Especialistas em educação reuniram-se nos dias 14 e 15, na USP, em São Paulo, para discutir o uso de tecnologias em informação e comunicação (TICs) na educação pública. O enfoque principal do debate foi a idéia de o governo adquirir laptop de baixo custo para todos os estudantes e professores brasileiros.
Participaram do encontro coordenadores regionais do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) da Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC) e especialistas em educação de todas as regiões do país. O evento foi organizado pelo Ministério da Educação (MEC), com apoio da Presidência da República, ministérios de Ciência e Tecnologia, Comunicações e outras entidades integrantes do grupo de trabalho - criado para estudar a possibilidade de aquisição dos computadores pelo governo brasileiro.
Na abertura da reunião, o assessor especial da Presidência da República, Cézar Alvarez, ressaltou que o grupo de trabalho vem analisando a questão desde o início do segundo semestre deste ano. Ele destacou que a intenção do governo é participar da especificação, do desenvolvimento e produção da referida tecnologia com a comunidade acadêmico-científica e educacional brasileira.
Conforme o coordenador do grupo no MEC, José Eduardo Bueno, durante os dois dias de evento, mais de 50 participantes fizeram abordagens pedagógicas, metodológicas, de conteúdos e usabilidade do laptop.
De acordo com Mauro Pequeno, da Universidade Federal do Ceará (UFCE), “a iniciativa é valiosa, mas requer alguns cuidados para que possa servir potencialmente à proposta pedagógica. Não basta somente entregarmos os computadores aos alunos, precisamos iniciar o projeto pela escola, capacitando os professores”, lembra Pequeno, salientando que o ProInfo já faz um trabalho dentro destes moldes há dez anos, quando foi lançado pelo MEC.
A professora Bea Magdalena, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), também destacou o trabalho realizado pelo ProInfo em relação à capacitação de professores para trabalhar com as TICs em sala de aula. Para Bea, o ProInfo já executou ações desta natureza. “O MEC já tem know how para definir a usabilidade do laptop em sala de aula”, definiu.
Para a professora Bete Almeida, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da USP, a proposta do computador é essencial. “Este projeto fará da escola um pólo de produção, gestão e disseminação do conhecimento”. Ela enfatizou ainda que “este será um espaço de vivência e resolução de problemas não só do aluno, mas de toda a comunidade que tiver acesso a ele. Esta ferramenta (laptop) criará condições para a quebra de paradigma da educação”.
O coordenador de Pós-Graduação em Educação da PUC/MG, Simão Pedro, também concorda que a utilização de um laptop por aluno no processo educacional será revolucionária. Também reforça a opinião dos demais especialistas, dizendo que, como a discussão em torno desta iniciativa já vem sendo realizada pelo MEC há dez anos, “só precisamos utilizar as experiências já aplicadas e aprimorar a questão”, concluiu.
Esta foi a 1ª Reunião de Trabalho de Especialistas em Educação para Avaliação do Uso Intensivo das Tecnologias em Informação e Comunicação na Educação Pública Brasileira. Segundo José Eduardo Bueno, a próxima reunião deverá ocorrer no início do próximo ano, e tratará do uso intensivo das TICs na comunicação. (Assessoria de Imprensa da Seed)