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  • O projeto de divulgação científica da UFSCar transforma temas científicos, explicados por fenômenos químicos, em encenações teatrais itinerantes pelo Brasil (foto: Núcleo Ouroboros/UFSCar)“Odeio química, química, química!” Talvez, se os professores de Renato Russo tivessem usado a criatividade do teatro para ensinar química no palco, a letra da música fosse outra. Desde 2004, uma iniciativa do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem despertado paixões por essa área do conhecimento. O projeto Ouroboros de Divulgação Científica transforma temas científicos, explicados por fenômenos químicos, em encenações teatrais itinerantes pelo Brasil.

     

    “Química é difícil mesmo, mas é possível aproximá-la dos alunos, quebrando essa má impressão e essa visão de disciplina vilã”, garante a diretora do Núcleo Ouroboros da UFSCar, Karina Omuro Lupetti. Pátios de escolas, salões de igrejas, praças públicas e até mesmo salas de aula viram palco para os alunos-atores. Mais de 150 estudantes de graduação em química já foram formados pelo projeto de divulgação científica, que tem mais de 15 montagens teatrais com textos adaptados a públicos diferentes, da educação infantil à graduação.

     

    O objetivo do projeto é aproximar a população em geral dos conhecimentos e do meio cultural vivido dentro das universidades. O próprio nome do projeto desperta curiosidade. Ouroboros é a representação de uma serpente ou dragão que morde a própria cauda. O nome vem do grego antigo e significa “aquele que devora a própria cauda”. É um símbolo relacionado com a alquimia e contém as ideias de autofecundação, de eterno retorno. Uma das peças encenadas pelos estudantes faz referência aos alquimistas que buscam o elixir da vida eterna, o Santo Graal, que salvaria o lendário Rei Arthur.


    Encontro — De 7 a 10 de agosto, será realizada na cidade serrana de Pacoti, a 95 quilômetros de Fortaleza, a sétima edição do Encontro Ciência em Cena de Teatro Científico. A organização do evento é do grupo Tubo de Ensaio, da Faculdade de Educação de Itapipoca da Universidade Estadual do Ceará (Facedi-Uece). Além dos estudantes da UFSCar, participarão grupos de teatro de universidades do Ceará (UFCE), de São Paulo (USP) e de Portugal. As encenações serão gratuitas. A peça apresentada pelo Núcleo Ouroboros tratará do tema pecuária sustentável.

     

    “Será um teatro de sombras, e os personagens viajarão pelos biomas, onde enfrentarão problemas como queimadas e desmatamentos”, explica a professora Karina, doutora e pós-doutora em química. Mas o que tem a química a ver com essas questões ambientais? “Costumo dizer que a ciência contextualizada muda a visão de mundo, cria uma mentalidade crítica. É uma alfabetização científica.”

     

    A química estará, por exemplo, nas falas dos personagens aos explicarem as reações dos gases do efeito estufa, a química que produz a eructação bovina (o popular arroto do boi) e o impacto disso na emissão de gás metano na atmosfera e, por consequência, no aquecimento global. Além das apresentações teatrais, os alunos-atores participarão de oficinas com temas variados envolvendo a química.

     

    A empolgação pelo projeto de teatro é tanta que alguns ex-alunos continuam participando das peças como voluntários. É o caso de João Henrique Nunes, 24 anos, apaixonado pelas artes cênicas e também por ciências. “É uma oportunidade de juntar essas duas paixões em uma atividade que rompe os muros da universidade e leva conhecimento a diferentes públicos”, avalia. “Cada apresentação, cada intervenção, cada bate-papo com os diferentes tipos de público gera crescimento e amadurecimento. Continuo no projeto porque, mesmo sendo eu quem supostamente deveria ensinar, ainda aprendo.”

