação da bebida tradicional do gaúcho por alunos, professores, funcionários, pais e comunidade em geral.

    “O interesse dos estudantes aumenta com atividades diferentes e estimulantes”, diz a professora de português Maria Lourdes Machado. “Assim, melhoram a aprendizagem e o comportamento.”

    Em 2011, Maria Lourdes estimulou os alunos a criar poemas alusivos às comemorações dos 200 anos de Bagé. “Isso valoriza nossa cultura local”, constata a professora, há 20 anos no magistério. Este ano, durante gincana cultural promovida pela escola na abertura da Semana Farroupilha, uma das tarefas dos alunos era pesquisar e declamar poesias de autores bageenses.

    A professora Lúcia Helena Bruni, que leciona história, explica que o conteúdo relativo à cultura regional é trabalhado nas aulas por meio de debates e exibição de documentários e filmes. “Os alunos preocupam-se com a perpetuação da nossa cultura”, avalia Lúcia Helena, há 25 anos no magistério. Ela percebe melhoria na aprendizagem e no comportamento dos estudantes que participam das atividades culturais promovidas pela instituição de ensino.

    Festival
    — A escola também incentiva a participação dos alunos em concursos culturais promovidos na cidade. Em maio, dois estudantes foram premiados no 1º Canto Guri, festival de música organizado pela Escola Estadual de Ensino Médio Silveira Martins para incentivar a preservação das tradições sul-rio-grandenses entre os jovens.

    Criado pela diretora da Escola Silveira Martins, Marlize Moraes da Luz Frantz, e pelo tradicionalista gaúcho Odilon Faria, o evento premia os melhores intérpretes nas categorias mirim (até 10 anos), infanto-juvenil (11 a 14 anos), juvenil (15 a 17 anos) e adulto (a partir de 18 anos). Desta primeira edição participaram 22 alunos de 15 escolas das redes pública e particular da cidade.

    “Depois do 1º Canto Guri, observamos os alunos mais interessados pela cultura regional, vinculando música e poesia”, analisa a professora de física Adriana Nunes Torma. Para ela, a participação nos eventos culturais da escola traz benefícios aos alunos — é possível observar maior integração entre os alunos e deles com os professores e o maior interesse dos estudantes pela participação em atividades escolares.

    Marlize destaca que a Escola Silveira Martins tem preocupação especial com a cultura regional. Assim, incentiva nos alunos o gosto pelo tradicionalismo e trabalha, principalmente, com o hino e os costumes do estado. Há cinco anos, a escola promove também a Gincana Farroupilha, com perguntas sobre história, geografia, conhecimentos gerais e culinária da região. As atividades ocorrem durante uma semana, com alunos, pais, professores e funcionários.

    Fátima Schenini


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  • Estudantes visitam a reserva Revecom: trabalho de campo para aproximar teoria e prática (foto: rppnrevecom.blogspot.com)Meio Ambiente no Século 21 é o tema central do Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) desenvolvido na Escola Estadual Professor Rodoval Borges Silva, em Santana, município da região metropolitana de Macapá, Amapá. Iniciado em 2010, o programa tem sido bem aceito por professores e alunos.

    “Essa aceitação pode ser constatada pela participação ativa e envolvimento manifestado nos diversos trabalhos”, explica a coordenadora pedagógica Francisca de Moraes Guedes, que atua como articuladora do programa. “Os alunos participam de todas as atividades de maneira exemplar.”

    Oficinas de teatro, música e dança, aulas de futsal, voleibol, informática, momentos para leitura e realização de experiências científicas são algumas das atividades do programa. “Os estudantes aprendem e se divertem”, avalia a coordenadora. De acordo com Francisca, o ProEMI dá oportunidade à escola de elaborar o próprio currículo e trabalhar com os anseios dos alunos e da comunidade. “Considero o ProEMI um crescimento na educação”, ressalta. “Ele busca garantir a formação integral com a inserção de atividades que tornam o currículo mais dinâmico, atendendo às expectativas dos alunos e às demandas da sociedade local.”

    A professora salienta que o programa leva alunos e professores a se tornarem pesquisadores e cria condições para melhorar a qualidade do ensino médio.

    Na visão do pedagogo Romildo Ferreira Holanda Júnior, diretor da escola, o programa visa a garantir uma educação de melhor qualidade. “Percebe-se que o índice de reprovação e abandono está diminuindo gradativamente”, diz Romildo, que está há 20 anos no magistério.

    Campo — Em 2014, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável tiveram destaque no ProEMI, com a realização de trabalho de campo na reserva particular de patrimônio natural Revecom, em Santana. O trabalho teve o sentido de aproximar teoria e prática.

    Na fase inicial, chamada de pré-campo, os professores sugeriram formas interdisciplinares de desenvolvimento do trabalho. Também foram realizadas aulas expositivas para discutir o tema a partir de diferentes abordagens disciplinares — história, sociologia, geografia, química, física e biologia.

    Na etapa denominada de campo ocorreu a aula prática, com participação de alunos, professores e funcionários da reserva Revecom. No pós-campo, foram realizadas palestras, exposição fotográfica e atividades de sensibilização da população no entorno da escola.

    De acordo com a professora Francisca, o ProEMI também desenvolveu projeto sobre a relação entre a migração e o mercado de trabalho no Amapá — o estado tem sido destino de fluxos migratórios —, na tentativa de compor um quadro analítico da realidade das famílias dos alunos, além de tentar entender parte da realidade do estado.

    Há 22 anos no magistério, a professora tem licenciatura em geografia, especialização em supervisão escolar e mestrado em ciências da educação.

    Fátima Schenini

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  • Decidida a acabar com o desperdício da merenda escolar, a diretora do Colégio Estadual Helena Kolody, em Terra Boa (PR), adotou o sistema de bufê. Os alunos escolhem e se servem dos alimentos. Segundo Maria Regina Machado Colonello, a mudança, introduzida no início do ano, resultou em redução de 98% no desperdício de alimentos.

    “A novidade foi bem recebida, pois os alunos compreenderam a importância do poder de escolha em uma simples refeição e a importância de contribuir para superar o desperdício”, diz a diretora. Para efetivar o projeto foi necessário orientar os estudantes a se servirem apenas da quantidade a ser consumida. “Os alunos foram preparados para a inovação”, salienta.

    Há 28 anos no magistério, seis dos quais na direção, Maria Regina destaca que a comunidade tem participação efetiva no processo de gestão. Assim, quando foi apresentada a ideia de investir em um sistema diferente, todos aprovaram. Além disso, contribuíram com promoções destinadas a levantar recursos para a compra do material necessário ao novo sistema.

    “Observamos o resgate da dignidade, pois o processo de escolha proporciona a elevação da autoestima do aluno”, diz Maria Regina. Graduada em pedagogia e em educação física e com especialização em planejamento escolar, ela atuou como vice-diretora durante sete anos.

    De acordo com Daniel Ricardo Alves de Oliveira, aluno da terceira série do ensino médio, a adoção do sistema de bufê, inicialmente desacreditada por alguns estudantes, mostrou-se efetiva ao ser posta em prática. “O desperdício diminuiu”, ressalta. Aluna da mesma série, Cláudia Valéria Gomes também aplaude a iniciativa. “Temos a liberdade de colocar o alimento em nosso prato em quantidade suficiente e evitar o desperdício”, avalia. “Como passo a maior parte do dia na escola, posso dizer que a iniciativa significou muito para todos.”

    As merendeiras Iraí Maria Ponticelli e Gisele Raquel Freitas Maina defendem o novo sistema. Além da diminuição do desperdício, elas destacam a redução do tempo usado para servir a merenda.

    De acordo com a professora Leonilda Brandão, que leciona biologia nas três séries do ensino médio, nos turnos da manhã e da tarde, um projeto de sustentabilidade, desenvolvido desde 2013, tem contribuído para a formação de alunos mais conscientes, principalmente com relação aos alimentos. “As sobras nos pratos são insignificantes em relação aos anos anteriores”, avalia Leonilda, há 20 anos no magistério. “Os resultados são encorajadores.”

    Fátima Schenini

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  • Gestores, professores e estudantes se reúnem para debater BNCC do ensino médio em dia de mobilização nacional (Foto: Divulgação Consed)

    A convocação feita pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) para as escolas de todo o Brasil discutirem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio rendeu bons resultados. Nesta quinta-feira, 2, inúmeras instituições de ensino se mobilizaram no Dia D da BNCC para conhecer e debater o documento.

