Incentivar o aluno na produção do conhecimento em sala de aula é um dos diferenciais das escolas com maior Indicador Efeito Escola (IEE), escolhidas pelo estudo Aprova Brasil, o Direito de Aprender. As experiências mostram que a gestão participativa, a presença dos pais na escola, o ensino diversificado, interdisciplinar e o empenho dos professores estimulam o aprendizado e colaboram para a criação de um espaço de formação plena.
A matemática e o português são trabalhados de forma diferenciada no Centro de Ensino nº 3, no Guará II, cidade-satélite de Brasília. A escola, destaque no Prova Brasil 2005, estimula o raciocínio lógico e a criatividade dos alunos em laboratórios feitos especialmente para a prática das disciplinas.
No laboratório de matemática, os alunos aprendem noções de medidas e geometria com a produção de maquetes de edifícios, torres, satélites e do sistema solar. O material didático não se restringe a livros e cadernos. Madeira, argila e isopor são utilizados na criação e produção de jogos matemáticos.
Outro destaque são as aulas de xadrez e as oficinas de Sudoku, um jogo numérico recomendado por educadores como exercício para o pensamento lógico. As atividades do laboratório conferiram à escola uma medalha de ouro na olimpíada brasileira de matemática em 2005, na categoria ensino médio.
O estudante da 6ª série do ensino fundamental, Edson Jonathan, foca o interesse da matemática nas aulas de xadrez e inúmeras possibilidades de uso da matemática. “O bom das aulas de matemática é que a professora ensina várias técnicas para fazer cálculos. Aprendi que não existe só uma forma de resolver os problemas”, afirma o estudante.
Segundo a professora de matemática Cássia Neves, o objetivo do laboratório é desenvolver nos alunos habilidades múltiplas proporcionadas pela matemática. Nas aulas de xadrez, por exemplo, os estudantes conhecem a história do jogo, contextualizam e aprendem noções de ética, respeito, competitividade e raciocínio lógico.
O importante, lembra a professora, é trabalhar a matemática de acordo com o foco de interesse dos alunos. “O interesse pela música e os estudos sobre Pitágoras levaram os alunos a descobrir que a música tem a ver com matemática. Inserimos, ainda, o teatro e a informática na apresentação dos trabalhos em classe. Assim, o aluno amplia os seus conhecimentos e os leva para a vivência cotidiana”, afirma Cássia.
A leitura, a escrita e a expressão oral são aperfeiçoadas no laboratório de português. A cada semana os alunos lêem trechos de livros, elaboram sínteses e as apresentam oralmente para a turma. “A prática contribui principalmente para o incentivo à leitura, pois muitas crianças e adolescentes não gostam de ler”, afirma a professora de português Marli Matos.
Integração − A integração entre professores, pais, alunos e funcionários da escola é definida pela gestão participativa, em que todos opinam sobre as decisões administrativas, pedagógicas e financeiras. A associação de pais, alunos e mestres desenvolve atividades financeiras e reverte os lucros para a manutenção da escola e a implantação de projetos extraclasse, como a radioescola.
Durante os intervalos, os alunos apresentam programas informativos sobre saúde, esporte, lazer e temas variados. Os programas são produzidos e apresentados pelos alunos com o monitoramento dos professores de diversas disciplinas.
“A iniciativa, assim como a execução de outros projetos da escola, tem caráter interdisciplinar com envolvimento e entrelaçamento de todas as disciplinas”, afirma a vice-diretora do centro de ensino, Cândida Vieira, que destaca o empenho dos professores como fator determinante para o bom resultado dos alunos na Prova Brasil.
Karla Nonato
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