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  • Na escola de Nova Iguaçu, os alunos vão ler uma obra a cada semana e falarão sobre ela aos estudantes de outras turmas e aos pais (foto: João Bittar–arquivo MEC)A pedagoga Janete Lima Cavalcante, diretora da Escola Municipal Professora Edna Umbelina de Sant’Anna da Silva, no município fluminense de Nova Iguaçu, criou um projeto para incentivar a leitura entre os pais e responsáveis pelos 719 alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental matriculados na instituição. Mas ela pretende atingir também a comunidade. O projeto Pare e Repare o Livro tem início este mês, com o empréstimo de exemplares aos interessados.

     

    O projeto contará com especial atuação dos alunos do quinto ano, que terão a tarefa de ler uma obra a cada semana. Depois, falarão sobre ela aos estudantes das outras turmas e aos pais, por meio de apresentações curtas — dramatizações, músicas e jograis, entre outras atividades — relativas a trechos do conteúdo lido. O objetivo, segundo Janete, é deixar a plateia com “água na boca”, curiosa para saber o restante de cada história.

     

    Para os colegas das outras turmas, as apresentações terão como palco as salas de aula; para os pais, serão realizadas 30 minutos antes do horário de saída. “Um grupo de alunos do quinto ano que já tenha finalizado as tarefas ficará na entrada da escola, em uma mesa com livros, para que os pais possam pegar emprestados os títulos que desejarem”, explica a diretora. As atividades serão realizadas às segundas, quartas e sextas-feiras.

     

    Participante do projeto, a professora Renata Câmara Mascarenhas, também espera um aumento do interesse pela leitura. Graduada em pedagogia, ela dá aulas a alunos das turmas iniciais do ensino fundamental.

     

    Para a também professora Roberta Dutra, que leciona a turmas de quarto e quinto ano, o projeto é um convite para o reposicionamento social, uma vez que as famílias são cativadas pela leitura por meio dos filhos e da escola. Com 17 anos de magistério, graduada em letras, ela acredita na leitura como meio de reflexão e ação para valorizar a vida. “Os projetos desenvolvidos nas bibliotecas escolares democratizam a leitura e a escrita, favorecem o diálogo e a compreensão no processo de ensino e aprendizagem”, ressalta.

     

    De acordo com Roberta, valorizar a leitura na escola é um excelente caminho para exercitar as ideias a favor de si e do próximo, de diminuir os receios quanto à escrita, a partir da criatividade, da afetividade e da subjetividade. ”Com textos diversificados, canções e jograis, observamos o quanto as atividades desenvolvidas na biblioteca possibilitam o crescimento de todos, no vocabulário, na oralidade e na sensibilidade para compreender e lidar com a diversidade escolar”, enfatiza.

     

    Fátima Schenini

     

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  • O professor, em roda de leitura com os alunos: “A leitura ensina, disciplina, tira da escuridão da ignorância, desenvolve a cidadania plena e cura a mediocridade” (foto: arquivo do professor Dijaik Souza)Pedagogo em Tefé, pequeno município do Amazonas, Dijaik Nery de Souza está empenhado em democratizar o acesso à informação e em desenvolver o gosto pela leitura entre os frequentadores da Biblioteca Pública Municipal Protásio Lopes Pessoa, por ele coordenada. “A leitura transforma o ser humano”, diz. “Ela ensina, disciplina, incita a busca do novo, o tira da escuridão da ignorância, lhe dá argumentos na busca pelos seus direitos, desenvolve sua cidadania plena; enfim, a leitura cura a mediocridade.”

    Professor concursado há mais de 20 anos, Dijaik atua na biblioteca desde 2012. Imbuído da necessidade de “plantar” uma cultura do livro em Tefé, para que ela prolifere e se torne presente na vida da população, ele criou, em 2014, o projeto Plantando Leitura, Colhendo Conhecimento, que ficou entre os finalistas da oitava edição do Prêmio Viva Leitura, na categoria 1, Biblioteca Viva. A premiação é promovida pelos ministérios da Educação e da Cultura, em parceria com a Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI), para estimular, fomentar e reconhecer boas práticas de leitura provenientes de todo o Brasil.

