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  • Os municípios mais pobres, que têm grande área rural e população residente no campo, receberão este ano mais dinheiro do governo federal para custear o transporte dos alunos do ensino fundamental. Os recursos do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), que serão transferidos em nove parcelas, de março a novembro, variam de R$ 81,00 a R$ 116,32 por aluno/ano.

    O novo critério de distribuição das verbas federais para o transporte de estudantes do ensino fundamental residentes no campo leva em conta a área rural do município, a população moradora no campo e a posição do município na linha de pobreza. Os dois primeiros índices são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o terceiro, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “O cruzamento destes dados permite ao Ministério da Educação promover uma distribuição justa dos recursos, com apoio direto àqueles que mais precisam”, explica o diretor de Programas e Projetos Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), Luiz Silveira Rangel.

    Por este critério, os municípios de cinco estados da região Norte (Roraima, Amapá, Acre, Amazonas e Pará) serão os mais beneficiados. Os maiores valores, de R$ 116,32 por aluno, vão para os municípios de Serra do Navio, Oiapoque, Pedra Branca do Ar e Mazagão, todos do Amapá. Estes municípios tiveram um reajuste de 31% com relação a 2005. “Mas nenhum município será prejudicado”, explica Rangel. “Em 2005, o valor do repasse foi de R$ 80,00 por aluno. Em 2006, o menor valor será de R$ 81,00.”

    Mudanças – Criado em 2004, o Pnate complementou o Programa Nacional de Transporte Escolar (PNTE), de 1995. Pelo PNTE, o governo federal transferia recursos para a compra de veículos aos municípios para o transporte escolar dos alunos das áreas rurais e a entidades filantrópicas que mantinham escolas de educação especial. Com o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar, os recursos transferidos pelo Ministério da Educação aos municípios podem ser usados no custeio, manutenção e mesmo terceirização do transporte escolar dos estudantes das áreas rurais, o que era uma histórica reivindicação dos prefeitos.

    Com o crescimento das matrículas da população escolar rural do ensino fundamental em 300 mil alunos, verificado pelo censo escolar em 2005, o FNDE estima transferir aos municípios R$ 270 milhões este ano para apoiar as redes públicas estaduais e municipais. “O censo escolar aponta que 3,5 milhões de alunos do ensino fundamental residem no campo”, diz Rangel.

     

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Municípios com baixos índices no Ideb serão beneficiados no próximo ano. (Foto: Júlio César Paes)No interior de Mato Grosso, Bom Jesus do Araguaia está entre os 1.242 municípios que obtiveram as mais baixas avaliações no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb), com nota de 2,4 numa escala que vai de zero a dez. De acordo com a secretária de educação do município, Lucíria Fernandes de Rezende, a baixa qualidade do ensino é resultado de vários fatores. Em especial, a falta de formação dos professores. “Nós montamos uma biblioteca de livros de pedagogia, há três anos, e eles nunca foram lidos”, conta.

    Nesta quarta-feira, 12, Lucíria e outros educadores de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul estiveram reunidos no Ministério da Educação, em Brasília. Além de aderir ao compromisso Todos pela Educação, os dirigentes aprenderam estratégias de implementação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) nas escolas, o chamado PDE–Escola, destinado a fortalecer dez mil instituições naqueles municípios de mais baixa avaliação no Ideb.

    Com ação direta nas instituições de ensino, o PDE–Escola vai ofecerecer auxílio técnico e financeiro. No próximo ano, serão investidos R$ 300 milhões  para sanar problemas como o de Bom Jesus do Araguaia. Na cidade, segundo a secretária, a taxa de analfabetismo funcional é alta. “Já acompanhei de perto alunos que estão na oitava série do ensino fundamental. Eles não conseguem escrever o que pensam e nem sequer compreender um texto”, relata.

    Com o PDE–Escola, a própria diretoria da instituição faz um diagnóstico dos problemas e define um plano de gestão para a obtenção de resultados. O plano será elaborado com o apoio técnico da secretaria municipal ou estadual de educação. O MEC e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) vão oferecer apoio técnico e financeiro às escolas.

    Bom Jesus do Araguaia nunca recebeu recursos do MEC. “Essa realidade se repete em 80% dos 1.242 municípios que obtiveram os mais baixos índices do Ideb”, destacou Maria do Pilar Lacerda, secretária de educação básica do MEC.

    Para a secretária de educação do município, o PDE significa uma esperança. “Sinto como se finalmente estivessem olhando para nós”, ressalta Lucíria.

    Ana Guimarães

    *Republicada com correção de dados

  • O programa Bolsa-Família atende estudantes em todo o país, mas apenas 38% dos 5.564 municípios já enviaram ao Ministério da Educação os dados da freqüência escolar relativos aos meses de junho e julho. O prazo vence dia 21.

    A presença de crianças e adolescentes é acompanhada bimestralmente pelos ministérios da Educação e do Desenvolvimento Social (MDS), o que garante a transferência de renda mensal para cerca de 11 milhões de famílias. Para receber o Bolsa-Família, os pais devem matricular os filhos com idade entre seis e 15 anos e mandá-los à escola para que assistam, no mínimo, a 85% das aulas a cada mês. Compromissos com a saúde dos filhos também são condições para receber o benefício, como vacinar e manter atualizado o calendário de vacinação de cada criança. O descumprimento de qualquer um desses compromissos, por cinco vezes consecutivas, leva ao cancelamento do benefício.

    O prazo para os municípios informarem a presença às aulas se encerra no dia 21 de setembro. O município que não informar a freqüência dos estudantes beneficiários do programa deixa de receber, por exemplo, as transferências voluntárias de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), até regularizar a situação.

