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  • O acesso de crianças brasileiras a creches deu um salto na última década, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Censo Escolar. Em 2000, essas unidades atendiam 916.864 crianças até três anos de idade. No ano passado, o número de matrículas chegou a 2.298.707. O aumento supera os 150%.

    Em 2010, o Brasil atendeu em creches 23,6 % das crianças até três anos de idade — mais de dois milhões estavam matriculadas. Dez anos antes, as creches recebiam 9,4% das crianças.

    Dados de 2010 do IBGE apontam a região Sudeste com a maior taxa de frequência em creches. O atendimento abrangeu 28,2% dos meninos e meninas até três anos. Santa Catarina é o estado com a maior taxa, de 34,5%, com 112.660 matrículas, número que se elevou para 120.995 no ano passado.

    Com o segundo maior percentual de crianças atendidas, São Paulo registra o maior número absoluto de matrículas, de acordo com o Censo Escolar de 2010. Foram 636.793, que correspondem a 31,9% das crianças. Em 2011, o número subiu para 761.843 matrículas na mesma faixa etária.

    Entre 2000 e 2010, entretanto, a região Centro-Oeste foi a que registrou o maior aumento no número de crianças matriculadas. Na década, o atendimento subiu de 6,3% (55.195) para 18,2% (139.550).

    Pré-escola — De acordo com o Censo de 2010 do IBGE, 80,1% dos brasileiros entre quatro e seis anos vão à escola. Em 2000, esse percentual era de 61,4%. Ceará e Rio Grande do Norte são os estados com as maiores taxas de atendimento. Os cearenses, com 92,2%, o que representou, em 2010, o total de 256.256 matrículas. No Rio Grande do Norte, o índice passou de 75,2% em 2000 para 90,1%. A média do Nordeste é de 86,3%.

    Assessoria de Comunicação Social
  • Todas as crianças têm direito à educação, com um ensino de qualidade que colabore para o seu desenvolvimento, a prepare para o exercício da cidadania e a qualifique para o trabalho. Esses direitos estão assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e estão elencados como prioridade na gestão do ministro da Educação, Mendonça Filho. “Eu quero celebrar esse Dia das Crianças dizendo do esforço do MEC para que a gente possa espalhar uma educação pública de boa qualidade, em parceria com estados e municípios de todo o Brasil”, afirma.

    Primando por esse objetivo, o MEC vem realizando diagnósticos sobre a real situação dos programas da pasta, de modo a oferecer melhorias que viabilizem sanar as deficiências do sistema educacional brasileiro. Exemplo disso é o programa Novo Mais Educação, instituído nesta terça-feira, 11, por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União. A meta é melhorar a aprendizagem em português e matemática no ensino fundamental, ampliando a jornada dessas disciplinas no contraturno escolar. A complementação da carga horária pode variar de cinco a 15 horas semanais.

    “Agregar disciplinas como português e matemática, reforçando a disponibilidade de aprendizado para os alunos que precisam desse reforço, vai ajudar a tornar as escolas mais atrativas para os alunos das redes estaduais e municipais”, acredita o ministro. A expectativa é que a adesão maior se dê nas regiões mais carentes, onde o desempenho educacional é mais frágil. “Não basta estar na escola. As crianças e jovens precisam ter acesso a um ensino que efetivamente se traduza em conhecimento”, destaca o ministro.

    Mendonça Filho garante, ainda, que o Novo Mais Educação permitirá um monitoramento adequado para se obter eficácia em termos de desempenho que atenda às necessidades das crianças e jovens do Brasil. No total, R$ 400 milhões serão investidos para a execução do programa.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Priorizar a educação básica é uma das diretrizes da atual gestão da pasta

     


    O ministro da Educação, Abraham Weintraub (dir.), reunido com prefeitos e parlamentares do Pará (Foto: Luís Fortes/MEC)


    Guilherme Pera, do Portal MEC

    O ministro da Educação, Abraham Weintraub, recebeu representantes de 17 prefeituras do Pará na manhã desta quarta-feira, 23 de outubro, para tratar de obras paradas em creches. O encontro foi realizado na sede do Ministério da Educação (MEC), em Brasília.

    Integrantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estiveram na reunião. A liberação de recursos será avaliada caso a caso e seria via Plano de Ações Articuladas (PAR), estratégia de assistência técnica e financeira do Fundo.

    “Vamos levar [os pedidos] ao FNDE e ver todas as pendências, uma por uma. Isso tem sido feito com várias prefeituras, e o resultado tem sido muito bom”, sintetizou Weintraub. “O que eu peço é que a prioridade seja creche”, emendou.

    O discurso e o foco da liberação de recursos reforçam o que foi estabelecido como principal diretriz da atual gestão do MEC: priorizar a educação básica. Os prefeitos e outros representantes do município passarão o dia em negociação com o FNDE.

    Além de Weintraub e de representantes das prefeituras e do FNDE, participaram o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) e o deputado federal Vavá Martins (Republicanos-PA).


    23/10/2019 - Ministro Abraham Weintraub com prefeitos do Pará.  Fotos: Luis Fortes/MEC

  • A construção de quadras poliesportivas e a cobertura das já existentes em escolas públicas de educação básica estão contempladas na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) desde 2011. Estados e municípios podem pedir recursos do governo federal no Plano de Ações Articuladas (PAR) para todas as etapas da educação básica, da creche ao último ano do ensino médio, desde que a unidade tenha no mínimo 100 matrículas registradas no Censo Escolar.

    O investimento federal para melhorar os espaços escolares dedicados a atividades de educação esportiva e de lazer faz parte do conjunto de ações para o desenvolvimento integral da infância, adolescência e juventude.

    Ao registrar o pedido no PAR, o gestor público municipal ou estadual deve informar qual a obra pretendida — construção ou cobertura de quadra. Para orientar o preenchimento dos dados, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) criou projetos arquitetônicos de acordo com as diversas dimensões de terrenos e de área construída —escolas que tenham de uma a 12 salas de aula. O projeto define também o número de estudantes que podem ser atendidos por turno e os valores mínimo e máximo por metro quadrado.

