Os meios de comunicação, no Brasil e no mundo, têm contribuído para a mudança dos hábitos alimentares de crianças e adultos, estimulando o consumo de lanches calóricos e fast food, ao mesmo tempo em que difundem um novo padrão estético baseado no corpo ideal, esbelto. Essa influência preocupa os profissionais da área de alimentos e saúde, porque provoca o aumento do número de pessoas obesas e com transtornos alimentares.
Este é o foco da estudante de nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Ariana de Alencar Gonçalves Ferreira do Amaral, no seu trabalho de conclusão de curso. Com o tema Influência da Mídia no Comportamento Alimentar da População e sob a orientação da professora Maria Alice Araújo, a estudante buscou, na escassa literatura existente, dados que levassem a uma análise mais profunda do fenômeno. “Apesar de não existirem muitos estudos sobre esse assunto, os dados encontrados mostram um crescente aumento do consumo de lanches calóricos e industrializados, ligado à freqüente exposição de propagandas em revistas e televisão”, alerta Ariana Amaral.
O estudo indica que adolescentes e mulheres jovens são mais sensíveis a essa exposição, principalmente da 'indústria do emagrecimento', observando-se cada vez mais publicações de dietas, cardápios semanais, com pessoas famosas opinando e indicando meios para se conseguir o emagrecimento e, junto com ele, sucesso pessoal, profissional, felicidade e juventude. A televisão é um dos veículos de comunicação mais utilizados para o entretenimento e educação, sendo a maior fonte de informação sobre o mundo, transmitindo aos mais diversos lugares e culturas informações sobre como as pessoas se vestem, o que pensam, como aparentam ser e o que comem. Com toda essa influência 'sutil', vendem-se produtos, padrões e estilos. ”Isso faz com que grande parcela da população, principalmente a que se encontra em processo de auto-afirmação, seja influenciada”, ressalta Ariana.
A estudante analisa como necessário aprofundar a discussão sobre o papel da educação alimentar e nutricional. A difusão de práticas alimentares saudáveis pelos próprios meios de comunicação e o desenvolvimento de políticas de promoção da saúde o mais precocemente possível, segundo Ariana, poderiam criar indivíduos mais críticos na escolha de produtos.
O levantamento bibliográfico foi feito pelo Sistema de Comutação Bibliográfica (Comut), localizado na Biblioteca Central da Ufal, pelo sistema Lilacs de informação, livros, textos, periódicos e pela internet. Na conclusão da pesquisa, a futura nutricionista propõe que professores e profissionais das áreas de alimento, saúde e comunicação utilizem tecnologias de informação e desenvolvam estratégias eficazes de educação nutricional. “Meu objetivo maior foi mostrar a importância de se ampliar e aprofundar a discussão sobre a influência da mídia no comportamento alimentar da população”, destaca Ariana, que apresentou o assunto a pedido da orientadora na disciplina de nutrição social na Faculdade de Nutrição da Ufal.
Márcia Rejane de Alencar