    O projeto do professor Dijaik tem continuidade com ações variadas, que incluem crianças, jovens e adultos. Uma delas é o Clube de Leitura, com duas reuniões por mês, na própria biblioteca, para discutir a importância de ler e para realizar ações que promovam o gosto pela leitura. Outra ação é a Visitando a Biblioteca, iniciativa que promove visitas de estudantes das redes pública e particular de ensino. Nos dois últimos anos, mais de cinco mil estudantes visitaram a biblioteca e foram feitos mais de 10 mil empréstimos de livros e documentos.

    A comemoração do aniversário da biblioteca, em 13 de junho, é outra atividade do projeto. “Durante a semana do aniversário, realizamos ações de mediação de leitura em escolas e na própria biblioteca, com estudantes convidados”, diz Dijaik.

    Entre outras ações do projeto estão o Sarau Literário, que reúne poetas da cidade e jovens do Clube da Leitura para recitar textos próprios e poesias dos grandes clássicos da literatura, e a implantação do Natal da Leitura, com campanha para arrecadação e doação de livros infanto-juvenis a crianças de comunidades carentes. “Estamos com a ideia de começar a campanha a partir de setembro e buscar parcerias fora do município”, diz o professor.

    Missão — Acessível apenas por transporte aéreo ou fluvial, Tefé não conta com teatro, cinema ou centros culturais. Daí a enorme importância das ações desenvolvidas pela biblioteca. “Nossa missão é tornar a biblioteca pública um centro local de informação, que permita o pronto acesso dos usuários a todo tipo de conhecimento, independentemente da idade, raça, sexo, cor, religião, nacionalidade, língua ou status social”, salienta o coordenador. “Fazer as pessoas gostarem de ler não é fácil, mas estamos realizando essas ações, mostrando que todos podem ter um livro na mão, basta querer, e nós estamos tentando mostrar esse caminho, tentando criar uma cultura do livro, até então inexistente.”

    A biblioteca conseguiu cerca de 400 novos livros para o acervo em 2014 e de 200 em 2015, por meio de doações de usuários e permutas com escolas e outras bibliotecas. “Hoje, já há uma cobrança por mais ações e vários pedidos por livros novos”, afirma o professor. “Nosso público tem aumentado diariamente.”

    Fátima Schenini

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  • A partir de ações desenvolvidas na biblioteca da escola, leitura e escrita dos alunos melhorou sensivelmente (Arte: ACS/MEC)

    Mais que uma aprendizagem derivada do processo de alfabetização, a leitura pode ajudar a promover qualidade de vida. É o que mostra o trabalho desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Médio Ronaldo Caminha Barbosa, em Cascavel, na região metropolitana de Fortaleza (Ceará). À frente dessa ação estão o professor Sérgio Furtado Neo e seus alunos, que, a partir de uma série de ações implantadas na biblioteca da escola, têm estimulado a leitura e despertado a consciência da comunidade local. Este é o tema da semana de Trilhas da Educação, programa produzido pela Rádio MEC e transmitido nesta sexta, 10, a partir das 10h.

    Sérgio, de 42 anos, conta que os estudantes mal frequentavam a biblioteca. Para piorar, o espaço parecia mais um depósito. Além disso, o professor percebia o aumento da violência e do uso de drogas na cidade. Como a maior parte dos alunos é formada por meninos de famílias simples e vulneráveis àquela realidade, ele não pensou duas vezes: “Eu me reuni com alguns alunos para mudar aquilo. Então, nós modificamos a biblioteca, arrumamos o local e catalogamos os livros. Concluída essa parte, começamos a arranjar voluntários e sair da escola”.