     

    Desde 2006 no grupo de teatro, o estudante Tiago Martins Pereira, 30 anos, do quinto semestre de licenciatura em química pela Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), pretende ensinar química nas salas de aulas do ensino fundamental e médio. “O teatro de química nas escolas abre possibilidade de absorver o conhecimento científico de forma lúdica”, diz o estudante. Ele se apaixonou pela matéria ainda criança, assistindo ao Mundo de Beakman, programa exibido pela TV Cultura entre 1994 e 2002, com abordagem divertida de conceitos científicos. “Gostava de misturar os produtos de limpeza em casa e, no ensino médio, uma professora me fez gostar ainda mais de química.”


    Efeitos — Em algumas das peças, os estudantes aprendem reações químicas para produzir fumaça e luminosidade. São efeitos visuais que aparecem no palco e despertam dúvidas e curiosidades na plateia. “Esses questionamentos podem ser trabalhados depois pelos professores em sala de aula”, sugere João Henrique. Ele diz que o teatro como método de divulgação científica está inserido no que é chamado de ensino não formal, que tem por objetivo corroborar o método formal. “O teatro traduz aquele conteúdo científico, tido como denso e desinteressante, em uma linguagem lúdica, que gera a curiosidade e a vontade de aprender mais sobre determinado conteúdo.”

     

    A professora Karina concorda. Segundo ela, a linguagem artística do teatro deixa a química mais próxima do dia a dia dos alunos. “A contextualização ajuda a descomplicar a química. Os alunos precisam enxergar que a ciência, de modo geral, está inserida no cotidiano e tem inúmeras aplicações, que muitas vezes eles nem imaginam”, acrescenta João Henrique, professor em cursinho pré-vestibular comunitário de São Carlos (SP).


    Rovênia Amorim

     

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  • Estudantes de Brasília foram premiados por apresentação teatral no interior paulista: “O sucesso é a consequência do que se faz corretamente” (foto: Luiz Aureo)Alunos do Grupo Cutucart, do Centro Educacional 1 do Cruzeiro, em Brasília, foram premiados em cinco categorias no Festival Luz, Palco e Ação (Lupa), realizado em São José do Rio Preto, no interior paulista, em 2010. A peça Seca, escrita pelos próprios alunos, recebeu os prêmios de melhor ator, melhor roteiro, melhor iluminação, melhor cenário e pesquisa corporal.

    “Não poderia ter sido melhor. Fomos com a intenção apenas de participar e colher experiência, mas fomos surpreendidos com essa premiação”, diz o professor Getúlio Sousa Cruz, coordenador do Cutucart. “Isso prova que estamos no caminho certo.”

    Segundo o professor, os estudantes, além de surpresos, ficaram orgulhosos. “Isso é que pregamos no nosso trabalho: o sucesso é a consequência do que se faz corretamente”, ressalta Getúlio, professor da rede de ensino do Governo do Distrito Federal, bacharel e licenciado em artes cênicas, com pós-graduação em docência do ensino superior.

    O Cutucart surgiu a partir do projeto Oficina de Artes Cênicas, realizado na escola desde 2006 e desenvolvido, de forma opcional para os estudantes, no turno oposto ao das aulas. A oficina, aberta a todos os alunos que tenham interesse em teatro, surgiu em conjunto com o projeto Oficinas Interdisciplinares e Alternativas (OIA), em parceria com as disciplinas de português, história, física, educação física e artes.

    Além de participar dessa atividade, Getúlio leciona artes cênicas no oitavo e no nono anos do ensino fundamental.

    De acordo com o professor, o projeto de artes cênicas exige disciplina, compromisso, respeito, cidadania e prepara para a vida. “Todos os alunos que passaram pelo projeto tiveram melhoria no rendimento escolar e na vida profissional”, destaca. “Já temos ex-alunos na Universidade de Brasília (UnB), na Universidade Católica de Brasília (UCB) e na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes.”