    Um balanço inicial do órgão apontou que aproximadamente 20 mil escolas realizaram o download do material de apoio direto, no portal do conselho, até as 18h de hoje. Segundo o conselho, o número representou mais de dois terços das escolas com ensino médio no país. O cálculo não considerou as escolas que receberam material diretamente das secretarias, o que pode aumentar ainda mais o resultado final.

    A ação, que tem o apoio do Ministério da Educação, reuniu professores, gestores e técnicos de educação que, em parceria com as secretarias de educação, orientaram as escolas quanto às discussões da BNCC do ensino médio. O Consed, que realiza a iniciativa, convidou as instituições particulares para se juntarem aos debates e divulgou um amplo material didático em seu portal na internet.

    Segundo o diretor de Currículos e Educação Integral do MEC, Raph Gomes Alves, o que se viu hoje foi um grande movimento colaborativo em que secretarias estaduais de educação e escolas demonstraram o compromisso com a qualidade da educação e se engajaram no processo de discussão da proposta de base para a etapa do ensino médio. Eles utilizaram uma série de materiais explicativos disponibilizados pelo consed para debater, entender e propor melhorias no documento. Além disso, gestores foram convidados a participar de telejornais e programas de rádio para divulgar e tirar dúvidas a respeito do documento.

    De acordo com o Consed, alguns estados decidiram promover as discussões sobre a BNCC do ensino médio em outros dias, caso de Goiás, que fará em 8 de agosto, ou estenderam as discussões até o dia 10 de agosto, data limite para envio das contribuições e preenchimento do formulário da consulta pública do Consed. São exemplos Distrito Federal, Bahia, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Paraná.

    O Conselho Nacional de Secretários de Educação acredita que após a contabilização da participação desses estados, poderá fazer uma avaliação mais completa do Dia D. “Por enquanto, a mensagem é de agradecimento pelo envolvimento de todos os secretários, técnicos das secretarias, entidades parceiras ligadas às escolas particulares, aos Conselhos Estaduais de Educação, que também contribuíram, e especialmente aos gestores, professores e alunos pelo belo exemplo de cidadania e compromisso com o futuro da educação do país”, declarou Cecilia Motta.

    Além do Ministério da Educação, o Dia D de discussão sobre a BNCC do ensino médio teve o apoio do Fórum dos Conselhos Estaduais de Educação, da Federação Nacional das Escolas Particulares e da Associação das Escolas de Educação Católica.

    BNCC – O MEC auxilia o Conselho Nacional de Educação (CNE) nas audiências públicas dessa etapa da base. Os encontros, no entanto, não têm caráter deliberativo, mas são essenciais para que o órgão elabore um documento normativo que reflita as necessidades, interesses, diversidade e pluralidade do panorama educacional brasileiro. A próxima audiência pública será realizada no dia 10 de agosto, em Belém (PA).

    A proposta de BNCC para o ensino médio foi entregue pelo MEC ao CNE em abril deste ano e a expectativa é que o documento seja homologado no fim de 2018. No estágio atual, órgãos, entidades, associações e interessados podem oferecer suas contribuições e sugestões até as 23h59 de 14 de setembro, data da última audiência pública a ser realizada pelo conselho, em Brasília. A etapa do ensino médio da BNCC, assim como ocorreu na elaboração da proposta para a educação infantil e o ensino fundamental, homologada em dezembro de 2017, será o marco para orientar os currículos desta fase de ensino.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Escolas de todo o Brasil vão se mobilizar, nesta quinta-feira, 2, para estudar, conhecer e discutir a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio. Organizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), o Dia D da BNCC, como ficou conhecida a data, tem apoio do Ministério da Educação.

    A mobilização contará com a participação de professores, gestores e técnicos de educação, em parceria com as secretarias de educação de todos os estados, que irão orientar suas escolas quanto às discussões da BNCC do ensino médio. O Consed também convidou as instituições particulares para se juntarem a essa ação.

    Para o diretor de Currículos e Educação Integral do MEC, Raph Gomes Alves, essa é mais uma forma de fazer com que todos conheçam a proposta desta etapa de ensino da BNCC. “Essa iniciativa visa dar voz ao professor que está na sala de aula, a todos que trabalham diariamente para implementar um novo ensino médio, que olhem para as perspectivas de cada um dos jovens e que mudem a curva dos resultados insatisfatórios”, enfatiza.

    De acordo com Raph, o Consed irá consolidar essas sugestões e encaminhá-las ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Ele destaca, ainda, que a participação das escolas e professores no debate será importante e estratégica para o MEC trabalhar e atuar na revisão desse documento. “Para que a BNCC alcance o seu objetivo é de grande importância que muitas mãos se envolvam na construção desse material”, afirma.

     A presidente do Consed, Cecília Motta, compartilha da mesma opinião do diretor de Currículos do MEC. Ela comenta que essa foi mais uma das formas encontradas pelo conselho para fazer com que a BNCC receba a contribuição de todos os professores que estão com a mão na massa todos os dias nas escolas de ensino médio.

    “De uma certa maneira, todo mundo participou da construção da BNCC, mas vários professores de escolas que ficam mais isoladas não puderam apresentar as suas contribuições. Ao final desse dia, esperamos ter um documento que represente o pensamento do professor brasileiro. Uma fotografia de quem está no chão da escola”, pontua Cecília.  

     Entre os dias 23 e 27 de julho foram realizadas reuniões internas com as secretarias estaduais de educação para que as informações da mobilização chegassem às regionais de ensino e, posteriormente, aos diretores e professores. Nos encontros, o Consed enviou formulários de preenchimento com respostas específicas de sugestões paras disciplinas alvo dos debates na base: língua portuguesa, ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática. 

    As escolas terão entre os dias 2 e 26 deste mês para lançar suas contribuições à BNCC na plataforma, no portal do Consed. As sugestões dos professores serão consolidadas e enviadas pelo órgão ao CNE logo na sequência.

    BNCC - A proposta de BNCC para ensino médio foi entregue pelo MEC ao Conselho Nacional de Educação em abril deste ano e a expectativa é que o documento seja homologado no fim de 2018. No estágio atual, órgãos, entidades, associações e interessados podem oferecer suas contribuições e sugestões até as 23h59 de 29 de agosto, data da última audiência pública a ser realizada pelo conselho, em Brasília.

     O MEC auxilia o CNE nas audiências públicas dessa etapa da base. Os encontros não têm caráter deliberativo, de acordo com o CNE, mas são essenciais para que o órgão elabore um documento normativo que reflita as necessidades, interesses, diversidade e pluralidade do panorama educacional brasileiro, além dos desafios a serem enfrentados para a oferta de uma educação de qualidade a todos os estudantes. A próxima audiência pública será realizada no dia 10 de agosto, em Belém.

     A etapa do ensino médio da BNCC, assim como ocorreu na elaboração da proposta para a educação infantil e o ensino fundamental, homologada em dezembro de 2017, será o marco para orientar os currículos desta fase de ensino.

    Para saber mais sobre o Dia D, basta acessar o vídeo de apresentação e outros materiais de divulgação na plataforma YouTube.

    As escolas podem lançar suas contribuições à BNCC na plataforma do Consed.


    Assessoria de Comunicação Social

  • A proximidade das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) traz uma série de dúvidas e medos aos estudantes. Além de expressar o desempenho pessoal dos alunos, os resultados do exame definem aprovados e reprovados entre os candidatos a novas vagas nas universidades, gerando pressão ainda maior, muitas vezes por parte dos próprios adolescentes, por boas notas nas provas.

    “O Enem é um processo avaliativo, mas é preciso tirar o peso de cima disso. É claro que os jovens precisam ser preparados do ponto de vista de habilidades, de competências, para que eles tenham as melhores condições para realizar a prova, mas eles não precisam encará-la como uma questão de vida ou morte”, alerta a psicóloga e professora universitária Simone Roballo. Segundo a especialista, muitos jovens têm chegado aos consultórios de psicologia com sintomas psicossomáticos, ou seja, apresentando sinais fisiológicos provocados pela tensão e estresse.