    As ações, conta ele, passaram a ser desenvolvidas nas ruas da cidade. “Colamos cartazes com frases de incentivo à leitura pelos muros da comunidade e pelos postes. Nós contamos histórias para crianças de escolas municipais e casos populares para os pescadores da região. ”

    Resultados – A iniciativa não demorou a dar frutos. “Fomos desenvolvendo mais ações com os alunos, incentivo à leitura, café literário, sarau de poesia”, ilustra o professor. “Aí, no ano passado, ganhamos um prêmio da Fundação Itaú. Ficamos em segundo lugar no prêmio Escola Voluntária e, de quebra, um dinheiro para investir no projeto. ”

    O trabalho recebeu R$ 15 mil como prêmio. “Ainda não aplicamos essa quantia, mas já começamos as ações”, relata Sérgio. “Fizemos o primeiro concurso literário das escolas de Cascavel e mobilizamos umas 15 escolas públicas. ”  A meta é investir esses recursos em melhorias na biblioteca, para que mais alunos possam ter acesso ao universo do conhecimento. “Vamos comprar mesas e estantes para a biblioteca e queremos aumentar o acervo de livros também”, anuncia o professor.

    O projeto conta com sete alunos fixos e aproximadamente 30 voluntários. A iniciativa foi bem recebida pela comunidade, principalmente por conta da mudança de comportamento dos alunos. “Somos muito bem vistos tanto na escola quanto fora dela”, valoriza Sérgio Neo.

    A aceitação da comunidade tem sido a melhor possível, destaca ele:  “Temos vários relatos de moradores que deram força, incentivaram, se mobilizaram em questões de leitura. Observamos que os empréstimos de livros da biblioteca haviam aumentado. E, muito mais do que isso, vimos uma mudança de atitude do jovem em relação à percepção que ele tinha da leitura. A leitura está diretamente associada ao conhecimento. Então, vemos a mudança principalmente em língua portuguesa. Pelos relatos de professores, os alunos estão escrevendo mais e melhor, participam de conversas sobre livros, pedem mais livros emprestados na biblioteca. Isso mostra a contribuição do projeto”.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Alunos alimentam-se com livros antes das aulas


    Literatura no café da manhã. Em Brejo Santo, no Ceará, um projeto de leitura tem ajudado os estudantes a terem gosto pelos livros. É o Café com Leitura. Essa delícia é realizada na cantina da escola Francisco Leite de Moura, onde é exposto um balaio cheio de obras paradidáticas, pequenos textos de diferentes gêneros e muitas gostosuras para serem saboreadas.

    Outro projeto implantado na rede de ensino municipal que tem chamado a atenção é o Educação Literária. São alunos do 2º ao 9º ano do ensino fundamental da escola Maria Benvinda Quental Lucena, que no início da aula fazem a leitura de um texto e depois debatem sobre o tema.

    Ambas as iniciativas tiveram início em escolas da região e, por meio da troca de experiências pedagógicas entre os estudantes, foram se espalhando. O principal objetivo é desenvolver o hábito da leitura de forma lúdica e prazerosa.

    Aluno da Francisco Leite de Moura, Kerrison Santana, de 7 anos, já pegou o gosto pela leitura. “Eu gosto muito do livro dos três porquinhos, do Pinóquio, da Chapeuzinho, da Branca de Neve e vários outros”, relatou.Para a professora Cícera Mônica, de língua portuguesa, a criança ter a chance de escolher um texto, ou um livro para ler silenciosamente, em voz alta, individualmente ou em pequeno grupo, enquanto faz seu lanche da manhã na escola, é uma experiência única.

    Na escola Maria Benvinda Quental Lucena, uma aluna do 6º ano foi medalhista na Olimpíada de Língua Portuguesa, na categoria “Relato de memória”, com o texto “Acende a fogueira do meu coração”.

    Mônica, que dá aula nas duas escolas, observou como as iniciativas são importantes para o desenvolvimento dos alunos. “Com a inserção dessas atividades exitosas nas aulas, os alunos do 2º ao 9º ano desenvolveram bastante suas habilidades e tornaram-se leitores fluentes e bons escritores”, disse.

    Segundo a professora, o hábito de leitura por meio dessas práticas tem demostrado avanço no processo de aprendizagem dos alunos. “A leitura é a base para construção do conhecimento; é um ato de grande importância porque além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita. Quanto mais o aluno lê, mais ele aprende”, enfatizou.

    Conta pra Mim – O Ministério da Educação (MEC) conta com um programa de incentivo à leitura. É o “Conta pra Mim”, lançado em dezembro de 2019. O objetivo é difundir a prática da literacia familiar, ou seja: pais, mães ou responsáveis lerem para as crianças.

