Estudantes brasileiros e chineses de pós-graduação poderão em breve realizar cooperação universitária e intercâmbio científico. Um novo acordo entre agências dos dois países começou a ser elaborado pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).
O presidente da Capes, Jorge Guimarães, esteve reunido nesta segunda-feira, 17, em Pequim, com representantes do Conselho de Administração da Fundação de Estudantes Estrangeiros da China (CSC) e da Associação Chinesa de Educação para o Intercâmbio Internacional. As duas instituições, ligadas ao Ministério da Educação chinês, são similares à Capes. O conselho concede bolsas de estudos e a associação desenvolve a cooperação internacional chinesa.
O presidente da Capes tratou do acordo de cooperação universitária e do intercâmbio de pesquisa entre os dois países. “O Brasil e a China já possuem parcerias na área de ciência e tecnologia, como no desenvolvimento de satélites, mas agora ambos querem realizar a troca de experiências na área educacional, por meio do envio de estudantes e professores na graduação e pós-graduação”, explicou Guimarães.
O encontro em Pequim serviu para preparar o acordo que será assinado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a visita que fará à China, prevista para novembro.
Guimarães conheceu o trabalho de uma das mais importantes universidades na área de petróleo e gás do mundo, a Universidade Chinesa de Petróleo, em Pequim. Segundo ele, a instituição possui 11 focos diferentes sobre o setor petrolífero, na graduação e na pós-graduação. No doutorado, por exemplo, são 12 linhas de pesquisa: geofísica aplicada, tecnologia do solo e informação tecnológica, mineralogia, engenharia geológica, engenharia de petróleo e gás, engenharia de transporte de petróleo e gás, engenharia química, catálise industrial, química aplicada, engenharia bioquímica, processamento químico e desenho mecânico de instrumentos.
Outro aspecto importante da instituição é a infra-estrutura. “A universidade tem excelentes instalações, com laboratórios e alojamento para os alunos. Há estudantes da França, Alemanha, Rússia, Estados Unidos, mas ainda faltam os brasileiros”, disse o presidente da Capes, que prevê a mudança desta situação: “Assinando o acordo, vamos fazer intercâmbio científico entre alunos, professores, pesquisadores e cientistas”.
Segundo Guimarães, os brasileiros terão um ano de aprendizado de chinês (mandarim) e os chineses aprenderão a língua portuguesa. O acordo deverá seguir os moldes de parcerias internacionais que a Capes mantém com outros países. Entre os benefícios oferecidos aos grupos de pesquisa selecionados estão bolsas de estudos, financiamento de passagens aéreas e alojamento. Além disso, as duas partes isentam os bolsistas das taxas acadêmicas.
Repórter: Adriane Cunha