    Estados e municípios não são obrigados a usar os projetos arquitetônicos do FNDE, mas devem submeter projetos próprios ao fundo caso pretendam pedir recursos públicos para as obras.

    Até 2014, a previsão do governo federal é construir 6.116 quadras poliesportivas e cobrir cerca de 4 mil unidades já existentes em instituições de educação básica, incluindo a educação infantil.

    Ionice Lorenzoni

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  • A construção de unidade de creches e pré-escolas em todo país é acompanhada pelo Ministério da Educação por meio de um painel de monitoramento do Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças (Simec). O instrumento foi apresentado pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante cerimônia no Palácio do Planalto, na segunda-feira, 14. O painel tem auxiliado os técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do MEC a acompanhar as obras de 3.019 prefeituras que assinaram convênio ou termo de compromisso para construção de escolas de educação infantil.

    De forma permanente, o painel tem sido aperfeiçoado para revelar a evolução de cada obra. A responsabilidade pelas informações é de cada prefeitura, que tem acesso ao sistema e atualiza os dados para que o FNDE possa dar o apoio necessário. Em um dos itens, é possível saber o tempo que o gestor municipal demora para incluir dados sobre o andamento das obras. Aquelas que não recebem atualização de dados há 60 dias estão na faixa vermelha, em alerta. A partir daí, o gestor municipal pode receber ligação da central de atendimento do FNDE com o pedido de atualização.

    Em outro quadro do sistema fica registrada a situação da obra — se concluída, em execução até 80%, em licitação ou em planejamento pelo solicitante. O painel inclui a pactuação entre governo federal e prefeituras. Entre 2011 e 2012, foram empenhados R$ 1,6 bilhão para a construção das unidades. O equipamento ainda mostra, com fotos, as 346 creches em funcionamento erguidas na fase inicial do programa. O sistema ainda não está disponível ao público.

    Mercadante comemorou o alcance da meta de assinaturas de termos de compromisso para construção de creches. “Assinamos mais de 1,5 mil termos com prefeitos de todo país”, disse. Ele explica que 30% dos recursos são repassados quando a obra é licitada e mais 50% quando iniciada.

    Desafio— Para o ministro, o desafio maior é ajudar as prefeituras a superar a demora na construção das unidades — o processo tem levado de um ano e meio a dois anos. Mercadante observou que o mercado da construção civil está muito aquecido e que o processo licitatório demora em torno de seis meses. Há, ainda, o período de construção. “Isso é a média, mas tem gente fazendo em menos tempo e, alguns casos, até em mais tempo”, afirmou.

    O FNDE analisa, em parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), novos métodos de construção capazes de garantir segurança de material, menos ruído, durabilidade e todas as exigências de uma creche. “Queremos ofertar isso no futuro, como opção ao prefeito”, disse o ministro.

    Nesta terça-feira, 15, durante a cerimônia de abertura da 15ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, a presidenta da República, Dilma Rousseff, falou aos prefeitos que o resultado das creches e pré-escolas não vão aparecer imediatamente. “Mas eu garanto que, daqui a 10 anos, brasileiros e brasileiras, filhos da faxineira, filhos do porteiro, serão capazes de virar doutores ou virar excelências”, disse.

    Assessoria de Comunicação Social

    Republicada com correção de informação
  • Até 31 de maio próximo, serão feitas novas contratações para a construção de creches e pré-escolas. Até o momento, foram efetuadas 3.288 contratações. A meta até 2014 é construir seis mil unidades de creches e pré-escolas. O Ministério da Educação contabiliza 894 obras em fase de planejamento e de licitação; 2.822 em construção — 601 com mais de 80% da obra executada e 1.962 ainda abaixo desse índice. Foram canceladas 74. Das 888 creches concluídas, 659 estão em funcionamento.    

    “Educação infantil e creches não são apenas um problema dos pais que querem trabalhar; a creche é uma exigência pedagógica, altamente estratégica”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. “É decisiva para dar um salto no processo de escolarização das nossas crianças.” Mercadante participa, nesta manhã de quarta-feira, 10, de apresentação na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.  

    Com o lançamento, no ano passado, do programa Brasil Carinhoso, que integra o programa Brasil sem Miséria, as ações de fortalecimento da educação infantil ganharam ainda mais força. Mais de R$ 1,7 bilhão foram investidos no ano passado em construção de unidades de creches e pré-escolas. Para este ano, a previsão de investimento chega a R$ 2 bilhões.

    As medidas do Brasil Carinhoso também estabelecem a antecipação de repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para abertura de vagas em creches municipais; aumento de 66,7% no valor da alimentação escolar para a educação infantil; acréscimo de 50% do fundo para as matrículas em creches de crianças até 3 anos vinculadas ao programa Bolsa-Família e novos métodos de construção de unidades, por meio do regime diferenciado de contratação.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira a apresentação do ministro Aloizio Mercadante na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados

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  • O Dia Nacional da Educação Infantil é comemorado neste 25 de agosto em todo o país. Uma data importante e que suscita o debate sobre o acesso ao ensino na primeira infância. “Sobre o que merece atenção neste dia, temos várias temáticas. A formação dos profissionais que trabalham em creches e pré-escolas de todo país e a qualidade e acesso, que são coisas que nas quais estamos trabalhando para que seja garantido”, comentou a coordenadora-geral da Educação Infantil do Ministério da Educação, Carolina Velho.

    Entre as ações intensificadas pelo MEC para a universalização da educação infantil na pré-escola estão os repasses a municípios e ao Distrito Federal, para ações de apoio e manutenção de novas turmas em novos estabelecimentos, construídos com recursos federais, e para novas matrículas em novas turmas da rede pública e conveniada do município. Somente este ano foram repassados mais de R$ 45 milhões como forma de subsidiar as prefeituras para que toda criança entre zero e seis anos possa ter acesso à rede.

    Outro ponto destacado por Carolina Velho é o debate sobre a educação infantil dentro das discussões sobre a Nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC). “Pela primeira vez na história a Base deve incluir um currículo para crianças de zero a seis anos. Inclusive no dia em que se comemora o Dia da Educação Infantil estaremos em mais uma audiência para discutir o texto da Base. Vários pontos estão sendo levantados e um deles é a questão da transição para o ensino fundamental, apontada nas audiências e que deve sofrer adequações”, adiantou a coordenadora.