    A iniciativa faz parte da Política Nacional de Alfabetização (PNA) e reúne uma série de materiais para orientar as famílias a como contribuir na construção do projeto de vida e do sucesso escolar dos pequenos.

    Para conhecer o programa e ter acesso ao conteúdo acesse: https://alfabetizacao.mec.gov.br/ e conheça, também, as aventuras do ursinho Tito, a mascote da literacia familiar.

    Assessoria de Comunicação Social



  • Orientados pelos professores, os estudantes integrados ao Talentos da Leitura passaram a demonstrar melhorias no desempenho geral (Foto: Divulgação)Em Palmas (TO), um projeto mudou a rotina de alunos e professores do Centro de Ensino Médio Castro Alves. A iniciativa, batizada de Talentos da Leitura, premia estudantes a cada semestre, conforme os livros lidos e comentados por eles. Com o incentivo à leitura, outras atividades foram integradas à rotina dos alunos, que trouxeram a comunidade para dentro da escola.

    Uma das idealizadoras do projeto, a diretora da escola, Maria do Carmo, explica que a ideia surgiu quando ela e a coordenadora Maria do Socorro Zacarias perceberam que a biblioteca era um território pouco explorado pelos alunos da escola. “Como os jovens do ensino médio têm uma biblioteca ao seu dispor e esse recurso pedagógico não tem incentivo para que os alunos acessem? ”, questiona. “A partir dessa observação, pensamos em desenvolver um projeto específico, que viesse ao encontro dessa necessidade. Então, surgiu a ideia do Talentos da Leitura. ”

    Ela lembra que um dos pontos mais importantes da proposta é motivar o trabalho conjunto em sala de aula, unindo conteúdo, aprendizado e lazer. “São livros que estão realmente dentro do planejamento do professor? Quais os tipos de livros que são mais lidos? A cada bimestre, as pontuações (dos estudantes) são repassadas para os professores para saber como é que está aquele aluno, qual foi o desenvolvimento dele, se essa leitura está realmente refletindo no aprendizado”, conta.

    Aqueles que se destacam, seja por lerem o maior número de exemplares ou pela melhor exploração do conteúdo, são reconhecidos pelo grupo. A escola manda confeccionar medalhas, além de contar com doações de kits com cadernos e canetas, por exemplo. Com tudo em mãos, os alunos são reunidos uma cerimônia de premiação realizada no pátio da instituição ou em sala de aula.

    Rádio – Logo que o projeto teve início, conta Maria do Carmo, foi possível perceber melhorias no desempenho dos alunos. Ao se dedicarem mais à leitura, eles passaram a demonstrar evolução na escrita, no raciocínio e na interpretação de texto. Entusiasmado, o grupo envolvido acabou por desenvolver uma série de iniciativas positivas, como a rádio escolar.

    “Pela pesquisa que fizemos na escola, 90% dos nossos alunos e funcionários têm um livro velho em casa”, situa a diretora. “Por meio desse projeto, nós incentivamos a doação de um livro para a escola. Nós já fizemos dois sebos e vendemos os livros a R$ 2 cada. Colocamos o recurso que obtivemos na conta da escola e nós compramos os equipamentos e montamos a rádio escolar”.

    Comunidade – Com a ampliação das atividades extracurriculares, Maria do Carmo relata que, mesmo diante de recursos limitados, foi possível ultrapassar os muros da escola e abrir a biblioteca também para um público maior. “Buscamos o incentivo da leitura não só para os nossos alunos, mas para as pessoas da comunidade. Nós fazemos a ficha de inscrição para que, por meio delas, outras pessoas possam continuar lendo com os recursos da biblioteca escolar do Centro Castro Alves. ”

    Para a diretora, a experiência tem mostrado que a ideia pode servir de ponto de partida também para outras instituições de ensino, desde que com o apoio dos alunos, da comunidade e do acompanhamento da escola: “Eu acredito que, assim como no Centro Castro Alves está dando certo, pode dar certo em qualquer outra escola. O que é preciso é a gente fazer acontecer o processo escolar junto aos alunos”.