    Com apenas quatro anos de existência, o grupo já tem muitas apresentações em seu currículo: Quem Casa quer Casa (Martins Pena); Uma Véspera de Reis (Arthur Azevedo); Os Estatutos do Homem (Tiago de Melo) e A Vida de Galileu Galilei(Bertold Brecht) são algumas das peças já encenadas. Desde 2006, os estudantes do grupo participam do Festival Teatro na Escola, promovido pela Fundação Athos Bulcão, de Brasília. Em 2010, com a peça O Verbo é o Lixo, de criação coletiva, receberam a maior menção do festival, que apenas avalia os destaques, sem premiação.

    Fátima Schenini

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  • O grupo Gattu, do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do sudeste de Minas Gerais, quer tornar o teatro acessível a alunos de escolas públicas de Juiz de Fora (MG). Pensando nisso, em uma iniciativa inédita, realizou sessões especiais de teatro para estudantes de escolas localizadas no entorno da instituição. Ao todo, 300 crianças das escolas estaduais Professor Quesnel e Antônio Carlos assistiram à peça infantil Pluft, o Fantasminha.

    Denominado pelo grupo de Projeto Escola, as sessões visam principalmente reforçar as atividades de extensão desenvolvidas para a comunidade. O Gattu não possui fins lucrativos e é formado por alunos e ex-alunos do instituto, que pretendem estender as apresentações a outras escolas da cidade.

    Márjori Correa Mendes, que cursa o 3º ano do ensino médio no instituto federal e é a protagonista da peça – ela interpreta o fantasma Pluft no clássico de Maria Clara Machado – foi quem teve a ideia do projeto. Ela conta que a inspiração partiu de um grupo de amigos, que realizou um espetáculo voltado para pessoas carentes. Como gostou da iniciativa, sugeriu ao grupo que fizessem algo parecido.

    “Fazemos teatro por amor, e essa é uma forma de tornar a arte acessível às crianças que geralmente não podem ir”, explica Márjori. A aluna lembra também o caráter de inclusão da iniciativa, que desperta o gosto pelo teatro desde cedo. “Nossa instituição é uma escola federal, que obtém mais recursos e tem o dever de retribuir, de alguma forma, para a comunidade da qual faz parte”, defende.

    Arte para todos – Para Wagner Belo, professor do campus Juiz de Fora do instituto federal e um dos diretores do Gattu, a instituição está em uma posição privilegiada em relação às demais, e localizada em uma região periférica da cidade, cuja maioria das pessoas não tem acesso ao teatro como cultura transformadora. O motivo, segundo ele, muitas vezes não é financeiro, mas cultural.

    “Existe uma barreira social que impede essas pessoas de terem acesso à arte. Elas acham que não é coisa para elas. Por isso é importante quebrar essa barreira e levar o teatro até as escolas, e também sensibilizar os atores, que são alunos, para esse público”, afirma Wagner.

    Assessoria de Comunicação do instituto federal do sudeste de Minas Gerais
  • O mestrado profissional é considerado um espaço de criação e produção artística, que permite observar o ensino de artes além da sala de aula (arte: Mário Afonso/MEC)Professora de artes no município mineiro de Araguari, Laíza Coelho tem o teatro como tema de suas aulas, ministradas uma vez por semana a alunos do nono ano do ensino fundamental e dos dois primeiros do ensino médio. Com licenciatura em teatro, Laíza cursa o Mestrado Profissional em Artes, com área de concentração em ensino de artes.

    “O curso tem superado minhas expectativas”, diz. “Dividir experiências com professores de todo o país e, juntos, buscarmos novas soluções para problemas que parecem ser comuns a todos é uma experiência muita rica”, avalia. Segundo Laíza, que leciona nas escolas estaduais Professora Katy Belém e Professor Antônio Marques, o mestrado é também um espaço de criação e produção artística e permite enxergar o ensino de artes além da sala de aula, abrangendo a formação pessoal e mais humanizada tanto do aluno quanto do professor. “Isso faz valer a pena”, enfatiza.