    A responsável pelo acompanhamento da freqüência no MEC, Conceição Lopes, informa que os municípios que ainda não enviaram os dados da freqüência já foram notificados. “De 4 a 6 de setembro enviamos e-mails a todos os secretários municipais de educação pedindo atualização dos dados”, explica.

    IGD — O Índice de Gestão Descentralizada (IGD) foi criado pelo MDS para medir a qualidade da gestão municipal do Bolsa-Família. O indicador varia de zero a um. Quanto maior a qualidade da gestão, maior é o IGD e mais recursos o município recebe. O índice é calculado a partir de quatro variáveis que representam, cada uma, 25% do valor: a qualidade e a integridade das informações constantes no Cadastro Único; atualização da base de dados do Cadastro Único; informações sobre o cumprimento das condicionalidades da área de educação; e as informações sobre o cumprimento das condicionalidades da saúde. Os recursos transferidos com base no IGD são utilizados para ajudar os municípios na gestão do Bolsa- Família.

    Manoela Frade

  • O Rio Grande do Norte vai ganhar um museu de mineralogia, a ser construído nas dependências do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), em convênio com a Fundação de Apoio à Educação e a Petrobrás. O museu abrigará um acervo de aproximadamente dois mil exemplares de minérios e rochas, além 800 peças de geologia e mineração pertencentes à extinta Companhia de Desenvolvimento Mineral do estado, cedidas pelo governo local ao Cefet-RN.

    O principal objetivo do museu é promover o resgate histórico da mineração no estado e o acesso da comunidade às informações técnicas sobre essa produção.

    Segundo o diretor do Cefet-RN, Francisco das Chagas de Mariz, a importância do museu consiste no registro da riqueza dos recursos minerais presentes no estado. O museu será também ponto turístico. “Como ensinamos aos nossos alunos a lapidar gemas, os turistas poderão levá-las como suvenir” disse o diretor.

    Estudantes de escolas públicas poderão freqüentar o museu e enriquecer os conhecimentos da história dos recursos minerais do Rio Grande do Norte.

    Ana Júlia Silva de Souza

  • A revitalização do Complexo Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, deve ser anunciada nos próximos 90 dias. Obra do arquiteto Oscar Niemeyer, inaugurada no final do ano passado, o complexo é formado por um museu e uma biblioteca e estava previsto no projeto original da cidade. Nesta terça-feira, 13, representantes dos ministérios da Educação, da Cultura, da Ciência e Tecnologia e do governo do Distrito Federal formaram uma comissão responsável pelo plano de ações do complexo cultural.

    A comissão também pretende ouvir especialistas da Universidade de Brasília (UnB), do corpo diplomático e de organismos internacionais. Eles vão discutir, por exemplo, se as mostras do museu serão permanentes ou itinerantes. Querem organizar eventos que atraiam turistas e moradores do Distrito Federal. O objetivo da comissão é fazer de Brasília a capital cultural do país. “A utilização desse espaço pode irradiar a cultura brasileira para o resto do mundo”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad.

    O ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, destacou a presença das representações diplomáticas em Brasília como um fator importante para o incremento do intercâmbio cultural. “Aqui também existem brasileiros de todos os quadrantes do país e essa é uma oportunidade de reverberar a diversidade cultural brasileira de uma maneira muito mais profunda do que em qualquer outro estado”, completou.

    Diversidade cultural — A diversidade cultural de Brasília esteve presente em todos os discursos da solenidade, que celebrou, ainda, o tombamento provisório do Teatro Dulcina de Moraes.”Nesta cidade é comum que em um casamento o pai do noivo seja amazonense e a mãe seja gaúcha, enquanto os pais da noiva são cearenses e cariocas”, observou o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

    Uma das propostas é reunir no museu obras espalhadas pelos órgãos públicos da capital. “Há um Di Cavalcanti na sala de reuniões do presidente do Tribunal de Justiça. Grandes artistas brasileiros têm seus quadros espalhados pela Esplanada dos Ministérios. O desafio é unir este acervo” explicou Arruda.  A biblioteca vai ganhar 100 computadores do Ministério da Ciência e Tecnologia, permitindo aos usuários o acesso a todas as bibliotecas e museus do mundo.

    Ana Guimarães Rosa

  • Alunos da escola municipal de ensino fundamental Floriano Peixoto de Rondônia (Foto: Júlio César Paes)Em cada som, uma história. Dezenove crianças, entre oito e 18 anos, saíram pela primeira vez de Rondônia e apresentaram aos participantes da Conferência Nacional de Educação Básica, em Brasília, as lendas e costumes do lugar onde vivem. Eles moram numa área de reserva florestal, a seis horas de barco de Porto Velho, no distrito de Nazaré, às margens do Rio Madeira, e estudam na escola municipal de ensino fundamental Floriano Peixoto.

    O professor da escola e um dos coordenadores do grupo, cujo nome denuncia a paixão musical, Timaia dos Santos, diz que dá aula “de tudo um pouco”. Ele resolveu incluir a música no cotidiano dos meninos e meninas. Para eles, não houve dificuldade para transformar em melodia a identificação com a Amazônia. Em quatro anos, foi natural criar letras que rimam lagoa com canoa, madeira com aldeia. O cotidiano dos estudantes, povoado por elementos distantes da cidade — sucuri, capoeira, tapioca, macaco-prego, lamparina, matitaperê —, enriquece as canções que contam com originalidade a vida na reserva.

    Os instrumentos também fogem ao comum. São feitos com restos de madeira, sementes, cocos. “Como não tínhamos dinheiro para comprar instrumentos, pegamos o que sobra da natureza”, conta a compositora Sílvia Helena, uma das coordenadoras do grupo.  Os participantes (12 meninas, sete meninos e três coordenadores) nem sabem ao certo dizer quais são os instrumentos que criam — muitos nem têm nomes. São espécies de tambores, chocalhos e flautas que conseguem recriar os ambientes da floresta, mesmo a ouvidos pouco acostumados aos sons da mata.

