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  • O governo federal pretende chegar à meta de 60 mil escolas com educação em tempo integral implantadas até 2014. A presidenta da República, Dilma Rousseff, falou sobre o tema e sobre programa Mais Educação nesta segunda-feira, 29, em seu programa semanal de rádio Café com a Presidenta.

     

    De acordo com dados de julho último, 49,3 mil escolas públicas do país oferecem a educação em tempo integral. Desse total, 32 mil reúnem alunos do programa Bolsa-Família do governo federal. “O principal caminho para o desenvolvimento sustentável, para a valorização da própria sociedade brasileira, reduzindo as desigualdades, é a educação”, disse Dilma. “Nenhum país do mundo chegou a se transformar em uma nação desenvolvida sem que as crianças tenham dois turnos na escola.”

     

    Dilma ressaltou ainda que a educação integral é fundamental para melhorar o aprendizado de crianças e adolescentes. “No turno complementar, os alunos têm várias atividades, e a principal delas é o acompanhamento pedagógico obrigatório, com aulas de reforço escolar em matemática, português, ciências e uma língua”, afirmou.

     

    Este ano, o investimento do governo federal no programa Mais Educação chega a R$ 1,8 bilhão. A maior parte é repassada diretamente às unidades de ensino, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), para a contratação de monitores, professores, material, custeio e obras.

     

    Durante o programa de rádio, a presidenta relatou experiências em escolas que implantaram o ensino em dois turnos e deram um salto de qualidade, refletido no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb). Foi o que aconteceu na Escola Municipal Beatriz Rodrigues da Silva, em Palmas, Tocantins. Há quatro anos, a unidade participa do programa Mais Educação. Hoje, oferece atividades complementares a 468 estudantes do segundo ao sétimo ano. A nota da escola no Ideb pulou de 4,7 em 2007 para 8 em 2011. “É uma evolução fantástica, que motivou alunos, professores e toda a comunidade”, disse a presidenta. “Temos vários desses exemplos espalhados por todo o Brasil, o que nos estimula muito a seguir em frente, a continuar expandindo o número de escolas públicas com ensino em tempo integral.”


    Assessoria de Comunicação Social

  • De acordo com a proposta do programa Mais Educação, os estudantes têm acompanhamento pedagógico obrigatório no turno oposto ao das aulas e contam ainda, com café da manhã, almoço e lanche (foto: Wanderley Pessoa/arquivo MEC)Escolas participantes do programa Mais Educação, com todos os estudantes matriculados no regime de tempo integral, apresentaram evolução significativa de desempenho na Prova Brasil. A constatação é de estudo da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação. O Mais Educação (PME) atende instituições de ensino com baixos indicadores de qualidade educacional localizadas em zonas de vulnerabilidade social. Contabilizadas todas as escolas que participam do programa, o desenvolvimento também foi melhor do que a média nacional.

    No estudo, a SEB selecionou as médias de três grupos de escolas — as do PME em que todos os alunos estudam em tempo integral; todas as escolas vinculadas ao PME; escolas públicas do Brasil. A partir daí, foi feita a comparação da evolução do rendimento, por grupo, nas áreas de língua portuguesa e matemática nas edições da Prova Brasil de 2007, 2009 e 2011.

    As médias em português dos estudantes do quinto ano das escolas do PME com 100% das matrículas em tempo integral passaram de 164,19 em 2007 para 182,81 em 2011. Em matemática, de 180,71 para 201,87 no mesmo período. Nesse mesmo espaço de tempo, os estudantes do nono ano passaram de 227,31 para 238,62 em português e de 236,03 para 244,13 em matemática.

    Em língua portuguesa, a diferença entre a média nas escolas do PME 100% integral e de todas as escolas públicas do Brasil, para estudantes do quinto ano, diminuiu de 7,21 pontos em 2007 para 2,68 em 2012, o que significa evolução. As médias em matemática dos estudantes do nono ano do ensino básico de escolas do PME 100% integral, que eram 4,53 pontos inferiores à média nacional em 2007, em 2011 foram 1,1 ponto superiores.

    Diálogo — De acordo com a diretoria de currículos e educação integral da SEB, Jaqueline Moll, o programa Mais Educação é uma ação indutora que promove a ampliação efetiva da jornada escolar. “Nós nos habituamos a uma escola de quatro horas; o caminho que buscamos com o Mais Educação é aumentar o número de horas na escola, com um diálogo entre os conteúdos tradicionais e instrumentos e temas contemporâneos”, afirmou.

    O Mais Educação foi criado em 2007 para atender, inicialmente, 1.380 escolas que apresentavam os piores resultados no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) e eram consideradas em situação de vulnerabilidade. De acordo com a proposta do programa, no turno oposto ao das aulas, os alunos têm acompanhamento pedagógico obrigatório. Contam ainda, com café da manhã, almoço e lanche. Os professores ajudam nas tarefas, tiram dúvidas e dão aulas de reforço, principalmente de português e matemática.

    Este ano, o programa chegou a 32 mil escolas. Para os próximos anos, a perspectiva é de ampliação. “A meta é atender 60 mil escolas em 2014”, disse Jaqueline Moll. O orçamento é de R$ 1,5 bilhão, oriundos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e do Plano Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

    Com o desenvolvimento do PME, o número de escolas com 100% das matrículas em tempo integral aumentou 178,9% — de 161 unidades em 2010 para 449 em 2011. O total de estudantes atendidos nessas escolas passou de 59.274 para 132.706 no mesmo período, o que significa aumento de 123,9%. “O programa permite que as escolas criem um ambiente favorável à permanência e ao aprendizado dos estudantes”, destacou Jaqueline.

    Apenas os estados do Acre, Amapá e Sergipe não contam ainda com escolas com 100% de alunos matriculados no regime de tempo integral.

    Confira as tabelas com a evolução dos grupos de escolas

    Assessoria de Comunicação Social



  • A educação integral no contexto da política educacional foi tema do painel de abertura do 3º Encontro Nacional dos Coordenadores do Programa Mais Educação. O seminário vai até sexta-feira, 21, na Academia de Tênis, em Brasília.

    Para a secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, o Mais Educação pode apontar caminhos para transformar o padrão arquitetônico e pedagógico e o de ensino-aprendizagem da escola. “O programa é capaz de apontar o que é o currículo de uma escola contemporânea, com outro projeto arquitetônico, com outro uso do tempo”, disse. ”Temos a obrigação de apontar o novo, uma escola que dialogue de verdade com crianças e jovens da era digital.”

    Na visão da secretária, o modelo tradicional de escola não tem condições de formar essa geração de alunos que recebem tanta informação. De acordo com ela, não basta que professores transmitam conteúdo. Eles devem trabalhar com todas as formas de informação e ajudar a aprimorar o espírito crítico dos estudantes. “Quanto menor a capacidade de leitura e crítica, maior a capacidade de acreditar no que não se deve”, destacou. “É preciso tratar a informação, tratar o entorno da escola.”

    Em um exemplo de como envolver a escola com a comunidade e, ao mesmo tempo, criar no aluno o gosto pela leitura, a secretária citou a Olimpíada de Língua Portuguesa, cujo tema é O Lugar onde Vivo. “O tema da olimpíada, trabalhado pelos gêneros memória, crônica e artigo de opinião, leva crianças, professores e jovens a ter contato com a comunidade sem perder o foco na aprendizagem”, salientou.