    Diretora do Centro de Educação Infantil (CEI número 1), de Brazlândia, no Distrito Federal, Simone Alves da Silva disse que a data é importante para debater temas do cotidiano das instituições que atendem crianças da primeira infância. Ela destaca especial atenção com mudanças que devem vir a partir da aprovação da BNCC. “Neste momento a gente precisa estar repensando e eu acredito nessa busca da participação da comunidade. Eu acredito que a educação infantil estará aliada com o que a comunidade espera da escola neste momento. Que a educação seja realmente uma educação para a vida”, disse.

    Para Simone, um dos maiores desafios é lidar com as mudanças na sociedade e em como as crianças respondem a isso. “As crianças que a gente recebe hoje já não são aquelas que a gente recebia há um tempo atrás. Elas já vêm com muito acesso à tecnologia, com demandas que não era para elas terem nesta etapa”, acrescentou. O Dia Nacional da Educação Infantil, comemorado neste dia 25 de agosto, foi instituído por lei em 2012 e é uma homenagem ao nascimento da fundadora da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns, que faleceu em um terremoto no Haiti em 2010.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • O Distrito Federal e municípios de todo o país têm prazo somente até esta quinta-feira, 31, para pedir recursos destinados à construção de creches em 2014. No total, 1.227 entes federativos estão pré-selecionados para a edificação de 3.011 unidades.

     

    Para a construção, os projetos de creche devem ser aprovados pela área técnica do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que apresenta aos gestores dois projetos padronizados. O tipo B tem capacidade para 240 crianças em dois turnos ou 120 em turno integral. O tipo C atende 120 crianças em dois turnos ou 60 em tempo integral.

     

    Para capitais e grandes cidades, são financiados projetos de escolas de educação infantil desenvolvidos pelo próprio município, os chamados projetos tipo A, desde que atendam padrões de qualidade exigidos pelo FNDE.

     

    Para as creches do tipo B e C, serão adotadas metodologias inovadoras de construção destinadas a acelerar as obras e garantir durabilidade, qualidade e custos compatíveis com os preços de referência do FNDE.

     

    Os gestores municipais devem cadastrar os pedidos de recursos para as obras no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec).


    Assessoria de Comunicação Social, com informações do FNDE

  • Com a pesquisa, o MEC pretende coletar dados sobre a oferta de educação infantil que representem a diversidade das populações rurais (foto: João Bittar)A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Educação realiza, até março, duas pesquisas sobre a educação infantil na área rural. O objetivo é montar um mapa da oferta existente e da diversidade de modelos criados por gestores municipais e, a partir daí, elaborar uma proposta de atendimento que contemple as realidades do país.

    A abrangência da primeira pesquisa depende da resposta dos 26 secretários de educação dos estados e do Distrito Federal e dos gestores dos 5.565 municípios. Até fevereiro, os secretários devem responder, por correio eletrônico, a seis perguntas formuladas pela Secad. Entre elas, se oferecem, às comunidades do campo, educação infantil em creches e pré-escolas, em que municípios e há quanto tempo.

    De acordo com Wanessa Sechim, coordenadora-geral de educação no campo da Secad, ao ouvir os secretários, o MEC espera reunir dados institucionais sobre a estruturação das redes e a forma de atuação de cada uma na educação infantil na área rural de estados e municípios.

    A outra pesquisa, de campo, compreenderá visitas a várias localidades para conhecer a diversidade de experiências de ensino infantil nas cinco regiões do país. O levantamento será realizado pelas consultoras Gilmara da Silva e Maria Joselma Assis da Silva a partir do próximo sábado, 15, e se estenderá até o fim de março. Elas vão buscar informações, conhecer as políticas adotadas e avaliar o impacto nas escolas.

    No município de São Miguel do Oeste (SC), por exemplo, a pesquisa abrangerá a educação infantil nas comunidades da agricultura familiar. Em municípios do Centro-Oeste, serão visitadas escolas nas quais estudam filhos de pantaneiros. Caso um município ofereça essa etapa do ensino a comunidades de sertanejos e de quilombolas, isso será relatado, diz Gilmara.

    O interesse da Secad, segundo Wanessa Sechim, é recolher dados da oferta de educação infantil que representem a diversidade das populações rurais. O conceito de diversidade está explícito no Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010, que trata da política de educação no campo e do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). A população rural é formada por agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, trabalhadores assalariados rurais, quilombolas, caiçaras, povos da floresta e caboclos.

    Seminário

    O levantamento de dados sobre a educação infantil na área rural é um dos sete pontos prioritários definidos pelos participantes do 1º Seminário Nacional de Educação Infantil no Campo, realizado pelo Ministério da Educação, em Brasília, em dezembro de 2010. Participaram representantes de comissões e movimentos da educação no campo, de universidades e de centros de pesquisas, além de gestores e coordenadores de estados e municípios.

    Melhorar os espaços físicos das escolas, criar material didático adequado, oferecer formação inicial e continuada específica para professores que atuam na educação infantil rural estão entre os pontos do documento final do seminário.

    Ionice Lorenzoni
  • Prefeitos de cidades das 27 unidades da Federação assinam nesta segunda-feira, 14, em Brasília, termos de compromisso com o Ministério da Educação para a construção de 1.512 unidades de creches e pré-escolas. A iniciativa faz parte da ação Brasil Carinhoso, lançada nesta segunda-feira, 14, pela presidenta da República, Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença dos ministros da Educação, Aloizio Mercadante; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello; e da Saúde, Alexandre Padilha.

    Essas medidas integram programa do governo federal, lançado em 2007, que presta assistência financeira suplementar ao Distrito Federal e aos municípios que assinaram o termo de adesão ao plano de metas Compromisso Todos pela Educação e elaboraram o Plano de Ações Articuladas (PAR). O objetivo é expandir o número de creches e pré-escolas no país. Os recursos destinam-se à construção e aquisição de equipamentos e mobiliário para as unidades de educação infantil.