    Simone ressalta que os adolescentes de ensino médio estão numa faixa etária que denota uma transição muito grande. “É uma fase de conflitos e descobertas, que traz junto a pressão pela escolha profissional. Consequentemente, vêm provas importantes, como o Enem e o vestibular. Esse conjunto de situações tende a aumentar a ansiedade”. Ela explica que maus resultados nas provas podem ser causados pela ansiedade que antecede os exames.

    “Não existem receitas prontas”, alerta ela. “O importante é o estudante minimizar todos os efeitos de ansiedade que podem vir a gerar na véspera da prova. Mas, para isso, ele precisa se reconhecer e saber identificar o que lhe gera mais ansiedade. Cada um precisa reconhecer o que o deixa mais confortável.” Atividades como ir ao cinema, nadar, ouvir música podem ser boas fontes de relaxamento. “Procure situações que lhe dão prazer para que você tenha os efeitos negativos da ansiedade controlados”, conclui Simone Roballo.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Na abertura do seminário, Maria do Pilar Lacerda destacou benefícios para o ensino nos últimos anos, como o Fundeb e o fim da DRU para a educação (Foto: Fabiana Carvalho)Que tipo de ensino médio o Brasil precisa? Para responder a essa pergunta, cerca de 130 especialistas em educação de vários países estão reunidos em Brasília, nesta segunda-feira, 3, no Seminário Internacional de Políticas sobre Melhores Práticas no Ensino Médio. O encontro vai até terça-feira, 4.

    “É importante lembrar que estamos falando da juventude e sua complexidade, da diferença entre gerações, que causa, muitas vezes, confrontos e conflitos nas escolas”, disse a secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, na abertura do encontro. Hoje, no Brasil, há 4,8 milhões de jovens entre 15 e 17 anos que cursam o ensino médio.

    Pilar citou diversos avanços já alcançados em relação a essa etapa de ensino nos últimos anos, como a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o fim da desvinculação de recursos da união (DRU) para a educação — devolve R$ 11 bilhões anuais ao orçamento do Ministério da Educação e permite a obrigatoriedade da matrícula dos quatro aos 17 anos. Além disso, a secretária lembrou da ampliação dos programas de transporte escolar, livro didático e biblioteca, estendidos ao ensino médio.

    O representante da área de políticas para a educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Carlos Herrán, considera a troca de experiências entre os países benéfica para a formulação de políticas públicas. O economista apresentará, durante o seminário, os resultados de uma pesquisa feita pelo banco, a pedido do Ministério da Educação, sobre as melhores práticas no ensino médio em quatro estados brasileiros — Ceará, São Paulo, Acre e Paraná.

    Marcelo Perez, também do BID, elogiou a atuação do Brasil na área da avaliação e do financiamento educacionais. “Todas as ações a favor da educação tornam os brasileiros mais livres e capazes de participar ativamente dos processos sociais, culturais e econômicos de seu país”, disse.

    Para Ian Whitman, representante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é necessário que a escola ajude os jovens a expandir horizontes. “O mundo está mudando; o século 21 requer novas habilidades. Se quisermos ter trabalhadores qualificados, em qualquer área, precisamos dar boa formação a eles, desde a base”, enfatizou.

    Participam do seminário secretários de educação de 23 estados e do Distrito Federal, além de representantes dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, França, Escócia, Chile e Uruguai.

    Assessoria de Comunicação Social
  • O Ministério da Educação recebe até o próximo dia 24 sugestões à minuta que cria o programa Ensino Médio Inovador. No mesmo período, as secretarias estaduais de educação também devem se manifestar sobre o documento do ministério que orienta a criação do programa e a proposta de implantação.


    O prazo da consulta foi definido durante encontro do ministro da Educação, Fernando Haddad, com os secretários de educação dos estados. A reunião ocorreu na Escola Sesc de Ensino Médio, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro no dia 9. A portaria vai criar o programa e definir a forma de assistência financeira do MEC às redes estaduais e distrital de ensino médio.


    De acordo com a secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, a proposta de modificação do currículo do ensino médio está em debate há seis meses. O objetivo do Ministério da Educação é que as redes estaduais de ensino apresentem propostas de diversificação do currículo que o tornem mais atraente aos jovens e adolescentes.


    Para contribuir com o debate, o MEC construiu um documento orientador das mudanças. Nele estão itens como a ampliação da carga horária de 2.400 horas para três mil horas, com aumento de 200 horas por ano até atingir a meta; oferecer ao estudante do ensino médio a possibilidade de escolher 20% da sua carga horária e grade curricular entre as atividades que a escola oferece; associar teoria e prática, com ênfase à prática em oficinas e laboratórios; valorizar a leitura em todas as áreas do conhecimento; garantir a formação cultural do aluno.


    O diretor de concepção e orientação curricular da Secretaria de Educação Básica, Carlos Artexes Simões, explica que a articulação do currículo do ensino médio com o novo Enem e a adoção do tempo integral dos professores são temas que também fazem parte do debate.


    2010 – A meta do Ministério da Educação é iniciar as experiências do ensino médio inovador em 2010. Para que isso aconteça, informa Carlos Artexes, os estados terão dois meses, a partir da publicação da portaria, para apresentar os planos de ações pedagógicas (PAP). O PAP deve ter quatro itens: análise da situação das escolas, plano de trabalho, plano pedagógico e programa orçamentário.


    Carlos Artexes diz que é no plano que a secretaria vai informar, por exemplo, o número de escolas e de estudantes que vão ingressar na experiência e as metas a serem alcançadas em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), evasão, aprovação e reprovação. Esses dados é que vão determinar o volume de recursos que o MEC repassará às redes estaduais.

    Ionice Lorenzoni

  • O professor José Milton Melo é sempre lembrado pela doutora em matemática Ana Maria Menezes como o grande responsável por seu interesse pela disciplina. O encontro inicial ocorreu quando ela cursava o nono ano (antiga oitava série) do ensino fundamental no Colégio Estadual Murilo Braga, no município de Itabaiana, região central de Sergipe, e prosseguiu durante todo o ensino médio.

     

    “Sempre tive certa facilidade em matemática, mas até conhecer o professor Milton não tinha noção de quão bonita ela é”, diz Ana Maria. “Ele sempre me estimulava a ir além no estudo da matéria e passava problemas interessantes e desafiadores”, salienta. Ela avalia as aulas do professor como motivadoras. “Ele gostava de explicar o porquê das coisas.”

     

    Ana Maria é doutora em matemática pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Ela recorda que José Milton tinha mais confiança no potencial da aluna do que ela própria. “Sem seu estímulo, sem suas aulas esclarecedoras e motivadoras, não sei se eu teria feito a graduação em matemática”, afirma. “Quando eu disse a ele que iria fazer o curso, ele me aconselhou a seguir em frente, não parar na graduação.”

     

    Com licenciatura pela Universidade Federal de Sergipe e mestrado pela Universidade Federal de Alagoas, Ana Maria faz pós-doutorado na Université Paris-Est Marne-la-Vallée, na França, com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Um bom professor pode mudar completamente a vida de um aluno, como o professor Milton mudou a minha”, diz. Ela pretende conciliar o trabalho de professora com o de pesquisadora.

     

    Na visão de Ana Maria, o professor que demonstra pouco entusiasmo pela disciplina, deixa de explicar a razão das coisas, só apresenta fórmulas e obriga o aluno a resolver equações sem entender para que servem torna a aula realmente desinteressante. “Esse professor não está fazendo seu papel, que é de mostrar a beleza e a importância da disciplina e motivar o aluno a continuar e aprofundar os estudos”, enfatiza. “Um professor estimulado, que gosta do que faz e tem prazer em ver os alunos aprendendo pode passar essa energia aos estudantes e atrair o interesse deles para a disciplina.”


    Diálogo — Professor da educação básica das redes pública e particular de ensino de Sergipe desde 1997, José Milton defende a importância do diálogo entre professores e alunos. Ele salienta que o professor precisa despertar a capacidade que os estudantes têm para crescer a partir do conhecimento. “Costumo, ao conversar com os alunos, mostrar que eles têm muita capacidade. Basta acreditarem em si próprios para superar as dificuldades e traçar um objetivo”, explica.

     

    É importante, de acordo com José Milton, que o professor estimule os alunos e que a família e a comunidade escolar participem desse processo. “Em um trabalho conjunto, as deficiências podem ser superadas, e o estudante tem como se preparar para absorver o conhecimento que levará por toda a vida”, destaca.