    Maria do Pilar ressaltou que os professores precisam estimular nos alunos, acostumados com tecnologias, a leitura de meios que vão além do papel. Além disso, devem assumir o projeto de educação integral da escola, de maneira que as atividades estejam atreladas ao currículo para que tenham sentido educativo.

    Integração — Para o secretário de educação continuada, alfabetização e diversidade do MEC, André Lázaro, o programa pode ajudar a atrair as crianças que estejam fora da escola. “Temos algo como 500 mil crianças de sete a 14 anos fora da escola, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios”, disse. Para ele, não caberia somente à escola resolver todos os problemas sociais que atingem crianças e jovens, mas à integração entre escola e outros setores. “Não é levar os postos de saúde ou os teatros para a escola; é fazer a escola atravessar a rua e encontrá-los”, exemplificou.

    A coordenadora do Mais Educação, Jaqueline Moll, ressaltou que o programa alcançará, este ano, cerca de 10 mil escolas espalhadas por todo o país. “O critério para a escolha das escolas participantes é o baixo desempenho no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) a fim de ajudar a diminuir as desigualdades educacionais”, explicou.

    De acordo com Jaqueline, os recursos destinados ao programa passaram de R$ 45 milhões em 2008 e devem chegar a R$ 400 milhões em 2010.

    Assessoria de Comunicação Social


    Leia também: Escola forma cidadão crítico e criativo, afirma ministro
  • Criança pode escrever notícias do bairro e da cidade? Pode publicar o que escreve? Pode ter opinião? Pode analisar o que os jornais publicam? Responder a essas perguntas é uma das tarefas escolhidas por 1.043 escolas públicas de educação integral, que participam do programa Mais Educação.

    O meio para trabalhar temas do cotidiano da escola e do bairro é o jornal escolar. O jornal é uma das atividades da educação integral pública que visa desenvolver nos estudantes habilidades de pesquisa, leitura, escrita, fotografia e contribui para a formação cidadã, explica o coordenador-geral de ações educacionais complementares da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Leandro Fialho.

    Para qualificar o trabalho dos monitores responsáveis pelo jornal em cada escola, o Ministério da Educação assinou nesta quinta-feira, 20, em Brasília, um acordo de cooperação com a ONG Comunicação e Cultura, de Fortaleza, e com o Instituto C&A de Desenvolvimento Social, de São Paulo.

    Pelo acordo, a ONG Comunicação e Cultura será responsável por diversas ações, entre elas, produzir materiais pedagógicos para as escolas sobre o que é e como se faz um jornal escolar, como criar na internet um site do jornal escolar, imprimir os jornais e capacitar monitores para utilizar esses instrumentos. A qualificação dos monitores, segundo Daniel Raviolo, coordenador da Comunicação e Cultura, terá duração de um ano e certificado de extensão universitária.

    O modelo de jornal escolar desenvolvido pela ONG tem 16 páginas, em preto e branco, quatro edições anuais e tiragem de até 1 mil exemplares para a escola e a comunidade do entorno. Para fazer o jornal, a escola recebe um CD com sugestões de diagramação e ilustração.

    A participação dos alunos, diz Daniel Raviolo, é a parte mais importante do jornal escolar. São eles que vão discutir a pauta de cada edição, as ilustrações, as fotografias e como vão trabalhar cada assunto. A atividade pode começar com uma pergunta, segundo Raviolo: as notícias do nosso bairro a gente lê em algum lugar?

    A partir daí, os estudantes vão pesquisar na comunidade o que ela está fazendo e o que pode ser notícia, vão recolher histórias e também devem opinar sobre os fatos. Um jornal feito assim, na avaliação da Raviolo, é não só um aprendizado de como fazer, mas um mergulho na vida do bairro e uma possibilidade de transformação dos estudantes e de suas famílias.

    No acordo, será responsabilidade do Instituto C&A de Desenvolvimento Social garantir recursos técnicos e financeiros para elaborar, aprimorar, sistematizar e disseminar a metodologia do jornal escolar. O acordo de cooperação tem duração de 12 meses, mas pode ser renovado.

    Mais Educação
    – O programa Mais Educação é uma política do governo federal de assistência técnica e transferência de recursos a estados, Distrito Federal, municípios e escolas para a oferta de educação integral. São prioridades do programa as regiões metropolitanas e cidades onde crianças vivem sob risco social e violência. O Mais Educação começou em 2008 e hoje está presente em 10 mil escolas nas 27 unidades da Federação. No conjunto, atende 2,1 milhões de alunos do ensino fundamental e médio.

    Ionice Lorenzoni
  • Haddad, ao lado de Ana de Hollanda, destacou a parceria: “Esse acordo de cooperação visa a levar mais cultura para dentro da escola e a levar a educação para fora da escola, para os ambientes em que há cultura à espera de jovens ávidos para transformar o mundo” (foto: Wanderley Pessoa)Os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Cultura, Anna de Hollanda, assinaram nesta quinta-feira, 8, em Brasília, acordo de cooperação técnica para a formulação da política de cultura para a educação básica. Estimado em R$ 80 milhões, o acordo reúne seis iniciativas conjuntas para beneficiar mais de 1 milhão de pessoas a partir de fevereiro de 2012 e atingir 5 milhões até 2014.

    As iniciativas conjuntas permitirão a expansão do ensino médio em tempo integral, segundo Haddad. A partir do acordo, pontos de cultura, grupos e espaços culturais poderão receber estudantes no turno oposto ao daquele em que estudam (contraturno), de forma a complementar as aulas da rede de ensino.

    O pacto expande a cooperação entre os dois ministérios, que atuam juntos desde 2006 no Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). Entre as ações previstas no acordo assinado nesta quinta-feira está o projeto Mais Cultura na Escola, destinado a promover a integração entre os programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador, do MEC, com os pontos, grupos e espaços culturais apoiados pelo MinC. Outra iniciativa é a ampliação do programa Agentes de Leitura, que seleciona e capacita jovens para atuar na formação de novos leitores.

    O acordo também possibilitará maior acesso, no Programa Nacional Biblioteca Escolar (PNBE) do MEC, a livros de arte e demais acervos culturais, em diversos tipos de mídia, ofertados pelo Ministério da Cultura. O Cine Educação, também da pasta da Cultura, receberá filmes de longa e curta metragem nacionais do acervo do MEC. A parceria prevê ainda a oferta de cursos de formação continuada e de capacitação de professores nessas áreas.

    Durante a vigência do pacto, serão realizadas pesquisas e executado o mapeamento das ações públicas que relacionam educação e cultura em todo território nacional.

    De acordo com o ministro Fernando Haddad, educação e cultura são indissociáveis na formação dos jovens. Para ele, o momento é propício para fortalecer as ações que unem as duas pastas. “Esse acordo de cooperação visa a levar mais cultura para dentro da escola e a levar a educação para fora da escola, para os ambientes em que há cultura à espera de jovens ávidos para transformar o mundo”, disse Haddad.