    Até 2010, foram firmados convênios com os municípios e o DF para a construção de 2.543 unidades. Em 2011, com a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), a meta passou a ser o financiamento, até 2014, de 6 mil escolas de educação infantil distribuídas em municípios das cinco regiões do país.

    Na execução do programa, o governo federal libera os recursos de forma progressiva — 30% no momento da licitação, mais 50% no início da obra. Quando 80% das obras estão concluídas, são destinadas verbas para a aquisição do mobiliário escolar. À prefeitura cabe oferecer o terreno. Para uma escola que atenda 240 crianças, o terreno deve ter dimensão mínima de 40 por 70 metros quadrados; para atender 120 crianças, as medidas devem ser de 45 por 35 metros quadrados. A transferência de recursos para a execução de projeto aprovado no âmbito do PAC 2 ocorre por meio de termo de compromisso assinado pelos prefeitos.

    Projetos arquitetônicos— As escolas construídas ou reformadas devem garantir condições de acessibilidade, com adequações que permitam o acesso e pleno atendimento a crianças com deficiência. Entre os itens indispensáveis estão a sinalização de entradas e saídas de todos os ambientes escolares, de acordo com orientações da Norma NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

    O governo federal oferece dois tipos de projetos arquitetônicos para a construção das creches. O tipo B é o de uma escola com capacidade de atendimento a 240 crianças com até cinco anos de idade, em dois turnos, ou 120 crianças, em turno integral. Compreende oito salas pedagógicas, sala de informática, secretaria, pátio coberto, cozinha, refeitório, sanitário e fraldário, entre outros ambientes, todos adaptados para pessoas com deficiência.

    O projeto tipo C tem capacidade para atender 120 crianças, em dois turnos, ou 60, em turno integral. São quatro salas pedagógicas. Os demais espaços são iguais aos do modelo do tipo B.

    Prazos— A partir da assinatura do termo de compromisso, as prefeituras têm levado em média seis meses para licitar a obra e mais dois anos para construir. Disposto a garantir prazos menores, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o Instituto Falcão Bauer da Qualidade, pretende realizar licitações para registro nacional de preços.

    Com a racionalização dos processos construtivos e a inovação no uso de materiais e componentes, espera-se construir uma creche em até seis meses. Assim estados, Distrito Federal e municípios estariam dispensados de promover licitações e haveria mais controle de qualidade.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira os municípios contemplados com a construção de creches
  • O mobiliário de creches e de pré-escolas deve garantir a segurança, a saúde e o bem-estar das crianças e demais pessoas no ambiente escolar (foto: João Neto/MEC – 13/6/13)A dimensão do mobiliário de creches e de pré-escolas é considerada importante para a segurança, a saúde e o bem-estar das crianças e das pessoas que as atendem no ambiente escolar. A projeção ergonométrica dos móveis deve permitir o uso conforme a idade, capacidade física, tamanho, força física, conforto e mobilidade dos estudantes.

    Para atender esses requisitos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) criou um manual para mobiliário e equipamentos de creches e pré-escolas do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância). O guia deve ser adotado pelas prefeituras que participam do programa.

    O manual trata da qualidade técnica, ergonômica e estética dos equipamentos, tópicos que devem ser considerados no aparelhamento de unidades da educação infantil que abrigam crianças com até cinco anos de idade. A qualidade técnica considera a eficiência do produto na execução de suas funções e a facilidade de manutenção e limpeza. A qualidade ergonômica diz respeito à facilidade de manuseio, adaptação antropométrica e compatibilidade de movimento. A qualidade estética leva em conta a combinação de formas, cores, uso de materiais e textura.

    Para facilitar a encomenda e aquisição de materiais adequados à finalidade da educação infantil, o manual apresenta conjuntos para cada espaço da escola. O kit para refeitório, por exemplo, lista equipamentos como mesas e bancos, com dimensões para uso em cada idade e recomendações sobre acabamento, altura e comprimento. Os itens para repouso das crianças abrangem berços (dimensões, cores, altura, acabamentos), colchões para berços, colchonetes para repouso, cadeiras de alimentação, colchonetes para trocador em creches e placas-tatames. Na parte de higiene e alimentação de bebês estão relacionadas banheiras e poltronas para amamentação.

    Quanto ao mobiliário da sala de atividades escolares, o guia descreve tipos e tamanhos de mesas e cadeiras para faixas acima de dois anos de idade. Para o espaço multiuso e sala de informática, lista todos os equipamentos necessários ao ambiente. A área externa de lazer deve contar com balanço, túnel lúdico, gira-gira-carrossel, casa de bonecas, escorregador e gangorra para crianças com mais de três anos de idade.

    Na parte do manual que cuida do setor administrativo da escola estão relacionados tipos de armários, cadeiras, arquivos, roupeiros, mesa de reunião, mesa de trabalho, kit de primeiros socorros e sofá. A cozinha deve estar equipada com mesa de refeição para adultos e cadeiras, além de eletrodomésticos como fogão, geladeira, lavadora de louças, liquidificador e espremedor de frutas. Para a lavanderia estão relacionados itens como máquinas lavadora e secadora, tanque, mesa e ferros de passar. Estão descritos ainda aparelhos de ar condicionado, ventiladores e bebedouros.

    Com 80 páginas, o manual do FNDE traz ainda a relação de lotes para cotação de preços e as plantas baixas de todos os ambientes, com a distribuição de móveis e equipamentos.

    Ionice Lorenzoni

    Confira o manual Mobiliário Escolar

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  • O Ministério da Educação e a prefeitura de Curitiba assinaram nesta sexta-feira, 27, acordos para a construção de 14 centros municipais de educação infantil (CMEIs). As novas unidades, com outras 10 já pactuadas, oferecerão 4.150 vagas de educação infantil para crianças de zero a cinco anos. Participaram da cerimônia o ministro da Educação, Henrique Paim, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet.

    De acordo com Paim, os investimentos em educação infantil de qualidade abrem às crianças, independentemente de sua origem social, novas oportunidades e uma perspectiva promissora de acesso ao ensino profissional e superior. “Na educação infantil temos a raiz da desigualdade. Conseguir avanços no ensino desta faixa etária é uma das metas do PNE que já estamos trabalhando para atender”, afirmou o ministro.

