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  • Idade acima dos 30 e baixa escolaridade. Estas são, segundo as mulheres que participam do curso “Transformação, Cidadania e Renda”, em Manaus, as principais causas de exclusão do mercado de trabalho. O programa de capacitação foi iniciado em abril deste ano e termina em 2009.

    O curso é promovido pelo projeto Mulheres Mil, que está sendo implementado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação, em cooperação com o governo do Canadá. Seu objetivo é possibilitar a formação profissional e tecnológica de cerca de 1 mil mulheres desfavorecidas das regiões Nordeste e Norte.

    As capacitações, oferecidas por 12 Cefets e por uma Escola Técnica Federal, beneficiarão 1 mil mulheres em situação de vulnerabilidade social das regiões Norte e Nordeste do país, até 2010. Os cursos serão oferecidos de acordo com a vocação econômica local.

    Em Manaus, os cursos serão na área de turismo; em Aracaju, serão trabalhados programas de formação em reciclagem de resíduos sólidos; no estado de Alagoas, as mulheres serão capacitadas na área de alimentos; e nos demais estados, os cursos serão desenvolvidos nas áreas de artesanato, vestuário e beneficiamento de couro de peixes.

    Ineditismo - Para os Cefets, o programa é inédito, pois alia à elevação de escolaridade a formação profissional e tecnológica direcionada para gênero.

    Maria Estelita Pereira, de 49 anos, conhece a situação da mulher no mundo do trabalho. “Trabalhei no comércio durante 20 anos, mas não estou conseguindo emprego”, relata. Em busca de novas possibilidades, ela está investindo na qualificação para camareira. “Apesar da idade, quando concluir a profissionalização, as portas se abrirão”, aposta.

    A batalha por emprego das manauaras é igual à de milhares de cidadãs em todo o mundo. Relatório de 2007 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) registra a existência de 81 milhões de mulheres à procura de emprego no mundo.

    Walmira Aguiar de Souza, de 37 anos, aluna do projeto, também está nesta estatística. Ela relata que, nas suas buscas por trabalho, percebe que as empresas optam pelos mais jovens, com nível superior ou técnico. “Temos que buscar qualificação. E essa é uma oportunidade maravilhosa”, pontua.

    Certificação - A situação de Ariaydala da Silva Rocha, 26 anos, é um pouco diferente. Ela trabalhava de camareira, mas, como não tem certificação, encontra dificuldade de conseguir um posto no mundo do trabalho. “Estou entrando de corpo e alma no curso, porque sei que as coisas vão melhorar quando eu concluir e receber meu certificado”, sustenta.

    Com duração de quatro anos, a capacitação, em Manaus, é na área de turismo e beneficiará 120 mulheres de baixa renda que residem nas comunidades dos igarapés do entorno da zona urbana da capital. Ministrado pelo Centro Federal de Educação Profissional e Tecnológica (Cefet) do Amazonas, o projeto pedagógico prevê o estímulo à criação de cooperativas. Iniciado em abril, elas já concluíram os módulos de matemática e português e, atualmente, estão aprendendo informática e inglês.

    Assessoria de Imprensa da Setec

  • Um dos destaques na programação de cinema do seminário Diferentes Diferenças – Caminhos de uma Educação de Qualidade para Todos, nesta terça-feira, 5, é o documentário Histórias de um Brasil Alfabetizado, do diretor Bebeto Abrantes. O documentário expõe as alegrias do ato de se alfabetizar, contradições e conflitos que envolvem este processo educacional.

    Histórias de um Brasil Alfabetizado, segundo Abrantes, foi inspirado na riqueza de experiências do programa da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC). “O filme dá visibilidade à alfabetização e colabora para difundir experiências pouco conhecidas sobre o tema. O foco é o ser humano, a vivência de cada personagem – seja alfabetizando ou alfabetizador”, pontua.

