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  • Uma viagem ao mundo lúdico e criativo para aprender Matemática, Física, Biologia e Língua Portuguesa. Essa é a história do projeto Ludo Aprendiz, realizado em uma escola pública, em Minas Gerais, que usa tabuleiros para deixar as aulas mais atrativas e estimular as discussões com mais leveza.

    Essa surpreendente experiência do conhecimento acontece quando o estudante vê o jogo de tabuleiro, ele quer saber como funciona e quais são as regras. Isso foi notado pelo professor de Filosofia, Felipe Pinheiro, da Escola Estadual Ari da Franca, em Belo Horizonte.

    Pinheiro percebeu a reação dos alunos ao levar alguns jogos que tinha em casa para a sala de aula e decidiu relacionar ao conteúdo de estudo. “Era mais para aguçar a curiosidade deles e acabei vendo um potencial de como isso gerava engajamento e interesse”, explicou o professor Felipe Pinheiro.

    O projeto entrou em cena na escola no ano passado. E foi para ficar de vez. O professor Felipe é um estudioso do universo lúdico e está animado com o crescimento do projeto, que já apresenta resultados: o ambiente ficou mais agradável e a evasão escolar diminuiu.

    “Já no início do projeto houve mudança de comportamento significativa. Vi que era algo que mantinha estudante dentro da escola e poderia agregar a parte do estudo em si. A gente pesou na criação dos jogos e na nossa escola, e a gente viu mudança significativa no final das contas”, afirma o professor.

    Saiba mais – Os jogos de tabuleiro que ensinam Matemática, Física, Biologia e Língua Portuguesa para estudantes de Minas Gerais são o tema da edição desta sexta-feira, 4 de outubro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.


  • Já pensou em aprender a história da capoeira por meio de um jogo de tabuleiro? Pois é exatamente isso que está acontecendo em algumas escolas da rede pública de Campina Grande (PB). A iniciativa partiu de uma pesquisa acadêmica e mistura arte marcial, dança, música e cultura popular. Essa história você escuta nesta semana no Trilhas da Educação, programa produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    O projeto, do designer Wagner Porto Alexandrino da Silva, debate a representatividade negra de forma lúdica e intuitiva com os jovens do ensino fundamental. Tudo começou em 2018, quando Wagner estava envolvido com o trabalho de conclusão do curso de design, na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

    A partir do trabalho, surgiu a vontade de colocar em prática um projeto sobre representatividade negra. Foi quando ele mergulhou, por meio de pesquisa, no universo da capoeira – e desse contato com a história e tudo que a cercava, teve início a produção do material.

    “Pesquisando temas, eu decidi que ia trabalhar com a representatividade negra. Eu sei a importância disso e o quanto isso tem que ser discutido em nosso país”, conta o designer. “Resolvi focar na capoeira. Eu não conhecia a capoeira, não pratico a capoeira, e pesquisando eu vi ainda mais o valor que ela tem para o nosso país, para nossa cultura e para a cultura afro-brasileira.”

    Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou a capoeira como uma forma de expressão e, em 2014, como Patrimônio Imaterial da Humanidade. A capoeira reúne cantigas, movimentos, músicas e símbolos da herança africana. É na roda de capoeira que os iniciantes são batizados, consagrados e onde se formam os grandes mestres.

    “Eu comecei a falar com especialistas, praticantes, mestres de capoeira, pessoas que pesquisaram isso na minha graduação. Também peguei bibliografias sobre a cultura brasileira, a cultura negra. Li muitas coisas, pesquisei muito”, relembra. Depois da fase de pesquisa, ele começou a produzir o jogo.

    Paranauê - E foi assim que surgiu o Paranauê. Um jogo que se passa no século dezoito, quando a capoeira era perseguida no Brasil. Para jogar, cada participante assume a identidade de um mestre que precisa montar a sua própria roda de capoeira. Para testar a ideia, Wagner convidou os amigos, vizinhos e crianças conhecidas para jogar. Dessa forma, foi adaptando o jogo até chegar ao conceito final.

    Com a metodologia definida, partiu para a prática e apresentou a proposta aos alunos da rede pública de Campina Grande. “Eu levava para as salas de aula. Muitos já tinham tido contato com a capoeira, algumas crianças já a praticavam, e elas se identificaram muito com o projeto”, conta.

    Além dos estudantes, os professores e diretores também ficaram encantados com o jogo. Agora, Wagner estuda a viabilidade de produção do material para distribuição nas escolas que se interessarem pela ideia.     

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Luiz Elias trocou um cursinho pelas aulas na própria escola. E passou em primeiro lugar para engenharia civil na Ufal (Arte: ACS/MEC)Ser aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o sonho de muitos jovens que cursam o ensino médio. Para que seus alunos tenham maiores chances de boas notas no exame, a escola Pedro Joaquim de Jesus, da cidade de Teotônio Vilela (AL), de pouco mais de 40 mil habitantes, criou um laboratório de estudos – o Lab Enem, no contraturno escolar. A iniciativa garantiu a aprovação de mais de cem jovens, sendo 44 deles em instituições públicas.

    Luiz Elias da Silva Filho, de 15 anos, é um dos aprovados. O estudante passou em primeiro lugar no curso de engenharia civil na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Ele chegou à escola Pedro Joaquim de Jesus no terceiro ano do ensino médio e logo ingressou no laboratório e nos preparativos para o Enem, deixando de lado até mesmo a ideia de tentar um cursinho no turno contrário do colégio.

    “Eu gostei muito da didática”, observa o estudante. O professor de física mostrava assuntos de matemática, física, química, às vezes até de biologia. Professor de humanas, se ele começasse a falar sobre preconceito racial, aí ele ia falar sobre o preconceito racial na história, a distribuição geográfica da população e qual a relação disso com as etnias e assim sucessivamente. Além das questões que os professores passavam em sala, a gente recebia uma apostila com questões para responder em casa e também de exames anteriores”, conta Luiz Elias.

    Para quem acha que não tem chances, o estudante mostra que todos podem conseguir. “É um sentimento de satisfação, e também pensar que não é a questão de impossível. É simplesmente planejar o que você vai fazer”, disse. Ele afirma que nunca deixou de sair com os amigos ou de praticar esportes. “Só que eu separava um tempinho para revisar os assuntos. Se você desanimar, se você não passou de primeira e desanimar, aí a situação vai piorar. É melhor, se você não passou de primeira, ver qual foi o erro e tentar evoluir”, aconselha.

    O estudante, que aguarda o início das aulas na universidade, se prepara agora para ser um dos voluntários do Lab Enem.

    Projeto – Idealizadoras da proposta, a diretora Maria de Fátima Pimentel Gomes e a coordenadora pedagógica Anna Carolina de Melo Vasco observaram um salto na aprovação dos alunos desde a sua criação, no ano passado. Para Maria de Fátima, as aulas organizadas no contraturno são uma oportunidade para que os estudantes não desistam da vida acadêmica e superem as dificuldades encontradas na pequena cidade do agreste alagoano.

    “Temos uma proposta e uma vontade de que os alunos saiam do ensino médio para a faculdade. Então, temos que colocar nesses meninos o sonho de ir para uma faculdade, de ter uma profissão, de mudar a história de vida deles e sair da vulnerabilidade”, relata a diretora. Para conseguir atender a todos os 1.978 alunos, que moram tanto na cidade como na zona rural, o Lab Enem faz simulados para estudantes do primeiro e segundo ano; exercícios e reforço do conteúdo e redação para os concluintes do ensino médio.