    Com essas 14 unidades, chega a 24 o número de CMEIs com recursos já assegurados pela parceria entre a prefeitura de Curitiba e o governo federal. O investimento nas 24 unidades é superior a R$ 51 milhões, sendo 50% financiados pelo governo federal e o restante pelo município.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O ministro da Educação, Henrique Paim, e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, assinaram termo de compromisso para construção de nove creches, que totalizam 25 unidades contratadas pelo município. Paim também participou, na capital maranhense, de reunião do Conselho Nacional de Educação (CNE).

    A meta do MEC é contratar 6 mil creches até o final de 2014. Paim destacou que a melhoria da educação no Brasil depende da integração de ações entre as redes de ensino. “A partir da Constituição de 1988, começamos a ter instrumentos para desenvolver a educação, e com o tempo passamos a ter a visão sistêmica e estruturante de todas as ações educacionais, da creche à pós-graduação”, disse.

    O ministro observou que o MEC trabalha o desenvolvimento da educação baseado na avaliação, gestão e formação de professores. Hoje 170 mil professores estão em cursos de formação inicial e continuada. O esforço vai na mesma direção do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, que tem como objetivo alfabetizar todas as crianças até os oito anos, e já conta com mais de 314 mil professores alfabetizadores recebendo formação.

    Em sua estada em São Luís, Paim também visitou o Espaço Paulo Freire, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), e o hospital universitário.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Educadores de Belém, Feira de Santana (BA), Manaus, Fortaleza e Natal aparecem entre os que mais procuram o curso de especialização em educação infantil que será oferecido por 16 universidades federais em 16 estados. A procura na Plataforma Freire indica que a concorrência pelas vagas é alta nessas cinco cidades. As inscrições para o curso podem ser feitas até o dia 28.

    Um levantamento de dados elaborado por Simone Medeiros, da coordenação de formação de professores da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação, divulgado nesta quarta-feira, 10, mostra que a maior concorrência pelas vagas, até esta data, ocorre em Belém. Lá, 385 educadores estão inscritos para 40 vagas. A seguir vêm Feira de Santana (BA), 320 inscritos para 40 vagas; Manaus, 320 para 50 vagas; Fortaleza, 222 inscritos para 40 vagas; e Natal, 261 inscritos para 50 vagas.

    Entre os estados com maior número de inscritos se destacam o Pará, com 1.240 inscritos para 240 vagas distribuídas entre cinco municípios; a Bahia, com 1.006 inscritos para 280 vagas em sete municípios, Mato Grosso do Sul, com 1.127 inscritos para 520 vagas em 11 municípios.

    Sobram vagas– O estudo de Simone Medeiros também relaciona os municípios onde as vagas ainda não foram preenchidas ou que a relação entre inscrições e vagas é muito baixa. No município de Propriá, em Sergipe, por exemplo, o curso oferecido pela Universidade Federal de Sergipe tem 50 vagas, mas até esta quarta-feira, 10, apenas 11 educadores se inscreveram. Situação semelhante acontece em Ariquemes, em Rondônia, onde existem 50 vagas e 37 inscritos; em Caracaraí, em Roraima, são 50 vagas e 45 inscritos; em Barra do Garças (MT), para 50 vagas há 45 inscritos.

    A especialização em educação infantil oferece 3.900 vagas em curso de 360 horas, duração de 18 meses, presencial e gratuito. É destinado a professores, coordenadores e diretores de creches e pré-escolas das redes pública e privada (filantrópica, comunitária ou confessional) que mantenha convênio com o poder público, e também a equipes de educação infantil dos sistemas de ensino.

    A formação será ministrada em 72 municípios por uma rede de 16 universidades federais. Os mapas trazem as vagas, as turmas, as universidades e os pólos onde serão realizados. A tabela relaciona os municípios, as vagas e o número de inscritos até 10 de fevereiro. As inscrições são feitas na Plataforma Freire.

    Ionice Lorenzoni
  • Maria Mara salienta que a atuação pedagógica no berçário pode fazer a diferença no desenvolvimento da aprendizagem infantil (foto: arquivo da professora Maria Mara Rodrigues)Projeto que identifica o papel do professor em um berçário e destaca ações ricas em significados e experiências para os bebês está entre os 39 vencedores do 8º Prêmio Professores do Brasil. Os Bebês e Ação Pedagógica do Professor: Entre Experiências e Possibilidades de Aprendizagem no Berçário é o trabalho de Maria Mara Miranda Rodrigues, professora do Centro de Educação Infantil Jardim Carioca (Ceinf). Desenvolvido de fevereiro a novembro de 2013, em Campo Grande (MS), o projeto atendeu 20 bebês, de 12 a 18 meses de idade, matriculados em tempo integral.

    “Ciente de que as ações de cuidar e educar devem coexistir de forma indissociável nas salas de berçário, busquei fazer um trabalho voltado para o desenvolvimento dos bebês, sempre respeitando a individualidade de cada um”, adianta Maria Mara. Nas atividades práticas, ela contou com o apoio de três auxiliares.

    Várias atividades foram realizadas no decorrer do ano. Entre elas, rodas de leitura, brincadeiras com fantasias e espelhos, exploração de linguagem musical e corporal, além de entrevistas e reuniões com os pais e acompanhamento do trabalho com os bebês, por meio de registros fotográficos e observações das práticas diárias. Na visão de Maria Mara, os resultados alcançados foram satisfatórios. “Ampliei minha visão sobre o que é ser professor de bebês e como a atuação pedagógica no berçário pode fazer a diferença no desenvolvimento da aprendizagem infantil”, destaca.

    Outro ponto positivo, segundo ela, foi a oportunidade de realizar ações voltadas para o aprendizado dos pequenos. “Isso ficou claro ao compararmos o desenvolvimento desses bebês”, explica. “Chegaram ao berçário inseguros e quietos e ao final do ano estavam cheios de entusiasmo, com a linguagem oral bem desenvolvida, mais independentes e expressando no olhar as curiosidades acerca do mundo”, analisa a professora, que atua há seis anos no Ceinf.