    O programa, coordenado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), é oferecido em 11 instituições de educação superior, com aulas presenciais e a distância. As aulas de Laíza são oferecidas no polo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

    A Universidade de Brasília (UnB) também está credenciada a oferecer o mestrado profissional em artes. Um dos participantes é Hugo Nicolau Vieira de Freitas, que leciona teatro a alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental na Escola-Parque 313–314 Sul, em Brasília.

    Para Hugo, o mestrado representa a oportunidade de crescimento profissional. “É uma forma muito direta de tentarmos mudar a realidade da educação pública brasileira por meio da formação de qualidade dos docentes”, ressalta. “É também possibilidade de formação continuada e de contato com a pesquisa.”

    Com licenciatura em artes cênicas e em pedagogia e experiência de oito anos no magistério, Hugo considera proveitosa a participação no curso de mestrado. “O Mestrado Profissional em Artes possibilita a reflexão das nossas práticas como docentes”, diz. “Ao trazer uma abordagem voltada para aprendizagem significativa, o mestrado proporciona nova dinâmica na formação continuada do professor e também na formação que esse professor passa a oferecer aos alunos.”

    No curso, Hugo tem como objeto de pesquisa o ensino de teatro partindo da leitura do espaço. “Saímos do ensino tradicional do teatro, que em geral tem início na parte corporal, e passamos a construir um ensino partindo do olhar, da observação, da leitura que fazemos dos lugares que ocupamos no mundo, refletindo nossa relação com esses espaços”, salienta.

    Dissertação — O tema da dissertação de Laíza Coelho está ligado à possibilidade de vivenciar um processo de criação teatral com os alunos no contexto de uma disciplina inserida em uma grade curricular. “Além disso, a pesquisa trabalha com a viabilidade de um olhar de apaziguamento e mediação trazido pela arte em um espaço de notória violência, como tem se revelado ser o espaço escolar”, salienta.

    De acordo com o coordenador nacional do Mestrado Profissional em Artes, professor André Carreira, da Udesc, o curso teve início em agosto de 2014, com 177 alunos matriculados. O programa funciona nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo e no Distrito Federal.

    “Essa é uma oportunidade ímpar porque tem como eixo a própria atividade do professor na escola, na sala de aula, com os alunos. É ali que será realizada a pesquisa de mestrado”, ressalta Carreira. “O professor pode ter acesso a novos conceitos e a toda uma produção intelectual renovadora no que se refere à reflexão sobre as artes da escola.”

    Ao mesmo tempo, segundo Carreira, o projeto pretende produzir mais interação entre a universidade e as escolas onde trabalham os mestrandos. “Isso tem como objetivo estimular a reflexão sobre as práticas de ensino e valorizar e multiplicar as práticas artísticas nas escolas.”

    Fátima Schenini

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  • Com a brincadeira de balões em sala de aula, os alunos aprenderam a interpretar poema de Manuel Bandeira A falta de informações sobre maneiras de ministrar aulas de literatura infantil para crianças levou a professora Andréa Albano Nunes, de Campo Verde, Mato Grosso, a criar um blog para troca de experiências com outros professores. Criado em 2008, o blog Sala de Literatura Infantilcontém registros das aulas de Andréa, professora do Centro Educacional Paulo Freire há quatro anos.

    Formada em letras, com habilitação em literatura e especialização em linguística aplicada ao ensino da língua materna e literatura, Andréa dá aula nas oficinas de literatura e teatro oferecidas a todas as turmas da escola, desde a educação infantil até o quinto ano do ensino fundamental. As oficinas desenvolvem os dois temas ao mesmo tempo, de forma integrada, em uma sala própria.

    Como a linguagem poética é abstrata e carregada de metáforas, a professora tem um cuidado especial durante as aulas de poesia. “O objetivo não é assustar a criança com algo que ela não compreende, mas mostrar que a poesia está próxima delas e o quão agradável é o texto poético”, justifica. Ela apresenta às crianças poemas que possam ser explicados em forma de história. Depois de contar a história, a professora lê o texto original. “A criança tem o direito de acesso ao texto literário e a toda a singularidade com que a obra literária é composta”, afirma. Em seu trabalho com os alunos, Andréa inclui a realização de atividades lúdicas relacionadas com o que foi lido.