    Diego Rocha

    Ouça a fala do ministro Fernando Hadadd.
  • A adesão de escolas de ensino fundamental públicas de Pernambuco ao programa Mais Educação cresceu 70,6% entre 2010 e 2012. Em 2010, aderiram ao programa 694 instituições de ensino. Em 2012, o número subiu para 2.364, conforme dados da Coordenação-Geral de Educação Integral da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação.

    Na avaliação da articuladora do Comitê Territorial de Educação Integral de Pernambuco, Glauce Gouveia, a criação da entidade, em 2008, ampliou as possibilidades de participação no Mais Educação. Hoje, dos 185 municípios pernambucanos, 174 têm escolas no programa.

     

    Para alcançar esses resultados, o comitê, que começou a atuar em seis cidades da região metropolitana de Recife e hoje está presente em 174, investiu no diálogo com as secretarias municipais de Educação. Glauce salienta que desses encontros saíram as agendas de trabalho e de formação e as parcerias com instituições como a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), as universidades federais de Pernambuco (UFPE) e Rural de Pernambuco (UFRPE) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Instituições parceiras também integram o comitê.

     

    Na dinâmica de trabalho, a cada três meses é realizada na Fundaj, em Recife, uma reunião geral dos 174 coordenadores municipais do Mais Educação. As demais reuniões, mensais, ocorrem nos polos do Sertão, Agreste, Zona da Mata e litoral. Em 2011, o comitê promoveu o primeiro fórum de educação integral. O segundo está previsto para outubro ou novembro deste ano.

     

    Entre os exemplos de atividades de formação desenvolvidas pelo comitê estão cursos em parceria com a UFPE. Em 2011, foi oferecido o curso Educação Integral: Gestão Pedagógica na Relação Conhecimento-Saber, com 170 horas de duração, para 200 coordenadores, gestores das secretarias, alunos de licenciatura e educadores sociais. Em 2012, o curso de múltiplos saberes, para 106 profissionais, com 176 horas de duração. Ainda para este ano, segundo a articuladora do comitê, estão previstos cursos de extensão e aperfeiçoamento.

     

    Na quinta-feira, 27, técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) vão a Recife, a convite do comitê, para dar orientações e tirar dúvidas sobre a prestação de contas dos recursos recebidos pelas escolas que participam do Mais Educação. Os recursos do governo federal são depositados na conta das escolas para custeio de atividades da educação integral.

     

    Para fortalecer e ampliar a educação integral pública na educação básica, estados e municípios devem constituir comitês, considerados instâncias de gestão do Mais Educação. O objetivo é enraizar propostas e ampliar a vivência da gestão compartilhada de políticas públicas educacionais e o regime de colaboração entre as secretarias e seus parceiros.

     

    Dados da Coordenação-Geral de Educação Integral da SEB mostram que já constituíram comitês os estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Os primeiros comitês surgiram com a criação do programa Escola Aberta, em 2008. Depois, estenderam-se ao Mais Educação.

     

    Ionice Lorenzoni

     

  • O judô é uma das modalidades de artes marciais adotadas pelas escolas no programa Mais Educação. (Foto: Julio César Paes)Primeiro o diálogo, depois a autodefesa. Esse é um dos princípios que o mestre Antônio Leite da Silva Júnior ensina a seus alunos nas aulas de caratê na Escola Municipal Nestor José Soeiro do Nascimento, na periferia de Manaus. Como os 60 estudantes de mestre Antonio, 828,7 mil crianças e adolescentes do programa de educação integral Mais Educação praticam um tipo de arte marcial em mais de 4 mil escolas públicas. Taekwondo, judô, capoeira e caratê são as artes marciais escolhidas pelas escolas incluídas no programa.

    A Escola Municipal Nestor do Nascimento, segundo o mestre, atende estudantes de uma invasão onde as crianças estão próximas de vários tipos de violência, como tráfico, trabalho infantil, aliciamento. “Quando cheguei à escola, vi um show de notas vermelhas nos boletins. Propus a eles que para treinar caratê tinham que tirar notas azuis”, conta Antônio. Hoje, segundo ele, 80% dos estudantes que fazem a arte marcial têm notas azuis e o índice de agressão caiu muito. “É um saldo maravilhoso.”

    Com duas turmas de estudantes de seis a 14 anos, Antônio ensina a história e os princípios do caratê e faz treinamento. Segundo o mestre, o caratê ajuda na concentração e auxilia no desenvolvimento físico e intelectual. Antônio tem 34 anos, treina há 29 anos, e é faixa preta desde 1996.

    A diretora da Escola Municipal Nestor Nascimento, Telma Malheiros de Mendonça, diz que a entrada da escola no programa Mais Educação trouxe benefícios rápidos na vida escolar. O foco é o pedagógico, diz, e praticar caratê é um prêmio ao esforço dos estudantes. No turno oposto das aulas regulares, a diretora implantou aulas de reforço, com destaque especial para a leitura e a escrita. “Quando comecei na escola, tinha aluno no quinto ano que não sabia ler.”

    Segundo a diretora, a unidade atende uma comunidade que se formou a partir de uma invasão, e hoje ainda não tem serviços básicos, como posto de saúde e delegacia de polícia. A escola é o centro de tudo e tem 930 matrículas no ensino fundamental, sendo 160 de educação de jovens e adultos, a maioria pais de alunos.

    Graduada em história e matemática, com pós-graduação em psicopedagogia e metodologia do trabalho científico, Telma Mendonça criou o conselho escolar, cadastrou a escola no Mais Educação e agora vai receber um telecentro de informática e construir uma horta. Ela também quer participar do projeto Escola Aberta. Já tem livros para formar uma biblioteca, mas ainda falta uma pessoa para tomar conta do espaço e atender alunos e professores. “Já melhorou muito, mas temos muito a fazer”, diz.

    Ionice Lorenzoni


    Conheça o programa Mais Educação.

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  •  Escolas podem solicitar instrumentos para formar bandas. Foto: Fabiana Carvalho.Hip-hop, banda fanfarra, cineclube são parte das atividades cotidianas de estudantes de escolas públicas de educação integral, que participam do programa Mais Educação. Para que alunos pratiquem essas experiências, centenas de escolas pediram ao MEC instrumentos musicais e equipamentos.

    A remessa, que vai para as escolas este ano, inclui conjuntos de instrumentos musicais de banda fanfarra e equipamentos de hip-hop, de produção de vídeos, projeção de filmes e para o rádio escolar.

    Para Jaqueline Moll, diretora de educação integral, direitos humanos e cidadania da Secad, o conjunto de atividades realizado pelas escolas e os instrumentos musicais e equipamentos que elas recebem do MEC ajudam a desenvolver uma relação de identidade da escola com os estudantes e suas famílias. Existem relatos, explica a diretora, de que atividades lúdicas, culturais e esportivas na escola integral ajudam a reduzir a violência, a melhorar o aprendizado e a aproximar da escola pais e mães.

    Levantamento preliminar da diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) mostra que, em 2009, 1.380 escolas solicitaram a banda fanfarra, 1.350, o rádio escolar e 520, o hip-hop. Os materiais de 2009 serão entregues neste ano.