    Continuidade— Para o próximo ano, Maria Mara considera fundamental a continuidade do projeto, para a busca de conhecimentos sobre o bebê e de uma parceria sólida com as famílias. “E, acima de tudo, dar prioridade à melhoria do ensino destinado aos pequenos, por meio de ações pedagógicas consistentes e reflexivas”, salienta.

    Pedagoga, com especialização em gestão escolar e em educação infantil, Maria Mara diz que o Prêmio Professores do Brasil foi um grande presente. “Sinaliza que estamos no caminho certo, em busca de uma educação pública de qualidade para nossas crianças”, diz. Para ela, além de representar o esforço de uma equipe que acreditou em seu trabalho, estudou com ela e acompanhou todas as ações desenvolvidas, o prêmio representa a importância da parceria entre a instituição de ensino e as famílias, principais colaboradoras. “A premiação sintetiza a dedicação, o amor e o comprometimento que tenho com o trabalho que desenvolvo com os pequenos da educação infantil.”

    Fátima Schenini


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  • O Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na Educação Infantil (Proinfantil) deve beneficiar 12 mil educadores de creches e pré-escolas a partir de julho, quando entrará na terceira etapa. A meta foi anunciada na reunião executiva dos gestores do programa, em Brasília. O encontro, que termina nesta quinta-feira, dia 30, avalia as duas primeiras etapas e estabelece o planejamento para a próxima, na qual o número de estados participantes passará de nove para 18.


    O Proinfantil passa a contar com a parceria de mais 13 universidades federais no processo de capacitação. Com isso, terá o apoio de 17 instituições. A expansão, segundo o secretário de educação a distância do Ministério da Educação, Carlos Bielschowsky, é prova da eficiência e do amadurecimento do programa. “É um curso produzido não apenas para oferecer conteúdos, mas melhorar o processo de ensino”, afirma.  Bielschowsky salienta que a evolução ocorreu tanto do ponto de vista operacional quanto pedagógico. “É o resultado da integração do MEC com estados, municípios e as universidades federais.”


    Resultado de parceria entre as secretarias de Educação a Distância (Seed) e de Educação Básica (SEB), estados e municípios, o Proinfantil já formou 9,5 mil profissionais na modalidade normal. A meta é atender 32 mil professores com conteúdos pedagógicos e psicológicos. Os beneficiados recebem material específico para a educação a distância e participam de encontros presenciais. O curso, com duração de dois anos, permite ao professor obter informações, compartilhar conhecimentos e esclarecer dúvidas.

    Assessoria de Imprensa da Seed

  • Na escola de Manaus, as crianças com deficiência participam, com as demais, de uma recreação coletiva e com autonomia, respeitado o direito a uma educação de qualidade (foto: arquivo do CMEI Prof. Caio Medeiros)O Centro Municipal de Educação Infantil Professor Caio Carlos Frota de Medeiros tornou-se ponto de referência, em Manaus, quando o assunto é inclusão. Além da reforma realizada no espaço de lazer para atender alunos com deficiência, outras ações garantiram à escola o respeito da comunidade. Todas integram o projeto Mãos na Roda: Recreação Inclusiva no Espaço Escolar da Educação Infantil, desenvolvido de março a outubro de 2015 pela professora Michelle Nunes da Silva, que atua na sala de recursos multifuncionais.

    Tudo começou quando a escola foi convidada a participar do projeto Portas Abertas para Inclusão, do Instituto Rodrigo Mendes, organização sem fins lucrativos dedicada a incentivar práticas esportivas inclusivas em espaços escolares. Como o centro de educação infantil não oferece aulas de educação física, o trabalho voltou-se para a recreação inclusiva. A participação no projeto exigiu a elaboração de diagnóstico da situação da escola, que contava, em 2015, com 580 estudantes matriculados, 45 deles atendidos na sala de recursos.

    Os professores apontaram a necessidade de formação continuada sobre o tema inclusão, de recursos pedagógicos e de melhores condições de trabalho como pontos importantes para a melhoria do desempenho escolar e da qualidade de aprendizagem dos alunos da educação especial. O diagnóstico também mostrou a necessidade de reformar a área de lazer (parquinho), que limitava a recreação das crianças com deficiência. De acordo com Michelle, apenas um brinquedo, o balanço, era usado pelos estudantes com necessidades específicas, por ser o único que então oferecia acesso.

    Nesse contexto, Michele elaborou o projeto, voltado para recreações inclusivas no espaço escolar com materiais sustentáveis. Um dos pontos atendidos foi a reforma do parquinho, realizada com a ajuda das famílias dos alunos e de empresas particulares. A ocupação do espaço com elementos e materiais sustentáveis, como pneus e garrafas plásticas, garantiu mais autonomia às crianças com deficiência, que passaram a usar todos os brinquedos, com mais liberdade.

    A partir da inauguração do novo espaço, em julho de 2015, as professoras puderam aproveitar os elementos novos. “Eles formam um circuito, que começa com as brincadeiras de chão; depois, os brinquedos e, por último, as brincadeiras com bolas no campinho de futebol e vôlei, dessa forma atendendo ao objetivo geral de desenvolver recreações inclusivas no espaço escolar”, ressalta Michelle.

    Prêmio — Incluído entre os vencedores da nona edição do Prêmio Professores do Brasil de 2015, na categoria pré-escola, o projeto de Michelle contou ainda com atividades de interação e troca de experiências sobre inclusão com os professores da unidade e palestras à comunidade sobre temas relacionados a saúde e cidadania.

    “O prêmio significa que estou na profissão certa e veio fortalecer o entendimento de que o professor pode fazer transformações além da sua sala de aula”, diz Michelle. “Lembrando Paulo Freire [1921-1997], tirei as crianças especiais da opressão da brincadeira limitada para uma recreação coletiva e com autonomia, respeitando os direitos a uma educação de qualidade.”