    Para a coordenadora pedagógica, Ana Carolina, que também é ex-aluna da escola, o método tem agradado as turmas e reunido professores voluntários, que auxiliam na rotina de estudos. “Ver as narrativas que melhor se adequassem aos alunos, a partir dos simulados, ver as dificuldades, fraquezas, pontos fortes, e também focar mais nas dificuldades deles e assim por diante. Este ano a procura foi bem maior e espero que a empolgação inicial deles continue até a prova do Enem”, diz.

    Os alunos são acompanhados também depois do exame, para que não percam prazos e conheçam quais as opções existentes, por meio do Ministério da Educação, para ingresso na universidade. Depois da divulgação do resultado do último Enem, a coordenadora pedagógica juntou novamente os alunos. Deste vez, para explicar como funcionam o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

    Assessoria de Comunicação Social

  • A aprovação de Vanessa no Enem, há cerca de oito anos, foi o ponto inicial para o retorno aos estudos (Arte: ACS/MEC)De diarista, Vanessa Andreotti, 37 anos, passou a professora efetiva na rede municipal de ensino na cidade de São Paulo. A guinada na vida veio após o incentivo da filha mais velha, Jéssica Andreotti, para que ela voltasse a estudar. Na época Jéssica tinha 15 anos e cursava o ensino médio, escolaridade máxima adquirida pela mãe, que decidiu trabalhar como empregada doméstica após o marido ficar desempregado.

    Vanessa sempre se esforçou para se manter informada e dar educação digna às filhas, e, como forma de garantir acesso a materiais de leitura para sua família, recolhia do lixo dos patrões revistas, livros e jornais e levava para casa.

    “A gente não tinha acesso. O que a gente lia eram as revistas que os patrões jogavam no lixo. O lixo dos meus patrões era o nosso material de estudo”, comentou Vanessa. Foi quando, vendo o empenho da mãe, Jéssica sugeriu que ela voltasse à sala de aula. “Eu não acreditava mais em mim. Tinha feito um ensino médio muito mal feito, eu não acreditava que era possível e a Jéssica me ajudou. Muita coisa eu já não me lembrava, já não sabia. Então sentava ao lado dela. Estudávamos juntas”, recordou.

    Foi assim que surgiu a ideia de prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao passar, Vanessa procurou um curso que lhe permitisse contribuir com o aprendizado de tantas outras pessoas. Ela escolheu pedagogia. “Quando eu fui vendo a mudança na vida da minha filha, eu pensei: poxa, eu vou ser professora, eu quero poder falar que a educação pode fazer a diferença na vida. Foi aí que eu escolhi fazer pedagogia”, lembra Vanessa.

    A aprovação de Vanessa no Enem ocorreu há cerca de oito anos. Pouco tempo depois de ser formar ela prestou concurso para a rede pública de ensino paulista. Fez pós-graduação e ainda segue os estudos na área. A filha cursa, atualmente, os últimos anos de Matemática da USP e é trainee em uma grande rede bancária.

    “Hoje eu sei que todos nós somos dotados de conhecimento, cada um com uma habilidade, cada um com uma área”, disse a pedagoga Vanessa Andreotti, que comemora cada conquista depois de tempos difíceis. A filha caçula, Jennifer Andreotti, 17 anos, segue os passos da mãe e da irmã e, prestes a terminar o ensino médio, pretende fazer ciências sociais. O marido de Vanessa, Luiz Andreotti, não ficou de fora e se prepara para a edição deste ano do Enem. Ele quer estudar história.

    “As pessoas, às vezes, ficam sentada esperando a oportunidade bater na porta. Acho que, se correr atrás, existem várias. E depois disso, tem que entrar de cabeça mesmo e trabalhar. E por meio da educação, com certeza se consegue, sim, a mudança de vida”, disse Jéssica Andreotti, que há oito anos plantou a semente da persistência nos estudos dentro da família dela. O mesmo sentimento é replicado em sala de aula pela mãe, Vanessa: “Eu tenho levado isso para a sala de aula, para os meus alunos. A questão de como trabalhar, como falar, como escrever, como se portar e acreditar”, disse, ressaltando o amor que tem por dar aula.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Projeto funciona de forma complementar às aulas no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

     

    Crianças que aprendem matemática e português com brinquedos criados a partir do lixo produzido pelas indústrias têxteis. Isso é realidade no município de Divinópolis, no oeste de Minas Gerais, grande polo de moda e confecção.

    Com a economia local baseada nessa produção, é comum ver pelas calçadas sacos cheios de retalhos. Normalmente, são os tecidos coletados pelos caminhões de lixo e depositados de forma inadequada em aterros, que acabam sendo um risco de contaminação para o meio ambiente porque podem estar com graxas e óleos usados nas máquinas da indústria.

    E o que fazer com esses materiais poluentes e inflamáveis? Foi tentando responder a essa questão que surgiu uma parceria entre o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) e as escolas da região. A professora do instituto, Maria de Lourdes Couto Nogueira, decidiu estudar o assunto e transformá-lo em foco de sua tese de doutorado.

    “A indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo. E hoje, com as fibras artificiais, o impacto ambiental é muito grande. A gente está desenvolvendo os jovens a partir da reciclagem especialmente com resíduos têxteis”, explicou a docente.

    O projeto funciona de forma complementar às aulas. Alunos dos cursos Técnico e Superior de Moda do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) ajudam a recolher os resíduos que antes ficavam nas ruas e transformam tudo em brinquedos pedagógicos.

    De um lado, existe a preocupação com a sustentabilidade, já que as fibras sintéticas dos tecidos levam muitos anos para se decompor. E de outro lado, a vontade de querer melhorar a vida da comunidade. Essas foram as motivações para que o Grupo de Pesquisa de Vestuário e Moda começasse a investir no desenvolvimento do setor e na qualificação de profissionais.

    “As matérias de matemática e de português podem ficar mais fáceis para as crianças a partir de um trabalho lúdico com brinquedos vindos da reciclagem. Os alunos têm objetos concretos para somar e subtrair. As operações matemáticas, por exemplo, deixam de ser imaginárias. É mais fácil somar brinquedos do que contar na velha tabuada”, explicou Maria de Lourdes.

    Algumas letras do alfabeto têm o mesmo som. Até adultos confundem. Imagine para as crianças guardarem tudo na memória. Aí, veio a técnica dos bordados, com sobras de linhas das confecções.

    “A gente trabalha as dificuldades. Um esse, dois esses, o c e o cedilha. Tem um painel onde as crianças vão ter as palavras todas escritas e todas bordadas com retalhos de tecidos e as crianças vão colocando as letrinhas naquelas letrinhas bordadas”, completou a professora.

    Essa colorida experiência não uniu só costuras a brinquedos. Atraiu também a necessidade de um aluno para concluir o curso. A partir de relatos de pais sobre os brinquedos que filhos mais gostavam e com a ajuda de um questionário destinado a professores, o aluno do Cefet Luiz Gustavo identificou os materiais mais adequados para reuso. E descobriu o mais importante: de forma lúdica, com jogos e brincadeiras, o aprendizado ficava muito mais interessante. 

