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  • As novas regras estabelecidas pelo MEC asseguram que a educação especial tenha sempre a perspectiva inclusiva (arte: ACS/MEC)Instituições de ensino públicas, particulares e confessionais que atuam na área da educação especial contam agora com regras claras a observar sobre as atividades que oferecem a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades–superdotação. Portaria do Ministério da Educação estabelece critérios para o funcionamento, avaliação e supervisão dessas escolas.

    Segundo a diretora de políticas de educação especial do MEC, Martinha Dutra, a oferta dessa modalidade de ensino já era orientada no Brasil por meio de notas técnicas e da Resolução nº 4, de 2009, do Conselho Nacional de Educação (CNE). A portaria agora publicada, porém, atende o estabelecido pelo Plano Nacional de Educação (PNE).

    Dividida em três partes, que versam sobre as atividades, as regras de funcionamento e os critérios para avaliação e supervisão, a portaria, de acordo com Martinha, dá respaldo aos gestores municipais e estaduais de educação. Para a diretora, amparados pela orientação do MEC, os gestores das secretarias de educação ganham mais segurança para organizar a oferta desses serviços na própria rede. E, se for necessário, podem firmar convênio por meio de chamada pública, o que hoje não acontece em todos os casos. Além disso, a supervisão da qualidade do que é ofertado também passa a ser exigida.

    “Muitas vezes, esse serviço é público, mas ele igualmente tem de ser supervisionado pela própria rede — se está funcionando ou não, se os alunos e alunas estão sendo bem atendidos, se as famílias estão satisfeitas”, diz Martinha. “Tem de haver esse feedback para a comunidade escolar.” A educação especial, segundo Martinha, deve ter sempre a perspectiva inclusiva.

    Inclusão — A ressalva sobre o olhar que se espera da educação especial, que deve ser sempre o de inclusão, é importante porque abrange o conceito e também a prática da modalidade. “Educação especial não é mais sinônimo de escola especial; ela passou a ser uma modalidade complementar ou suplementar”, diz Martinha. Isso significa que ensinar a ler, a escrever, a fazer operações matemáticas, por exemplo, não compete a essa modalidade. “Isso se aprende numa turma comum, de pessoas com e sem deficiência aprendendo juntas”, diz. “Mas o que faz a educação especial? Promove as condições de acessibilidade.”

    São essas as condições que Karine Adrielly da Silva Santos, aluna do sexto ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lajeado, do município de São Paulo, encontra desde 2011, quando ingressou na escola e descobriu que tinha transtorno do espectro autista. Para Karine, o ingresso na escola regular foi não só a porta de acesso para a educação como também para a saúde. Até então, a família não percebera que a menina interagia e se comunicava muito pouco para a idade. Somente após a observação da professora o diagnóstico foi procurado e o tratamento, iniciado.

    Segundo a pedagoga Cláudia Mistreli, que acompanha a menina há dois anos na sala de recursos multifuncionais, frequentada desde quando a estudante chegou à instituição de ensino, Karine só falava por meio de músicas e histórias. “Não interagia com as crianças, também; a coordenação motora fina era muito prejudicada”, relata.

    Acessibilidade — Com o acompanhamento de uma estagiária de pedagogia durante as aulas só para a menina, além das atividades na sala de recursos, duas vezes por semana, no contraturno, os avanços são notórios. “A leitura e a escrita vieram de modo estruturado, mas ela conseguiu”, afirma Cláudia. “Agora a Karine fala dentro do contexto também. Acreditamos que, até o nono ano, vamos ter muito sucesso com ela.”

    Conforme a professora, os estudos de caso compartilhados entre professores e equipe especializada, assim como a parceria com a família, foram essenciais para outra grande conquista de Karine: a autonomia. “Eu faço um monte de coisa na escola: faço brincadeiras, jogos que me ajudam na sala de aula e ajudam a melhorar a leitura e a escrita”, diz a estudante. “Eu quero ser atriz e cantora também, [quero] trabalhar.”

    Karine está entre os 56 alunos que contam com educação especial no corpo de cerca de 1,1 mil estudantes da escola Lajeado. Lá, são diversas as especificidades das crianças do primeiro ao nono ano — deficiências intelectual, física, auditiva e visual e transtornos diversos.

    A Portaria do MEC nº 243, de 15 de abril de 2016, que estabelece os critérios para o funcionamento, a avaliação e a supervisão de instituições públicas e particulares que prestam atendimento educacional a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades–superdotação, foi publicada no Diário Oficial da União de 18 de abril último.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira a Resolução do CNE nº 4, de 2 de outubro de 2009

    Ouça:

  •  As regras estabelecidas pelo MEC asseguram que a educação especial tenha sempre a perspectiva inclusiva (arte: ACS/MEC)Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) é a universalização da educação inclusiva e especial até 2024. Nos últimos anos, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada e Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) avançou muito nesses temas. A intenção, agora, é promover a qualidade desse atendimento.

    De acordo com Ivana de Siqueira, titular da Secadi, foram oferecidos aos estudantes apoio pedagógico, salas multifuncionais, salas de recursos e toda a parte de formação de docente e professores para atuarem nesse segmento. Tudo de acordo com a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que determina que as escolas e os espaços educacionais estejam preparados tanto do ponto de vista de formação de docentes quanto da acessibilidade. “Sabemos que se eliminarmos as barreiras existentes na sociedade a inclusão é um passo muito mais simples”, disse a secretária. “A acessibilidade está muito mais no contexto em que as pessoas convivem do que nas condições delas.”