    Ainda de acordo com Michele, o prêmio é dedicado a esses alunos. “Eles devem deixar de ser vistos como coitadinhos”, diz. “Eles são capazes: basta dar oportunidade, e essa é a função da escola e do professor.” Há 28 anos no magistério, ela tem licenciatura em pedagogia e é aluna do curso de especialização em educação, pobreza e desigualdade social.

    A repercussão do projeto aumentou a procura. “Começamos 2016 com o dobro de alunos e mais uma sala de recursos”, afirma a professora. “Continuaremos a aplicar a recreação inclusiva, pois este ano a escola vai trabalhar o tema das Olimpíadas através de brincadeiras.”

    Fátima Schenini

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  • Na escola de Três Rios, as principais atividades do projeto foram o trabalho com a horta escolar, com o plantio, os cuidados e a colheita do próprio alimento (foto: arquivo da professora Fátima Nascimento)Professora de educação infantil na Escola Municipal Leila Aparecida de Almeida, no município fluminense de Três Rios, Maria de Fátima Batista Nascimento percebeu que os alunos rejeitavam verduras e hortaliças nas refeições. Interessavam-se apenas por alimentos industrializados, de baixo valor nutritivo. Ela decidiu então desenvolver trabalho voltado para a mudança dos hábitos alimentares das crianças do maternal e criou o projeto Nossos Pequenos Jardineiros.

    As principais atividades do projeto foram o trabalho com a horta escolar (os alunos plantavam, cuidavam e colhiam o próprio alimento), as receitas sugeridas pelos alunos e pela professora, dramatizações, vídeos e registros de tudo o que foi aprendido.

    “O início foi um pouco difícil, pela necessidade de apoio dos pais, já que os alunos não mais trariam lanche de casa e passariam a se alimentar com a merenda escolar”, diz a professora. Segundo ela, foi necessário dialogar muito até os pais se aliarem à proposta. Fátima também encontrou resistências iniciais por parte dos alunos, mas conseguiu o objetivo. “Ao fim do projeto, todos estavam comendo hortaliças, legumes e frutas.”

    Ao entender que o problema com a má alimentação não estava apenas naquela turma, mas em toda a escola, a professora apresentou o projeto à diretora, Cátia Corrêa de Almeida, que o levou à equipe pedagógica da instituição de ensino. O projeto foi incluído na diretriz político-pedagógica da escola, com abrangência em todas as turmas.

    Realizado inicialmente de março a novembro de 2014, o projeto teve continuidade em 2015. Os principais resultados foram a parceria da escola com as famílias e a mudança nos costumes alimentares dos alunos. Ao passarem a cuidar de seus próprios alimentos, com os plantios na horta, os estudantes adquiriram novos hábitos.

    Para 2016, Fátima tem planos: “Pretendo fazer o projeto ir além dos muros da escola, com a criação de uma horta orgânica na casa de um aluno”, afirma. Além disso, ela pretende incentivar as famílias de todos os alunos a ter uma horta em casa.

    Formada em pedagogia, com pós-graduação em supervisão, orientação e administração escolar, Fátima leciona na mesma escola há seis anos, mas a relação com a instituição vem desde a infância, pois é ex-aluna. “É com muito orgulho que hoje sou professora na escola onde fui alfabetizada”, revela.

    Prêmio — O projeto Nossos Pequenos Jardineiros colocou Fátima entre os ganhadores da nona edição do Prêmio Professores do Brasil, na categoria creche. “Sempre acompanhei o prêmio, desde a primeira edição, e hoje posso dizer que meu sonho se realizou: estou entre os 30 professores do Brasil”, diz. “A cada momento que penso na premiação, choro de felicidade e orgulho de ser professora.”

    Para a diretora da escola, ter uma professora entre os vencedores do prêmio é motivo de orgulho e emoção. “É fruto do brilhante trabalho e do comprometimento”, avalia.

    Edição — A nona edição do Prêmio Professores do Brasil selecionou, este ano, 30 experiências pedagógicas desenvolvidas por professores das cinco regiões brasileiras. Os trabalhos foram destacados entre 11.812 inscritos, nas categorias creche; pré-escola; ciclo de alfabetização: primeiro, segundo e terceiro anos – anos iniciais do ensino fundamental; quarto e quinto anos – anos iniciais do ensino fundamental; sexto ao nono ano – anos finais do ensino fundamental; ensino médio. Cada um dos 30 professores recebeu prêmio de R$ 7 mil. Cada categoria teve um professor destacado para receber prêmio extra, no valor de R$ 5 mil.

    A partir de 2015, o Prêmio Professores do Brasil passou a integrar a iniciativa Educadores do Brasil, ao lado do Prêmio Gestão Escolar, do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). Assim, a entrega dos prêmios a professores e diretores de escolas foi realizada pela primeira vez, este ano, em conjunto.

    O Prêmio Gestão Escolar selecionou 22 escolas como destaques estaduais, com premiação de R$ 6 mil para cada uma. As cinco escolas indicadas como destaque regional receberam R$ 10 mil. O Colégio Estadual Professora Maria das Graças Menezes Moura, de Itabi, Sergipe, foi escolhido como escola referência Brasil, com premiação de R$ 30 mil.

    Os resultados dos prêmios estão na página da iniciativa Educadores do Brasil na internet.

    Fátima Schenini

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  • Projeto desenvolvido na escola de Curitiba ajuda as crianças a descobrir seus pontos positivos, limitações e preferências, a se autorrespeitar e, por consequência, aos colegas (foto: arquivo da escola)A professora Marta de Moura Nunes Dias, da Escola Municipal Professora Maria Ienkot Zeglin, em Curitiba, é uma entusiasta do uso de projetos em sala de aula. Principalmente pela possibilidade que eles oferecem de integrar diversos conteúdos em atividades apreciadas pelas crianças e que contribuem para a formação do caráter. Com graduação em curso normal superior e pós-graduação em educação infantil, Marta trabalha na rede pública de ensino de Curitiba desde 1999; na escola atual, desde 2007.