    Os alunos contam que ensaiam nos fins de semana. “Quando sobra tempo”, relata Janaína de Souza, 12 anos, estudante da sexta série. Ela confessa que desafinava no começo. “Mas agora canto bem”, garante. Os meninos e meninas nunca tiveram aulas numa escola regular de música. Eles  aprendem com os coordenadores, que também assumem papel de professores, compositores e até regentes de coro, o que estes aprenderam sozinhos ou com os pais. “Todo mundo aqui é muito musical e veio de família que tocava alguma coisa”, justifica Timaia.

    Dificuldades — Felizes por romper as fronteiras do estado e mostrar o talento em Brasília, os integrantes do grupo também querem chamar a atenção para as dificuldades do pequeno distrito de onde vieram. “Queremos boa educação para os meninos de Nazaré”, reivindica Timaia. Para ele, é preciso formar pessoas do local para atuar como professores e funcionários da escola pública. “Só assim a gente vai ter uma educação mais estável”, afirma, em alusão aos períodos nos quais os alunos ficam sem aulas porque os professores da capital desistem de ensinar tão longe.

    Maria Clara Machado

    • Confira uma das músicas apresentadas pelos alunos
  • A partir da música, a professora Maria Auxiliadora de Oliveira, da escola Marechal Cândido Marino da Silva Rondon, de Várzea Grande (MT), desenvolveu o projeto Cor e som: Há vida em suas mãos. A experiência foi uma das vencedoras da segunda edição do Prêmio Professores do Brasil.

    Durante a manufatura de lembranças para os dias das mães, a professora colocou a música Mãe, dos cantores sertanejos Rick e Renner, para os alunos ouvirem. “Muitas crianças choravam e percebi que elas ficaram atentas à letra também”, conta. A partir dessa observação, a educadora introduziu a música no dia-a-dia da sala de aula de seus 45 alunos da 2ª série do ensino fundamental.

    As crianças ficaram mais atentas, mais criativas e a gritaria entre os alunos diminuiu, relata a professora, “já que eles precisavam ficar quietos para escutar as músicas”. Os pais se envolveram no projeto, pois as crianças chegavam em casa cantando. “Isso levou a prática pedagógica para a família”, relata Maria Auxiliadora. A escola acabou por alugar um videokê para a festa dos pais, o que foi um sucesso.

    No final do ano, a turma produziu um livro e um DVD com as músicas trabalhadas durante o projeto Cor e som: Há vida em suas mãos.

    Alimentação – A paranaense Sandra Cristina Vogel Rissi percebeu que seus alunos da 1ª à 4ª série da escola Papa João Paulo II, no município de Arapongas (PR), variavam muito de peso. “Uns eram muito magros e outros eram muito gordinhos”, conta. “Em geral, todos comiam mal no horário do intervalo.” A professora passou a ensinar hábitos de boa alimentação com o projeto Alimentação e Educação: Formando a nova geração, outra experiência selecionada pelo Prêmio Professores do Brasil.

    A turma plantou uma horta no quintal da escola e passou a se interessar pelas verduras. Cristina levou os alunos ao supermercado e deixou que eles entrassem em contato com os alimentos. Ela também recorreu à nutricionista do município, que elaborou um cardápio balanceado para as crianças. “Hoje elas preferem as frutas aos chips e tomam mais suco que refrigerante”, relata. Segundo a professora, os alunos cobraram bons hábitos alimentares dos pais e muitos mudaram sua alimentação.

    Ana Guimarães

  • De Beethoven a Luiz Gonzaga, passando por Elvis Presley, Mozart e até consagradas toadas como Tristeza do Jeca (1918), imortalizada pelo sertanejo Patrício Teixeira, os grandes nomes das músicas erudita e popular brasileira estão modificando a vida de quase 600 crianças de baixa renda das escolas municipais de Guarulhos (SP) e de suas famílias.

    A mudança é visível no rendimento escolar, socialização em sala de aula, sensibilidade musical e perspectiva de um futuro melhor, longe das ruas e das drogas. Isso graças ao projeto Violino nas Escolas, implantado em 2002, pela Secretaria de Educação de Guarulhos, nas escolas de bairros periféricos. Os alunos aprendem violino, violas, violoncelos e contrabaixo acústico, instrumentos oferecidos nas aulas, que se transformam em descontração quando o maestro Márcio Demazo começa a afiná-los. "O projeto de ensinar música erudita às crianças transpõe os muros das escolas e atinge pais e irmãos. Estamos fazendo com que as famílias se interessem em participar da vida cultural da cidade", explicou.

    Dia de aula, que ocorre uma vez por semana e faz parte do currículo escolar, sempre é dia de um atrativo a mais. Empolgação para os alunos e para os pais. Alguns deles passaram a conhecer Mozart por meio dos filhos. Foram pesquisar a vida do compositor para ter assunto em casa. Outros, sensibilizados com a habilidade e o gosto musical dos filhos, fizeram "uma vaquinha" e adquiriram o instrumento. As crianças fazem concertos na cidade e fora dela.

    A realidade, porém, é que poucos alunos têm o próprio instrumento. Surgiu um problema para o maestro que se sentiu incomodado pelo fato dos alunos só terem contato com os violinos, violas ou violoncelos uma vez por semana. "As crianças torciam para a próxima aula chegar. Aquilo me incomodava. Meu desejo era que cada uma tivesse seu instrumento", disse.