    Na aula em que foi apresentada a poesia Balõezinhos, de Manuel Bandeira, houve brincadeira de balão na sala de aula. “Isso levou as crianças, de certa forma, a fazerem parte do poema, brincando de balão, tal como o personagem da poesia queria fazer”, salienta Andréa. Para a professora, a criação de poemas acontece de forma natural na sala de aula, depois que os estudantes leem e brincam com a poesia. Ele admite ter surpresas agradáveis e cita, como exemplo, uma criança que escreveu uma metapoesia — poesia em que o autor atua como crítico para analisar o próprio poema e julgar sua capacidade criativa. “O aluno não sabe que é metapoesia, mas sabe imprimir o sentimento de poeta. É isso que importa”, analisa.

    Para estimular a leitura de poesia, Andréa utiliza o microfone. É uma forma, segundo ela, de facilitar a percepção das várias formas de sons que aparecem. “Isso diverte as crianças e as encanta”, diz. “Elas ficam repetindo o poema que mais chama atenção pela sonoridade.” A professora entende que esse tipo de trabalho estimula o aprendizado das principais características e figuras de linguagem encontradas em uma poesia, sem que os alunos percebam que estão aprendendo conteúdo escolar.

    Os alunos de Andréa escreveram três livros de contos e poesias desde 2008, com textos e ilustrações deles mesmos. O lançamento das obras ocorre em noites de autógrafos.

    Fátima Schenini

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  • As múltiplas aprendizagens proporcionadas pelo teatro, tanto para os aprendizes em cena quanto para os que vibram, torcem e interagem enquanto espectadores, são o tema do Salto Para o Futuro desta quarta-feira, 31. A TV Escola exibe o programa às 20 horas, e o senso de coletividade que o teatro desperta será debatido pelo ator e dramaturgo Pedro Medina e pela professora Marisa Sá, do Projeto Galpão Aplauso.

    Pedro Medina lembra que, no palco, não é só o ator que está presente. “A gente tem um elenco dentro da gente e, quando fazemos teatro, colocamos este elenco para fora. E assim a gente se desenvolve de maneira mais plena.”

    Para Marisa Sá, o sentido do coletivo é construído quando eles vivenciam outras experiências que não são, necessariamente, do contexto de vida em que estão inseridos. “De alguma maneira e em algum momento aquilo vai chegar até você, seja você plateia, seja como estudante.”

    O programa desta semana está cheio de arte, diversão e conhecimento. A exibição será às 20 horas. E também em tempo real na página da TV Escola na internet ou nos aplicativos da emissora.

    Acesse a página da TV Escola na internet        

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Apresentação teatral de estudantes da escola de Inhumas: encenações a partir de textos coletivos vinculados à realidade (foto: arquivo da escola)O Colégio Estadual Manoel Vilaverde, no município goiano de Inhumas, desenvolve desde 2007 um bem-sucedido projeto de teatro. Com a participação de alunos de diversas turmas de ensino médio, o projeto interdisciplinar Interfaces; O Teatro Está em Nós cresceu, ultrapassou os muros da escola e desperta vocações.

    De acordo com o professor José Carlos Henrique, um dos responsáveis pelo projeto, alguns estudantes continuam envolvidos com o teatro após a conclusão do ensino médio. Há os que optaram por fazer curso superior na área teatral e os que continuam trabalhando com teatro, embora busquem outra formação universitária.

    Surgido inicialmente como experimentação da linguagem teatral e suas possibilidades no contexto educacional, o projeto Interfaces também buscava experiência interdisciplinar. “Sempre nos norteou a perspectiva de um trabalho costurado com outras disciplinas, o que amplia as possibilidades de aprendizagem e outras vivências”, explica José Carlos, formado em história e em artes cênicas e com mestrado em história.