    Com o projeto Eu Sei Quem Eu Sou, de Onde Eu Venho, para Onde Eu Vou, um dos ganhadores da quinta edição do Prêmio Professores do Brasil, Marta quis proporcionar o autoconhecimento a cada criança de sua turma de educação infantil. Uma forma de elas descobrirem seus pontos positivos, limitações e preferências. Segundo a professora, quando uma pessoa se conhece, passa a respeitar melhor a si mesma e, por consequência, o outro. Ao mesmo tempo, não se deixa explorar, pois sabe até onde vão seus direitos.

    Iniciado no primeiro semestre de 2010, apenas com os alunos de Marta, o projeto logo ampliou o atendimento a outras duas turmas, num total de 70 alunos na faixa etária de 4 a 5 anos. Uma câmera fotográfica ficou à disposição das crianças para ser usada tanto nas atividades realizadas na sala de aula quanto em casa.

    Na primeira das três partes do projeto, cada aluno teve a oportunidade de ouvir da família informações sobre seu nascimento, como foi importante e a história de seu nome. Ainda nessa etapa inicial, participou de várias atividades a fim de compartilhar as preferências com os colegas. Ao mesmo tempo, pode refletir sobre si mesmo, seus brinquedos preferidos, comidas prediletas, de forma a ampliar o conhecimento sobre o próprio corpo, desde o número do calçado até a altura. Em cada atividade, comparava as diferenças, buscava explicações próprias para as preferências e aprendia a valorizar a si mesmo, do jeito que é.

    Na segunda etapa, relativa à família, cada um teve a oportunidade de apresentar os familiares aos colegas, por meio de fotografias. “Ao final, todos puderam perceber que, independentemente da diversidade, todas as famílias são importantes”, explica Marta. As crianças aprenderam a respeitar as diversas estruturas familiares por meio da análise e do conhecimento.

    Na terceira e última etapa, foi abordado o lugar de moradia — casa, nome da rua, endereço em si —, com ênfase para o fato de que cada um tem seu espaço, independentemente de ser maior ou menor. “Não importa a diferença: cada um deve valorizar o que possui e respeitar a forma de vida do outro”, salienta a professora. No final, trabalhos foram expostos no saguão da escola para que os alunos participantes do projeto compartilhassem com os demais colegas o que tinham aprendido.

    De acordo com Marta, a maioria dos estudantes continuou na escola em 2011 e ainda comentava sobre o que aprendeu no ano passado. “Eles valorizam sua história e, ainda que tenham pequenos conflitos em relação à identidade, já conseguem sobrepor a isso a autovalorização e também a valorização dos colegas”, destaca a professora.

    Fátima Schenini


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  • Localizada no distrito de Torreões, na área rural de Juiz de Fora, a Escola Municipal Dom Justino José de Sant’Anna oferece educação em tempo integral desde o início de 2007, por iniciativa da Secretaria de Educação do município mineiro. A escola tem cerca de 280 alunos, matriculados em turmas da educação infantil ao nono ano do ensino fundamental. Todos participam de atividades nos dois turnos, de segunda a sexta-feira.

    “Os alunos que atendemos são provenientes das camadas populares e moradores de zona rural; dificilmente teriam acesso a projetos tão diversificados se não existisse a escola de tempo integral”, ressalta a pedagoga Renata Rodrigues Rainho. Professora de português e matemática, Renata explica que a escola aderiu ao programa Mais Educação e oferece aos alunos a oportunidade de escolher os projetos dos quais pretendem participar no decorrer do ano letivo. Esportes, informática, artes, música (flauta e violão), jornal e rádio escolares são algumas das atividades disponíveis. Também são oferecidas oficinas, que servem como suporte para os estudos de forma mais sistemática. Nelas, os estudantes podem rever conteúdos de português e matemática.

    “A educação integral trouxe a oportunidade de vivenciar práticas pedagógicas mais atraentes e significativas para os estudantes, de forma a potencializar a aprendizagem e o prazer de aprender”, analisa Renata. Para ela, a educação integral também possibilitou uma reavaliação das práticas educativas em relação ao currículo e à organização do espaço e do tempo escolar. “Quanto ao currículo, o desafio é realizar trabalhos interdisciplinares na escola. É um grande desafio, diário e coletivo”, diz. “O currículo diversificado proporciona uma visão multifacetada dos conhecimentos de forma geral e com temas específicos, o que enriquece sobremaneira a aprendizagem.” Há 23 anos no magistério, Renata tem mestrado em gestão escolar.

    Qualidade — Professora de apoio à coordenação, Terezinha Cristina Campos de Resende acredita que todas as atividades oferecidas pela escola interferem positivamente na qualidade da educação dos alunos. Seja a oportunidade de estudar em tempo integral, com apoio pedagógico extraclasse, seja participar de iniciativas culturais, esportivas e de lazer gratuitas, sempre com a orientação de profissionais especializados.

    Responsável pela oficina de teatro nos horários matutino e vespertino, Terezinha diz buscar, ao máximo, a valorização do trabalho coletivo, a integração, a socialização e o respeito pelo outro. “Todos participam e colaboram de alguma forma”, afirma.

    Segundo a professora, a maioria dos estudantes adora o palco. Mesmo os mais tímidos podem dar contribuição, em funções como a de ajudante de cena, figurinista, sonoplasta e contrarregra. Formada em letras, com mestrado e doutorado em linguística, Terezinha está no magistério há 25 anos.

    Oportunidades — Entre os benefícios da educação integral, o diretor da instituição, professor Heraldo José Gonçalves Maciel, cita a retirada de crianças e adolescentes das ruas, integração entre os setores da escola e o oferecimento de oportunidades, especialmente com relação a oficinas e atividades. “Ainda falta muita coisa para chegarmos ao que realmente entendemos como educação em tempo integral, mas estamos buscando aperfeiçoar sempre, com o apoio e a dedicação de toda a equipe da escola”, afirma. “Cada dia é um desafio, mas também uma alegria ver que estamos conseguindo implantar ideias a respeito da educação integral em que acreditamos.”

    Com graduação em geografia e em comunicação social (jornalismo) e pós-graduação em cartografia, Maciel está no magistério municipal há 26 anos.

    A Escola Municipal Dom Justino José de Sant’Anna funciona em tempo integral para todos os segmentos, diariamente, de 8h10 às 16h30.

    Fátima Schenini

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