    “A gente decidiu focar o trabalho em cima disso. Então, a gente teve um tempo, realmente, de pensar em jogos e brincadeiras que seriam úteis. Com isso, a gente formulou alguns jogos e fomos à escola novamente. Conversamos com a professora. Ela gostou muito das ideias e deu autorização”, afirmou o docente.

    Em breve, Maria de Lourdes e Luiz Gustavo vão rodar várias escolas de Divinópolis para mostrar como os professores podem reciclar os restos de tecidos e transformá-los em brinquedos. A ideia é multiplicar a iniciativa tão simples e importante.

    Saiba mais – O projeto que transforma lixo de indústrias têxteis em brinquedos aprender português e matemática é o tema da edição desta sexta-feira, 20 de setembro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio do MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

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    Ingressar na universidade por meio do Novo Fies permite ao estudante ter acesso a um financiamento com diferentes modalidades (Arte: ACS/MEC)O sonho de duas brasileiras que queriam se formar em pedagogia para ter uma profissão e semear conhecimento está perto de ser uma realidade. As estudantes Amanda Maria Pereira Faustino, de Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, e Yasmim Barreto Uhle Turk, de Cananéia (SP), conseguiram uma vaga no Programa de Financiamento Estudantil (Fies) com juro zero e puderam se matricular em uma faculdade particular. A história dessas estudantes é o tema desta semana do programaTrilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    Amanda Faustino sempre sonhou em ser professora. Quando ingressou na universidade, a estudante de pedagogia viu a rotina mudar, mas a satisfação era maior por ter a garantia de permanência em sala de aula depois que conseguiu contratar o Novo Fies. “Para mim foi bom. Eu espero que para as outras pessoas também seja, porque pagar sem juros acho que todo mundo quer”, diz a futura pedagoga.

    Assim como Amanda, a estudante Yasmim Uhle Turk também ingressou em uma universidade privada por meio do novo modelo de financiamento estudantil. Após providenciar a documentação e conseguir contratar o Novo Fies, ela faz planos. “Na minha cidade tem bastante trabalho. E eu espero que logo consiga um emprego”.

    O Novo Fies é um modelo de financiamento estudantil moderno, que divide o programa em diferentes modalidades, possibilitando juro zero a quem mais precisa e uma escala de financiamentos que varia conforme a renda familiar do candidato. Os candidatos ao Novo Fies para o segundo semestre de 2018 podem fazer suas inscrições, exclusivamente pela internet, a partir de julho.

    Para este ano, foram ofertadas 310 mil vagas, sendo 155 mil referentes aos últimos seis meses do ano. Pelas novas regras, haverá maior cobrança de qualidade dos cursos financiados e será permitida maior flexibilização no prazo de carência. As mudanças visam à sustentabilidade do programa em médio e longo prazos.

    Acesse a página do Novo Fies.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Lemaestro, em uma apresentação dos MCs pela Educação: ritmos levado para dentro das escolas para orientar os jovens em busca de um projeto de vida (foto: gerandofalcoes.com/arte: ACS–MEC)Uma iniciativa tem transformado a realidade de jovens e adultos estudantes das escolas públicas de São Paulo. A partir da experiência vivida pelo músico Alex dos Santos, mais conhecido como Lemaestro, os ritmos do funk e do rap invadiram a sala de aula, com um novo conceito: a educação da ostentação. Lemaestro encontrou na semelhança com o funk ostentação a alternativa para criar rimas que falam da importância de frequentar a escola, por exemplo.

    “A gente criou esse conceito, já que hoje, no meio dos jovens, principalmente jovens de periferia, tem muito essa coisa de ostentar o cordão, o tênis de R$ 1 mil”, diz o músico. “Mas, a gente acredita que, para o jovem ter uma vida de qualidade no futuro, ele precisa ostentar a melhor nota na escola, o melhor comportamento, os melhores projetos e empreender para que, um dia, ele consiga ter todas essas coisas e uma vida de dignidade.”

    Lemaestro, 28 anos, fala com total propriedade das situações que narra em seus versos. Vindo de uma família que enfrentou o uso de drogas e o alcoolismo, ele parte de sua história para alcançar a juventude. “Com 16 anos, no ensino médio, entrei no mundo das drogas, fiquei oito anos dependente de cocaína e fui hospitalizado algumas vezes”, diz. “Até que resolvi buscar ajuda, em uma casa de recuperação. Lá, com a música, com o rap, pensei em usar esse talento para causar transformação quando estivesse aqui, do lado de fora.”

    Foi exatamente isso que Lemaestro fez. O primeiro passo uniu música e esporte, ao ritmo do rap. Depois, os projetos cresceram e novas oportunidades foram surgindo. “Do lado de fora, então, comecei um projeto com o skate, de rap. Aí, encontrei o Eduardo Lyra, que na época estava fundando o projeto Gerando Falcões”, explica. “Começamos a caminhar juntos, criamos os MCs pela Educação e, a partir daí, começamos a levar essa proposta para dentro das escolas.”

    Eduardo Lyra, jornalista, é autor do livro Jovens Falcões, um dos roteiristas do filme Na Quebrada, de Fernando Grostein Andrade, e fundador do Instituto Gerando Falcões, que inspira jovens de periferia por meio da arte, música e literatura. No livro, Lyra entrevista jovens brasileiros que superaram dificuldades e conseguiram se destacar no meio profissional.

    Nas palestras aos estudantes, Lemaestro conta sua história e reforça a importância de o jovem estudar. “Quando começamos a valorizar a educação, entendemos o valor que ela tem e seu poder de transformação”, afirma. “Fui para faculdade para fazer sociologia e vou aprender inglês.’’

    Influência — Hoje, efetivamente, Lemaestro cursa sociologia. Ele exerce tanta influência com os jovens que, em 2014, foi escolhido, em iniciativa do Fórum Econômico Mundial, como um dos jovens paulistas de até 30 anos com potencial para mudar o mundo. Ele segue no grupo MCs pela Educação, um dos eixos do Instituto Gerando Falcões, no qual atua como coordenador de arte e cultura. O instituto tem sede no município de Poá (114,6 mil habitantes), na Grande São Paulo, onde o músico nasceu e cresceu.

    “Acho que é possível mudar nossa realidade, planejar nosso futuro e garantir um lugar de sucesso na sociedade a partir da valorização da educação”, diz. “Então, a inspiração vem de querer transmitir essa mensagem, com mais clareza possível. E eu penso muito no outro, penso muito nos jovens. Penso muito naquilo que ele pode ser e para onde ele pode ir.”

    Para Lemaestro, o caminho é a educação. Ela é a motivação para que todos busquem seus objetivos e comemorem suas realizações. “Eu tento colocar nas letras informações que vão deixar esses jovens antenados para que eles possam correr atrás do sonho deles, daquilo que eles querem a partir da letra daquela música”, afirma. “Minha inspiração são os jovens, querer ver o bem, a inspiração no amor pela causa.”

    Assessoria de Comunicação Social


  • O programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC, que vai ao ar nesta sexta-feira, 26, vai contar como o amor à música reuniu alunos de mais de 60 escolas públicas de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de formar uma orquestra dentro de um colégio estadual da cidade, a professora de música Lys Ferreira deu mais um passo e partiu para o ensino da música na rede municipal de ensino.