    A mais recente conquista do grupo é a compra de um computador para a biblioteca e de equipamentos para a rádio. Tudo foi adquirido com a verba arrecadada a partir da organização de sebos de livros e demais eventos na escola. O próximo passo é investir em uma ferramenta que tem sido bastante reivindicada pelos alunos: internet em parte do prédio da escola.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Há mais de dez anos, o projeto Roedores de Livros utiliza ações integradas para despertar o gosto pela literatura entre crianças e adolescentes do Distrito Federal. O trabalho, que começou no Plano Piloto, atualmente tem uma sede fixa em Ceilândia, que, sendo a maior cidade do Distrito Federal, possibilita a ampliação do atendimento às crianças. A utilização do espaço é gratuita.

    A professora Ana Paula Bernardes, coordenadora do projeto, lembra que tudo teve início com a criação de uma biblioteca na Asa Norte – local que, contemplado com muitas doações, acabou por inspirar o Roedores de Livros. O nome é uma alusão à expressão “ratos de biblioteca”, como costumam ser chamadas as pessoas que passam muito tempo nesses espaços de leitura.

    Na sede atual, todos os fins de semana, os estudantes ouvem histórias e participam de oficinas de artes, entre outras atividades. Professores também podem aproveitar o local, onde são realizadas palestras específicas para a categoria. O acervo é predominantemente infantil e juvenil, mas há obras para todas as idades. “É uma biblioteca comunitária aberta que qualquer pessoa pode frequentar”, ressalta Ana Paula.

    Espaço aberto – A professora destaca a leitura como boa indicação para os momentos que todas as pessoas precisam criar, segundo sua avaliação, para “pensar em coisas boas”. O hábito de ler, avalia, sempre pode trazer mudanças de perspectiva na vida de qualquer um. A maioria das crianças que participam do projeto é formada por filhos de feirantes locais. A tendência natural desse público, observa Ana Paula, era seguir os passos dos pais, algo que foi mudado a partir do contato frequente com a leitura.

    “As crianças querem ser pediatras, professores e seguir outras profissões pelas quais, no início, não manifestavam interesse”, relata a coordenadora. “A partir desse momento em que elas vislumbram outras possibilidades, quando veem que o mundo é muito grande e que tem muitas coisas para serem feitas, a gente vai mudando esse lugarzinho.”

    Além das crianças, seus familiares também acabam sendo envolvidos pelas atividades do projeto. “Os pais ficam super animados e vêm buscar livros com a gente”, conta Ana Paula. “Todo ano, no Dia da Criança, a gente doa um livro para que essa criança também monte sua biblioteca, para que o amor ao livro não fique restrito ao Roedores.”

    Confiança – Os momentos de leitura são intercalados com conversas, que estabelecem um ambiente favorável para conquistar a confiança dos frequentadores. Esses contatos criam uma ligação afetiva que, segundo observa Ana Paula, muitas vezes não ocorre em casa ou na escola.

    “O livro aproxima a gente”, resume a coordenadora do Roedores de Livros. “Então, quando a gente faz uma leitura a partir da qual a criança ou jovem se sente à vontade para conversar, ela tira algumas dúvidas, vai experimentando outras coisas. Quando tem algum problema e quer conversar, às vezes não consegue falar isso em casa, e vem para cá.”

    Atualmente, cinco voluntários trabalham no projeto. A biblioteca fica aberta ao público aos sábados, das 9h30 às 12h. Escolas podem agendar visitas por Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

    Conheça outros detalhes do projeto

    Assessoria de Comunicação Social 

     

  • Experiências bem sucedidas de estímulo à leitura receberão R$ 90 mil em prêmios. Foto: João BittarO prêmio Vivaleitura 2011 já conta com 1.238 candidatos, mas escolas, bibliotecas e entidades da sociedade civil ainda podem apresentar suas experiências e concorrer a R$ 90 mil. O prazo para inscrições, que se encerraria no último dia 20, foi prorrogado até 10 de agosto.

    Dados da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), entidade que coordena o Vivaleitura, mostram que a categoria escolas públicas, privadas e comunitárias apresentou, até esta segunda-feira, 25, o maior número de trabalhos, 680. A categoria sociedade, que compreende empresas, organizações não-governamentais, pessoas físicas, universidades e instituições sociais, aparece na segunda posição, com a inscrição de 409 projetos.