     

    Licenciado em matemática, com pós-graduação em educação matemática, José Milton é professor do curso pré-vestibular da rede pública em projeto desenvolvido pela Secretaria de Educação do estado.

     

    Fátima Schenini

     

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  • Estratégia do Ministério para o Ensino Médio

     

    O Ministério da Educação, órgão responsável pela definição das políticas educacionais para o país adota, através da Secretaria de Educação Básica - SEB, uma estratégia para a ampliação e melhoria do ensino médio apoiada nos seguintes eixos:

     

    professora ministrando aulaEm dezembro de 2006, a PEC 53que institui o Fundeb é aprovada e regulamentada. Ela prevê a universalização do Ensino Médio presencial.

     

    Em junho de 2005, o MEC encaminha PEC para substituição do Fundef - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, quefinanciava apenas o ensino fundamentalpelo Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, que financia toda a Educação Básica, da creche ao término do Ensino Médio.

     

    Em atendimento a uma demanda da sociedade, o MEC sugeriu e discutiu com professores uma proposta paraoEnsino Médio Integrado ao Profissionalizante. Em 2004, esta proposta se transformou no Decreto 5154/2004 . Em 2007, 21 unidades da Federaçãojáestavam oferecendoEnsino Médio Integrado ao Profissionalizante. O MEC colabora contratando consultores pedagógicos para a elaboração dos cursos e o FNDE oferece apoio financeiro.

     

    Atendimento, a partir de 2004, de todos os concluintes do ensino fundamental, com idade de 14 a 16 anos;

     

    Melhoria curricular que contemple as diversas necessidades dos jovens consolidando a identidade do ensino médio centrada nos sujeitos;

     

    Ensino médio comprometido com a diversidade sócio-econômica e cultural da população brasileira;

     

    Valorização e formação de professores;

     

    Melhoria da qualidade do ensino regular noturno e de educação de jovens e adultos;

     

    Implantação do Plano de Educação para Ciência;

     

    Modernização e democratização da gestão de sistemas e escolas de ensino médio;

     

    Desenvolvimento de projetos juvenis, visando à renovação pedagógica e ao enfrentamento do problema da violência nas escolas;

     

    Integração e articulação entre ensino médio e educação profissional.

     



    [Contexto do Ensino Médio] [Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio] [Prêmio Ciências] [Ética e Cidadania] [Livro Didático] [Formação Continuada] [Coleção Explorando o Ensino] [Fenaceb - Apoio às Feiras de Ciências] [Publicações do Ensino Médio] [Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia - 2006/2007]

  • Estratégia para o Ensino de Ciências

    três jovens no laboratórioDentre as ações da Secretaria de Educação Básica, especial ênfase merece o ensino da ciência. Através de seu Departamento de Políticas de Ensino Médio está sendo implementado um Plano de Educação para a Ciência que visa incorporar efetivamente a prática e a reflexão científicas na vida escolar e social de adolescentes, jovens e adultos.

    Esta iniciativa tem por objetivos específicos:

     

    • Incentivar projetos curriculares voltados para a educação científica e mudanças curriculares que incorporem abordagens práticas e problematizadoras das ciências;

    • Ampliar e melhorar a formação inicial de professores de ciências, mediante incentivo com bolsas de licenciatura e abertura de campos de estágio orientado;

    • Promover a formação continuada de professores de ciências, mediante cooperação institucional, coordenada pela CAPEMP – Coordenação de Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio (a ser instituída) e com apoio da CAPES – Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e de outros órgãos de fomento;

    • Implantar as Oficinas de Ciências, Cultura e Arte em instituições de ensino e científicas, como espaços de ensino-aprendizagem e de formação inicial e continuada de professores; Promover a pós-graduação de professores de ciências, incentivando-se tomar sua prática pedagógica como objeto de investigação;

    • Promover a colaboração institucional, para formação inicial e continuada de professores, bem como para o apoio aos sistemas públicos de ensino; e, Implantar programas de produção e distribuição de livros e materiais didáticos de ciências.

    Menina examinando animais no laboratórioAs diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio destacaram, dentre outros, o princípio da contextualização, como processo de enraizamento dos conceitos científicos na realidade vivenciada pelos alunos, para produzir aprendizagens significativas.

     

    Isto significa partir dos fenômenos cotidianos em direção aos saberes escolares. Essa abordagem surge em oposição à transmissão dos conteúdos a partir das disciplinas científicas. Não obstante, tanto uma quanto outra abordagem precisam considerar que os conhecimentos escolares, conquanto devem superar os conhecimentos cotidianos, não se confundem com os conhecimentos científicos, nem os reproduzem no ambiente escolar.

     

    Diante de um problema, o conhecimento cotidiano costuma estar mais orientado para a necessidade de resolvê-lo na prática do que para a explicação de suas razões ou para a compreensão dos princípios que o definem, podendo estar distanciado significativamente do conhecimento científico. Por outro lado, como ensinar ciências partindo-se diretamente das disciplinas científicas se o contexto e as motivações de produção dessas e de seus conceitos é distinto do que caracteriza a escola; se os problemas propostos num e noutro também são diferentes?Chevallard (s/d), definindo transposição didática como o trabalho de transformação de um objeto de “saber a ensinar” em um “objeto de ensino”, chama a atenção para o fato de que, na escola, não se ensina um conceito inserido no conjunto de problemas e questões que o originaram.

     

    Jovens em um laboratórioExiste, na verdade, uma tendência ao didatismo, para tornar um conceito assimilável, chegando ao abstrato a partir do concreto, pelo estabelecimento de uma continuidade com o senso comum. A razão disto pode estar no fato de os alunos se encontrarem mais perto dos conhecimentos cotidianos, de tal modo que seus problemas, quando colocados, não são os da ciência. Por isso é necessário construir uma ponte entre a ciência e o conhecimento cotidiano (Claxton, 1991). Por se encontrarem a meio caminho entre esses dois extremos, os problemas escolares poderiam servir para construir essa ponte.

     

    Na sua forma habitual, os problemas escolares muitas vezes consideram tacitamente que o aluno já está na margem da ciência, que esta desperta o seu interesse e que ele quer resolver problemas científicos. Para um aluno que não se interessa pela ciência, que não se sente sintonizado com o seu discurso e suas maneiras de agir, os problemas escolares podem representar atividades artificiosas. Por isto a pertinência de se partir da realidade concreta. Mas isto quer dizer ir além do contexto de vivência do aluno e superar o senso comum.

     

    Quanto se parte do contexto de vivência do aluno, enfrentam-se concepções prévias, normalmente constituídas de representações errôneas ou limitadas quanto à explicação da realidade. Mesmo sendo um importante meio de estimular a curiosidade do aluno, ampliando e aprofundando seus conhecimentos, a pertinência de um processo ensino-aprendizagem contextualizado está condicionada à possibilidade de levar o aluno a ter consciência sobre seus modelos de explicação e compreensão da realidade, reconhecê-los como equivocados ou limitados, enfrentar o questionamento colocá-los em cheque num processo de desconstrução de conceitos e reconstrução/apropriação de outros.

     

    Se não enfrentada essa questão, corre-se o risco de considerar que a simples sistematização do conhecimento cotidiano seja suficiente para a aprendizagem. Por isto, um dos princípios que deve ordenar o ensino de ciências no ensino médio é o confronto entre os saberes cotidianos e o conhecimento científico, visando à compreensão dos limites também dos saberes escolares. O segundo princípio é a formação dos professores de modo que esses insiram em seu planejamento pedagógico a problematização dos fatos cotidianos, levando os alunos a perguntar sobre o(s) porquê(s) dos acontecimentos e, assim, motivar-se a refletir sobre o fato para além de suas percepções cotidianas, normalmente estruturadas sobre o senso comum;

     

    Chamar a atenção do aluno sobre a insuficiência de seus conhecimentos cotidianos para responder às perguntas e, portanto, percebendo a necessidade de estudá-lo de forma sistematizada, buscando-se conhecer, portanto, seus princípios científicos;

     

    Discutir os limites do senso comum para explicar os fenômenos e, portanto, a necessidade de se realizar as investigações científicas, demarcando-se, por um lado, a importância e as motivações sociais do trabalho científico, suas dimensões históricas e implicações ético-políticas e, por outro, a distinção entre esse tipo de conhecimento e o cotidiano, sem perder as relações entre eles;

     

    Ajudar a reconhecer o conhecimento científico como produção sócio-histórica; a discussão sobre a especificidade do conceito científico, como conhecimento produzido em bases acadêmicas, e dos conteúdos escolares, como resultado de um processo de didatização do primeiro;

     

    Abordagens teórico-metodológicas que articulem teoria e prática no ensino dos conceitos científicos.