    Quatro anos depois, o projeto deu origem à Orquestra Estudantil Municipal, criada pela Secretaria de Educação e Desporto de Pelotas, em 2018. “A princípio, formamos turmas que somam, em todos os instrumentos, 100 alunos que estão tendo aula do projeto e 40 que participam da orquestra. Tem violino, viola, violão, violoncelo, piano, teclado, violão, trompete, clarinete, flauta e percussão”, conta a professora.

    Desde o ano passado, o número de interessados não parou de crescer: o projeto recebeu 150 inscrições em 2019. Para a adesão, os estudantes passaram por uma seletiva. Com todas as vagas preenchidas, os selecionados que acabaram não sendo chamados foram para uma lista de espera.

    Espaço – No dia a dia, para atender aos alunos, a professora organizou um cronograma de ensino. As aulas e os ensaios também ganharam um espaço maior, a sala de música da antiga Estação Férrea de Pelotas. O ambiente foi cedido pela administração municipal, uma das parceiras da orquestra.

    Nas segundas-feiras, os estudantes têm encontros com o ensaio da orquestra, e no decorrer da semana, quarta e sexta, os alunos são atendidos em turmas. “Não são aulas individuais, é um ensino coletivo do instrumento”, explica Lys Ferreira. “As aulas são de uma hora, uma hora e meia, dependendo do tamanho da turma, e o ensaio é de duas horas e meia de duração”, completa.

    Para a professora, as aulas de música e a participação na orquestra são benéficas para o desempenho escolar dos alunos, mas não somente para isso. Ela observa que, além das lições em sala, os laços criados entre eles, a partir da convivência em grupo, são os grandes valores aprendidos.

    “Esse exercício do convívio acaba sendo prazeroso. Os estudantes aprendem muito sobre diferenças, sobre tolerância, sobre entender o próximo. São coisas que a música facilita pela alegria que ela nos traz”, acredita.

    Gabriel Ávila, de 14 anos, é aluno da 9ª série do ensino fundamental e entrou na orquestra, no ano passado. “Decidi entrar [na orquestra] porque eu já tocava violão sozinho. Nunca tive professor e violino. Queria aprender, tinha vontade de participar de uma orquestra, então, entrei para ver como era”, conta o estudante.

    A Orquestra Estudantil Municipal de Pelotas já fez várias apresentações em escolas e festivais de música. Para Gabriel, a mais marcante foi a que ocorreu no 9° Festival Internacional Sesc de Música, em janeiro deste ano. “Já tinha me apresentado em outros lugares, mas acho que a maior apresentação que a gente tinha feito foi lá. Então, foi bem legal, bem interessante, bem diferente”, relata Gabriel.

    O repertório do grupo é bem variado, assim como o público. “Tem todo tipo de música. Tem concerto, mas a gente toca para a ‘gurizada’ da idade deles”, destaca a professora.

    Os instrumentos utilizados pelo grupo foram doados pela prefeitura da cidade. O projeto conta ainda com ajuda da comunidade para gastos pontuais como troca de cordas para os materiais e de cabos eletrônicos. Demais parcerias, como o Projeto AfinaSul, do Conservatório de Música, e do Programa de Extensão em Percussão – ambos da Universidade Federal de Pelotas –, também têm sido fundamentais para o andamento do trabalho com os estudantes.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Projeto desenvolvido por estudante do Cefet-MG é tema do programa Trilhas da Educação

    Já ouviu falar em madeira plástica? Utilizada como material alternativo na construção civil, a madeira plástica é sustentável porque permite reciclar rejeitos de mineração que demorariam anos para se decompor. Essa nova tecnologia vem sendo desenvolvida pela aluna Clara Lechtman, estudante de Química do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Minas Gerais.

    O material produzido é de elevada resistência mecânica e a altas temperaturas podendo ser usado na produção de bens duráveis como mesas e cadeiras. “A pesquisa traz utilidade aos rejeitos que ficam estocados de barragens como a de Brumadinho e Mariana e que podem causar diversos prejuízos para a sociedade como os desastres que aconteceram em 2015 e 2019, com danos irreversíveis”, acrescenta Clara.

    O projeto ainda está no começo, mas, já traz bons resultados. Como o reconhecimento da 18ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). A feira, que acontece na Universidade de São Paulo (USP) no mês de março, é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista. Além do projeto sobre madeira plástica, mais sete do Cefet-MG foram selecionados para apresentação na Febrace.

    Saiba mais – A pesquisa desenvolvida pela estudante de Química do Cefet-MG é o tema da edição desta segunda-feira, 10 de fevereiro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

  • Três estudantes de escola técnica de Campinas desenvolveram método simples e barato para o tratamento da água usada por comunidades do sertão nordestino (arte: ACS/MEC) Todos os anos, os sertanejos esperam as chuvas, na esperança de que elas encham os açudes, molhem a terra que vai receber as sementes e façam transbordar as cisternas para o abastecimento das famílias e garantia do uso da água ao longo do ano. A realidade de milhões de brasileiros que vivem em regiões secas do país nem sempre é conhecida por todos, mas a preocupação com a escassez de chuva e falta d’água é de todos.

    Prova disso é o interesse de um grupo de estudantes de Campinas (SP), que desenvolve projeto para ajudar a melhorar a qualidade da água armazenada em cisternas na região do Semiárido nordestino, que abrange mais de 20% dos municípios brasileiros. Lá vivem mais de 22,5 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Ao desenvolver o projeto, percebemos a importância de ajudar porque aqui no Sudeste a água é uma coisa básica, mas lá [no Semiárido] é como se fosse uma coisa de luxo”, diz a estudante Beatriz Ruscetto, 18 anos. Ela estuda na Escola Técnica Estadual Bento Quirino. “Foi muito marcante para os alunos envolvidos no projeto porque vimos, em documentários, vídeos e fotos, o quanto é triste aquela realidade, e entendemos o que é não ter água para o que você precisa, ou fazer comida com água barrenta ou suja, e crianças morrendo com diarreia.”

    O projeto, de tratamento microbiológico da água, parte do princípio básico de que um equipamento simples pode ser acoplado a uma cisterna e produzir o cloro necessário para desinfecção e filtragem. No andamento dos trabalhos, Beatriz tem a companhia dos colegas Matheus Henrique Cezar da Silva e Gabriel Trindade, sob a orientação de professores da escola Bento Quirino e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). Os estudantes também são bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

    Desafio — Aluna do ensino médio integrado com o curso de técnico em eletrônica, Beatriz e os colegas depararam-se com o desafio de aprender também sobre química para dar continuidade à pesquisa. “Pesquisamos mais sobre como solucionar o problema, soubemos que o cloro é um agente desinfetante muito poderoso, e procuramos saber como fabricar esse cloro com baixo custo”, afirma a estudante. “Resolvemos então adotar o método de eletrólise, reação química que ocorre pelo fornecimento de energia elétrica, que quebra a molécula de cloreto de sódio (sal), separando o sódio do cloro. E esse gás cloro que sairia da eletrólise estaria borbulhando dentro da cisterna.”