    As bibliotecas públicas, privadas e comunitárias, que formam a terceira categoria, inscreveram 149 experiências. O prêmio de R$ 90 mil será distribuído entre os três setores, sendo R$ 30 mil para cada um.

    O regulamento do Vivaleitura 2011 prevê prazos de início e conclusão dos projetos concorrentes: experiências que começaram em janeiro de 2009 e que serão concluídas até julho de 2011; ou projetos permanentes com indicadores de resultados.

    As inscrições, gratuitas, devem ser feitas na internet, ou via postal, como carta registrada, com aviso de recebimento, para o endereço Prêmio Vivaleitura 2011, caixa postal 71.0377, cep 03410-970 – São Paulo (SP).

    Criado no Ano Ibero-Americano da Leitura, em 2005, o prêmio incentiva a leitura em espaços escolares, bibliotecas, instituições, entidades e residências. Democratizar o acesso ao livro, estimular a leitura e a formação cidadã, valorizar o livro e a leitura e apoiar a criação e a produção literárias são objetivos do Vivaleitura.

    A promoção é dos ministérios da Educação e da Cultura e a coordenação é da OEI, com o patrocínio da Fundação Santillana, da Espanha. A iniciativa tem o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

    O regulamento da sexta edição e o formulário de inscrição estão na página eletrônica do prêmio, onde também podem ser conhecidas as 15 experiências vencedoras, desde a primeira edição, de 2006.

    Ionice Lorenzoni
  • Diante do avanço da tecnologia, professora de escola mineira aponta a necessidade de promover uma reaproximação entre livro e alunos (foto: Arquivo da escola)Favorecer e incentivar a leitura de diferentes formas é preocupação constante da professora Ana Graziela Cabral. Formada em letras, com habilitação em português e inglês, ela atua há quatro anos no magistério e sempre cria diferentes estratégias para estimular o gosto pela leitura entre os estudantes.

    “Procuro sempre trabalhar diferentes gêneros e tipos textuais, partindo do texto, do livro, mostrando-o como suporte para a criação de realidades, novos mundos”, explica Ana Graziela, que dá aulas de português a turmas do quarto ano do ensino fundamental do Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. “A percepção de que em tempos atuais a prática da leitura tem sido preterida em relação a outras, especialmente as ligadas à tecnologia, mostrou-nos a necessidade de promover uma reaproximação entre livro e alunos.”

    Segundo ela, o projeto com melhores resultados foi O Livro que Marcou a Minha Vida, desenvolvido em 2009 com a professora Cristiane Neri Horta, também do Centro Pedagógico da UFMG, em duas turmas do terceiro ano. Em dez aulas, o projeto tem como ponto de partida a participação e o exemplo familiar. Os alunos conversam com os pais ou outros parentes mais velhos para saber quais livros leram e gostaram quando estudavam. Em aula posterior, escrevem carta a colegas de outra turma da escola sobre o livro que leram por indicação dos familiares. Na mesma carta, convidam os colegas para participar de uma exposição de livros, na qual conhecerão O Livro que Marcou a Minha Vida. Nesse dia, cada aluno apresenta o livro ao colega convidado e a todos que se interessarem. Os familiares que fizeram a indicação também são chamados a participar e falar sobre a importância da obra em suas vidas.

    De acordo com Ana Graziela, os resultados obtidos são positivos. Os alunos demonstram interesse tanto no desenvolvimento do projeto quanto durante a conclusão, na atividade de exposição. Na opinião da professora, os alunos, hoje, estão abertos a práticas relacionadas à leitura, numa demonstração de que o projeto gera frutos que ultrapassam o momento da aplicação.

    Outro projeto criado por Ana Graziela para estimular a leitura, Noite dos Talentos: Valorizando a Produção em Sala de Aula, é uma proposta de trabalho para desenvolvimento em um semestre ou em um ano letivo. Outros projetos da professora são encontrados no Portal do Professor.