     



    [Contexto do Ensino Médio] [Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio] [Prêmio Ciências] [Ética e Cidadania] [Livro Didático] [Formação Continuada] [Coleção Explorando o Ensino] [Fenaceb - Apoio às Feiras de Ciências] [Publicações do Ensino Médio] [Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia - 2006/2007]

     


  • Durante a Feira de Ciências da Escola Estadual Norberto Fernandes, em Caculé, no sertão da Bahia, uma invenção muito bem-bolada caiu nas graças do público e acabou rendendo ao estudante Sandro Lúcio do Nascimento, de 17 anos, o segundo lugar na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista, criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Esse projeto é o tema da edição desta sexta, 9, do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    Aluno do terceiro ano do ensino médio, Sandro, que ganhou uma bolsa de iniciação científica pelo projeto, desenvolveu um reservatório para captar e armazenar, na própria escola, a água da chuva. O aparelho foi construído a partir de garrafas plásticas e cascas de coco, o que resultou em material útil, de baixo custo e capaz de ajudar na preservação do meio ambiente de toda a comunidade da zona rural onde fica a escola.

    O jovem se inspirou em exemplos bem-sucedidos, como um reservatório construído pelos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) com cimento elaborado a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A proposta levou em conta as condições climáticas de uma região onde quase não chove.

    “Aqui no semiárido, são praticamente três meses de chuva e os nove meses restantes de seca”, explica o estudante. “Se ficar muito tempo sem chover, muitas vezes, não só a minha cidade, mas outras regiões vizinhas, enfrentam falta de água, o que obriga a um racionamento e a uma economia bastante rigorosa para que ela não falte. ”

    Descarte sustentável – Sandro aproveitou os recursos da própria região, conhecida pela produção de coco – matéria-prima que, ao ser descartada na natureza, nem sempre tem destino seguro. Engajado em resolver o problema, ele passou a utilizar o bagaço da cana-de-açúcar, que é uma fibra, para retirar o coco do meio ambiente e utilizá-lo na construção do reservatório.

    Tudo foi projetado para funcionar de forma simples. Por meio de calhas instaladas no telhado, a água da chuva é drenada até o reservatório, que tem capacidade para 150 mil litros. Além de sustentável, todo o processo tem servido também para mudar a concepção dos moradores da comunidade sobre o descarte correto do lixo, pois muita gente ainda fazia queimada ou alimentava aterros de maneira inadequada na região.

     “Aqui a gente acaba queimando lixo junto com os outros”, conta Sandro. “Eu queria dar um destino a essas garrafas. Em vez de serem queimadas, elas podem ser utilizadas para fazer o reservatório. É um procedimento ecológico que vai gastar menos energia na fabricação do que o cimento convencional, e não agride tanto o meio ambiente”.

    Sandro construiu uma maquete e, com auxílio da professora de matemática da escola, Edjane Alexandre, passou a fazer os testes, começando pelo de impermeabilidade. Não demorou a perceber que tinha ido pelo caminho certo, pois o material utilizado para construir o reservatório permitiu que a água não se infiltrasse.

    “Eu nem acreditei que esse projeto traria tanta repercussão”, diz o jovem, ao comentar sua premiação. “Fiquei surpreso. ” Os esforços valeram a pena. Agora, com o incentivo e o reconhecimento obtidos, Sandro pretende cursar o ensino superior na área das ciências da natureza.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Estratégia de Ângelo Thomaz foi abandonar o celular em troca do sonho de passar no vestibular (Arte: ACS/MEC)Em troca de um sonho, o estudante Ângelo Thomaz Duarte Cavalcante, de Suzano (SP), ficou longe do celular e abandonou as redes sociais por um ano. A estratégia foi usada para se preparar para o vestibular e o resultado superou as expectativas do próprio Ângelo, que, aos 20 anos, foi aprovado em nove universidades, entre elas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para um dos cursos mais concorrido, o de medicina.

    “Eu via que as pessoas estudavam 10 minutos, paravam e olhavam o celular. Mais 10 minutos e paravam e olhavam o celular. E ficava nisso por horas e acabava não entrando nunca num estado em que ela pudesse aprender realmente conteúdo. Então, acho que isso foi determinante porque me ajudou a ter a concentração muito maior do que todo mundo”, comentou. O caminho escolhido fez com que o tempo rendesse mais; ainda assim, foi necessária muita determinação para dar conta da estratégia.

    Ângelo concluiu o ensino médio na Escola Técnica Estadual Presidente Vargas, de Mogi das Cruzes. Reconhece que nunca foi “muito de estudar”. No entanto, ao decidir por medicina, viu que precisava “correr atrás do prejuízo”. Após nove aprovações, dá a dica de como recuperar o tempo: “Você tem que ter uma estratégia boa de estudo, ter um material bom, enfim, martelar e dar tudo de si, que uma hora vai. Não existe um segredo, é mais uma questão de hábitos que você acaba construindo”, afirmou.

    A escolha de Cavalcante foi pela USP. Além dessa universidade e da Unicamp, o jovem foi aprovado na Universidade Federal de Goiás (UFG), na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, na PUC de Campinas, na Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na Anhembi Morumbi.

    Estratégia – Para o enfrentamento das provas, Ângelo Cavalcante revela que a outra mudança decisiva diz respeito aos horários. Também aí adotou estratégias mais rígidas. “Eu acordava às 6h30 e ia para o cursinho. Chegava em casa, almoçava, fazia o que tinha que fazer, dava um tempinho de descanso e às 15h começava a estudar até as 11h da noite. Era o dia inteiro, praticamente. Isso de segunda a sábado. No domingo eu estudava umas cinco horas”.

    Feliz com o resultado, ele comemora a nova fase e admite a retomada de velhos hábitos. “Ainda estou estudando bastante porque a faculdade é bem rígida, mas estou num nível bem mais equilibrado. Com o celular de novo, com rede social. A minha vida está muito mais equilibrada.”

    Ângelo Cavalcante pretende ser cirurgião. Para ele, abrir mão das baladas, do celular e das redes sociais valeu muito a pena. Depois desta experiência, ele diz que é possível alcançar todo e qualquer objetivo, desde que haja disciplina e dedicação.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Uma Escola sem Muros é o tema da terceira edição do festival Imagens EMdiálogo, destinada a divulgar a produção de estudantes do ensino médio público (foto: emdialogo.uff.br)Estão abertas até 10 de outubro as inscrições para o festival Imagens EMdiálogo, que reúne produções audiovisuais de estudantes do ensino médio de escolas públicas de países do Mercosul e associados. O festival integra o portal EMdiálogo, criado em 2009 pelo Observatório Jovem da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pelo Observatório da Juventude da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Hoje, faz parte de uma rede de dez universidades federais brasileiras.

    Transformar a realização audiovisual nas escolas em canal de comunicação para o diálogo sobre o direito à escola pública de qualidade é uma das propostas do festival. O evento é realizado on-line para permitir a divulgação da produção dos estudantes do ensino médio público, sobretudo do interior do Brasil. Cerca de 60% das inscrições provêm de cidades situadas fora das regiões metropolitanas.

    Na terceira edição do Imagens EMdiálogo, a página do festival na internet reúne 132 vídeos de diversos gêneros, oriundos de mais de 50 municípios de mais de dez unidades da Federação. O conjunto de vídeos constitui acervo que articula pensamentos, experiências e arranjos criativos no campo do cinema e educação.

    Para fazer a inscrição, o realizador deve estar matriculado em escola pública de ensino médio e ter produzido vídeo com duração de até cinco minutos sobre o tema Uma Escola sem Muros. Os filmes podem ser de ficção, de animação, documentário e experimental.