    Para garantir a viabilidade do processo, os estudantes empenharam-se na busca de materiais alternativos, práticos e baratos para que os próprios moradores possam produzir os equipamentos. “Optamos por usar peças de materiais de construções, tipo canos e conexões de PVC”, destaca Beatriz. “Tudo foi feito para facilitar, para que o morador, lá no Semiárido, não tenha de depender de nada que exija peças especiais, que seja tudo possível de comprar em lojas comuns.”

    Prêmio — O projeto, que será apresentado na conclusão de curso dos estudantes, conquistou prêmio — na edição deste ano do 5º Benchmarking Junior; Inovações & Sustentabilidade, concurso anual, promovido por uma ONG, que contempla iniciativas inovadoras de jovens para a promoção da sustentabilidade. Para Beatriz, essa conquista tem motivações ainda maiores. “Ver que podemos ajudar é muito especial, e quando ganhamos o prêmio tivemos a confirmação de que estávamos no caminho certo”, diz. “E isso deu mais incentivo para continuarmos.”

    Beatriz pretende seguir na área de pesquisa e concretizar a ideia contida no projeto desenvolvido no Semiárido. Ela espera que a proposta seja disseminada, de forma que permita a qualquer pessoa adquirir, montar e fazer a manutenção do equipamento, que, ela acredita, pode mudar a vida de milhares de pessoas.

    Assessoria de Comunicação Social

    Ouça:


  • O projeto de mestrado de um pesquisador de Santa Catarina tem ajudado professores a estimular hábitos saudáveis na rotina de crianças e adolescentes. Para falar sobre esse trabalho, o programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, tem como convidado da edição desta sexta, 19, o criador do projeto, Salvador Sergi Agati, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

    O ponto de partida foi o clássico João e Maria, conto infantil de tradição oral que, adaptado no século 19 pelos Irmãos Grimm – no original, em alemão, Hänsel und Gretel –, percorreu o mudo em várias versões, tanto na literatura quanto no cinema. Na história, dois irmãos, filhos de um pobre lenhador, se perdem na floresta e, de repente, encontram uma casinha especial, com telhado de chocolate, paredes de bolo e janelas de jujuba. Porém, não tardam a descobrir que algo de muito errado havia com tamanha maravilha encontrada “ao acaso” – eles acabam se tornando prisioneiros da dona da casinha, uma bruxa, que os enchia de guloseimas com a intenção de devorá-los quando estivessem bem gordinhos.

    Baseado nesse conto, Salvador criou o jogo para computador João e Maria contra a Bruxa Guloseima, indicado para crianças a partir oito anos. Tanto quanto na historinha, o desafio é frustrar os planos da bruxa – que simboliza a obesidade –, ajudando as crianças na escolha por alimentos saudáveis, a fim de que rejeitem aqueles recheados de gordura e açúcar.

     O jogo – A didática do jogo, com três níveis de dificuldade, favorece o trabalho do professor em sala de aula na hora de explicar aos alunos sobre a classificação e o processamento dos alimentos e composição dos grupos alimentares. “É apresentada à criança uma imagem de um alimento e ela tem que escolher entre duas alternativas”, explica Salvador. “Uma delas é a correta. No começo, a criança vai por tentativa, mas depois, habituando-se às imagens, já tem uma noção se o alimento é in natura, processado ou ultraprocessado”.

    A ideia do professor foi muito bem recebida pela Udesc. “Achamos que seria uma temática muito boa de ser explorada e muito útil para a sociedade, porque hoje em dia realmente nós temos uma pandemia de obesidade”, avalia o orientador do programa de pós-graduação no qual Salvador inscreveu seu projeto. “O jogo contempla todas as temáticas relevantes para discutir a problemática da obesidade e da promoção da vida saudável. ”

    Testes – Para desenvolver o game, Salvador consultou pesquisas sobre obesidade infantil, a partir de material disponível no Ministério da Educação e no Ministério da Saúde, além de ouvir nutricionistas e especialistas nessa área. A seguir, o jogo foi apresentado a três públicos distintos. Especialistas técnicos testaram a interface e a usabilidade da ferramenta. Profissionais da saúde, como nutricionistas e educadores físicos, avaliaram o conteúdo e as informações nutricionais. Por fim, professores e um grupo de 20 crianças do ensino fundamental da rede pública de Joinville (SC) testaram o conteúdo pedagógico.

    O objetivo dos testes foi garantir que todas as informações ficassem claras na tela, para que a criança, atenta às opções, entendesse também o resultado de suas escolhas. Caso o jogador ignorasse o consumo de alimentos que não são saudáveis, poderia prejudicar a vida dos personagens. “Conforme a criança vai coletando o alimento, vai vendo o que acontece com esses medidores e vai percebendo se esse alimento é bom para ela ou não”, revela Salvador.

    João e Maria contra a Bruxa Guloseima foi eleito, durante um simpósio internacional de jogos, o melhor artigo acadêmico da América Latina. O game é compatível com o sistema operacional Windows e pode ser baixado gratuitamente. Os dados gerados pela ferramenta podem ser usados pela comunidade científica para a criação de estudos.

    Clique aqui para acessar o jogo. 

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • De acordo com a pesquisa, o nutriente protege o sistema nervoso e pode ser usado no tratamento e na prevenção da doença

    O surto do vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, preocupou toda a população brasileira, principalmente as gestantes. Segundo o Ministério da Saúde, mais de três mil casos foram confirmados entre 2015 e 2019. A boa notícia é que o projeto de pesquisadoras de Brasília descobriu que o ômega-3 pode ser usado no combate vírus.

    A pesquisa foi feita pela biotecnóloga Heloisa Antoniella, atualmente mestranda pelo Programa de Patologia Molecular no Laboratório de Imunologia e Inflamação (LIMI) da Universidade de Brasília (UnB) e pela bióloga e professora da UnB, Kelly Grace Magalhães.

    Segundo as pesquisadoras, o zika vírus pode causar inflamação e morte celular nos neurônios e estresse oxidativo, que é quando o vírus libera substâncias tóxicas que causam danos à mitocôndria, uma parte importante da célula.

    O nutriente é um importante aliado no combate ao vírus porque preserva o sistema nervoso. “O ômega-3 é uma molécula neuroprotetora, ou seja, ela protege o sistema nervoso contra doenças neurodegenerativas, protege contra muitas doenças relacionadas a morte celular de neurônios e também sabemos que o ômega-3 é uma molécula anti-inflamatória”, afirmou a bióloga.

    As duas pesquisadoras trabalham juntas em um laboratório que tem uma linha de pesquisa focada no detalhamento das consequências do vírus nas células. “Pensamos que seria interessante não só mostrar como o vírus causa esse tipo de problema nessas células, esse tipo de morte, mas a gente também conseguiria proteger, explicou a biotecnóloga.

    O ômega-3 também pode apresentar bons resultados na prevenção e no tratamento de doenças virais já existentes porque torna as células mais resistentes.

    “A nossa pesquisa tem muito a acrescentar para a saúde pública do país, principalmente porque o ômega-3 é de fácil acesso. Você pode encontrar na dieta, pode encontrar facilmente na farmácia e existem faixas de preços que cabem no bolso de diferentes públicos”, afirmou Heloísa Braz de Melo.

    A pesquisa já foi publicada na revista científica Scientific Reports, uma das mais importantes do mundo no segmento.

