A realização de cinco seminários regionais, a distribuição de uma cartilha com roteiro de trabalho aos 5.562 municípios brasileiros e uma carta do ministro da Educação, Fernando Haddad, aos prefeitos fazem parte das iniciativas do MEC para incentivar a elaboração dos planos municipais de educação (PME).
O objetivo é mostrar a prefeitos, escolas, professores, alunos e comunidades de todo o país a importância, para os municípios, de um plano com metas para melhorar o acesso e a qualidade da educação. Para o ministro Fernando Haddad, a elaboração dos planos se torna cada vez mais importante, em especial agora, com a iminente aprovação, pelo Senado Federal, do Fundo da Educação Básica (Fundeb). “O planejamento é importante para otimizar os recursos e prevenir desperdícios”, afirmou Haddad na terça-feira, dia 14, durante audiência pública sobre o Fundeb na Comissão de Educação do Senado.
Dados da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) registram baixos índices de criação do PME. Em janeiro de 2005, 28% dos municípios tinham planos e 44% começavam a elaborá-lo. Entre as dificuldades enfrentadas pelos prefeitos, destacam-se o não-estabelecimento de prazos pelo Plano Nacional de Educação (PNE 2001-2011), a falta de capacidade técnica dos municípios para fazer diagnósticos e levantar dados e a omissão de alguns estados na elaboração dos planos estaduais de educação (PEE).
O secretário de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas, salienta que as metas do PNE, em vigor desde janeiro de 2001, serão alcançadas com a união de esforços entre as áreas federal, estaduais e municipais. Na prática, diz Chagas, para fazer o PME, o município precisa discutir com profundidade a infra-estrutura da educação e das escolas, a formação dos professores, a matrícula dos alunos e a democratização da gestão, além de definir metas.
Cartilha — No início de janeiro último, a Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) enviou a todos os municípios uma cartilha com 12 passos para o processo de construção do PME. O documento traz, entre outros pontos, os princípios que devem nortear o trabalho, quem deve participar, a divisão de responsabilidades e procedimentos a serem adotados. No item oito, por exemplo, a cartilha dá orientações práticas para a elaboração do plano, como identificação do município, caracterização física, aspectos populacionais, socioeconômicos, culturais e educacionais, população escolarizada e 40 tabelas com detalhes de cada item.
Na carta que enviou aos prefeitos no começo do ano, o ministro convida os municípios a elaborar ou aperfeiçoar seus planos.
Seminários — A SEB realizará, entre 20 de março e 14 de junho, cinco seminários regionais. Nos encontros, serão avaliados o PNE, os planos estaduais e o processo de construção dos planos municipais. De 20 a 22 de março, a SEB realizará seminário em Manaus para os estados do Pará, Rondônia, Amapá, Roraima, Acre e Amazonas; de 3 a 5 de abril, em Recife, para Sergipe, Bahia, Paraíba, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão e Pernambuco; de 2 a 4 de maio, em Brasília, para Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Distrito Federal; de 5 a 7 de junho, em Porto Alegre, para Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul; e de 12 a 14 de junho, no Rio de Janeiro, para São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Repórter: Ionice Lorenzoni