    Mais informações na página do festival na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

    Matéria republicada com correção de informações

  • A participação no Parlamento Juvenil abre novos horizontes aos estudantes (Foto: Divulgação) “Eu participei desse projeto e ele mudou a minha vida”, comenta o estudante Gustavo Medrado, de Uberlândia (MG), ao defender a participação de outros jovens no Parlamento Juvenil do Mercosul (PMJ). Ele credita a sua escolha profissional ao aprendizado sobre a vida política, social e cultural adquirida como parlamentar. “Política era uma coisa do outro mundo, não me interessava, agora tenho uma visão muito mais ampla sobre direitos e deveres dos cidadãos”, admite.

    As candidaturas para a terceira edição do Parlamento, relativa ao período de 2014-2016, estão abertas. Podem se candidatar alunos do ensino médio da rede pública matriculados no primeiro ou segundo ano, na faixa etária de 14 a 17 anos. O prazo para que as secretarias estaduais de educação apresentem os três candidatos selecionados por unidade federativa à Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação se encerra em 15 de maio. O MEC arcará com as despesas de passagem e hospedagem para a etapa nacional, prevista para ocorrer em Vitória, no início do mês de junho.

    Gustavo é estudante de comunicação social, e descreve o jornalismo como a profissão de seus sonhos. “Devo a escolha desse curso inteiramente ao Parlamento Juvenil, que me mostrou o quanto é importante expressar nossas opiniões e defender nossas ideias”, afirma.

    Selecionado aos 15 anos, na Escola Estadual Parque São Jorge, situada na periferia de Uberlândia, Gustavo, agora aos 17, não para de atuar politicamente. Incentivou e ajudou a criar o Parlamento Jovem de Uberlândia. “Pretendo seguir na carreira jornalística, mas não nego que tenho vontade de, no futuro, disputar um cargo eletivo”, admite.

    Periferia – “Venho de uma escola pública de periferia, onde sofremos muito com o descaso”, conta ele. “O espírito de impotência pairava sobre nós, não tínhamos autoestima o suficiente para participar de uma competição, pois não nos julgávamos capazes de obter tal mérito”, relata Gustavo. O incentivo da professora foi decisivo para encorajá-lo a se candidatar.

    “Tudo mudou quando minha professora de língua portuguesa, Maribeth Paes, começou a nos motivar e nos encorajar, dizendo que éramos tão capazes quanto qualquer outro. Ela era determinada, queria proporcionar melhores oportunidades a seus alunos e nos incentivou a participar do processo seletivo”, recorda o estudante, agradecido.

    Em Minas Gerais, Gustavo concorreu à representação do estado em concurso de redação cujo tema era O ensino médio que queremos. Os 10 selecionados para a segunda etapa estadual produziram um vídeo de 2 minutos explicando a razão de suas candidaturas ao parlamento. Uma comissão selecionou três jovens para a etapa nacional, que aconteceu em 2012 em Brasília. Entusiasta do parlamento, Gustavo já conversou a respeito com a Secretaria de Educação do estado, e está divulgando a oportunidade para jovens de sua cidade e arredores.

    Gustavo mora com a mãe, irmão, tia e prima. O pai mora em Goiânia.  São todos orgulhosos do primeiro membro da família a conquistar tamanha representatividade. “Eles me apoiaram em todos os momentos e me incentivam a lutar cada vez mais pelos direitos da juventude”, comenta.

    Amigos – No Parlamento, a família de Gustavo cresceu. “A palavra amigo é pequena para se dirigir aos companheiros nacionais e internacionais que tive durante esses dois anos”, observa. “Eles foram muito mais do que isso, foram irmãos que estavam presentes nos melhores e nos piores momentos, participavam da minha vida. O nosso mandato pode chegar ao fim, mas creio que amizades como essas eu levarei para o resto da vida. Planos para nos encontrarmos é o que não falta”, garante.

    A experiência do parlamento levou o estudante Gustavo Medrado a definir sua profissão (Foto: Divulgação)“Precisamos fortalecer o verdadeiro Mercosul, precisamos mostrar aos jovens os aspectos culturais, sociais e educacionais que esse bloco tem a oferecer”, frisa Gustavo. “Espero que o parlamento possibilite a entrada de novos parceiros da América do Sul. Vejo a integração como uma ferramenta indispensável para o sucesso do bloco, mas não podemos esquecer os aspectos culturais, sociais e educacionais”, preconiza o futuro jornalista.

    O MEC recomendou às secretarias estaduais que orientem as escolas a promover encontros de no mínimo quatro horas, com o número máximo de estudantes, para apresentação de candidaturas e debates. Cada estado elegerá três representantes e o ministério solicitou a observância à garantia de representação por gênero, estudantes negros, indígenas e moradores de comunidades populares, ou da área rural ou pessoas com deficiência.

     

    Assessoria de Comunicação Social


  • A estudante Vitória Cunha, do Instituto Federal de Brasília (IFB), vai representar o Distrito Federal no Parlamento Juvenil do Mercosul (PJM). Ela foi escolhida por seu projeto sobre interação nas escolas, que propõe fomentar a socialização, incluindo comunidades próximas ao meio acadêmico, por meio da comunicação.

    Vitória tem 16 anos e está no segundo ano do curso técnico em cozinha, paralelo ao ensino médio regular. Ela e outros 26 brasileiros foram selecionados em novembro passado, para um mandato de dois anos. Eles se reunirão a representes da Argentina, Venezuela, Uruguai e Paraguai.

    Segundo Vitória, sua motivação para elaborar o projeto surgiu ao constatar a dificuldade dos colegas para se relacionar na sala de aula. “Existiam pequenos grupos, que favoreciam a existência de conflitos, a falta de companheirismo, especialmente com os mais tímidos e os que apresentavam alguma dificuldade de aprendizado”, contou ela. 

    O documento prevê inúmeras atividades até o final de 2018, para reverter ou evitar esse quadro que a estudante considera comum nas escolas. Entre suas propostas, estão interação em rede social, envolvendo a discussão de atividades benéficas ao grupo; dinâmicas entre alunos e professores; debates educacionais; palestras sobre bullying; jogos de amizade; e passeios fora da escola, “para que todos enxerguem a realidade do mundo.”

    Protagonismo – O Parlamento Juvenil do Mercosul funciona nos moldes do Parlamento do Mercosul, órgão unicameral, independente e autônomo. É uma iniciativa do Ministério da Educação, por intermédio de sua Assessoria Internacional. O objetivo é estimular o protagonismo juvenil, abrindo espaço para discussões acerca de temas vinculados à educação, como: inclusão, participação cidadã, direitos humanos, diversidade de raça, etnia e gênero, integração regional e trabalho.Aluna do Instituto Federal de Brasília, Vitória será a representante da capital federal no Parlamento Juvenil do Mercosul (Frame: TV MEC)

    Os jovens parlamentares devem elaborar propostas que abordam as necessidades e anseios comuns no âmbito do Cone Sul, expandindo seus horizontes. A edição atual do Parlamento Juvenil tem como tema O ensino médio que queremos. Para Vitória, trata-se de um assunto de extrema importância, tanto que o Congresso Nacional aprovou este ano a reforma, em seguida sancionada pelo presidente Michel Temer.

    “Quero algo inovador, em que eu entre já podendo contar com um curso técnico e saia preparada para seguir uma carreira”, disse, lembrando que para essas mudanças é necessário não apenas ações governamentais, mas também a atuação dos jovens. “O meu projeto trata bastante da união entre os estudantes.”

    A proposta de Vitória foi selecionada pela secretaria de educação do Distrito Federal, da mesma forma que aconteceu com os demais representantes, selecionados por secretarias estaduais ou instituições da rede federal de ensino profissional, científica e tecnológica. Todas as propostas estarão na agenda de debates no primeiro encontro do Parlamento, que deve acontecer no segundo semestre deste ano.

    “Fazendo parte da delegação brasileira, espero pode contribuir com sugestões para a igualdade de oportunidades na educação”, observou Vitória. “Devo adquirir muita experiência e espero poder transmitir o que aprender aos meus colegas de escola. Isso vai ajudar no meu currículo, no rumo que pretendo seguir como profissão, em psicologia ou em nutrição.”

    Assessoria de Comunicação Social

  • Jovens de todo o Brasil, da Venezuela, Colômbia, Argentina e Uruguai estão reunidos desde a última segunda-feira, 3, em Brasília, para debater o tema da segunda edição do Parlamento Juvenil do Mercosul: O ensino médio que queremos. Os 95 estudantes participam de reuniões, plenárias e oficinas, como parte dos eventos paralelos da 14ª Cúpula Social do Mercosul.