    Saiba mais – A pesquisa sobre o uso ômega-3 no combate ao zika vírus é o tema do Trilhas da Educação desta sexta-feira, 6 de março, da Rádio MEC.


  • Para este ano letivo, já foram reunidos mais de dois mil kits de material escolar para distribuição entre alunos carentes de escolas da periferia de Porto Alegre (arte: ACS/MEC)Gaúcho, pintor e preocupado com o futuro das crianças. Cláudio Roberto da Costa, 53 anos, morador da comunidade Vila Safira, na periferia de Porto Alegre, dedica-se a um objetivo: melhorar o presente e garantir um futuro de qualidade para as crianças da região. Após observar que muitas delas passavam manhãs e tardes sem nenhuma ocupação pelas ruas da comunidade em que vive, Cláudio foi buscar respostas. “Começava o ano letivo e eu via crianças o dia inteiro na rua”, conta. Descobriu, então, uma triste realidade: muitos meninos e meninas não tinham sequer lápis e cadernos para poder frequentar a escola.

    “Quando eu perguntava a elas por que não estavam na escola, ouvia como resposta que o pai ou a mãe não tinham dinheiro, que fim de mês era complicado”, revela. “Aí, eu vi que precisava fazer alguma coisa.”

    Cláudio teve então a ideia: “Precisava fazer uma campanha de material escolar”.

    A ação começou no ano passado, e o resultado foi animador. Foi arrecadado material suficiente para montar 1,6 mil kits. Para 2017, já são mais de dois mil. Cada um deles é composto por um caderno grande e um pequeno, uma caixa de lápis de cor ou giz de cera, um tubo de cola, dois lápis, uma caneta, uma borracha e um apontador. É um material básico, mas é um incentivo para a criança entrar no primeiro dia de aula na escola”, diz. Ele minimiza os méritos de sua iniciativa: “Eu sou apenas uma ponte; são as pessoas que oferecem o material”.

    A campanha de arrecadação de material escolar é elogiada na comunidade. Professora da rede pública estadual de ensino, Vanessa Nascimento é uma das patrocinadoras. Ela faz as doações por ver, em sala de aula, as dificuldades por que passam as crianças sem o material escolar. “É por isso que eu colaboro; a gente vê que essa questão da autoestima atinge muitas crianças. Às vezes, elas chegam na escola sem calçado, sem lápis”, lamenta. “Na escola pública, há essas disparidades. Qual é o estímulo que a criança tem para chegar à escola e começar a ler e aprender quando está distraída, olhando o que o coleguinha do lado tem? Dar um lápis para uma criança, às vezes, é um carinho.”

    Lição — Cláudio espera, além de ajudar as crianças da comunidade, estar ensinado uma lição sobre cidadania. “Estamos de passagem nesse planeta”. diz. “Então, eu uso como exemplo o esporte olímpico de revezamento, que tem a passagem de um bastão; estou preocupado com a qualidade do bastão que vamos passar para as crianças.”

    As inclinações altruístas de Cláudio não são de hoje. Quando jovem, o pintor quis fazer parte do Projeto Rondon, uma ação do governo federal que envolve universitários no desenvolvimento sustentável de comunidades e promoção da cidadania. Mas a vida o levou a outros caminhos.

    Cláudio morou na periferia de cidades brasileiras de Minas Gerais, São Paulo, Maranhão e Distrito Federal. Descobriu que em todas elas, em qualquer parte do país, há os mesmos problemas e que somente com atitudes é possível mudar as coisas. Assim, ele voltou a Porto Alegre e criou o Projeto Vó Chica, que leva o nome de uma antiga moradora da comunidade, conhecida por suas ações beneficentes.

    A sede do projeto funciona em sua própria casa. “Temos um espaço cultural nos fundos da minha casa”, destaca. “A estrutura conta com quatros computadores para informática, iniciação de balé para 30 meninas, uma pequena biblioteca e um espaço de meditação.”

    Assessoria de Comunicação Social

  • Yara Hermisdorff inscreveu-se em programa de intercâmbio da Capes e, atualmente, foi contratada para fazer um doutorado de três anos (Arte: ACS/MEC)

    Até onde pode chegar alguém que estudou em escola pública em uma localidade sem acesso à internet e urbanização? No caso da estudante mineira Yara da Costa Hermisdorff, de 23 anos, a resposta é: à França. A jovem conta sua experiência no programa da série Trilhastransmitido nesta sexta, 16, pela Rádio MEC.

    Em 2012, Yara ingressou no curso de bacharelado em ciência e tecnologia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). “Eu já tinha vontade de estudar fora, mesmo antes de entrar na faculdade, só que sempre achei que nunca seria uma coisa acessível”, conta. Ao entrar na UFVJM, porém, a estudante teve outra percepção. Em contato com estudantes que se inscreveram no programa Ciência sem Fronteiras, ela reforçou sua meta. Ao conversar com os colegas que voltavam do intercâmbio, Yara diz ter constatado a riqueza da experiência: “Estavam mais maduros”.

    Logo no primeiro período do curso, ela aprimorou sua convicção de que uma experiência fora do Brasil poderia estimular tanto o seu desenvolvimento profissional quanto o pessoal. Em agosto de 2016, inscreveu-se no programa Brafitec, desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e teve a oportunidade de cursar parte da graduação na França, conseguindo uma bolsa para a Escola Superior de Química e Física Eletrônica de Lyon.

    Doutorado – Após um processo seletivo de três etapas, com uma série de entrevistas técnicas e análises do desempenho no período de estágio, Yara foi contratada pela empresa Schneider Electric France, responsável por estabelecer um projeto de estudo com doutorando para um período de três anos. Como aluna do doutorado, ela atualmente trabalha em um projeto que desenvolve um produto revolucionário para lavar roupas: um sabão que, embalado em bioplástico solúvel em água fria, pode ter impacto positivo sobre a saúde de milhares de pessoas.

     “Eu ficaria muito feliz de poder fazer no Brasil a mesma coisa que estou fazendo aqui hoje, trabalhar com a química na busca de novos materiais que não coloquem em risco a nossa saúde”, resume. “Agora minhas expectativas de futuro são bem claras. Quero voltar para o Brasil e, de alguma forma, passar para os outros tudo que aprendi. Acho que essa seria a melhor forma de agradecer tudo o que a França me ofereceu.”

    O programa – Desde 2002, mais de 5 mil alunos já participaram do programa de intercâmbio Brafitec. Durante o período em que ficam na França – aproximadamente um ano –, os participantes recebem cerca de 800 euros por mês. “Os alunos selecionados são de alto nível e encontram uma percepção muito positiva por parte das universidades francesas”, explica a coordenadora geral de Programas da Capes, Helena Albuquerque. Para ela, histórias de sucesso, como a de Yara Hermisdorff, fortalecem o programa.

    Acesse mais informações sobre o Brafitec  

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Paula Beatriz de Souza Cruz, sobre tornar-se diretora de escola estadual: “Acho que foi muito além da questão da minha identidade. Foi, realmente, o trabalho que eu venho desenvolvendo na escola e na comunidade” (Foto: Daniel Guimarães/A2img)A educadora Paula Beatriz de Souza Cruz, de 42 anos, é a primeira mulher transexual a se tornar diretora de uma escola na rede estadual de ensino. Desde 2005, Paula dirige a Escola Estadual Santa Rosa de Lima, no Jardim Vale das Virtudes, em São Paulo. É o reconhecimento e respeito pelo trabalho que há 30 anos ela desenvolve como professora, além do direito de viver na condição que escolheu.