    Fátima Schenini

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  • A Provinha Brasil avalia, no início e no fim do ano letivo, as competências de alfabetização, leitura e matemática alcançadas pelos estudantes matriculados no segundo ano do ensino fundamental público (foto: 15cre-cepa.blogspot.com)Os 3 milhões de estudantes matriculados no segundo ano do ensino fundamental público podem fazer a Provinha Brasil este mês. O exame avalia as competências de alfabetização, leitura e matemática alcançadas pelas crianças. As redes e escolas têm autonomia para aplicar e avaliar os resultados, mas o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que elabora os testes, recomenda que as provas sejam respondidas em dias diferentes. A provinha não é obrigatória.

    O exame é composto por um conjunto de materiais — cadernos de leitura e de matemática para cada aluno; guia de orientação a escolas, coordenadores pedagógicos e professores sobre a aplicação, a correção e a interpretação dos resultados; matrizes de referência. Esse material foi postado nos Correios entre 7 e 25 de outubro. De acordo com a Coordenação-Geral do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Inep, caso as escolas ainda não tenham recebido os conjuntos, devem procurá-los nas secretarias de Educação dos municípios ou nas prefeituras. No caso das redes estaduais, nas secretarias de Educação ou nas regionais de ensino.

    Referência— Para orientar escolas e educadores, o Inep elaborou uma matriz de referência para leitura e outra para matemática. Nelas estão descritas as habilidades que o estudante do segundo ano deve ter adquirido nessa etapa escolar.

    No caso da avaliação de leitura, a matriz indica que a criança deve, por exemplo, ser capaz de reconhecer letras. No teste, que contém letras e outros sinais gráficos, o aluno deve apontar a diferença. A matriz sugere dez passos na avaliação. Entre os quais, reconhecer sílabas, palavras e frases e localizar uma informação em um texto.

    A matriz de alfabetização matemática aborda habilidades do estudante ao associar, comparar, ordenar e identificar figuras geométricas planas e espaciais, comparar e ordenar dimensões. Cada item avalia um tipo de competência alcançada.

    Pacto— Para atender ao artigo 9º da Portaria nº 867, de 4 de julho de 2012, que instituiu o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, o Inep desenvolve um sistema informatizado para coleta e tratamento dos resultados da Provinha Brasil. O artigo 9º diz também que a avaliação do desempenho dos estudantes do segundo ano do ensino fundamental deve ser feita com aplicação da Provinha Brasil, pelas escolas participantes do pacto, no início e no fim de cada ano. O Inep, ainda de acordo com a portaria, prepara uma análise por amostra dos resultados da provinha ao fim do segundo ano e promove uma avaliação externa, universal, do nível de alfabetização ao final do terceiro ano do ensino fundamental.

    A Provinha Brasil de leitura e letramento, anual, começou a ser aplicada em 2008. Em 2011, o Inep criou a provinha de matemática. Desde 2012, as duas provas são aplicadas no início e no fim do ano letivo. A página da Provinha Brasil na internet contém as matrizes de referência de leitura e matemática e conta a trajetória do exame.

    Ionice Lorenzoni
  • Louis Braille, inventor da técnica de leitura e escrita em relevo, é homenageado este ano, em selo comemorativo que lembra o bicentenário do seu nascimento. Criado no povoado rural de Coupvray, a 40 quilômetros de Paris, ele tinha apenas 15 anos quando criou o método de comunicação utilizado até hoje na alfabetização de cegos em todo o mundo.


    O sistema braille foi o primeiro grande passo para a inclusão de crianças com deficiência visual na educação brasileira (Foto: João Bittar)A cerimônia de lançamento oficial do selo será realizada no Instituto Benjamin Constant (IBC), no Rio de Janeiro, na quarta-feira, dia 22. No mesmo dia, terá início seminário sobre as diferentes metodologias didático-pedagógicas de atendimento a crianças e jovens com múltipla deficiência.


    No Brasil, o sistema braille começou a ser ensinado em 1854, no Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant, vinculado ao Ministério da Educação. O primeiro professor do novo método no Brasil foi José Álvares de Azevedo, filho do poeta Manoel Álvares de Azevedo. Cego desde o nascimento, ele foi enviado pela família para estudar na França. Ao voltar ao Rio, passou a ensinar a filha do médico do imperador D. Pedro II, que era cega. Pouco tempo depois, o educandário para cegos foi criado.