    O maestro passou a buscar alternativas. "Pode parecer coisa de outro mundo, mas, certa noite sonhei com o bambu e passei a estudar a planta", lembrou. Depois de várias experiências, cortando o bambu e adaptando-o ao tamanho dos instrumentos convencionais, surgiu o "taquarino", como Demazo chama seu invento, similar ao violino; depois veio toda uma família de instrumentos de cordas. Os tamanhos dos instrumentos de bambu variam de 15 centímetros a 2,5 metros.

    Taquara - A fabricação do "taquarino" (que vem de taquara, bambu), é artesanal. As cravelhas são feitas de pedaços roliços de madeira. O arco também nasce do bambu. As cordas são originais, de aço. "Utilizamos duas cordas em cada instrumento. Na medida que as crianças amadurecem a técnica, acrescentamos outras cordas", diz. O custo de cada instrumento "taquarino" é de R$ 3,00; o mesmo preço das cordas de aço.

    Demazo deixa claro que seus instrumentos não são o produto final. A proposta é que dêem margem à criatividade dos alunos. "Algumas crianças estão personalizando o próprio instrumento de bambu, que se trata de um instrumento de apoio, que possibilita o aluno a estudar em casa", explicou. Apesar de se obter uma diversidade de sons com o bambu, o instrumento fabricado a partir da planta tem som menos potente que o instrumento convencional. "Não devemos nos preocupar. A intenção é propiciar ao aluno que não pode comprar o instrumento uma opção para estudar em casa. O legal é que a criança vai fabricar o seu próprio violino de bambu", declarou.

    O maestro garante que a criança que tocar os "taquarinos" vai tocar fielmente os instrumentos convencionais, da família de cordas. "As dimensões e a técnica entre os dois tipos de instrumentos são a mesma. O importante é levar boa música para as crianças", enfatizou.

    Hoje, os alunos que estudam nas escolas municipais de Guarulhos estão se apaixonando pela música. O projeto contagiou os professores. A Secretaria de Educação criou uma camerata de cordas, com a participação de mais de 20 educadores. Eles serão agentes multiplicadores do projeto, que irá atender mais de duas mil crianças nos próximos meses. (Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação de Guarulhos)

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    A faixa de Ensino Médio da TV Escola finaliza sua programação da Sala de Professor no mês de junho com programas dedicados à arte. O primeiro, Brasil Central, que vai ao ar nesta segunda-feira, 27, pertence à série Tocadores e retrata artistas e artesãos da música de tradição oral dos estados de Goiás e Minas Gerais. Comentado por professores de arte, antropologia e língua portuguesa, tem duração de 24 minutos.

    No dia 28, o destaque é Mestre Júlio: Retrato Pintado, da série O Mundo da Fotografia, com duração de 22 minutos. O programa, comentado por professores de arte, antropologia e matemática, apresenta as etapas do trabalho de um veterano na técnica de pintar fotografias, em Fortaleza.

    A faixa de Ensino Médio é exibida sempre das 12 às 13 horas e reprisada às 16 e às 20 horas. Lembramos que a TV Escola pode ser acessada nos canais 26 (Sky), 237 (Diretc TV) e 4 (Tecsat). As grades de programação estão disponíveis no endereço da Seed. (Assessoria de Imprensa da Seed)

  • As aulas de informática e música para alunos cegos terão uma convenção adequada e uniforme, em braile, a partir de julho. Elaborados pela Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC), o Manual Internacional para Musicografia Braille e a Grafia Braille para Informática ajudarão professores e estudantes cegos a aprender música e informática.

    Os educadores, hoje, utilizam convenção própria em braile para identificar as notas musicais ou os símbolos da tecnologia, como o enter e a arroba (@). Com os manuais, que serão distribuídos em julho, a aprendizagem será facilitada, graças a convenções uniformes, que expressam os símbolos da música e da informática. "Nossa proposta é unificar o braile nas diversas áreas do conhecimento que tenham linguagem especializada", explicou Maria Glória Mota, assessora técnica da Seesp.

    Serão distribuídos três mil exemplares impressos em tinta e mil em braile de cada obra. O material foi elaborado pelo MEC com o auxílio da Comissão Brasileira em Braille. De acordo com Maria Glória, como as expressões em informática são muito técnicas, todo o livro Grafia Braille para Informática foi escrito por dez pessoas cegas especializadas no assunto.

    Os livros em braile estão em processo de licitação no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Devem estar prontos até julho.

    Para 2006, o ministério vai coordenar a produção de três novas publicações: Grafia Fonética para o Braille, Adequação dos Símbolos da Matemática em Braille e a Grafia do Braille Abreviado.

    De acordo com o último Censo da Educação, existem 7.603 alunos cegos na educação básica. No entanto, segundo Maria Glória, a Seesp acredita que o número seja superior.

    Repórter: Flavia Nery

  • Foto: Júlio César PaesMilhares de alunos das redes públicas da educação básica vão começar o ano letivo de 2007 ouvindo o melhor da música erudita brasileira. Para levar esse novo conhecimento às escolas, o Ministério da Educação vai distribuir o primeiro DVD e CD da coleção Música Brasileira no Tempo, produzida pela Orquestra Sinfônica Nacional (OSN), instituição do MEC integrada à estrutura da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ).

    Ao receber nesta segunda-feira, 5, a regente da OSN, maestrina Lígia Amadio, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que em março, 75 mil escolas públicas receberão o DVD e CD Aurora Luminosa, primeiro volume da coleção que terá seis DVDs e seis CDs. As outras escolas das redes públicas têm acesso ao DVD e ao CD por meio do sinal da TV Escola. Para o ministro, a educação artística é importante porque desperta o interesse do aluno pela cultura do País, além de abrir caminho para descobrir talentos.