    Os conjuntos do cineclube e do vídeo integraram o Mais Educação em 2010 e já podem ser solicitados ao ministério. Até o momento, 170 escolas pediram o conjunto do cineclube e 150 do vídeo. Outras escolas do programa que pretendem oferecer essas modalidades também podem fazer solicitação ao MEC.

    Jaqueline Moll informou que, das cerca de 60 alternativas de atividades da jornada escolar ampliada, o Ministério da Educação adquire e envia para as escolas (que solicitarem) cinco tipos de conjuntos: a banda fanfarra, o rádio escolar e os equipamentos de hip-hop, do cineclube e do vídeo.

    Para as demais atividades, tais como esportes, educação ambiental e artística, cabe à escola providenciar com os recursos que recebe do MEC por intermédio do Programa Nacional Dinheiro Direto na Escola (PDDE). A verba do PDDE é um repasse direto do ministério para o caixa da escola.

    Banda fanfarra
    – É composta de um teclado eletrônico portátil, nove cornetas de três tipos (Mib, Sib e Fá), quatro cornetões (Sib e Fá), dois surdos, dois bumbos, dois pratos de 14 polegadas e duas caixas de guerra de 13 centímetros por 14 polegadas.

    Rádio escolar– O conjunto contém um microsystem com toca CD, uma mesa de quatro canais com entrada direta para canal estéreo para CD, MD, tape deck, sintonizadores e saída de linha de áudio, dois microfones de corpo metálico, um gravador digital com porta USB, dois fones de ouvido e três caixas de som estéreo com três canais.

    Conjunto de hip-hop – É composto de toca-discos, uma mesa de som, quatro caixas de som e dois microfones.

    Cineclube – As escolas receberão o projetor Proinfo, que oferece em único equipamento a função de projeção, um computador e acesso à internet. Acompanham o equipamento uma tela de projeção de 1,80m por 1,80m e tripé. O projetor Proinfo é portátil, de fácil manuseio, capaz de projetar imagem em qualquer parede. As escolas receberão filmes do arquivo da Secretaria de Educação a Distância (Seed) e terão acesso ao catálogo de filmes do Portal Domínio Público.

    Vídeo
    – É um conjunto de instrumentos que possibilita aos estudantes desenvolver diversas habilidades. É composto de filmadora digital, ilha de edição, computador e programas.

    Trajetória – O programa Mais Educação começou em 2008 em escolas públicas do ensino fundamental localizadas nas capitais e grandes cidades das regiões metropolitanas. Naquele ano, o programa foi desenvolvido em 54 municípios de 25 estados e no Distrito Federal, atendeu 1.380 escolas e 386 mil alunos. O investimento do governo federal foi de R$ 55 milhões.

    Em 2009, o Mais Educação chegou a 130 municípios das 27 unidades da Federação, envolveu 5.005 escolas e 1,1 milhão de estudantes, inclusive do ensino médio. O investimento foi de R$ 166 milhões. A projeção para 2010 é atender 407 municípios de todas as unidades da Federação, chegar a 10 mil escolas e a 1,5 milhão de alunos. O recurso previsto é de R$ 360 milhões.

    Ionice Lorenzoni
  • Na escola de Palmas, estudantes cujas famílias não dispõem de recursos têm acesso a aulas diversificadas, como teatro, dança e natação, gratuitamente, no ambiente escolar (arte: Mário Afonso/MEC)Em Palmas, capital de Tocantins, a Escola de Tempo Integral Padre Josimo Tavares tem contribuído para retirar as crianças das ruas e de situações de vulnerabilidade. Situada em uma região carente, a escola, da rede pública do município, atende a 1.160 alunos do ensino fundamental.

    A rotina escolar é dividida em turno e contraturno, em um total de nove horas diárias. Os estudantes devem participar de 20 disciplinas e atividades obrigatórias: língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia, educação física, artes, língua inglesa, ensino religioso, pesquisa e produção de texto, filosofia, experiência matemática, teatro, dança, práticas corporais e marciais, leitura, tecnologia, música, esporte (natação) e jogos educativos de tabuleiro. “Essa grade foi formada para atender parcela da comunidade em vulnerabilidade, crianças das classes sociais menos favorecidas”, explica a diretora da escola, Cleudemar Abreu Lopes. “Uma escola dessa magnitude tira as crianças da vulnerabilidade, pois proporciona meios para que experimentem a cultura, a filosofia e a ética, entre outros pontos.”

    Pedagoga, com pós-graduação em administração escolar, Cleudemar está no magistério há 27 anos. Sua experiência na sala de aula inclui as disciplinas de filosofia, sociologia, matemática e ciências. Diretora desde 2006, ela diz ter como principal objetivo envolver a escola como um todo, elevar a construção do conhecimento e respeitar as habilidades e a individualidade de cada aluno.

    Segundo a professora Fabiane Borges Rocha Coelho, o maior benefício da educação integral é a possibilidade de inserção cultural e esportiva dos estudantes. “Crianças e adolescentes que não têm recursos financeiros podem ter acesso a aulas diversificadas, como teatro, dança e natação, gratuitamente, no ambiente escolar”, salienta. Graduada em ciências biológicas, com mestrado em ciências do ambiente, Fabiane leciona a disciplina de ciências desde 2009.

    Fátima Schenini

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  • As artes marciais estão entre as atividades oferecidas pela escola de Araras para atrair e estimular os alunos (foto: Mario Marcos/Secretaria Municipal de Educação)A robótica, usada para estudar matemática, e as aulas de natação, percussão e música são atrativos que ajudam crianças e pré-adolescentes de Araras, São Paulo, a gostar da escola em tempo integral. O desafio de oferecer atividades motivadoras, encontrar espaços adequados e levar a escola integral para o campo está presente no cotidiano da rede pública do município. A educação integral está universalizada nas escolas, mas ainda não abrange a totalidade dos alunos.

     

    A secretária de Educação de Araras, Elizabeth Cilindri, explica que o projeto da atual administração caminha para ter 100% dos alunos em tempo integral. A primeira etapa, colocar todas as escolas do ensino fundamental no programa, já foi concluída. A motivação começou com o programa Mais Educação, do governo federal, em 2010.

     

    Hoje, dos 6.808 alunos do ensino fundamental da rede de Araras, 2.581 estão no programa. Eles ficam na escola sete horas diárias, com aulas e atividades extras. Outros 470 estudantes, de três escolas, serão atendidos durante nove horas a partir de agosto, em projeto custeado pela prefeitura.

     

    Como o município não tem espaço para acomodar os 470 alunos durante nove horas, a secretaria alugou salas de uma igreja, que serão usadas por 200 crianças de uma unidade de ensino. As outras 270 serão atendidas nas escolas. Uma parceria da rede com um clube deu acesso à piscina para aulas de natação, além de judô e futsal, atividades que atraem os estudantes.


    Campo — Outra providência que Elizabeth tomou foi levar a educação integral à única escola rural do município, distante 10 quilômetros do centro da cidade. A unidade, que recebe estudantes de várias localidades vizinhas, tem 300 alunos matriculados. Segundo a secretária, ônibus escolares passam nos sítios para buscar os alunos e os levam de volta ao fim do expediente. O imóvel ocupado pela unidade escolar, que era de um clube, foi adaptado pela prefeitura. Pelas previsões, as novas instalações incluirão salas de aula e lousa digital, refeitório, biblioteca, sala do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo) e quadra coberta. O pedido já foi encaminhado ao Ministério da Educação. Parte dos alunos chega às 7 horas e sai às 16h40.