    Durante entrevista ao programa Educação no Ar, da TV MEC, também transmitido pela NBR, Ivana afirmou que o Ministério mapeou todas as escolas que estão ofertando a educação inclusiva e que agora pretendem estabelecer indicadores e desenvolver metodologias de acompanhamento desse processo nos municípios e estados.

    Para ela, a alfabetização é o primeiro passo. Depois o aluno deve seguir para o ensino fundamental e médio e se preparar para a educação profissional. “É fundamental que os jovens e adultos tenha a educação relacionada com uma perspectiva profissional. Quando ele tem essa visão de profissionalização, ele tem um horizonte de futuro mas delineado, o que o anima a seguir com os estudos”, complementou.

    Graduada em psicologia com especialização em educação e desenvolvimento e mestrado em educação, Ivana de Siqueira esteve nos últimos 13 anos atuando na área de direitos humanos. De volta ao MEC, onde trabalhou com educação especial entre 1994 e 2003, Ivana defende que é preciso dar visibilidade e incluir, além das pessoas com deficiência, os indígenas, os quilombolas e os que não tiveram oportunidade de escolarização na idade correta.

    “É um desafio importante, e eu me senti muito animada principalmente com essa gestão do Ministério que abraçou e abraça essa causa de uma forma muito especial”, concluiu.

    Confira a lei nº 13.146/2015

    Assessoria de Comunicação Social 

    Ouça:

  • Celebrado em 21 de março, o Dia Internacional da Síndrome de Down busca conscientizar a sociedade sobre a importância do respeito e da inclusão. Os desafios persistem, mas, a cada ano, esse apelo ganha mais força nas escolas.

    Hoje a presença nas escolas regulares de alunos com síndrome de Down é uma realidade e vem comprovar que a convivência com as diferenças, além de enriquecer o ambiente escolar, é um direito de todos.

    David Aquino de Oliveira participa do projeto Fashion Inclusivo, desenvolvido pelo Centro de Ensino Especial nº 1 de Sobradinho (Foto: Arquivo pessoal)

    Aluno do Centro de Ensino Especial nº 1 de Sobradinho, David Aquino de Oliveira, de 26 anos, tem síndrome de Down e faz da sua atuação uma forma de lutar contra o preconceito. Ele participa do projeto Fashion Inclusivo, uma ação que começou na escola onde estuda por iniciativa de uma professora. O projeto cresceu e a educadora que idealizou a proposta decidiu abrir uma associação. Mensalmente, crianças, adolescentes e adultos com síndrome de Down e outras deficiências se reúnem, juntamente com seus pais, para ensaiar e organizar os desfiles. 

    “As roupas são emprestadas pelas lojas ou a gente compra”, conta a mãe de David, Maria do Carmo Aquino. “A proposta do Fashion Inclusivo é mostrar que as pessoas que são especiais podem desenvolver qualquer coisa. ” Por conta do projeto, David já esteve duas vezes em Foz do Iguaçu (PR), em São Paulo, já foi para o Paraguai e para a Argentina”.

    Maria do Carmo destaca o gosto do filho por atividades ligadas às artes. Na escola, David participa da oficina pedagógica onde aprende a fazer tapetes e outros artesanatos. Também na escola, já teve aulas de judô e atualmente faz natação, uma das disciplinas que mais aprecia. “Eu gosto de tudo, faço tudo aqui”, afirma o estudante.

    Mobilização – A professora de David, Denirse Fonseca, tem especial carinho pelo jovem. “Ele é muito tranquilo e muito carinho e interage bem”, resume. “Na turma dele tem mais duas meninas com Down. Para nós, professores, os desafios são muitos, mas, se a gente tem o apoio da família e da instituição, é um trabalho que pode ser bem realizado. Além da formação, é necessário ter boa vontade e amor pela profissão. ”

    Diretora de Políticas da Educação Especial do MEC, Patrícia Neves Raposo destaca que o 21 de março é uma data fundamental para mobilizar governos e sociedade em torno de uma reflexão sobre os direitos humanos.  “O MEC, por meio dos seus programas e ações, tem apoiado sistemas de ensino para garantir o acesso à participação e aprendizagem de todos os alunos”, informa. “Nosso desafio, agora, é garantir a participação dos alunos, qualificando sistemas de ensino e professores e melhorando a acessibilidade para que todos os alunos tenham o seu processo escolar e de aprendizagem efetivos. ”

    Assessoria de Comunicação Social

  • A diretora de políticas de educação indígena do MEC, Rita Nascimento, defendeu a participação indígena nos espaços do executivo (Foto: Isabelle Araújo/MEC)O Ministério da Educação marcou presença durante o 2º Fórum de Educação Escolar Indígena (Fneei) na tarde desta quarta-feira, 26. A secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Ivana de Siqueira, e a diretora de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-raciais, Rita Nascimento, dialogaram com os indígenas e indigenistas presentes no encontro.

    A missão do MEC no evento foi firmar a intenção de continuar lutando por uma educação escolar indígena inclusiva. “Nós estamos firmes nessa pauta, temos muito a avançar”, observou a secretária Ivana de Siqueira. “Temos que pensar na infraestrutura para esses alunos, na formação dos profissionais que atuam na educação escolar indígena, na carreira do professor, no ensino médio, que é um grande desafio para esses alunos. Estamos de portas abertas para o diálogo”, prometeu.