    Antes de chegar ao cargo, ela trilhou um caminho de mais de 18 anos até assumir sua verdadeira identidade. Mas explica que tudo aconteceu de forma muito natural e respeitosa – também por parte da comunidade escolar. Cerca de 980 alunos estudam nos anos iniciais do ensino fundamental.

    Para a educadora, a comunidade escolar não leva em conta o fato de ela ser trans. “Tanto os pais como os alunos reconheceram e assumiram (a mudança) e acho que foi muito além da questão da minha identidade. Foi, realmente, o trabalho que eu venho desenvolvendo na escola e na comunidade em prol de uma educação de qualidade, de uma escola que seja aconchegante, acolhedora”, avalia.

    Mas a professora reconhece que esse ainda é um caminho que está sendo trilhado e que o debate de gênero e orientação sexual não pode ficar de fora das escolas – que precisam dar atenção ao tema. Pois, apesar dos avanços, o caminho ainda é longo para que se alcancem novas políticas e a aplicação de leis. Como exemplo, ela cita “a criminalização da homofobia e da transfobia, que está parada e que não é aprovada no Congresso”.

    Um levantamento feito pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo revela que 358 estudantes travestis ou transexuais solicitaram o uso do nome social em escolas em todo o estado, entre janeiro e setembro de 2016. Um crescimento de 51% em relação ao mesmo período de 2015.

    O artigo primeiro da Constituição brasileira prevê entre seus princípios fundamentais a dignidade da pessoa humana. O artigo terceiro determina que construir uma sociedade livre, justa e solidária está entre os objetivos fundamentais da Nação. E o quinto afirma que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações.

    Paula é atuante em diversos movimentos sociais, que ela defende como uma forma de levar informação e auxiliar quem ainda se depara com uma realidade de violência e discriminação.

    “Em todos os movimentos que abordem essa temática eu estou presente, para poder falar: olha, é possível. Vamos atrás, contribuir e vamos conseguir.” E reforça que “não se trata de doença, mas realmente da pessoa, que nasce de um sexo biológico, mas pertence a outro”.

    Em 2016, a rede estadual de ensino de São Paulo recebeu 15 solicitações de profissionais masculinos para mudança do nome social, por se reconhecerem no gênero feminino.  

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Instrumento conectado ao celular foi desenvolvido por Adilson Cardoso, docente do Instituto Federal de Santa Catarina

    No município de Içara, no sul de Santa Catarina, um professor da rede pública percebeu a necessidade de ajudar os alunos com baixa visão. Uma de suas alunas nunca havia usado uma régua por não conseguir enxergar os milímetros e centímetros. Foi aí que Adilson Cardoso, docente do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), entrou em ação para ajudar.

    “Fomos desenvolvendo uma solução com vários protótipos ao longo de três meses até chegar a um viável que pudesse ser testado e validado por crianças de baixa visão”, disse.

    O protótipo final é uma régua que se conecta a um aplicativo de celular por meio do bluetooth. O instrumento tem uma precisão abaixo do milímetro e serve tanto para alunos destros quanto para canhotos. A criança movimenta o cursor por cima da régua, para a esquerda ou para a direita, e por meio de uma placa micro processada com sinal bluetooth o dispositivo informa os dados para um aplicativo de celular.

    No município de Içara há cerca de 30 crianças com baixa visão. De acordo com Adilson, existem em torno de 600 crianças nessa situação só em Santa Catarina. “Podemos dizer que, a nível nacional, existe em torno de 20 a 28 mil crianças com problemas de baixa visão e que poderiam usar essa régua eletrônica para traçar retas, gerar figuras, quadrados, triângulos e assim por diante”, afirmou.

    Saiba mais – O trabalho desenvolvido pelo professor Adilson Cardoso é o tema da edição desta sexta-feira, 3 de janeiro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Linhares (ES), 15/6/2018 – Promoções corriqueiras no comércio do tipo “leve três, pague dois” valem a pena? Será mais barato comprar fracionado ou em maior quantidade? Essas questões podem passar despercebidas na correria do cotidiano, mas não mais para a turma do sexto ano da Escola Estadual Professora Regina Banhos Paixão, em Linhares, no Espirito Santo. Escolher os melhores produtos pelos melhores preços virou atividade de matemática. A dinâmica foi a forma encontrada pelo professor Hercules Smaçaro Marchiori para despertar o interesse dos alunos pela matéria. A experiência, realizada durante todo o ano de 2017, será contada no programaTrilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC nesta sexta, 15.

    Tudo era novidade para as crianças, entre 10 e 11 anos de idade, que passaram a enxergar uma simples ida ao supermercado de maneira diferente. Foi a oportunidade para que todos entendessem que a matemática está presente em várias ações rotineiras. “Na turma com que eu trabalhei, na verdade, muitos nem vão ao supermercado”, explica Marchiori. “Então, eles têm essa vivência da prática, daquilo que a gente comenta em sala de aula, no dia a dia ali, e fazem aquela relação do conteúdo em si com o que é real. ”

    O professor dividia a turma em pequenos grupos e assim dava início à pesquisa sobre os produtos do supermercado. Depois, utilizando cálculos simples, de soma e subtração, a tarefa era escolher os artigos que apresentavam o melhor custo-benefício. No supermercado visitado havia um ambiente de refeitório, local escolhido para os alunos se reunirem após a pesquisa e fazer os cálculos necessários.

    Na escola, a novidade se espalhou. Os demais professores ficaram sabendo da atividade e passaram a valorizar a iniciativa também em suas disciplinas. “A professora de português trabalhou alguns termos com eles; a de ciências foi fazer um trabalho e relatou que, no trajeto que fizemos até o supermercado, passamos em um ambiente de vegetação, um brejo, para eles relacionarem à matéria que estavam estudando”, relata Marchiori.

    Aprovação - Após as atividades que envolveram a turma toda, o resultado veio no final do ano letivo: 80% dos alunos foram aprovados na disciplina de matemática. Segundo o professor, isso foi fruto de uma didática mais inclusiva, que apostou na criatividade, em horas de reforço e de estudo da matéria. “Se a gente chegar à sala só com quadro e pincel, fica só naquela aula, os alunos perdem o interesse e aí acabam não gostando da matemática, do professor, fazendo [as tarefas] de qualquer jeito”, avalia.

    Além do melhor rendimento em sala de aula, a experiência mostrou que o empenho em cada exercício levou conhecimentos à casa dos alunos, em forma de educação financeira. Agora, esse aprendizado ajuda também os pais na hora das compras. “Às vezes a família tenta fazer esse esforço todo de economia, mas, por falta de conhecimento, nem sabe como proceder”, observa o professor. “O aluno, tendo essa noção, ajuda a estabelecer essas diferenciações e com isso acaba proporcionando aos pais poder comprar mais do que aquilo que compravam no dia a dia.”