     

    Em três pequenas unidades multisseriadas, mais distantes da sede, estudam cerca de 50 crianças, mas ainda não foi possível levar a educação integral até lá.

     

    Além do ensino fundamental, com 6.808 alunos, Araras tem 3.884 crianças matriculadas na educação infantil, 144 na educação especial, cerca de 1,3 mil em creches e 831 na educação de jovens e adultos.

     

    O quadro do magistério, com cerca de mil professores, é outro item que valoriza a educação pública. Todos têm formação superior, incluídos os que atendem escolas de educação infantil (creches e pré-escolas) e de educação no campo.


    Estrutura — O coordenador do programa Mais Educação em Araras, Valdemir dos Santos, elogia a iniciativa do município. Ele explica que todas as escolas da rede têm quadra de esportes coberta, salas de leitura com professores presentes, biblioteca e sala de informática. Além disso, oferecem refeições e lanches, com cardápio balanceado, para atender as necessidades nutricionais de crianças e pré-adolescentes. Professores qualificados e em programas de aperfeiçoamento profissional são citados com destaque por Valdemir.

     

    Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que o índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) da rede de Araras supera a média nacional. Em 2011, a média nacional no quarto e no quinto anos do ensino fundamental foi de 4,7 pontos; no sexto e no nono, de 3,8 pontos. Araras alcançou 5,4 pontos no quarto e no quinto anos e 4,5 no sexto e no nono.Dos 6.808 alunos do ensino fundamental da rede de Araras, 2.581 ficam na escola por sete horas diárias, com aulas e atividades extras (foto: Mario Marcos/Secretaria Municipal de Educação)

     

    O município de Araras está situado na mesorregião de Piracicaba, a 174 quilômetros da capital. Tem 118,8 mil habitantes, segundo o Censo Demográfico de 2010.


    Mais Educação — Uma das iniciativas do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PNE), o programa Mais Educação foi criado em 2007 para incentivar, com transferência de recursos federais, as secretarias estaduais e municipais de Educação a oferecer educação integral em suas redes. Em 2008, primeiro ano de atividade, aderiram ao programa 1.380 escolas de ensino fundamental; em 2009, o número subiu para cinco mil; em 2010, chegou a dez mil; em 2011, a 14,9 mil; e em 2012, a 32 mil. A meta para este ano é alcançar 45 mil escolas.


    Ionice Lorenzoni

     

    Conheça o Mais Educação

     

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  • O Ministério da Educação realiza na quinta-feira, 18, a 47ª webconferência do programa Mais Educação. O tema será a educação em tempo integral nas escolas públicas de ensino fundamental, com transmissão diretamente da Sala de Atos do MEC, em Brasília, das 15h às 17h.

    Durante as duas horas de debates, o ministro Henrique Paim, dirigentes da Secretaria de Educação Básica (SEB) e o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Romeu Caputo, abordarão assuntos como avaliação e perspectivas do programa Mais Educação, execução e financiamento, formação para a gestão e prestação de contas. Haverá ainda espaço para perguntas de educadores, gestores, estudantes, pais e interessados no programa.

    As perguntas devem ser enviadas antecipadamente para o endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. No campo assunto, é necessário escrever 47ª webconferência. O programa pode ser acompanhado ao vivo na página do MEC na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Ao abrir reunião técnica sobre os programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador, nesta terça-feira, 13, em Brasília, a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, disse que a educação integral caminhou centenas de quilômetros desde 2007, quando foi instituída, mas que há muito espaço para crescer. Hoje, segundo a secretária, a educação integral é oferecida em cerca de 15 mil escolas do ensino fundamental, que atendem 3,2 milhões de estudantes.

    Maria do Pilar ressalta que a expansão dessa modalidade de ensino, com qualidade, precisa envolver estados, prefeituras, secretarias de educação, ministérios, universidades e a sociedade. Ela salientou que o investimento do MEC na educação integral alcançou R$ 1 bilhão este ano e que os recursos devem ser ampliados em 2012.

    Uma reunião de trabalho trouxe a Brasília cerca de 350 coordenadores estaduais e regionais dos programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador. Durante três dias, diretores, técnicos do MEC e coordenadores vão discutir os desafios da educação integral, a expansão em escolas na área urbana, o ingresso de escolas do campo no programa e o currículo, além da apresentação de experiências desenvolvidas em vários estados.

    Expansão da educação integral [2011-2012]

    Unidades

    2011

    2012

    Escolas urbanas

    14.900

    25.000

    Estudantes

    3.200.000

    4.500.000

    Municípios

    1.500

    3.500

    Escolas no campo

    (previsão) 5.000


    De acordo com a diretora de currículos e educação integral da Secretaria de Educação Básica (SEB), Jaqueline Moll, entre as questões importantes do debate estão como preparar crianças e jovens para viver como cidadãos plenos de direitos, não apenas para o mercado de trabalho, a competitividade e o uso de novas tecnologias. “Nosso desafio não é simples”, disse ela aos coordenadores.

    Jaqueline também destacou a importância da integração das políticas públicas na melhoria da educação. Para ela, a educação integral precisa estar em conexão com programas como Escola Aberta, Saúde na Escola, e Bolsa-Família. “Nossa pauta diz que os agentes desses programas e dos territórios devem conversar cada vez mais para a ampliação do programa ser alcançada com qualidade”, afirmou. Jaqueline lembrou ainda que a presidenta da República, Dilma Rousseff, pretende levar a educação integral a 60 mil escolas públicas, urbanas e rurais, até 2014.

    Grupos de trabalho também reúnem coordenadores do programa Ensino Médio Inovador para discutir currículo escolar, educação integral e expansão. No próximo ano, segundo Jaqueline Moll, o ensino médio inovador deve chegar a 2 mil escolas das 27 unidades da Federação.

    Proposto pelo Ministério da Educação em 2009, o ensino médio inovador é um projeto de apoio técnico e financeiro oferecido a estados dispostos a melhorar a qualidade do ensino de nível médio. Entre as inovações estão o aumento da carga horária, nos três anos do ensino médio, das 2,4 mil horas atuais para 3 mil; a leitura como elemento central e básico de todas as disciplinas; o estudo da teoria aplicada à prática; o fomento das atividades culturais e professores com dedicação exclusiva.

    Ionice Lorenzoni

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  • Na escola, as crianças iniciam a vida social e aprendem a compreender o mundo (Foto: Júlio César Paes)Alfabetizar. Aprender e ensinar ciências, letras ou artes. Mostrar e compartilhar o conhecimento acumulado por milênios, construir a cidadania. Tudo isso acontece em um lugar comum: a escola. E, nelas, cresce, no ensino básico brasileiro, a educação em período integral, quando crianças e jovens passam sete horas ou mais em atividades.

    Desde o ano de 2010, o número de estudantes em período integral mais do que triplicou e, hoje, representa 12% das matrículas. A meta do Governo Federal é atingir 25% até o ano de 2024.