    Rita Nascimento defendeu a participação de representações indígenas nos espaços do poder executivo. “É muito importante a participação indígena nas secretarias de educação, nos conselhos estaduais, bem como nas organizações de professores indígenas. O Fórum de Educação Escolar Indígena é um momento de congregar todos esses atores para coroar o protagonismo indígena”, opinou.

    A diretora reafirmou ainda o compromisso que tem com a pauta, tanto como servidora quanto como indígena. “Para alguns de nós, servidores indígenas, é um compromisso ainda maior porque temos pertencimento étnico. Quero firmar esse compromisso e dizer que esse é o momento de nós reafirmarmos a importância da educação escolar indígena”, afirmou.

    Diálogo– O Fneei foi pensado para a interlocução de profissionais e lideranças que atuam na educação escolar indígena e o Estado brasileiro, formado pelos fóruns estaduais de educação escolar indígena e organizações de professores indígenas. A segunda edição, que tem o tema Infância, educação e diversidade cultural indígena brasileira, começou na segunda-feira, 24, e vai até o próximo sábado, 29, no Centro de Convivência Multicultural da Universidade de Brasília (UnB), conhecido entre os estudantes como a Maloca.

    Assessoria de Comunicação Social

  • A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação realiza nesta terça-feira, 13, e na quarta, 14, em Brasília, reunião técnica de dirigentes de educação especial dos estados e do Distrito Federal. O objetivo é encontrar os melhores modelos para a educação especial, de forma a garantir que os estudantes com deficiência tenham condições de permanecer nas escolas.

    Atualmente, apenas 30% das escolas que registram matrículas de alunos com deficiência oferecem atendimento educacional especializado. Além disso, somente 26% contam com salas de recursos multifuncionais e apenas 4% dos professores que atuam nessas escolas têm formação específica em educação especial.

    Diante desse quadro, o MEC pretende colher informações sobre o trabalho realizado nas escolas, buscar modelos que tiveram êxito e que possam servir de orientação para as demais unidades federativas. Para isso, estão sendo realizados debates, mesas-redondas e oficinas de trabalho.

    A titular da Secadi, Ivana de Siqueira, avalia que a inclusão dos estudantes com deficiência só será eficaz se houver garantia do respeito à diversidade e às diferenças. “A inclusão é muito mais que a garantia da matrícula; é preciso oferecer recursos e apoio para que esse aluno possa dar continuidade à sua trajetória educacional”, diz. Por isso, Ivana reforça a importância do respeito às realidades locais. “Não queremos um modelo único de inclusão. Queremos modelos em que o aluno aprenda.”

    Participam do evento o presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), Gastão Dias Vieira; o secretário especial dos direitos da pessoa com deficiência do Ministério da Justiça e Cidadania, Moisés Bauer, e o diretor do Departamento de Benefícios Assistenciais do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Allan Camello Silva. 

    Assessoria de Comunicação Social

  • Em nota técnica de 18 de março, a Diretoria de Políticas de Educação Especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação orienta os sistemas públicos e privados de ensino sobre a negativa de matrícula a estudante com deficiência. De acordo com o documento, esses estudantes têm direito constitucional à educação.

    O direito das pessoas com deficiência à matrícula em classes comuns do ensino regular é amparado no artigo 205 da Constituição Federal, que prevê “a educação como direito de todos, dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A Carta Magna também garante, no artigo 208, o direito ao atendimento educacional especializado.

    A nota técnica afirma que compete ao Ministério da Educação reconhecer, credenciar e autorizar as instituições privadas de educação superior e toda rede federal, e que fica sob a responsabilidade da Diretoria de Políticas de Educação Especial, juntamente com o Ministério Público Federal, o acompanhamento dos procedimentos relativos à recusa de matrícula nessas instituições. Nas esferas municipal, estadual e distrital, esta competência é das secretarias de educação, que devem fazer a análise e emissão de parecer sobre processos alusivos à recusa de matrícula em instituições escolares, públicas e privadas, sob sua regulação.

    As instituições públicas e privadas que se negarem a matricular os estudantes com deficiência estarão sujeitas a multa.

    Diego Rocha

    Leia a Nota Técnica nº 20/2015 da Secadi

    Acesse o parecer nº 171/2015 da Consultoria Jurídica da Advocacia-Geral da União, junto ao MEC

    Leia mais:
    Dia da Síndrome de Down revela evolução da inclusão no Brasil

  • O ministro destacou a disposição do MEC em discutir, com o Instituto Benjamin Constant, pautas de inclusão (Foto: André Nery/MEC)

    Rio de Janeiro, 24/11/2017 – O ministro da Educação, Mendonça Filho, visitou na manhã desta sexta, 24, no Rio de Janeiro, as instalações do Instituto Benjamin Constant (IBC), órgão ligado ao MEC e responsável por uma escola que atende 850 crianças e adolescentes cegos, surdocegos, com baixa visão e deficiência múltipla.

    Na avaliação de Mendonça Filho, o IBC é um patrimônio do Brasil e segue uma política pública inclusiva, que promove equidade e mais oportunidades para todos. “Vim aqui para ratificar o meu compromisso com o instituto, salientar e confirmar a nossa disposição em receber a direção do IBC em Brasília para discutirmos essa pauta de inclusão”, disse o ministro.