    “Estamos comemorando o nascimento de um benfeitor da humanidade, de alguém que criou um sistema de leitura, lazer e trabalho para os cegos, dando a eles o significado de cidadania”, diz Maria da Glória de Souza Almeida, vice-diretora do IBC. “O sistema braille foi o primeiro grande passo da inclusão da pessoa cega na educação brasileira. E o Brasil desempenha papel de destaque na América Latina.”


    O Imperial Instituto dos Meninos Cegos, que em 1891 passou a se chamar IBC, e é a escola de cegos mais antiga da América latina. O segundo centro especial para cegos no Brasil é o Instituto São Rafael, de Belo Horizonte, criado em 1920.


    Somente em 1949, ocorreu a inserção dos cegos na escola regular. “O IBC é a matriz da educação especial no Brasil. Ele foi criado em 1954, ano da universalização do sistema braille”, lembra Maria da Glória.


    Diário — Louis Braille ficou cego aos três anos, ao ferir o olho esquerdo na oficina do pai, fabricante de arreios e selas. Uma infecção provocou a cegueira total. Aos sete anos, ele foi matriculado na Instituição Real para Crianças Cegas, na França, mas achava “lento e não prático” o método de leitura desenvolvido pelo professor Valentin Haüy. À época, escreveu em seu diário: “Se meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma”.


    Em 1829 já era professor do instituto em que estudara, quando publicou seu método exclusivo de leitura, o sistema braille.


    O selo impresso com a imagem de Louis Braille foi produzido na Casa da Moeda do Brasil para a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). A tiragem é de um milhão de unidades. Os selos serão comercializados até 2012.


    A inscrição para o 2º Seminário Nacional sobre Deficiência Múltipla custa R$ 50. Mais informações na página eletrônica do IBC.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Projetos de leitura de Poços de Caldas (MG), Parnamirim (RN) e Fortaleza foram os vencedores do Prêmio Vivaleitura de 2010. Ao autores de cada experiência receberam R$ 30 mil em dinheiro e certificado. A premiação ocorreu na sexta-feira, 19, em Brasília.

    Os vencedores foram escolhidos entre 1.829 inscritos das 27 unidades da Federação. A Fundação Dorina Nowill para Cegos, que tem em sede em São Paulo, recebeu menção honrosa pelo projeto Produção e Distribuição de Livros para Cegos.

    Na categoria Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias venceu o Centro Educacional e Cultural Kaffehuset Friele, de Poços de Caldas, com o projeto Promoção de Ações Culturais, atividade que envolve agentes da educação pública da cidade. O trabalho desenvolvido pelo centro educacional fortalece as relações com a população ao promover e incentivar o livre acesso ao acervo da biblioteca e organizar debates de autores com a comunidade.

    Na categoria Escolas Públicas e Privadas ganhou a experiência Cafeteria Sabor Literário, de Parnamirim. O projeto estimula estudantes do ensino médio a ler obras da literatura portuguesa e brasileira e mostra que livros e café podem ser degustados. Iniciado em 2008, o trabalho está na terceira edição.

    O projeto Ler para Crer – Oficinas Itinerantes, da Universidade Federal do Ceará (UFCE), desenvolvido em Fortaleza, foi o vencedor na categoria Sociedade, Empresas, ONGs, Pessoas Físicas, Universidades e Instituições Sociais. Como atividade de extensão, a UFCE realiza oficinas e promove mutirões para a criação de bibliotecas em comunidades da periferia.

    Criado no Ano Ibero-Americano da Leitura, em 2005, o prêmio incentiva a leitura em espaços escolares, bibliotecas, instituições, entidades e residências. De 2005 a 2010, o Vivaleitura recebeu cerca de 10,3 mil projetos, 90 deles classificados e 15 premiados. No período, foram distribuídos R$ 450 mil.

    O prêmio tem promoção conjunta dos ministérios da Educação e da Cultura, coordenação da Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e a Cultura (OEI) e patrocínio da Fundação Santillana, da Espanha.

    Ionice Lorenzoni
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