    Pensada para as escolas, a coleção Música Brasileira no Tempo sugere aos professores um roteiro de 13 atividades que podem ser desenvolvidas na sala de aula, como o incentivo à pesquisa de biografias e manifestações populares na cidade onde vivem os alunos, descrição das sensações a partir da música, pesquisa sobre instrumentos musicais e relato dos gostos musicais de alunos. O objetivo é abrir a escola não só para ouvir música erudita, mas trabalhar a música em suas inúmeras manifestações.

    Foto: Júlio César PaesDe acordo com Lígia Amadio, o segundo DVD e CD da coleção já está gravado e se chama Alma Brasileira. Nele, os alunos vão encontrar a música erudita produzida no País entre 1910 e 1930, onde se destacam os compositores Francisco Braga e Heitor Villa-Lobos. Para 2007, está prevista a produção de quatro volumes: o terceiro vai abordar a música do período de 1930 a 1940; o quarto, a música erudita de 1950 a 1960; o quinto, de 1960 aos dias atuais; e o sexto se voltará aos primórdios da música erudita nacional. Além de entregar ao ministro a matriz do DVD e CD Alma Brasileira, para reprodução, Lígia Amadio trouxe um plano de trabalho que compreende a contratação de pessoal de apoio à estrutura da OSN, entre eles, musicólogos, copistas (que copiam as partituras originais em programa de computador) e arquivista.

    História — Criada pelo presidente Juscelino Kubitschek em 12 de janeiro de 1961, a Orquestra Sinfônica Nacional integrou nos anos 60 o serviço de radiodifusão educativa do MEC. Com a extinção do serviço, a orquestra foi transferida para a Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa (Funtevê), onde ficou inativa. Em 1986, o então presidente da República, José Sarney, integrou a OSN à estrutura da UFF. Hoje, a orquestra tem 60 músicos concursados que pertencem aos quadros do MEC, mas não tem sede própria.

    Ionice Lorenzoni

  • A TV Escola abre a programação desta terça-feira, 30, com produções sobre arte, destinadas aos alunos do ensino fundamental. São episódios da série Na Ponta dos Pés, em que crianças mostram vários estilos de dança. A exibição será às 7 horas. O programa, com uma hora de duração, será reprisado às 9, 13, 17 e 21 horas. Em seguida, será transmitido Criadores de Música, que introduz elementos básicos da linguagem musical para crianças na pré-escola. O programa será apresentado às 8, 14, 18 e 22 horas.

    Às 11 horas, com reprise às 15 horas, o Salto para o Futuro apresenta Origem do Currículo e a Tradição Escolar Brasileira. O programa da série Currículo no Ensino Médio: Entre o Passado e o Futuro faz um diagnóstico em forma de reflexão histórica, buscando identificar os elementos que determinaram o surgimento da escola moderna, com os contornos e conteúdos predominantes hoje.

    O outro programa da série, Origem e Natureza do Conhecimento, exibido às 19 horas, discute as circunstâncias materiais, sociais e históricas, que possibilitam o surgimento das idéias, vinculando pensamento à ação dos homens sobre a realidade material e social, para superar suas dificuldades.

    Ensino médio – Para o ensino médio, na Sala de Professor, a produção destacada é Polônia – Pegamos Deus pelo Braço, exibida às 12, 16, 20 e 23 horas. O programa faz parte da série Uma Força Mais Poderosa – Um Século de Conflitos Não Violentos, que mostra, com o auxílio de imagens de arquivo, os protestos sindicais pacíficos que contribuíram para o fim do regime ditatorial socialista na Polônia.

    A TV Escola pode ser acessada pelos canais 27 (Sky), 237 (DirecTV) e 4 (Tecsat) e, também, por antena parabólica analógica e digital. As grades de programação da TV Escola estão disponíveis no endereço eletrônico da Seed.  (Assessoria de Imprensa da Seed)

     

  • Rodeada de alunos de 2 a 4 anos, a professora conta a história de João e Maria. Olhos atentos arregalam-se para ver melhor as figuras do livro gasto, ganho da paróquia. A cena se passa na Escola Primeiro de Maio, que fica em Massaranduba, bairro pobre de Salvador (BA). Logo em frente, no pátio improvisado e sem cobertura, alunos da 3ª e 4ª série cantam orgulhosos a história da Amazônia. “Salve a Amazônia, salve o meu país, nosso verde está por um triz”, desafinam empolgados os meninos e meninas do coro, dirigido por uma mãe voluntária.

    É com poucos recursos, muita criatividade e comprometimento com o ensino, que professores, funcionários, pais e a diretora enfrentam problemas e fazem da escola um exemplo. Segundo o estudo Aprova Brasil, de 2006, feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com o MEC, a Primeiro de Maio está entre as 33 escolas brasileiras que conseguiram driblar as dificuldades e contribuir para que seus alunos tivessem bom desempenho em português e matemática. O estudo foi feito a partir do exame Prova Brasil, realizado em 2005, que avaliou alunos de 4ª e 8ª série do ensino fundamental, matriculados em escolas públicas. As crianças da 4ª série da escola baiana tiveram desempenho em leitura de 181,14 e de 200,29 em matemática. A média nacional ficou em 172,9 em leitura e 180 em matemática.

    A diretora, Simone de Jesus, diz que o sucesso dos alunos da 4ª série se deve ao aprendizado desde cedo. “Um dos motivos que contribuiu para o bom desempenho dos nossos alunos é porque estão na escola desde o pré-escolar”, diz. Para ensinar as primeiras palavras e números aos pequenos, as professoras fogem do jeito convencional e evitam carteiras individuais ou aulas puramente expositivas, que cansam rapidamente olhos e ouvidos desacostumados ao ambiente escolar.

