A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) foi contemplada pela segunda vez com o Programa de Ações Afirmativas para a População Negra (Uniafro), realizado pelo MEC. Com novos recursos do ministério, R$ 50 mil, a Udesc, além de dar continuidade, reforçará o Programa Diversidade Étnica na Educação (PDEE), executado em parceria com várias instituições estaduais e municipais catarinenses.
O PDEE apóia políticas públicas voltadas à promoção da diversidade, igualdade e inclusão social. Este ano, desenvolverá ações educativas e afirmativas nas seguintes áreas: formação de professores; produção de material didático; fortalecimento institucional; estudos e projetos; e acesso e permanência no ensino superior. O trabalho é desenvolvido dentro da universidade e chegará aos municípios de Lages, Itajaí, Criciúma e São Bento do Sul.
Entre as ações previstas para este ano destaque para o 2º Seminário Multiculturalismo: História, Educação e Populações de Origem Africana, que começa no dia 06 de julho no Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos - Cefid/Udesc.
Quem está à frente do Programa Diversidade Étnica na Educação é o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Udesc, com a supervisão da pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da universidade. No ano passado, o Neab realizou, em escolas da Grande Florianópolis, palestras, apresentações artísticas e exposições de painéis sobre as populações de origem africana em Santa Catarina.
O Neab da Udesc realizou também no ano passado o seminário Por uma Educação das Relações Étnico-raciais para 500 professores da educação básica da rede pública, com a presença da conselheira do Conselho Nacional de Educação, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, em teleconferência veiculada pela TV Anhatomirim. O objetivo foi discutir as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.
“Em 2005, realizamos com sucesso atividades de formação de professores e para a comunidade escolar catarinense, beneficiando cerca de 10 mil pessoas”, explica o professor Paulino Cardoso, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Udesc.
Paulino destaca ainda os encontros sistemáticos com gestores educacionais em vários municípios de Santa Catarina, que inclusive resultaram na criação de programas municipais de diversidade cultural na educação, em Criciúma e Itajaí, dois dos mais importantes municípios do estado. “Em 2006, estamos ampliando o trabalho”, explica o professor. Segundo ele, em julho próximo, o Neab publicará quatro livros didáticos sobre história e populações de origem africana e imprimirá 2.500 exemplares de quatro volumes da Coleção Educação para Todos.
O Neab/Udesc tem a meta de sensibilizar mil membros da comunidade acadêmica (professores, servidores e alunos) sobre a questão racial, além de formar multiplicadores e gestores na área. De acordo com Paulino Cardoso, o Neab é um espaço privilegiado de debate sobre diversidade e políticas de promoção de igualdade. “A Udesc não só tem apoiado nossas atividades como reconhecido o nosso trabalho, nos mais diversos momentos”, disse. Ainda segundo Paulino, o Neab/Udesc está presente nas principais regiões do estado onde há grande incidência de afro-descedentes.
Histórico - O Uniafro é desenvolvido pelas secretarias de Educação Superior (SESu) e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), ambas do MEC. No ano passado, 18 universidades brasileiras (nove federais e nove estaduais) foram contempladas pela Uniafro, dentre 42 instituições inscritas. Este ano, 22 projetos foram selecionados, dentre 30 inscritos, e cada um receberá do MEC até R$ 150 mil, a partir deste mês, para apoiar políticas de ação afirmativa para a população negra. O Uniafro visa dar acesso e permanência dos negros no ensino superior. Este ano, o programa tem R$ 2,5 milhões para apoiar projetos de ensino, pesquisa e extensão universitária voltados à implementação de políticas afirmativas. Confira a programação.
Repórter: Susan Faria