    O Brasil comemora em 15 de março o Dia da Escola. É na escola que as crianças iniciam a vida social, para além do convívio familiar, e, também, o processo de aprendizagem de infinitas possibilidades sobre o mundo e as coisas.

    A diretora Vera Lúcia Riberio explica que é preciso oferecer para os alunos mais que as atividades em sala de aula e realizar atividades dentro e fora da sala de aula. “A educação integral é o desafio do Brasil e não há receita. Ela precisa mais que infraestrutura. Precisa reforçar a participação dos grupos e da comunidade dentro da escola, além de reforçar a formação dos professores. Para nós, é vencer um desafio a cada dia”, destaca.

    No Brasil, o registro das primeiras escolas data de 1779, quando padres jesuítas fundaram os primeiros colégios. Já as escolas públicas surgiram apenas na metade do século XIX, com as primeiras ideias de educação em massa no Brasil.

    Hoje, depois de pouco mais de um século das primeiras escolas públicas no país, são mais de 50 milhões de pessoas matriculadas somente na educação básica. Apenas 8 milhões estão em estabelecimentos privados, conforme o último censo da educação básica.

    Outro dado importante é o número de anos de estudos dos brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, a média de anos de estudos alcançou 7,7, com taxa de alfabetização de 91,4%.

    Para conseguir oferecer educação para tantas pessoas, o Brasil conta com cerca de 2 milhões de professores em sala de aula, como Sindi Bones Bötker, 30, que ainda adolescente escolheu trabalhar na área. “Meu pai era escritor. Minha mãe também foi professora. Então, por já viver nesse meio, por essa vontade de querer as coisas diferentes, de querer um pouco de mudança, acredito que tudo isso tenha me levado a esta área profissional”, conta Sindi, que há três anos trabalha em escola pública.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Estudantes da Casa da Arte de Educar, unidade Mangueira, no Rio de Janeiro, em atividade extraclasse. (Divulgação no Caderno)Três cadernos sobre educação integral estão disponíveis a partir desta sexta-feira, 22, no Portal do Ministério da Educação. O caderno Rede de Saberes é dirigido aos professores das cinco mil escolas públicas que participam do programa Mais Educação e os outros dois são para os diretores das escolas e gestores das redes estaduais e municipais e para motivar o debate da educação integral.


    O conjunto dos cadernos elaborados por educadores e especialistas sob a coordenação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), explica Leandro Fialho, coordenador-geral de ações educacionais complementares, tem como objetivos ampliar o debate nacional sobre o tema, relatar modos de fazer educação integral em parceria com as comunidades e auxiliar a prática dos professores.


    O caderno dirigido aos professores lembra logo no início que toda escola está inserida em uma comunidade com especificidades culturais – saberes, valores, práticas, crenças – e apresenta uma série de perguntas: quem são os nossos alunos? Que experiências possuem? O que pensa a comunidade? Como os moradores da localidade utilizam a escola?


    Na busca de respostas para cada realidade, o documento mostra como os educadores podem entrelaçar os conhecimentos de disciplinas que lecionam, como matemática, português e ciências, com os saberes tradicionais daquela comunidade. A mandala (que em sânscrito significa círculo e representa a integração entre homem e natureza) foi a representação escolhida pelos criadores do caderno para explicar como o entrelaçamento de saberes pode ser construído na escola. O objetivo é desenvolver o diálogo entre as disciplinas e, destas, com os temas transversais e com os saberes e práticas da escola e da comunidade.


    Segundo Leandro Fialho, é importante que professores, gestores, diretores, estudantes, pais compreendam que a educação não se realiza somente na escola, mas em todo o território e que a escola deve expressar o projeto da comunidade. A educação integral, diz, abre espaços para que isso aconteça. Os cadernos serão impressos e enviados às escolas do Mais Educação, mas já podem ser consultados no Portal.


    Em 2009 – Este ano, o programa Mais Educação atende cinco mil escolas públicas do ensino fundamental em 129 municípios com mais de 100 mil habitantes, incluindo todas as capitais; e 100 escolas do ensino médio de dez estados. No conjunto das escolas que receberão recursos do MEC durante o ano para oferecer atividades no contraturno das aulas, estão aquelas que, em 2007, registraram Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de até 3,5 pontos (o Ideb vai de zero a dez pontos), os municípios atendidos pelo Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, e cidades com mais de 50 mil habitantes próximas das regiões metropolitanas.

    Ionice Lorenzoni

  • O município de Sobral tem hoje 6,5 mil estudantes em jornada ampliada, na qual participam de atividades como teatro, danças populares e artes visuais (foto: arquivo da Secretaria Municipal de Educação)Com 97% das crianças alfabetizadas aos 7 anos de idade, a rede municipal de educação pública de Sobral, Ceará, aparece com destaque no mapa do índice desenvolvimento da educação básica (Ideb). A cada edição, o município registra avanços — em 2005, chegou a 4 pontos; em 2007, a 4,9; em 2009, a 6,6; em 2011, a 7,3. Ao obter tal pontuação, ultrapassou a meta final prevista somente para 2021, de 6,1 pontos.

    Tais resultados, de acordo com o secretário municipal de Educação, Júlio César da Costa Alexandre, constituem a soma de 11 anos de política de alfabetização e de investimentos na formação das crianças da rede de ensino. Em 2001, 48% dos alunos, aos 8 anos de idade, não conseguiam ler palavras. Hoje, 97% dos estudantes, aos 7 anos, têm leitura, entonação e compreensão do que leem e escrevem.

    A estratégia do município tem a leitura como base do processo. Para executar a tarefa, cada escola conta com um agente de leitura, que recebe formação mensal ministrada pela equipe da professora Lourdes Macena, do Departamento de Artes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, câmpus de Fortaleza. “Em todas as etapas da caminhada da rede rumo à educação integral, o programa Mais Educação fortalece nossa estratégia”, diz Júlio César.

    Hoje, de uma rede de 34 mil alunos, incluindo a educação infantil, o município tem 6,5 mil estudantes com jornada ampliada e no Mais Educação. O objetivo é chegar à educação integral das 7 às 17 horas, em 100% das escolas urbanas e rurais.

    O secretário explica que o rumo da ampliação prevê diversas ações já em curso:

    • Abertura de mais três escolas de educação integral, em janeiro de 2014
    • Conclusão das obras de 11 centros de educação infantil
    • Elaboração de um currículo que favoreça o protagonismo de pré-adolescentes do sétimo ao nono ano do ensino fundamental
    • Continuidade da formação mensal de professores e monitores pelo Instituto Federal do Ceará

    A formação continuada dos educadores e monitores, segundo Júlio César, foi construída para dar identidade ao projeto. Este ano, 160 educadores, entre professores e monitores, que trabalham na rede de Sobral recebem formação em música, teatro, narração de histórias, danças populares e artes visuais. Eles têm 80 horas de curso por ano.

    De acordo com a coordenadora do projeto, Lourdes Macena, cinco profissionais licenciados no ensino de artes vão a Sobral uma vez por mês para trabalhar com os educadores do município. Lourdes é licenciada em música, tem mestrado em turismo cultural e faz doutorado no ensino de artes na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É professora efetiva do instituto federal há 31 anos.