    É por isso que os alunos do pré se agrupam ao redor da professora que conta a historinha de João e Maria. Ao final, ela pergunta quem quer explicar o que ouviu e avisa que é um de cada vez, mas, ansiosos, falam todos ao mesmo tempo. A professora pergunta se João e Maria estavam felizes ou tristes, para estimular os alunos a diferenciar os sentimentos, e pede às crianças que ordenem os fatos. Eles precisam dizer se os irmãos encontraram a bruxa antes ou depois de se perderem na floresta. A professora também quer saber quantas eram as crianças da história e pergunta quem quer aprender a escrever o nome das personagens. A resposta é unânime: “Eu”!

    Os demais alunos da escola também estão trabalhando com a fábula, de acordo com o conteúdo de cada série. Na 4ª, os estudantes farão um teatro de fantoches que deve abordar o problema da fome. “João e Maria é a história de dois irmãos, abandonados na floresta pelos pais que não tinham o que dar de comer a eles”, explica a diretora Simone. “A gente trabalha assim para fazer os meninos falarem e se desinibirem”, completa. Simone deixa claro que cada ação é planejada, para motivar os alunos e reforçar o aprendizado.

    Atividades mensais — O calendário de atividades do mês de maio inclui cinema, teatro de fantoches, aula com as mães, leitura e gincana do conhecimento do pré à 4ª série. A gincana envolve todas as disciplinas e turmas. Primeiro, há disputa interna em cada sala, dividida em grupos. As duas equipes vencedoras da 3ª série enfrentarão as duas vencedoras da 4ª. E os campeões de todas as séries devem ganhar medalhas e brindes — se a escola conseguir o dinheiro que falta para comprar os prêmios.

    Os alunos da professora Rosalinde de Almeida estão na 3ª série e já elaboraram uma série de questões que os colegas da 4ª terão de responder. Em geografia, por exemplo, os meninos e meninas da 4ª terão de saber que Salvador foi a primeira capital do Brasil e mostrar no mapa o lugar exato em que se encontra a península de Itapagipe, região onde moram. Os estudantes da professora Daniele de Souza, da 4ª série, também estão prontos para a batalha do conhecimento. Em matemática, eles prepararam questões em que os colegas precisarão calcular mentalmente divisões, resolver subtrações e saber explicar quantas unidades representam uma dezena de milhar.

    Para festejar o dia 11 de maio e trazer a família para o ambiente escolar, as mães foram convidadas a comemorar seu dia numa aula lado a lado com os filhos, fazendo atividades lúdicas, com teatro e jogos. E no dia 16 de maio, teve cinema na escola. “O cineminha é apenas uma televisão. Como são duas tevês, locamos dois filmes e dividimos os alunos em dois grupos para assistir o vídeo e trabalhar durante a semana toda com o conteúdo”, destaca a diretora.

    Na atividade Tempo de Ler, também prevista no calendário, os alunos são estimulados a desenvolver habilidades de leitura, mesmo sem biblioteca. “Já que não temos sala de leitura, os livros vão até as salas numa caixa enfeitada”, conta Simone. As obras foram adquiridas na Bienal com a ajuda da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, que é a dona do espaço da escola, cedido em convênio com a prefeitura. A caixa fica a manhã toda rodando pelas salas e, durante a semana, passa pela escola toda, que tem cinco salas permanentes, onde funcionam do pré à 4ª série, em dois turnos — matutino e vespertino. A agenda mensal inclui ações fora da escola.

    Ainda em maio, os alunos participarão de uma passeata contra a fome, organizada pela prefeitura. Serão 30 estudantes acompanhados dos pais e de um professor. Assim como a passeata e a historinha que os meninos do pré ouviram, todas as atividades do mês giram em torno da história dos irmãos perdidos na floresta. Os temas mensais são escolhidos em reuniões periódicas pela direção da escola e pelas professoras.

    Maria Clara Machado

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  • Representantes de movimentos sociais e de indígenas, negros, quilombolas, professores, funcionários, pais, alunos e gestores dos governos da União, estados e municípios começam nesta segunda-feira, 14, em Brasília, um mutirão nacional que dá inicio à construção do Sistema Nacional Articulado de Educação. Os 1.420 delegados, eleitos nas conferências de estados e municípios, trazem de suas bases o que pensam sobre esse sistema, que é o centro de tudo o que será discutido na 1ª Conferência Nacional da Educação Básica.

    A conferência, explica o secretário executivo adjunto do Ministério da Educação, Francisco das Chagas, é promovida e organizada pelo MEC, “mas pertence à sociedade, é um espaço da sociedade, que vem dizer como vê, o que pensa e que importância dá à construção do sistema nacional”. O principal da conferência é a representatividade social, afirma o secretário, referindo-se aos 13 segmentos que vêm com direito de voz e voto. Dos 1.420 delegados, o ministério indicou 131. Os demais representam a diversidade do pensamento, que vai de estudantes ao Ministério Público, de professores aos movimentos sociais do campo.

    Hoje, no país, a oferta da educação pública é de responsabilidade da União, estados e municípios. De acordo com Francisco das Chagas, nesta configuração, cabe à União o sistema de educação profissional público (centros federais de educação profissional e tecnológicas, escolas técnicas e agrotécnicas) e as universidades federais; aos estados, o ensino fundamental e o ensino médio público; aos municípios, a educação infantil e o ensino fundamental. A rede particular oferece educação básica e superior.

    Mesmo com essa subdivisão dos níveis educacionais, o país já construiu dois sistemas nacionais: de avaliação da educação pública e privada em todos os níveis; e a formação de professores. Está também em processo de estruturação o financiamento da educação básica, que avançou com a criação do Fundeb. Em 2007, explica o secretário, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) abriu espaço para ampliar a articulação entre governo federal, estados e municípios. O PDE tem mais de 40 ações, define metas, prevê avaliação e novos recursos.

    O que deve ser feito agora para o que o sistema se articule melhor? –  pergunta o secretário. A resposta é dele mesmo: “A conferência vai levantar e indicar propostas de como essa cooperação pode melhorar”.