    Para o diretor geral do IBC, João Ricardo Melo Figueiredo, construção é a palavra que melhor resume a relação hoje do instituto com MEC: “Enxergamos uma construção efetiva, que não é apenas protocolar. Nós agora temos entrada no Ministério da Educação. É assim que se constrói, é assim que se é democrático, é assim que se respeita uma instituição de 163 anos de educação”.

    O IBC é também um centro de referência, em nível nacional, para questões da deficiência visual, capacitando profissionais e assessorando instituições públicas e privadas nessa área, além de reabilitar pessoas que perderam ou estão em processo de perda da visão.

    Ao longo dos anos, o instituto se tornou também um centro de pesquisas médicas no campo da oftalmologia, possuindo um dos programas de residência médica mais respeitados do país. Por meio desse programa, o IBC presta serviços de atendimento médico à população, com consultas, exames e cirurgias oftalmológicas.

    Mendonça Filho informou que o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Kleber de Melo Morais, já estabeleceu um canal de comunicação com a área de oftalmologia do IBC. “Isso é importante para que a gente possa viabilizar uma cooperação técnica na busca de mais oftalmologistas e profissionais que possam atuar aqui no IBC”, destacou o ministro.

    O IBC é comprometido também com a produção e a difusão da pesquisa acadêmica no campo da educação especial. Por meio da imprensa especializada, edita e imprime livros e revistas em braille, além de contar com um farto acervo eletrônico de publicações científicas.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação realiza até sexta-feira, 14, a 1ª Reunião Pedagógica de Formação Continuada, em Brasília. O encontro, aberto nesta quarta-feira, 12, reúne os coordenadores dos programas de formação continuada de professores na área de diversidade e inclusão.

    De acordo com a titular da Secadi, Macaé Evaristo, a garantia do direito à educação é inalienável de outros direitos. “Estamos tratando de como as políticas de diversidade e inclusão e a formação de professores devem se integrar para que os docentes brasileiros possam tratar de diferentes temáticas dentro das salas de aula”, disse.

    A abertura do encontro, sob o tema A Diversidade e a Inclusão na Formação Continuada de Profissionais do Magistério, contou com a participação da secretária Macaé Evaristo e de representantes de entidades de pessoas com deficiências e das comunidades negra, indígena, quilombola e LGBT.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Tendo o português como primeira língua oficial, o Brasil também reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua das comunidades surdas brasileiras desde 2002. Mesmo antes da oficialização, a Libras já era falada no Brasil, desde o século 19. Este ano, ao ter como tema Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil, a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) levou a sociedade a refletir sobre a realidade das pessoas com surdez.

    Detentora de características próprias e reconhecida em todos os aspectos linguísticos, como morfologia, sintaxe e pragmática, a Libras se diferencia do português na medida em que se apresenta na modalidade visuoespacial, ou seja, composta por um conjunto de movimentos e expressões captados pela visão.

    “Os surdos falam a língua de sinais, que é uma língua espaço-visual ou visuoespacial e, paralelamente, aprendem a escrita do português”, explica a coordenadora-geral de Articulação da Política de Inclusão dos Sistemas de Ensino do MEC, Linair Moura Barros Martins. Ela cita Sueli Fernandes, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) especializada em educação bilíngue para surdos e autora de vários artigos sobre o tema: “Para os surdos, o português é aquilo que eles podem ver, uma vez que não têm acesso às propriedades sonoras.”

    A língua de sinais não é universal, já que cada comunidade tem seu idioma. No caso do Brasil, a Libras deriva da Língua de Sinais Francesa (LSF), trazida ao país por um professor francês que, em 1857, participou da fundação da primeira escola brasileira para surdos do país. Com o tempo, houve a adaptação e fusão da língua francesa com sinais já utilizados informalmente pelos brasileiros.

    “É importante que a sociedade discuta esse tema, para que seja cada vez mais inclusiva e possa compreender e construir espaços sociais para os surdos ocuparem”, pontua Linair Martins. “As pessoas com deficiência têm um canal diferente de ver o mundo, mas tão importante e singular que só contribui para a valorização da diversidade humana.”

    Linair defende que os surdos tenham mais espaço: “O fato de a maioria da população brasileira não falar a língua de sinais é um desafio, mas é um desafio permanente que irá ocorrer com todas as minorias. Essa é uma língua que tem uma comunidade de falantes minoritária, mas é nessa língua que os surdos se comunicam com o mundo e constroem conhecimento sobre ele. Então, deve ser muito respeitada e priorizada na educação”.

    Atualidade – Números do Censo Escolar de 2016 registram que o Brasil possui, na educação básica, 21.987 estudantes surdos, 32.121 com deficiência auditiva e 328 alunos com surdocegueira. Dentro do princípio da inclusão como preceito do sistema educacional brasileiro, o MEC trabalha para garantir uma série de recursos que contemplem essa parcela da população.

    “O aluno tem seu direito garantido à matrícula e o apoio vem com o intérprete educacional, a sala de recursos, o ensino de Libras e o ensino de português como segunda língua para os surdos”, explica a coordenadora. “Todo esse conjunto de apoio é fornecido pela educação especial.”