    Segundo o professor, a ideia inicial das encenações partiu de uma parceria entre as disciplinas arte, história e química, na abertura de uma feira de ciências na qual se fez um retrospecto das principais descobertas científicas do homem ao longo da história. Com o passar do tempo, foram surgindo caminhos para as encenações a partir de textos coletivos vinculados à realidade. “Pensava-se em um problema social e, em seguida, em sua possível solução”, lembrou José Carlos. “Isso gerou troca de informações e, claro, nos possibilitou ir além no trabalho, à medida que as discussões avançaram.”

    Em 2009, foi preparada uma apresentação sobre os problemas ocasionados pelo uso de drogas. A idéia central era relembrar os 40 anos do Festival de Woodstock, nos Estados Unidos. “Após lançarmos a idéia da peça, colocamos literalmente a mão na massa, com todo o processo de preparação do espetáculo”, disse o professor. “Os alunos fizeram pesquisas de figurino, assistiram ao filme Hair (EUA, 1979), de Milos Forman, sobre o período do movimento hippie, ouviram músicas da época e preparam a trilha sonora”, explicou. “Ao mesmo tempo, pesquisaram sobre os efeitos de determinadas drogas no organismo.”

    A encenação, com cerca de uma hora, contou com 40 estudantes, 22 deles integrantes do projeto — os demais mostraram interesse em participar e foram incluídos. “A apresentação superou as expectativas quanto à receptividade e alcance”, disse o professor.

    Em 2010, o colégio implantou disciplinas optativas. O Interfaces foi inserido na disciplina de artes cênicas, oferecida nos turnos matutino e vespertino. O trabalho foi centrado, primeiramente, em jogos de socialização e sensibilização e, posteriormente, na criação de encenações pelos alunos. Reunidos em grupos, eles tinham como tarefa elaborar esquetes sobre os temas enfocados, tais como família e geriatria, e elaborar diálogos por meio de improvisação.

    Segundo José Carlos, os alunos relataram, este ano, que as aulas de teatro proporcionaram mais concentração nos estudos, além de facilitar a socialização dos mais tímidos, até mesmo no caso de apresentação de trabalhos em outras disciplinas.

    Fátima Schenini

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  • A Cia. de Teatro Língua de Trapo monta espetáculos que exploram os diversos elementos das artes cênicas, como cenário, figurino, iluminação, sonoplastia e maquiagem (foto: altashabilidadesplan.blogspot.com)Professora da rede de ensino do Distrito Federal há 25 anos, Isabel Cavalcante trabalha com o teatro em sala de aula desde 1996, quando passou a desenvolver o projeto Integrar–Artes Cênicas e Artes Visuais, em parceria com a professora Rejane Araújo, da área de artes visuais, no Centro de Ensino Fundamental 4, em Planaltina. Em 2005, na mesma instituição, ela passou a trabalhar com alunos de altas habilidades.

    “O que mais me encanta, além do talento dos alunos, é o envolvimento”, ressalta. “Todos estão ali porque querem estar e trabalham com uma felicidade contagiante; a participação ativa do aluno e de sua família é marcante e faz toda a diferença.”

    A maior satisfação de Isabel é realizar, com os alunos, todos os projetos sonhados. “Ver o quanto isso os deixa felizes, faz bem a eles, melhora a autoestima e os torna seres humanos melhores, mais expressivos, mais confiantes, com mais objetivos na vida, tudo isso é a minha realização e a minha felicidade”, destaca.

    Atriz por mais de 20 anos, ela diz não ter mais tempo para atuar, em razão das atividades que desenvolve com o teatro em sala de aula. “De vez em quando, eu me visto com os meus personagens e conto histórias para matar um pouco a saudade”, revela.

    Em parceria com a escola, com a comunidade e com as famílias dos alunos, Isabel construiu uma sala na instituição e formou, em 2004, a Cia. de Teatro Língua de Trapo. “Lá, atendo alunos originários de qualquer escola da cidade e de fora”, diz. “Atualmente, atendo 38 alunos de 12 escolas diferentes das zonas urbana e rural de Planaltina e tenho uma lista de espera de 116 estudantes.”