    Com a oferta de atividades extraclasse, a Secretaria de Educação de Sobral pretende implantar a educação integral das 7 às 17 horas, em 100% das escolas urbanas e rurais (foto: arquivo da Secretaria Municipal de Educação)Reconhecimento— Na avaliação de Júlio César, os pais reconhecem que a escola está melhorando. Além disso, já se observa a tendência de famílias da classe média de tirar os filhos da escola particular para matriculá-los na pública. Exemplo recente citado pelo secretário aconteceu com uma escola particular que foi municipalizada. “No começo, os pais não queriam, mas hoje eles perguntam por que a unidade não foi municipalizada antes”, salientou.

    O desafio, de acordo com Júlio César, é manter a colaboração das famílias com o projeto que vai universalizar a educação integral, da creche ao final da educação infantil, do primeiro ao quinto (anos iniciais) e do sexto ao nono ano (finais) do ensino fundamental.

    Sobral fica no noroeste cearense, a 240 quilômetros de Fortaleza, em área da Caatinga, com vegetação do Semiárido. A população é de 193,1 mil habitantes, segundo o Censo Demográfico de 2010.

    Mais Educação — Integrante do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PNE), o programa Mais Educação foi criado em 2007 para incentivar, com transferência de recursos federais, as secretarias estaduais e municipais de Educação a oferecer educação integral na rede pública. Em 2008, primeiro ano de atividade, aderiram ao programa 1.380 escolas de ensino fundamental. Em 2009, o número subiu para 5 mil unidades; em 2010, chegou a dez mil; em 2011, a 14,9 mil e, em 2012, a 32 mil. A meta para 2013 é alcançar 45 mil escolas.

    Ionice Lorenzoni

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  • A presidenta da República, Dilma Rousseff, anunciou que o programa Mais Educação, que oferece educação integral em escolas públicas do ensino fundamental, atenderá neste ano 5 milhões de estudantes de 30 mil escolas. O investimento do governo federal será de R$ 1,4 bilhão.

    A expansão da oferta de educação integral em escolas urbanas e rurais foi anunciada durante o programa de rádio Café com a Presidenta, nesta segunda-feira, 12. Esse programa é produzido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e veiculado uma vez por semana.

    Na entrevista de rádio, Dilma Rousseff fez uma convocação às escolas pré-selecionadas pelo Ministério da Educação para que informem o número de estudantes que serão atendidos. As inscrições devem ser feitas até o dia 30 deste mês, pela internet.

    Segundo a presidenta, uma das prioridades do governo federal em 2012 é atender escolas onde estão matriculados alunos beneficiários do programa Bolsa Família e as unidades que tiveram baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), medido em 2007 e 2009. “As atividades em tempo integral podem contribuir muito para melhorar a qualidade da educação das nossas crianças”, explicou.

    Alimentação adequada, atividades lúdicas, artísticas, culturais e esportivas oferecidas na educação integral ajudam as crianças a desenvolver suas habilidades, disse a presidenta. Ela recomendou aos diretores das escolas que, se as unidades não puderem atender todos os alunos agora, que selecionem grupos para o turno integral, e que a oferta seja ampliada aos poucos.

    Dilma observou que, “além das vantagens da educação integral para o aprendizado e desenvolvimento de crianças e adolescentes, há também a tranquilidade que oferece aos pais, que podem trabalhar sabendo que os seus filhos estão bem cuidados e protegidos na escola”.

    Durante o programa, ela também informou que hoje o Mais Educação já atende 15 mil escolas e 2,8 milhões de estudantes do ensino fundamental e que a meta do seu governo é chegar a 60 mil escolas até 2014.

    Inscrições – As escolas devem informar os dados até dia 30 deste mês, mas os dirigentes que tiverem dúvidas ou dificuldades para preencher as informações no Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças do MEC (Simec) podem pedir esclarecimentos pelos telefones (61) 2022-9175, 2022-9176, 2022-9174, 2022-9184, 2022-9211, 2022-9212 e 2022-9181.

    Assessoria de Comunicação Social

    Conheça o Programa Mais Educação

    Confira
    a relação de escolas urbanas pré-selecionadas para 2012

    Confira a tabela das escolas do campo pré-selecionadas para 2012
  • Modalidades esportivas estão entre as atividades oferecidas pelas escolas vinculadas ao programa Mais Educação (foto: Geyson Magno/MEC – 16/9/10)A adesão ao programa Mais Educação é feita por meio do Sistema Integrado de Monitoramento e Controle (Simec) do Ministério da Educação. As escolas pré-selecionadas têm o prazo até 30 de abril para validar a adesão ao sistema e passar a receber mais recursos para oferecer atividades em tempo integral.  A meta do governo federal é atingir 45 mil escolas em 2013 e 60 mil em 2014.

    Para completar o cadastro no Mais Educação, a escola precisa preencher todos os dados no Simec, como o nome do diretor da escola e demais exigências do projeto pedagógico. A adesão implica a escolha de até cinco atividades nos macrocampos do programa, entre eles: acompanhamento pedagógico; educação ambiental; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e artes; cultura digital; promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica.

    “O MEC não abre mão do acompanhamento pedagógico. Este é obrigatório”, salienta Jaqueline Moll, diretora de Currículos e Educação Integral do ministério. “Claro que queremos uma atividade intelectual que faça sentido com o que o aluno está estudando já. O tempo ampliado tem que trabalhar com isso.”

    Após terminar a adesão no Simec, a escola encaminha as informações para a secretaria de educação de seu município. A secretaria pode fazer correções e adequações, que são validadas pela escola. Por fim, o documento chega ao MEC.

    “É fundamental que as equipes da secretaria tomem conhecimento do programa Mais Educação e estejam atentas às informações no site do MEC. Estamos chegando a municípios muito pequenos do Brasil”, explicou Jaqueline. “Queremos pedir a colaboração das secretarias porque seguramente a perspectiva da educação integral precisa ser abraçada pelos municípios. O Mais Educação é uma estratégia do governo federal que vem dando frutos em vários munícipios”, completou.

    Criação– O programa Mais Educação foi instituído pela Portaria Interministerial nº 17, de 24 de abril de 2007, e regulamentado pelo Decreto nº 7.083, de 27 de janeiro de 2010. As escolas das redes públicas de ensino estaduais, municipais e do Distrito Federal fazem a adesão e, de acordo com o projeto educativo em curso, optam por desenvolver atividades nos macrocampos do programa.

    Paula Filizola

    Acesse o Simec
  • Estudantes do sexto ao nono ano do ensino fundamental público, que estudam em escolas que adotam o programa Mais Educação, podem participar do concurso Escola, roteiro e cinema. As inscrições devem ser feitas até 15 de abril. O prêmio para os vencedores será uma viagem à cidade de Salamanca, na Espanha, em setembro deste ano.

    O concurso Escola, roteiro e cinema é promovido pelo MEC, em parceria com a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI). Os objetivos do concurso são estimular os jovens a escrever, a expressar idéias e sentimentos e aproximá-los do cinema e da televisão.

    O tema do concurso é O lugar onde vivo. Antes de escrever o trabalho, o estudante deve escolher algo típico sobre os costumes da região onde reside, como lendas, tradições, testemunhos, memórias. Pode concorrer um aluno, ou um grupo de até quatro colegas. A inscrição consta de roteiro para um filme de curta-metragem de até três minutos, sinopse e dados de identificação do autor ou autores, além de carta do diretor da escola e pré-autorização dos pais ou responsáveis pelo estudante.