    Uma das mudanças implementadas na edição deste ano do Enem foi a aplicação de videoprovas, ou seja, a prova em Libras, um recurso de acessibilidade para realização do exame por surdos e pessoas com deficiência auditiva. A novidade contempla os falantes de língua de sinais, contemplando o direito de fazer a prova em sua primeira língua. A videoprova foi solicitada por 1.897 candidatos, tendo sido a ferramenta mais selecionada entre os participantes deste grupo.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • O ministro Fernando Haddad mostra a Dilma ferramentas inovadoras que contribuirão para melhorar o ensino (foto: Wanderley Pessoa)Equipamentos como uma lousa eletrônica e um leitor em braile chamaram a atenção da presidenta da República, Dilma Rousseff, em sua visita à exposição de produtos do Seminário Gestão de Compras Governamentais – a Experiência da Educação, em Brasília. Esses aparelhos, produzidos para uso nas escolas públicas, foram apresentados a ela pelo ministro da Educação, Fernando Haddad.

    A lousa eletrônica é composta de uma caneta e um receptor, que, acoplados ao projetor Proinfo (equipamento com computador e projetor ofertado pelo MEC aos estados e municípios), permitem ao professor trabalhar os conteúdos disponíveis em uma parede ou quadro rígido, sem a necessidade de manuseio do teclado ou do computador. O ministro destacou a interatividade com os conteúdos ensinados, além de uso da ferramenta como quadro digital. O equipamento está em processo de licitação para compra no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

    A presidenta afirmou que será feito um esforço enorme para que os equipamentos sejam adquiridos. “São produtos essenciais para os alunos e professores e com certeza contribuem para a educação”, disse.

    Outra iniciativa que chamou atenção de Dilma foi o protótipo de um leitor em braile, que permitirá que alunos com deficiência visual escrevam e ao mesmo tempo ouçam o que escrevem. A ferramenta tem uma câmera digital que captura as imagens de um livro ou jornal, por exemplo, e transforma a imagem em texto em braile, gerando o áudio correspondente. O equipamento tem ainda um visor pelo qual o professor poderá acompanhar o trabalho do estudante.

    O projeto é coordenado pelo FNDE e desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pelo Instituto Federal do Ceará. O protótipo está em fase de testes e deve estar pronto em seis meses.

    Durante a visita, a presidenta conheceu outros produtos adquiridos pelo Ministério da Educação. Ela entrou num dos barcos que faz transporte escolar na região Norte e nos ônibus escolares. Viu as novas bicicletas e uniformes, e também os laboratórios do programa e-Tec, que oferece ensino técnico na modalidade a distância.

    No período da tarde desta quarta-feira, 14, o seminário continua com gestores e fornecedores do governo. Eles participarão de cinco oficinas sobre a busca da eficiência nos gastos governamentais, processos de controle interno e externo que visem a transparência nas aquisições de remédios e de equipamentos para hospitais universitários.

    Adriane Cunha


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    Sistema usado pelo MEC é visto como modelo para compras governamentais
  • A escola de Recife atende alunos com problemas de baixa visão e diversas outras deficiências (foto: João Bittar)Criada em 1994, com a ideia inicial de atender jovens surdos que viviam na rua e fora do sistema de ensino, a Escola Municipal Padre Antônio Henrique, de Recife, atende todos os tipos de estudantes. Entre eles alunos com síndrome de Down, paralisia cerebral e baixa visão.

    “Temos 300 estudantes, dos quais 72 são surdos ou com outras deficiências. É uma escola que tem sensibilidade para esse público”, assegura a diretora da instituição, Maria de Fátima Ribeiro Ferraz. Segundo ela, a instituição tinha cerca de 170 alunos surdos em 2009. Com o processo de inclusão, esse número foi se reduzindo. “Os surdos foram conquistando outros espaços”, esclarece. Outro motivo para a redução, segundo ela, é a conclusão do ensino fundamental por muitos desses estudantes.

    De acordo com Maria de Fátima, a instituição sempre trabalhou com projetos de leitura e considerou a importância de contar com um espaço específico para essa atividade e para a pesquisa. Por essa razão, participou, em 2006, de concurso para a implementação de bibliotecas em escolas municipais, promovido pela Gerência de Biblioteca e Formação de Leitores da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer de Recife. O projeto apresentado pela escola foi classificado, o que garantiu o recebimento de recursos para a instalação da biblioteca.

    “É uma biblioteca comum, com recursos variados, de acordo com as especificidades da escola”, diz a diretora. Além de obras literárias tradicionais, CDs em libras, livros em braile e jogos pedagógicos fazem parte do acervo. “É pequena, mas muito equipada”, destaca. Apesar de a escola não contar com bibliotecária, os professores contribuem na organização e no trabalho com os estudantes. Além disso, estagiários trabalham como mediadores de leitura.

    O acervo é adquirido de várias maneiras — envio de obras pelo Ministério da Educação, aquisição com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e parcerias com empresas particulares, entre outras. A próxima meta de Maria de Fátima é montar uma sala de atendimento especializado, com equipamentos e jogos capazes de contribuir para a melhoria do aprendizado e a inclusão dos alunos com deficiência.