    Hoje, Hercules Marchiori se dedica a turmas de ensino médio, mas não descarta a possibilidade de retomar o projeto em outros moldes, ainda que com atividades extraclasse. Para ele, o maior desafio é fazer com que os estudantes entendam que o aprendizado da matemática faz parte da vida. “É uma coisa que eu sempre coloco para eles: é algo que vocês não vão levar só para a vida escolar de vocês, mas para o resto da vida”, conclui.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Motivar o aprendizado da fórmula de Bhaskara, do plano cartesiano e de tantas outras operações matemáticas lançando foguetes. Essa foi a forma que o professor Fábio Aparecido da Silva, de 44 anos, encontrou para ensinar seus alunos. Essa história você escuta no Trilhas da Educação dessa semana, programa produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    Fábio leciona na Escola Técnica Estadual Cônego José Bento, em Jacareí (SP). Para envolver os alunos em torno das questões levantadas pela matemática, o professor desenvolveu um foguete feito de garrafa pet que é fixado em uma base de tubos de PVC, num ângulo de 90º com o chão. Água e uma bomba de encher pneus de bicicleta, são o suficiente para fazê-lo ganhar os ares. A experiência, garante o professor, está diretamente ligada a teoria vista em sala de aula. “A gente vai para a parte prática. Vai resolver um problema interdisciplinar com a física e aplicando os conceitos de matemática”, destaca Fábio.

    Fábio desenvolveu essa técnica há 10 anos. Após perceber os resultados positivos, ele resolveu ensinar e incentivar o uso dessa metodologia por outros educadores do país e publicou na internet um tutorial sobre como construir os foguetes.  “A minha ideia é não segurar essas coisas comigo. Eu escrevo vários artigos relatando a experiência que eu tenho com aplicações que deram certo”, afirma o docente.

    Para o professor Fábio, outro aspecto importante de todo esse trabalho é o fortalecimento da turma como equipe. Ele nota que os estudantes passam a dividir as tarefas e apostam no companheirismo. “Este tipo de atividade trabalha muito o sentimento de equipe. Os alunos que têm mais experiência, ou até mesmo mais facilidade de aprendizado, trocam experiências com o colega, e acabam ajudando. Tem grupos que conseguem fazer um bom lançamento e que ajudam outros grupos que não conseguem”, comemora.

    O trabalho completo do professor Fábio Aparecido da Silva pode ser conferido em suas redes sociais.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Aplicativo ajuda estudantes de Rondônia a aprender história dentro e fora de sala de aula (Arte: ACS/MEC)Para chamar a atenção dos alunos e auxiliar no aprendizado em sala de aula, o professor de história Jadiael Rodrigues da Silva, do município de Candeias de Jamari (RO), resolveu usar a tecnologia. Ele criou um aplicativo de celular que ajuda a reforçar os conteúdos trabalhados em sala de aula, por meio de textos e atividades extras. Embora ainda esteja em fase de testes, a novidade já tem surtido efeito, segundo o professor.

    Jadiael dá aula para os estudantes do ensino médio noturno da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Carlos Drummond de Andrade, na região metropolitana de Porto Velho. O professor explica que os estudantes podem acessar pelo celular o plano de curso bimestral, as competências e habilidades esperadas e as formas de avaliação. Quase metade dos seus 240 alunos já baixaram o aplicativo, disponível na plataforma Android.

    A ferramenta, segundo Jadiael, ainda facilita na hora de contextualizar conteúdos e mobilizar para as discussões em sala de aula. “Como essas tecnologias já estão incorporadas no cotidiano dos alunos, decidi criar um aplicativo voltado para a minha disciplina, para que eu pudesse interagir com meus alunos e buscar um atrativo para que eles gostassem e passassem a ter mais interesse pela história”, conta.

    O professor, que leciona para os três anos do ensino médio, começou a testar o aplicativo há três meses. Apesar do pouco tempo, ele observa que os estudantes já demonstram maior interesse, especialmente os que viam a disciplina de história como algo ultrapassado.

    Além disso, Jadiael garante que a possibilidade de interação é um diferencial. “O aplicativo se tornou uma extensão da sala de aula. O aluno pode interagir também com os colegas e comigo dentro do aplicativo”.  

    Pela ferramenta, é possível gerar gráficos, relatórios, simulados e avaliar cada estudante por meio das tarefas disponíveis. O aplicativo envia os resultados para o professor, que pode gerar informações e relatórios por aluno e por turmas e saber como estão respondendo à disciplina.

    Para o segundo semestre, Jadiael planeja utilizar a plataforma também no reforço dos estudos para a próxima edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para os alunos do terceiro ano. A intenção é que os estudantes já possam se preparar para as provas e se acostumar com o formato do exame.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O sistema permite memorizar dados importantes a partir de dados do texto e da interação dos usuários  (Arte: ACS/MEC)

    Quantas vezes você fez uma pesquisa na internet e se deparou com volume de resultados diferentes tão grande que ficou em dúvida sobre quais eram, ou não, verídicos? Para ajudar a verificar a credibilidade de matérias disponíveis na rede, o professor do departamento de computação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) Daniel Hasan desenvolveu um sistema que avalia a qualidade e a confiabilidade de um texto on-line.

    O projeto – parte da tese de doutorado de Hasan, apresentada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – tem como objetivo avaliar a qualidade de documentos ou itens colaborativos da web, como a Wikipédia e fóruns de perguntas e respostas, utilizando inteligência artificial. A partir de indícios do próprio texto e da interação dos usuários, o sistema memoriza aspectos importantes para usá-los em outras avaliações de forma automática. 

    “Sendo fórum de perguntas e respostas, geralmente temos uma nota para cada resposta. O sistema tenta aprender com essa nota e com alguns indicadores de qualidade, por exemplo, se esse texto tem erros ortográficos, é grande ou pequeno, mostra referência para outros conteúdos. Tem comunidades que avaliam manualmente os conteúdos. Eu peguei essa avaliação manual e usei como base para o sistema de inteligência artificial”, explica.

    De acordo com Daniel, no caso de artigos da Wikipédia, o sistema é capaz de identificar quantas vezes o texto foi editado e se quem alterou tem histórico de edições no mesmo assunto. “Se o artigo foi editado por usuários mais frequentes na Wikipédia, aumenta a confiabilidade e qualidade de um site”, enfatiza.

    O sistema proposto, que está em fase de teste, utiliza 67 indicadores para submeter publicações em plataformas colaborativas a fim de verificar os textos. A intenção é que, futuramente, esteja disponível para uso público. Daniel Hasan espera que a tecnologia ajude a melhorar a qualidade da lista de páginas em buscadores da internet.

    “O próximo passo é tentar pegar esses indicadores de qualidade e disponibilizar on-line para outros pesquisadores. Às vezes, a pessoa quer usar para fazer um outro estudo ou criar estatísticas sobre a escrita”, comenta. O estudo de Daniel conquistou o prêmio de melhor tese de doutorado no Concurso de Teses e Dissertações em Banco de Dados do Simpósio Brasileiro de Banco de Dados (SBBD 2017).

    Atualmente, o professor coordena um projeto de iniciação científica, financiado pelo Cefet e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que dá continuidade ao tema. Daniel realiza pesquisas nas áreas de banco de dados e recuperação de informação e tem experiência em docência nas disciplinas de algoritmos, recuperação de informação e pesquisa operacional.

    Assessoria de Comunicação Social 

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