    O tema central da conferência – os desafios da construção de um Sistema Nacional Articulado de Educação – será tratado no primeiro dia de trabalho, na próxima terça-feira, 15, às 10h, por Carlos Roberto Jamil Cury. Doutor em educação - história, política e sociedade, pela Pontifica Universidade Católica de São Paulo, Jamil Cury foi duas vezes presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e tem experiência na área de políticas públicas e direito á educação.

    Na página da conferência estão os documentos para discussão, relação nominal dos delegados, o programa das palestras e mesas de trabalho e todas as atividades do evento, que vai de 14 a 18, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília.

    Ionice Lorenzoni

  • O Ministério da Educação faz na quarta, 24, e quinta-feira, 25, um balanço do andamento dos programas de educação indígena e do campo, na última reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). O encontro está sendo realizado no Hotel Serra Azul, em Gramado (RS), e também tem por objetivo debater os avanços e tendências referentes à proposta de emenda constitucional (PEC) do Fundo da Educação Básica (Fundeb), assim como o projeto de lei que o regulamenta.

    Os parlamentares convidados e secretários de educação também analisam o ensino fundamental de nove anos, a educação de jovens e adultos, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e a educação profissional, entre outros temas. Segundo os organizadores do evento, o Fundeb é uma das principais temáticas da reunião.

    Atualmente a PEC 415/2005, que cria o fundo, está tramitando na Câmara dos Deputados. Para debater sobre o assunto, o Consed convidou os deputados Severiano Alves (PDT/BA), Iara Bernardi (PT/SP) e Maurício Quintela (PDT/AL). Eles compõem a Comissão Especial criada para discutir o Fundeb. Também foram convidados os senadores Gerson Camata (PMDB/ES) e José Jorge (PFL/PE).

    Os representantes do MEC na reunião são Armênio Bello Schmidt, diretor de Educação para Diversidade e Cidadania, Kleber Gesteira, coordenador-geral de Educação Escolar Indígena, e Antônio Munarim, coordenador-geral de Educação do Campo.

    Repórter: Sonia Jacinto

  • O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), executado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), será apresentado na 32ª Sessão do Comitê Permanente de Nutrição da Organização das Nações Unidas (ONU). O encontro começará na segunda-feira, dia 14, e se estenderá até sexta, 18, no Bay Park Resort Hotel, em Brasília.

    Tema de uma das 11 oficinas da reunião, o Pnae está incluído no estudo de caso da situação brasileira, que será apresentado a um público previsto de mil pessoas, dentre as quais, 400 convidados internacionais.

    Na oficina sobre o Pnae, marcada para a quinta-feira, 17, às 8h30, serão debatidos, entre outros temas, os desafios do programa, a dimensão pedagógica da alimentação escolar e a promoção da alimentação saudável nas escolas. Os participantes serão divididos em dois grupos temáticos - alimentação e nutrição escolar como ação pedagógica e educação nutricional.

    O Pnae é considerado um dos maiores programas mundiais na área de alimentação escolar. Único com atendimento universalizado, transfere recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para suprir necessidades nutricionais dos alunos de creches públicas, da educação infantil e fundamental e das escolas indígenas da rede oficial.

    Avanços - Durante dez anos o valor per capita diário da merenda ficou em R$ 0,13 para alunos da educação infantil e fundamental e em R$ 0,06 para crianças de creches públicas e filantrópicas. O atual governo promoveu a recuperação desses valores e a expansão do benefício. Em 2002, foram atendidos 36,9 milhões de crianças, com um orçamento de R$ 848,6 milhões. Em 2004, 37,8 milhões de estudantes, com R$ 1,025 bilhão. O orçamento para 2005 é de R$ 1,14 bilhão.

    O valor, agora, é de R$ 0,15 por aluno do ensino fundamental, R$ 0,18 por criança de creche pública e filantrópica e R$ 0,34 por estudante das escolas indígenas. Em abril deste ano, será de R$ 0,18 por aluno do ensino fundamental e infantil.

    Mais informações sobre o encontro no endereço eletrônico do Ministério da Saúde e pelos telefones (61) 448-8317, 448-8232 e 448-8040.

    Beth Almeida

  • Do total de crianças de até seis anos matriculadas em creches de educação infantil, 93% estão em áreas urbanas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de crianças nessa faixa etária que moram no campo ultrapassa os três milhões de indivíduos. Destes, apenas 5% estão estudando. Dados do Ministério da Educação apontam falta de escolas especializadas para o atendimento de estudantes que residem em áreas rurais. Não por acaso, é no campo que estão os municípios e escolas com menores índices de desenvolvimento da educação básica (Idebs).

    Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, 30, no seminário  Políticas Públicas de Educação Infantil no Campo. “No campo, nós universalizamos o acesso à escola apenas nos anos iniciais do ensino fundamental. Tanto para a educação infantil quanto para os anos finais do ensino fundamental e médio, o acesso ainda não é possível em grande parte do país”, destacou a coordenadora-geral de Educação do Campo, Sara Lima.

    Para além do problema do acesso à educação infantil, os especialistas presentes ao seminário trataram também das condições precárias da educação do campo. Do total de crianças de até seis anos que estão matriculadas, grande parte está inserida em turmas de ensino fundamental e ainda há aquelas que viajam para a zona urbana em busca de creches.

    A resolução que estabelece as diretrizes nacionais para a educação infantil do campo reafirma o direito de as crianças freqüentarem escolas próximas às suas residências. “Alunos nessa idade se cansam muito durante a viagem. O ideal é que as escolas estejam perto de suas casas, mesmo que isso implique em termos escolas para o atendimento de cinco estudantes”, defendeu Sara Lima.