    Fátima Schenini

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  • Haddad, na abertura do seminário: “A avaliação de uma escola também deve ser medida pela capacidade de formar cidadãos plenos”Cinco escolas, uma de cada região brasileira, foram premiadas na noite de segunda-feira, 24, por desenvolver práticas de inclusão de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. A entrega do prêmio Experiências Educacionais Inclusivas fez parte da abertura do seminário internacional A Escola Aprendendo com as Diferenças, que vai até quinta-feira, dia 27, em Brasília.

    “Sempre que falamos em aferir a qualidade da educação, pensamos em exames de proficiência, mas esquecemos que a avaliação de uma escola também deve ser medida pela capacidade de formar cidadãos plenos”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, as escolas devem ensinar, acima de tudo, o convívio harmonioso entre as crianças e jovens, baseado no respeito mútuo. “Todos se beneficiam com a inclusão.”

    Haddad destacou os programas do Ministério da Educação que dão condições às escolas regulares de receber alunos com deficiência, como a implantação de salas de recursos multifuncionais, que reforçam o aprendizado de acordo com as peculiaridades de cada estudante. O ministro citou, também, a contagem de dupla matrícula no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para as escolas regulares que oferecem atendimento especializado no turno oposto ao das aulas. “As ações já se refletem no censo escolar, que registrou número maior de matrículas de alunos com deficiência nas escolas regulares do que nas especializadas”, ressaltou.

    O prêmio Experiências Educacionais Inclusivas recebeu 713 inscrições, oriundas de 420 municípios de todos os estados. Os vencedores apresentarão as experiências durante o seminário e em publicação conjunta da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) e da Secretaria de Educação Especial (Seesp) do MEC.

    Para o secretário-geral da OEI, Álvaro Marchesi, as experiências das escolas precisam ser compartilhadas com outros países. “Precisamos aprender juntos para, juntos, transformar a sociedade, que precisa de bons exemplos”, afirmou.

    Além das cinco vencedoras, 11 escolas foram homenageadas e uma, de educação infantil, recebeu menção honrosa. O prêmio também tem o apoio do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da Fundação Mapfre.

    Assessoria de Comunicação Social




  • Pessoas com deficiência que frequentaram escolas públicas durante o ensino médio terão direito a um percentual de vagas nas universidades e nos cursos técnicos de nível médio de instituições federais. A nova regra vale desde esta quinta-feira, 29, com a publicação da Lei nº 13.409/2016, sancionada pelo presidente da República, Michel Temer. O benefício das cotas já valia para estudantes de baixa renda e que se declaram pretos, pardos e indígenas desde agosto de 2012, com a publicação da Lei nº 12.711, a chamada Lei de Cotas.

    A quantidade de vagas será definida de acordo com o número de pessoas com deficiência na unidade da Federação na qual o estudante será matriculado, considerado o proporcional em relação à população do estado ou do Distrito Federal em que estiver localizada a instituição de ensino, segundo o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nova legislação também é assinada pelos ministros da Educação, Mendonça Filho, e da Justiça, Alexandre de Moraes.

    “A nova legislação faz uma equidade ao equiparar direitos e estender esse benefício a pessoas com deficiência”, comenta a titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, Ivana de Siqueira. A sistemática de reserva de vagas nas instituições federais de ensino tem validade de dez anos, até 2022, para quando está prevista a revisão do programa especial de cotas para acesso à educação superior. 

    De acordo a legislação que instituiu o sistema de cotas no Brasil, as instituições federais de educação superior no Brasil devem reservar o mínimo de 50% das vagas em cursos de graduação a estudantes que tenham frequentando, integralmente, o ensino médio na rede pública. Dentro dessa cota, as vagas devem atender percentuais específicos para critérios sociais (renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita), raciais e étnicos. E agora, com as alterações no texto original, as pessoas com deficiência são incluídas e tornam-se também beneficiárias.

    A Lei nº 13.409, de 2016, que dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnicos de nível médio e superior das instituições federais de ensino, foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 29.

    Confira:
    Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Ao lado de Ivana de Siqueira (E), diretora regional do OEI, e de Cláudia Dutra, secretária de educação especial do MEC, o ministro Fernando Haddad destacou que o Brasil encontrou Foi lançado nesta quarta-feira, 11, em Brasília, o Prêmio Experiências Educacionais Inclusivas – A Escola Aprendendo com as Diferenças. O propósito é o de difundir experiências escolares inovadoras na inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades-superdotação nas classes comuns do ensino regular.


    “Mais humanidade significa mais inclusão”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a solenidade de lançamento do prêmio. O ministro acredita que o Brasil tenha encontrado um rumo promissor na educação inclusiva. “As políticas públicas são o desdobramento natural da mudança de mentalidade da sociedade a favor do convívio com as diferenças”, afirmou.


    De acordo com a secretária de educação especial do Ministério da Educação, Cláudia Dutra, a intenção do prêmio é impulsionar todas as escolas públicas a elaborarem propostas de educação inclusiva. “A exclusão ocorre por falta de acessibilidade e porque, muitas vezes, não há mudanças nas práticas pedagógicas e nas atitudes da comunidade escolar”, relatou.


    O prêmio vai contemplar cinco experiências, uma de cada região do país, desenvolvidas por diretores, professores, pais ou alunos. Haverá, ainda, menção honrosa para trabalhos na educação infantil. As experiências devem ter sido iniciadas em 2008 ou 2009 e estar em curso em 2010. Cada escola deve concorrer com apenas um trabalho.