    Ao final desta semana, na solenidade de encerramento, os jovens parlamentares, depois de discutir questões relativas a educação, integração latino-americana, participação cidadã, democracia, diversidade, direitos humanos, entre outros temas, deverão entregar um documento com suas propostas aos representantes do Parlamento do Mercosul.

    Segundo o representante do Ceará no Parlamento Juvenil, Ibeny Moreira, 16 anos, o documento ajudará a pautar as discussões do setor educacional do Mercosul. “O que nós queremos é que o documento sirva como base para os países do Mercosul. Sentamos e debatemos as problemáticas. Muitas vezes, os países têm o mesmo problema. Para os países se tornarem ricos, precisam investir em educação”, salientou o estudante do segundo ano do ensino médio.

    Nadia Tomé, de 17 anos, uma das representantes do Uruguai, destacou a importância da troca de experiências entre os jovens de diferentes nacionalidades. Segundo ela, antigamente não existiam instâncias que davam voz aos estudantes. “Agora podemos ser escutados. Os jovens são protagonistas da educação e nossa opinião é muito importante, já que vivemos a educação”, afirmou.

    Do Parlamento Juvenil da Colômbia, Durley Katherine Barros, 17 anos, era uma das mais entusiasmadas. Já pensando na carreira de advogada, a estudante defendeu os direitos humanos, a educação igual para todos e de qualidade. Segundo ela, estes foram temas bastante abordados nos encontros do Parlamento Juvenil.

    Os eventos da Cúpula Social do Mercosul acontecem até o final desta semana.

    Unila– Alguns estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) participaram de uma mesa na parte da manhã desta quarta-feira, 5, no Museu Nacional, em Brasília. Os universitários conversaram com os membros do Parlamento Juvenil sobre educação e destacaram o papel da Unila na consolidação da integração latino-americana.

    A Unila, localizada em Foz de Iguaçu, começou a ser estruturada em 2007 e teve a primeira aula em 2010. Na época, eram cerca de 200 alunos oriundos do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, subdivididos em seis cursos de graduação. A proposta da instituição é fortalecer os laços entre países da América Latina. Lá, os estudantes aprendem português e espanhol, além de aulas de cultura e história latino-americana. O corpo discente da universidade é composto por 50% de alunos brasileiros e o restante de alunos vindos de outros países da América do Sul. Deste universo, 90% são oriundos de escolas públicas.

    Cúpula– Desde 2006, as cúpulas sociais são realizadas semestralmente no âmbito das presidências pro tempore do Mercosul. É o principal espaço de diálogo e interação entre governos e sociedade civil dos países membros do bloco. Os resultados dos debates realizados nas cúpulas sociais são apresentados nas cúpulas de chefes de estado do Mercosul para apreciação dos presidentes do bloco.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O veículo, idealizado para ser máquina sustentável, foi construído a partir de materiais que iriam para o lixo (Arte: ACS/MEC)Quatro estudantes do ensino médio aceitaram o desafio lançado durante a feira de ciências da Escola de Referência em Ensino Médio Regina Pacis, em Santa Cruz da Baixa Verde, sertão de Pernambuco, e desenvolveram um projeto ousado. Com materiais oriundos principalmente do lixão, os jovens criaram um carro movido a energia solar. O trabalho concorre a prêmio no 2º Torneio Virtual de Ciências, promovido pelo Espaço Ciência, museu interativo vinculado ao governo pernambucano, em parceria com o Jornal do Commercio.

    A história conjunta de Alex de Souza, Gustavo Ramos, Carlos Daniel da Silva e Pedro Henrique Diniz começou há um ano, quando a professora de geografia Kilma Ramos propôs a criação de uma máquina sustentável. Ela conta que os meninos tiveram dificuldade no início, especialmente para coletar o material necessário. Ainda assim, não desistiram da ideia.

    A solução foi pedir doação de materiais, de objetos que virariam lixo. “Eles começaram a pegar material nas oficinas; a placa foi emprestada e os outros materiais, os meninos saíram pegando. Foram ao lixão pegar pneu para colocar no carrinho”, lembra a professora.

    A Escola Regina Pacis atende sete turmas de ensino médio e tem cerca de 250 alunos em regime semi-integral. Gustavo Ramos é um dos idealizadores do projeto e afirma que nem ele, nem os colegas tinham conhecimentos prévios de mecânica, mas que isso não foi empecilho.

    “A gente fez o chassi, colocou as rodas e a caixa de direção. Foi feito por mim mesmo, de forma artesanal. A caixa de direção não era de carro mesmo, era tudo coisa criada, e na hora. O carrinho funcionava, mas com muita dificuldade”, diz Gustavo, ao explicar que, para participar do concurso, o grupo precisou fazer melhorias no carro. “Neste mês agora, o melhorei mais, porque a mecânica era muito ‘grosseira’. A gente ajeitou para o motor ter mais força e andar melhor”.

    Para elaborar o projeto do carro totalmente movido a energia solar, os estudantes usaram um motor de 50 cilindradas, que permite que o carro alcance velocidade entre 5 e 7 quilômetros por hora. Na visão de Gustavo, ainda é preciso melhorar a autonomia e a potência. “Precisamos colocar um motor maior, com mais potência e com muito mais modernidade. Esse que temos é motor pequeno. O que queremos colocar é para rodar 24 horas ligado; não dá problema, não esquenta e não queima”, ressalta.

    Existem carros híbridos movidos a gasolina e a energia elétrica, simultaneamente. Mas o veículo criado pelos estudantes anda apenas com energia solar, mesmo em dias nublados. Isso faz com que não dependa de gasolina, nem de bateria. “É só a energia do sol. Mesmo nublado, com quase ‘zero’ de luz, ele ainda carrega, porque a nossa placa solar é fotovoltaica profissional. Ela dá até 25 volts em pico de sol, por volta de meio-dia, e depois disso vai caindo. O mínimo dela é de 11 volts e, mesmo assim, ainda carrega a bateria”, elucida Gustavo.

    O jovem, que pretende cursar engenharia mecatrônica, conta que o projeto é de baixo custo, viável e totalmente sustentável. “Não é caro, daria para ser feito por grandes empresas e funciona como um carro normal, se fizer uma mecânica bem profissional. Hoje em dia, a gasolina está muito cara, e esse é um carrinho que não polui”, conclui.

    Desde a primeira vez que foi exposto, o projeto despertou a curiosidade da comunidade escolar da cidade. Kilma Diniz conta que muitos estudantes acharam “inacreditável” e queriam dar uma volta no veículo. “Até alunos de outras escolas quiseram vir para ver o carro deles”, lembra a professora.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O ministro da Educação, Rossieli Soares, homologou nesta sexta-feira, 14, a etapa do ensino médio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Assim, a BNCC da Educação Básica está completa, com a definição dos conteúdos que todos os alunos têm o direito de aprender no decorrer do percurso escolar. “O Brasil está definindo pela primeira vez onde cada aluno precisa chegar em cada um dos anos do ensino médio”, comemorou o ministro. “O que vem agora é uma etapa muito importante de discussão com as escolas, pais e professores, para construção dos currículos.”  

    Rossieli destacou, ainda, a integração entre as áreas do conhecimento a partir da aprovação da BNCC. “O que foi aprovado é para que trabalhemos por área, com todos os professores de todos os componentes. Queremos trazer flexibilidade, protagonismo para os jovens e que eles possam discutir o seu projeto de vida. Vamos estar mais próximo deles nesse processo de aprendizagem para que eles entendam por que estão estudando. Este ensino médio que foi pedido pelos estudantes por muito tempo”, disse.

    O documento soma-se às etapas da educação infantil e do ensino fundamental, homologadas em dezembro de 2017. Durante a solenidade, realizada no Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília, o ministro anunciou a liberação de R$ 58 milhões aos estados e ao Distrito Federal, por meio do Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular (ProBNCC) do Ensino Médio, para que comecem o processo de implementação dessa etapa. Na ocasião, ele também lançou o Portal Novo Ensino Médio, que reúne informações sobre todas as políticas e ações que têm sido organizadas pelo MEC nesse período e que estão à disposição dos gestores e da comunidade em geral. 