    Particularidades – De acordo com os especialistas presentes ao seminário, a educação do campo deve trazer à tona as particularidades da zona rural. Os livros didáticos, por exemplo, devem ter figuras que remetam à realidade dos alunos do campo. “Precisamos pensar em uma educação que forme o sujeito do campo”, explicou a representante do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Pronera/Incra), Clarice dos Santos.

    Para a especialista, é preciso desvincular a educação do campo do argumento de que todos têm o direito de estudar. “Essa visão generalizante deixou o campo para trás. Lá não existem as mesmas condições que existem na cidade, então precisamos pensar em políticas que dêem conta desse atraso”, defendeu.

    O seminário Políticas Públicas de Educação Infantil no Campo segue até amanhã. Participam do evento representantes de movimentos sociais, professores, pesquisadores e técnicos dos ministérios da Educação e do  Desenvolvimento Agrário.

    Ana Guimarães

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  • A Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) promove a partir desta quarta-feira, 1º de junho, até sexta-feira, 3, em Natal e Maceió, os seminários regionais Qualidade Social da Educação. Os encontros, destinados a dirigentes municipais de educação, acontecem simultaneamente e são resultado de parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

    O principal objetivo é reforçar a colaboração entre União, estados e municípios na elaboração de políticas para a educação infantil e o ensino fundamental. Serão debatidos temas como integração e credenciamento das instituições de educação infantil aos sistemas de ensino; ampliação do ensino fundamental para nove anos; política nacional de formação de leitores na escola e formação continuada de professores da educação básica.

    Outras informações e a programação podem ser encontradas na página eletrônica da SEB ou pelo telefone (61) 2104-8064.

    Em Natal o seminário acontece no Praia Mar Hotel, Rua Francisco Gurgel, 33, Ponta Negra, Natal, RN. Telefone: (84) 3219-2230. Em Maceió, no Hotel Ritz Lagoa da Anta, Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 546, Cruz das Almas, Maceió, AL. Telefone: (82) 2121.4000. (Asssessoria de imprensa SEB/MEC)

  • O estudante José Adailton de Araújo, 20 anos, é um dos futuros alunos da unidade de ensino da Zona Norte de Natal, vinculada ao Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Rio Grande do Norte. A nova escola começou a funcionar provisoriamente em abril e será inaugurada oficialmente nesta terça-feira, 19, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pelo secretário de educação profissional e tecnológica, Eliezer Pacheco.

     Adailton faz o curso técnico em eletrotécnica, na modalidade educação de jovens e adultos. Ele mora de aluguel com o pai — o único que trabalha na família —, a mãe e duas irmãs, no bairro de Igapó, na Zona Norte de Natal, maior região administrativa da capital potiguar. Ali vivem 292 mil habitantes, em 35 conjuntos habitacionais e 56 loteamentos. A renda mensal da família do estudante é de R$ 350,00. A realidade do jovem é a mesma de 60% da população daquela área, que tem renda familiar entre um e três salários mínimos.

    Estudar na nova unidade do Cefet-RN é a realização de um sonho. “Sou de família pobre, vim do interior para a capital e nunca tive a oportunidade de estudar numa escola de boa qualidade”, disse Adailton. Passei no exame de seleção do Cefet e pretendo valorizar meus estudos e essa oportunidade.” O estudante afirma que fazer o curso de eletrotécnica vai proporcionar a entrada no mercado de trabalho e, certamente, melhorar a expectativa de vida dele e da família.

    A unidade funcionará, inicialmente, nos turnos matutino e vespertino, com 303 alunos em cursos técnicos de nível médio integrado, subseqüentes e na modalidade de educação de jovens e adultos. Até o fim do ano, cerca de 800 alunos devem ser atendidos. 

    A escola conta, por enquanto, com uma área construída de 4,1 mil metros quadrados. São dez salas de aula, três laboratórios de informática, dois de eletrotécnica e um de redes de computadores, além de laboratórios de física, química e biologia. São oferecidos cursos de técnico subseqüente para manutenção de computadores e sistemas de informação; de técnico integrado, para eletrotécnica e informática, e de técnico integrado na modalidade EJA, para eletrotécnica, informática e manutenção de computadores. O investimento do governo federal na construção da escola foi de R$ 2,8 milhões.

    Sophia Gebrim

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  • Um total de 40 profissionais da educação, entre gestores e membros da equipe pedagógica do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (Cefet-RN) e de escolas municipais e estaduais, participam nesta terça-feira, 4, da aula inaugural do curso de pós-graduação lato sensu (especialização) em educação profissional integrada à educação básica, na modalidade de educação de jovens e adultos.

    A aula inaugural será às 19h, na sede do Cefet, em Natal, marcando o início do curso que acontecerá de quarta a sexta-feira, das 13h30 às 17h30. De acordo com Maria das Graças Baracho, coordenadora do curso, as unidades do Cefet-RN em Mossoró e Currais Novos também vão oferecer a pós-graduação. As aulas nas duas unidades começarão neste mês.

    A especialização terá 360 horas, entre atividades teóricas e práticas. O objetivo é formar profissionais das instituições federais de educação profissional e tecnológica e dos sistemas públicos estaduais e municipais de educação para atuarem na atividade de docência no Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).

    Programa — O Proeja é um programa da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) que visa atender trabalhadores, com mais de 18 anos, com trajetórias escolares interrompidas, sem o ensino médio e aqueles que não têm formação profissional formal. Os cursos oferecidos pelo programa podem ter dois formatos: integrado e concomitante; a carga horária mínima é de 1.400 horas para cursos de formação inicial e continuada; e de 2.400 horas para cursos técnicos.

    Sophia Gebrim, com informações da Assessoria de Comunicação do Cefet-RN

    Republicada com alteração de dados

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