    As inscrições serão abertas na segunda-feira, dia 16, e se estenderão até 12 de março de 2010. Devem ser feitas pela internet ou pelos Correios. A análise das experiências vai até 30 de abril de 2010. A cerimônia de premiação está prevista para o 6º Seminário Nacional do Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, que será realizado em maio do próximo ano.


    Entre os critérios de avaliação e seleção das experiências estão a promoção de acessibilidade na escola, o trabalho colaborativo e a participação da família e da comunidade. A comissão julgadora será composta por dez especialistas em educação. As escolas receberão como prêmio R$ 8 mil, um diploma, intercâmbio para conhecer outra experiência premiada e publicação do trabalho.


    A iniciativa do prêmio é da Secretaria de Educação Especial (Seesp) do MEC e da Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) e tem o apoio da Fundação Mapfre, do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

    Letícia Tancredi

  • Uma experiência bem-sucedida na rede pública de ensino deu a Florianópolis o primeiro lugar na terceira edição do prêmio Experiências Educacionais Inclusivas: a Escola Aprendendo com as Diferenças. Desde 2001, todas as escolas de educação infantil da capital catarinense contam com uma política de educação especial nas perspectivas da educação inclusiva, de acordo com diretrizes da Secretaria de Educação do município.

    Programa nesse sentido desenvolvido pela secretaria prevê a formação de professores de educação especial para o atendimento especializado aos alunos. Outra prática adotada é a constituição de grupos de estudo, de trabalho e de assessoramento para o aperfeiçoamento das práticas de educação especial na rede municipal de educação infantil.

    Segundo Rosângela Machado, gerente de educação inclusiva da Secretaria de Educação de Florianópolis, essa política visa a garantir princípios fundamentais, como o direito à educação a toda criança na escola regular e o direito à acessibilidade, com oferta de recursos, segundo as necessidades específicas de cada criança.

    Ao falar sobre os serviços de educação especial na perspectiva da educação inclusiva, Rosângela, doutora em educação, revela que é feito um estudo de caso sobre cada criança com deficiência para a identificação das necessidades, potencialidades e dificuldades. A partir desse estudo, é elaborado plano educacional especializado, que inclui o atendimento ao aluno, produção de material acessível, acompanhamento do uso desse material na sala de aula e orientação ao professor e à família.

    O público-alvo dessas ações são crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades e superdotação na faixa etária de até 5 anos, matriculadas nas unidades de educação infantil da rede pública municipal. Entre os benefícios para os alunos, Rosângela identifica, principalmente, o convívio entre todas as crianças, independentemente de terem ou não deficiências. “Outra questão importante é terem, desde os primeiros anos de vida, suas necessidades identificadas e atendidas”, afirma a professora.

    Atenção— Para Rosângela Machado, o primeiro lugar no prêmio demonstra que a educação inclusiva é possível. “A educação infantil é a primeira etapa de uma criança para uma educação escolar”, destaca. “Por isso mesmo, ela deve receber toda a atenção já nos primeiros anos de vida, além de conviver desde cedo com crianças sem deficiência.”

    Rosângela espera que a experiência bem-sucedida em Florianópolis inspire profissionais e redes de ensino de todo o Brasil.

    Com a primeira colocação no prêmio, a Secretaria de Educação de Florianópolis indicará dois representantes para viagem à Espanha. No país ibérico, os catarinenses conhecerão o processo de inclusão de crianças com deficiência na educação infantil pública. A viagem terá duração de sete dias, no primeiro semestre do próximo ano.

    A solenidade de premiação foi realizada no dia 6 último, em Recife.

    Ana Júlia Silva de Souza
  • Instituições federais de educação superior e universidades estaduais terão este ano R$ 5 milhões para investir na formação de recursos humanos e na aquisição de materiais e equipamentos que ajudem na inclusão de pessoas com deficiência. A inscrição de projetos deve ser feita até o dia 24, pela internet, conforme publicado no Diário Oficial da União, na segunda-feira, dia 3.


    Do total de recursos, universidades e institutos federais de educação, ciência e tecnologia que ofereçam cursos superiores receberão R$ 3 milhões; as instituições estaduais, R$ 2 milhões. Cada um pode apresentar projeto no valor máximo de R$ 120 mil.


    O programa Incluir, desenvolvido pelas secretarias de Educação Superior (Sesu) e Especial (Seesp) do Ministério da Educação, tem entre seus objetivos implantar a política de educação especial com inclusão, promover ações que assegurem o acesso e a permanência de pessoas com deficiência nas instituições públicas de ensino superior e eliminar barreiras físicas, pedagógicas e de comunicação.


    Os recursos serão aplicados em adequações arquitetônicas para acessibilidade física (rampas, barras de apoio, corrimãos, pisos e sinalizações táteis, sinalizadores e alargamento de portas); aquisição de materiais permanentes (elevador, teclado em braile, linha braile, lupa eletrônica, amplificador sonoro); aquisição de material didático e recursos de tecnologia assistiva; aquisição e adaptação de mobiliário; elaboração e reprodução de material pedagógico; formação de professores e de técnicos.


    O prazo para execução dos projetos é de 12 meses — a data final é 31 de dezembro de 2010. As inscrições vão até o dia 24. A divulgação do resultado parcial está prevista para 14 de setembro, com prazo para recursos até o dia 16. A divulgação dos resultados finais será feita no dia 23 do mesmo mês.