    Os alunos são atendidos duas vezes por semana, no horário inverso ao das aulas. “Trabalhamos tudo o que envolve o teatro”, garante. “Fazemos toda a preparação corporal do aluno, liberação de movimentos, expressão corporal, facial, voz; montamos cenas de teatro mudo; trabalhamos com a arte de contar histórias.”

    No projeto Integrar–Artes Cênicas e Artes Visuais o aluno passa por todas as etapas que envolvem a atuação, como preparação corporal, liberação de movimentos, expressão corporal, facial e voz (foto: arquivo da Cia. de Teatro Língua de Trapo)Segundo a professora, são montados grandes espetáculos, que exploram todos os elementos do teatro — cenário, figurino, iluminação, sonoplastia, maquiagem. “O aluno é trabalhado em sua totalidade, e isso tem um reflexo extremamente positivo em sua vida familiar, escolar e social”, destaca Isabel, que tem licenciatura plena em artes cênicas pela Faculdade Dulcina de Moraes e pós-graduação na área de inclusão social pela Universidade de Brasília (UnB).

    Os espetáculos dirigidos por Isabel Cavalcante chegam, hoje, a vários locais, dentro e fora de Brasília. Em 2012, a Cia. Língua de Trapo abriu a 11ª Edição do Festival de Teatro na Escola da Fundação Athos Bulcão, com o espetáculo O Auto da Compadecida, e foi selecionada pelo programa Mais Cultura–Microprojetos Bacias do São Francisco, com o espetáculo O Caminho das Águas. Em 2013, o grupo foi um dos 15 selecionados no país para o Festival Estudantil de Teatro (Feto), em Belo Horizonte, onde apresentou o espetáculo O Bem-Amado, de Dias Gomes.

    Sempre que surge uma oportunidade, Isabel encaminha os alunos para testes. “Já tivemos um aluno selecionado para o filme A Arte de Andar pelas Ruas de Brasília, que participou do Festival de Cinema de Brasília”, afirma. “Já temos três ex-alunos formados em artes cênicas e outros quatro cursando, e já fomos selecionados para alguns festivais e matérias em emissoras de televisão.”

    Fátima Schenini

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  • Palhaços, cantigas de roda, fantasias, canções, tambores e batuques deram as boas vindas ao público na inauguração do Teatro Universitário Cláudio Barradas, da Universidade Federal do Pará (UFPA), na última sexta-feira, 19.

    “O teatro é um vírus que a gente pega e que, graças a Deus, não tem cura. Com todas as nossas limitações de espaço e falta de meios, a arte feita aqui sempre foi magnífica. Por isso, me sinto honrado e emocionado ao ver nosso antigo sonho se tornar real”, agradeceu o padre Cláudio Barradas pela homenagem que leva seu nome.

    O diretor do Instituto de Ciências da Arte, Afonso Medeiros, explicou que o nome escolhido para o espaço representa uma geração de artistas, cujas histórias de vida, além da de Cláudio Barradas, se confundem com as histórias do teatro no Pará e do teatro como ciência na universidade, como as de Maria Sylvia Nunes e de Eri Correia. “Esperamos estar à altura do sonho que vocês nos transmitiram”, disse Afonso.

    Já o reitor da UFPA, Alex Fiúza de Mello, ressaltou que os investimentos em artes fazem parte de uma visão estratégica da universidade. “Enquanto a ciência produzida na Amazônia tem dificuldades de se tornar uma referência mundial devido ao seu histórico de atraso tecnológico, no campo das artes, podemos obter um Prêmio Nobel. Por meio das artes, filmes,  peças de teatro, danças, melodias, ritmos e da literatura podemos, estrategicamente, mostrar a cor, o cheiro e o olhar do amazônida sobre a Amazônia ao mundo.”

    Assessoria de Imprensa da UFPA
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