    De acordo com o regulamento do concurso, o autor deve eleger um gênero literário, tal como humor, terror, suspense, romance. Na apresentação do trabalho, deve descrever as cenas e diálogos e prestar atenção nos critérios que serão considerados na avaliação: correção linguística, clareza de expressão, coerência entre as cenas, criatividade, originalidade e representatividade geográfica.

    Cronograma– O regulamento do concurso compreende inscrição até 15 de abril; em maio, uma comissão vai escolher entre os inscritos até 25 trabalhos que serão enviados para a comissão julgadora (formada por especialistas indicados pelo MEC e OEI).

    Cabe à comissão julgadora selecionar até cinco roteiros que serão produzidos pela TV Escola, do MEC, em julho. Em setembro, os autores viajam a Salamanca para a exibição dos filmes durante evento do Programa para o Fortalecimento das Línguas da Íbero-América na Educação, promovido pela OEI. A viagem dos estudantes será custeada pela Fundação SM.

    Inscrição– Conforme o regulamento, os estudantes podem enviar os roteiros de duas formas: por Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou por carta registrada, com aviso de recebimento, para OEI Brasília – SHS quadra 6, conjunto A, sala 919 – Business Center Tower – Complexo Brasil 21 – Brasília – DF, CEP 70316-109.

    Ionice Lorenzoni
  • Material distribuído pelo MEC apoia atividades praticadas fora do turno das aulas (Foto: João Bittar)Escolas públicas de educação integral, secretarias estaduais e municipais de educação, universidades e institutos federais estão entre os oito tipos de instituições e entidades que receberam do Ministério da Educação um conjunto de cadernos e um CD-rom sobre educação integral.

    Enviado entre novembro e dezembro de 2009, o conjunto contém seis cadernos e o CD-rom, com o objetivo de apoiar as atividades escolares em 2010. Conforme dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), foram distribuídos 35.805 conjuntos, que contemplam também as 19.309 escolas com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2005 e 2007, as faculdades que têm cursos de licenciatura e aquelas que fazem formação de professores.

    Com a oferta de conteúdos, pesquisas, relatos de experiências, o Ministério da Educação tem como objetivos ampliar o debate nacional sobre a educação integral e auxiliar, nas suas práticas, professores, diretores de escolas, gestores dos sistemas de ensino e agentes formadores. O programa de educação integral do MEC – Mais Educação – chegou a 5 mil escolas públicas em 2009 e, em 2010, deve ser ampliado para 10 mil.

    Educação integral- Os seis cadernos e o CD-rom abordam os seguintes temas:

    Rede de saberes– Dirigido aos professores das escolas que oferecem educação integral. Mostra como a escola pode entrelaçar os conhecimentos curriculares com os saberes tradicionais da comunidade.

    Gestão intersetorial no território e Educação integral– Cadernos que motivam e oferecem elementos para debate da educação integral por diretores de escolas e gestores das secretarias de educação.

    Redes de aprendizagem
    – Para diretores de escolas e redes municipais e estaduais. Esse caderno traz uma pesquisa e o relato de 37 experiências escolares realizadas nas cinco regiões do país.

    Bairro-Escola: passo a passo– Relata práticas de vivências escolares nas comunidades em Nova Iguaçu (RJ), Vila Madalena, em São Paulo, e em Belo Horizonte.

    Escola que Protege: enfrentando a violência contra crianças e adolescentes – Documento produzido pelo MEC em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Aborda os conceitos da violência infanto-juvenil e traz relatos e uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre 15 tipos de violências.

    O CD-rom reúne conteúdos dedicados à educação integral produzidos pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), em 2003 e 2006, para uso de educadores, diretores e gestores.

    Ionice Lorenzoni
  • A entrega da quadra de esportes da Escola Municipal Érico de Souza Ferreira, de Águas Lindas, Goiás, tirou de um campinho de terra batida os mais de 900 estudantes que ali se revezavam para jogar bola, sob chuva ou sol quente. Essa é a versão do diretor da escola, professor Manoel Gomes da Silva, que dirige a unidade desde 2004.

     

    Na avaliação do diretor, “o espaço é maravilhoso e totalmente adequado” para as atividades das 820 crianças, do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, para a educação integral, e para os 110 alunos da educação de jovens e adultos, que têm aulas e atividades à noite.

     

    A quadra esportiva, construída com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), do governo federal, é espaço prioritário para os 400 alunos da educação integral, que estão na escola das 9 horas até as 16 horas. Manoel explica que esses estudantes estão divididos em equipes masculinas e femininas de vôlei e futebol, de acordo com a idade. E como a unidade aderiu ao programa Escola Aberta, a comunidade usa o espaço nos fins de semana para oficinas, esportes e outras atividades.

     

    De acordo com o diretor, a quadra foi entregue em dezembro de 2012, mas a empreiteira que fez a obra deixou dois itens inacabados: faltou o aterro de acesso da quadra para a escola e a colocação da calha que recolhe a água do telhado da quadra. Sem a calha, diz o diretor, toda água da chuva cai nas paredes da escola e provoca infiltrações. Faltou também fixar a trave do vôlei para que os times possam jogar com segurança.


    Mais espaços – O secretário municipal de Educação de Águas Lindas, Silvério dos Santos, informa que a cidade tem prontas quadras esportivas construídas com recursos do PAC-2 em oito escolas da rede, que a nona quadra será entregue na próxima semana, e mais duas já foram aprovadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Segundo Silvério, as duas próximas quadras serão poliesportivas.

     

    O espaço, explica o secretário, é inteiramente aproveitado tanto pelos estudantes como pela comunidade. A quadra da Escola Érico de Souza Ferreira, por exemplo, sediou o 1º Fórum Municipal de Educação de 2013, que reuniu 500 pessoas. As quadras também permitiram ao município ampliar a oferta de educação integral, porque a falta de espaço para receber os alunos era o principal problema.

     

    Águas Lindas, cidade que tem 18 anos, situa-se na divisa do Distrito Federal com Goiás. Tem 167,4 mil habitantes, segundo o censo demográfico de 2010. É totalmente urbana e carente em serviços básicos, como saneamento, saúde e transportes públicos.


    PAC-2 – Desde 2011, a construção de quadras esportivas, poliesportivas e a cobertura de quadras existentes em escolas públicas da educação básica estão contempladas na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento. Estados e municípios podem pedir recursos do governo federal no Plano de Ações Articuladas (PAR) para escolas de todas as etapas da educação básica, desde que a unidade tenha no mínimo 100 matrículas registradas no Censo Escolar.

     

    Além do recurso, o FNDE fornece o projeto arquitetônico, que pode ou não ser adotado pela prefeitura ou estado. Até 2014, a previsão do governo federal é construir 6.116 quadras e cobrir cerca de 4 mil unidades existentes. Antes de 2011, os recursos para as quadras vinham do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos da Rede Escolar Pública da Educação Infantil (Proinfância).

     

    Ionice Lorenzoni

     

    Leia mais sobre o Proinfância

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