    O Edital nº 5/2009, disponível na página eletrônica da Secretaria de Educação Superior (Sesu), contém as exigências e detalhes que devem ser observados pelas instituições públicas que pretendam receber recursos públicos do programa Incluir.


    Mais informações no endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e pelo telefone (61) 2104-8947 e 2104-8905.

    Ionice Lorenzoni

  • O grupo Gattu, do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do sudeste de Minas Gerais, quer tornar o teatro acessível a alunos de escolas públicas de Juiz de Fora (MG). Pensando nisso, em uma iniciativa inédita, realizou sessões especiais de teatro para estudantes de escolas localizadas no entorno da instituição. Ao todo, 300 crianças das escolas estaduais Professor Quesnel e Antônio Carlos assistiram à peça infantil Pluft, o Fantasminha.

    Denominado pelo grupo de Projeto Escola, as sessões visam principalmente reforçar as atividades de extensão desenvolvidas para a comunidade. O Gattu não possui fins lucrativos e é formado por alunos e ex-alunos do instituto, que pretendem estender as apresentações a outras escolas da cidade.

    Márjori Correa Mendes, que cursa o 3º ano do ensino médio no instituto federal e é a protagonista da peça – ela interpreta o fantasma Pluft no clássico de Maria Clara Machado – foi quem teve a ideia do projeto. Ela conta que a inspiração partiu de um grupo de amigos, que realizou um espetáculo voltado para pessoas carentes. Como gostou da iniciativa, sugeriu ao grupo que fizessem algo parecido.

    “Fazemos teatro por amor, e essa é uma forma de tornar a arte acessível às crianças que geralmente não podem ir”, explica Márjori. A aluna lembra também o caráter de inclusão da iniciativa, que desperta o gosto pelo teatro desde cedo. “Nossa instituição é uma escola federal, que obtém mais recursos e tem o dever de retribuir, de alguma forma, para a comunidade da qual faz parte”, defende.

    Arte para todos – Para Wagner Belo, professor do campus Juiz de Fora do instituto federal e um dos diretores do Gattu, a instituição está em uma posição privilegiada em relação às demais, e localizada em uma região periférica da cidade, cuja maioria das pessoas não tem acesso ao teatro como cultura transformadora. O motivo, segundo ele, muitas vezes não é financeiro, mas cultural.

    “Existe uma barreira social que impede essas pessoas de terem acesso à arte. Elas acham que não é coisa para elas. Por isso é importante quebrar essa barreira e levar o teatro até as escolas, e também sensibilizar os atores, que são alunos, para esse público”, afirma Wagner.

    Assessoria de Comunicação do instituto federal do sudeste de Minas Gerais
  • O Ministério da Educação orienta a organização dos sistemas educacionais inclusivos, que supera a organização de sistemas paralelos de educação especial, investindo na articulação entre a educação regular e a educação especial. Esta concepção educacional se define pela efetivação do direito de todos à educação, tendo como princípio o reconhecimento e a valorização das diferenças humanas e a valorização da diversidade. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, traduz em seus objetivos e suas diretrizes essa orientação, ou seja, a garantia do acesso à escolarização na sala de aula comum do ensino regular e a oferta do atendimento educacional especializado complementar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

    O atendimento educacional especializado deve ser organizado em salas de recursos multifuncionais ou centros de atendimento educacional especializado, no contraturno do ensino regular, disponibilizando recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a participação e aprendizagem, considerando as necessidades específicas dos alunos, conforme Decreto n° 6.571, de 17 de setembro de 2008. O Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, que ratifica com status de emenda constitucional a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, traz em seu artigo 24 que os estados-parte devem assegurar sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis.

  • Não há exceções. A proposta de educação inclusiva considera a educação um direito humano universal e defende o reconhecimento e a valorização das diferenças humanas na prática educativa. Portanto, cabe à União, aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal constituírem uma rede de apoio para a implementação da política de educação inclusiva, e não estabelecer quem pode ou não estar na escola. Todos podem aprender e cabe à educação proporcionar espaços de desenvolvimento do potencial humano, e não reforçar a ideia da limitação.

    Todas as crianças, jovens e adultos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação devem ter assegurados o seu direito de aprender no ensino regular, na série correspondente à sua faixa etária. Os professores da educação comum, em articulação com a educação especial, devem estabelecer estratégias pedagógicas e formativas, metodologias que favoreçam a aprendizagem e a participação desses alunos no contexto escolar. Deve-se ressaltar a necessidade da efetivação do acesso a educação infantil, de assegurar que todas as crianças possam participar de ambientes comuns, beneficiando-se deste processo.

  • A implementação da política de inclusão no sistema de ensino brasileiro já é realidade. O Censo MEC/INEP, de 2008, indica que 54% dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação estão matriculados em escolas e classes comuns do ensino regular, contrapondo a 46% de matrículas do alunado da educação especial em instituições de educação especial e classes especiais. Esse dado revela a transformação que está ocorrendo na gestão das escolas brasileiras, e que os sistemas educacionais têm buscado a efetivação da garantia do direito à educação enquanto um direito humano e constitucional. Esse processo, que implica a luta pelo direito à diferença, marca um contexto de avanços que pode ser observado na movimentação das matrículas, conforme o gráfico a seguir:

     

    Tabela

     

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