    Para a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole, o foco está na continuidade de um trabalho conjunto entre os estados e o MEC. “O ensino médio como um todo vai exigir bastante da sociedade, dos educadores. Chegamos aqui com um documento robusto que precisa virar currículo, ação afirmativa junto aos estados e instituições formadoras. O Brasil avançou em educação nos últimos anos de jeito maduro, trazendo estados e municípios para junto do Ministério da Educação”, falou.

    Na mesma linha, o presidente do CNE, Luiz Roberto Liza Curi, pontuou que o documento homologado é resultado de longas discussões. “Foi um processo extenso. A etapa que preparou a entrega da Base em 2016 foi antecedida por uma longa discussão nacional e o documento homologado expressa o conjunto dessas participações. Os próximos passos são de implantação. São os passos mais complexos e relevantes”. Já o presidente da Comissão do Ensino Médio no CNE, Eduardo Deschamps, destacou que “a versão final é robusta, dá clareza quanto aos objetivos de aprendizagem e preserva a flexibilidade curricular norteada pela Lei 13.415/2017, que reformou o ensino médio”. 

    O documento foi entregue pelo MEC em abril de 2018 ao CNE e a aprovação no colegiado ocorreu em 5 de dezembro. O texto homologado foi aprimorado com as contribuições dos segmentos sociais, secretarias e conselhos estaduais de educação, gestores escolares, professores e alunos. As alterações foram feitas no sentido de dar maior clareza ao documento, tanto em relação às competências e habilidades, quanto a aspectos como a progressão de aprendizagem, projeto de vida, trabalho e mundo digital.

    Com o objetivo de alinhamento à base, deverá ser implementada a Política Nacional de Formação de Professores e revisados o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

    Com a BNCC completa, o ministro acredita que o Brasil pela primeira vez define onde cada aluno precisa chegar a cada etapa do ensino médio (Foto: Luís Fortes/MEC)

    Currículos – Os currículos deverão estar estruturados até junho de 2019. Entre julho e setembro, haverá consultas públicas regionais nos estados. Os novos documentos deverão ser analisados e aprovados pelos conselhos estaduais de educação entre outubro e dezembro, para serem aplicados a partir do início do ano letivo de 2020. As primeiras turmas irão se formar em 2022.

    A Base está organizada por áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Língua portuguesa e matemática devem ser ministradas em cada um dos três anos do curso. Os demais componentes curriculares continuam obrigatórios e serão abordados conforme os arranjos curriculares das escolas. A carga total será de 3.000 horas, sendo 1.800 para os conteúdos da base e 1.200 para os itinerários formativos, que visam aprofundar as áreas de conhecimento e a formação técnico-profissional, conforme a escolha do aluno.

    Ainda nesta sexta-feira, o MEC anunciou que está finalizando o documento dos Referenciais para a Elaboração dos Itinerários Formativos previstos na BNCC e estruturados conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Ensino Médio. São cinco itinerários correspondentes a cada área do conhecimento e ao ensino técnico-profissional. Eles deverão ser organizados em torno de um ou mais entre os seguintes eixos estruturantes: investigação científica, processos criativos, mediação e intervenção sociocultural, e empreendedorismo.

    Portal – O Portal Novo Ensino Médio reúne informações sobre as políticas, programas e ações desenvolvidas pelo MEC no processo de implementação da etapa do ensino médio. Na página, é possível ter acesso, por exemplo, ao Guia de Implementação do Novo Ensino Médio, que traz estudos e diagnósticos, a implementação da nova arquitetura dessa etapa de ensino, o questionário de escuta dos estudantes e o compartilhamento de boas práticas.  

    O novo portal também detalha as diretivas de programas como o ProBNCC do Ensino Médio, que possibilita a organização de equipes de currículo com bolsistas por estado, e o Programa Dinheiro Direto na Escola do Novo Ensino Médio, que prevê apoio financeiro com o objetivo de garantir a implementação do projeto de vida dos estudantes, flexibilização curricular e carga horária anual para, no mínimo, mil horas. Ao todo, serão cerca de 3,7 mil unidades escolares beneficiadas, que serão escolas-piloto para a implementação do Novo Ensino Médio.

    Já o Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio oferece assistência técnica em variadas frentes, inclusive na elaboração do Plano de Implementação, oferta de materiais de orientação, ferramentas digitais de acompanhamento. Além disso, com auxílio do Banco Mundial, será oferecido suporte financeiro mediante acordo de empréstimo firmado até 2022.

    Informações sobre o Ensino Médio em Tempo Integral também podem ser acessadas pelo novo portal. O programa visa ampliar as matrículas e melhorar os índices de aprendizagem dos alunos, mensurados a partir de indicadores como Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e mesmo o Enem.

    Acesse o portal do Novo Ensino Médio

    Assessoria de Comunicação Social

  • Saiba o que é verdade e o que não é sobre o Enem


    Da equipe do Inep

    Às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), todas as informações que os participantes precisam a respeito da aplicação estão disponíveis nos canais de comunicação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e do Ministério da Educação (MEC). Para responder algumas dúvidas frequentes e esclarecer quais orientações disseminadas nas redes sociais são verdadeiras e quais são falsas, o Inep destacou várias questões para quem vai fazer Enem.

    1. Os lanches dos participantes do Enem 2019 deverão estar em embalagens transparentes.

    FALSO

    Os lanches dos participantes NÃO precisarão estar em embalagens transparentes. Itens industrializados poderão estar em suas embalagens originais, com rótulo, porém, todos os alimentos serão vistoriados, conforme previsto no edital do Enem 2019.

    2. Documentos válidos vencidos serão aceitos para identificação no Enem 2019.

    VERDADEIRO

    Documentos permitidos, conforme edital do Enem 2019, serão aceitos para identificação dos participantes mesmo que estejam fora do prazo de validade.

    3. Os participantes do Enem devem estar com os cabelos presos para realização das provas.

    FALSO

    Não há nenhuma orientação do Inep para que os participantes estejam com os cabelos presos durante as provas do Enem. Apenas não será permitido o uso de itens de chapelaria, como chapéus e bonés.

    4. Se o celular ou qualquer outro aparelho eletrônico tocar durante as provas, o participante será eliminado do Enem 2019.

    VERDADEIRO

    O participante que deixar o telefone celular ou outro aparelho eletrônico emitir qualquer som durante a prova, mesmo que o item esteja desligado e na embalagem lacrada fornecida pelo aplicador, será imediatamente eliminado do Enem 2019.

    5. A Declaração de Comparecimento é obrigatória para todos os participantes do Enem.

    FALSO

    A Declaração de Comparecimento no Enem é direcionada aos participantes que precisarem comprovar a presença no exame, seja para justificativa no trabalho, seja para qualquer outro motivo particular. Ela não é obrigatória. Quem precisar deve imprimir a declaração na Página do Participante. Ela é personalizada e não poderá ser impressa no local de prova. O Inep não fornece a declaração após o exame.

    6. A única caneta permitida para a realização do Enem é a esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

    VERDADEIRO

    Nas provas do Enem, só é permitido portar caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. Lápis, lapiseiras e outros tipos de caneta não poderão estar sobre a mesa durante a realização do exame.

    7. O participante do Enem deverá utilizar roupa específica para fazer as provas.

    FALSO

    Não há nenhuma regra sobre a vestimenta dos participantes do Enem. No entanto, o Inep orienta que sejam utilizadas roupas leves e confortáveis, para o bem-estar durante as provas.

    8. Participantes que ficaram grávidas após a inscrição do Enem deverão solicitar atendimento específico.

    FALSO

    Gestantes que descobriram a gravidez após o período de inscrição no Enem 2019 poderão fazer as provas normalmente. Se for gerado algum incômodo durante o exame, essas participantes poderão comunicar a situação ao aplicador, para que sejam tomadas as providências necessárias.

    Horário – O Inep recomenda que os estudantes cheguem ao local do exame com antecedência. Os portões abrirão ao meio-dia (12h), pelo horário oficial de Brasília, e serão fechados às 13h. Outro ponto de atenção é a lembrança de que, em 2019, não há horário de verão.

    Enem – O exame é composto por quatro provas objetivas, totalizando 180 questões, e uma redação. As provas serão realizadas neste e no próximo domingo, 3 e 10 de novembro.

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