    O documentário, de 72 minutos, apresenta cinco casos, de diferentes regiões do País, que mostram como a realidade de uma pessoa pode ser alterada para melhor por meio da alfabetização. É o exemplo do jovem Edigenilson, de Nazaré da Mata (PE), um cortador de cana, que todas as noites, após jornadas extenuantes nos canaviais, freqüenta um curso de alfabetização em uma escola do seu município. Ou do casal Vanúzia e Antonio de Castro, moradores de um bairro pobre na periferia de Belém (PA), que venceram suas desavenças matrimoniais quando ambos decidiram voltar a estudar: “Após essa tomada de atitude, eles assinam um termo de ‘bom viver’ e a vida do casal ganha novos rumos”, conta o diretor.

    Diversidade na tela — Outra atração que poderá ser vista hoje é o curta-metragem Vista Minha Pele, dirigido por Joel Zito Araújo, que aborda as discriminações raciais na vida dos adolescentes propondo uma inversão dos papéis entre negros e brancos na sociedade. A produção norte-americana The Real Dirt on Farmer John, de Taggart Siegel, sobre a saga épica de um fazendeiro do centro-oeste americano, encerra as sessões de cinema desta terça-feira. O filme conta a história do fazendeiro John, que luta bravamente contra a decadente economia rural norte-americana.

    A mostra de cinema também vai exibir, até sexta-feira, 8, quando termina o seminário Diferentes Diferenças, as produções Anjos do Sol, de Rudi Lagemann, Dia de Festa, de Toni Venturi, e Nenhum Motivo Explica a Guerra, de Cacá Diegues. Os filmes tratam, respectivamente, dos temas prostituição, sem-tetos e a trajetória do grupo AfroReggae. Após a projeção, haverá debate.

    Cristiano Bastos

  • A aluna Michela de Almeida enfrenta uma hora e meia de ônibus para chegar à escola (Foto: João Bittar)Distrito Nossa Senhora da Guia (MT) ― Pedras, buracos, vegetação assolada pela queimada e muita poeira formam a paisagem de casa até a escola. As irmãs Gisele, Daniele, Gabriele e Michela de Almeida Campos enfrentam uma hora e meia de viagem no ônibus escolar para ir ao colégio. Elas moram numa chácara, no vilarejo de Rio Azul. Junto com elas, outros 600 alunos da escola estadual Filogônio Correa dependem do transporte para chegar à escola.

    O colégio fica no distrito Nossa Senhora da Guia, a 26 quilômetros de Cuiabá, e atende em torno de 15 comunidades rurais próximas, entre chácaras, fazendas, assentamentos e vilarejos. A escola oferece turmas de 3ª a 8ª séries do ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos.

    Gisele, Daniele, Gabriele e Michela saem de casa debaixo de sol forte, logo depois do almoço, e só retornam à luz da lua. De uma família de sete irmãos ― os outros três já terminaram o ensino médio ― as meninas fazem parte do perfil socioeconômico mais comum das crianças da região. “Nossos alunos são muito carentes. Nem cobramos uniforme porque a maioria não teria como comprar”, afirma o coordenador pedagógico José Aparecido de Souza. O pai das meninas é chacareiro e a mãe, dona-dCriança vendo as chamas do incêndio pela janela do ônibus (Foto: João Bittar)e-casa. A maior parte dos pais de alunos são trabalhadores rurais.

    Pelo caminho, entre brincadeiras, música e algazarra, cai a noite, iluminada não só pela luz da lua, mas também pelas chamas de mais um incêndio. A paisagem corriqueira ainda espanta. Grudado na janela do ônibus, um dos meninos exclama: “Nossa, com tanta fumaça, não dá para respirar” e outro conta o que concluiu de uma das aulas de ciências: “A gente precisa cuidar da natureza”. O incêndio extenso acompanha boa parte do trajeto.

    Crianças se dividem na função de abrir caminho para o ônibus (Foto: João Bittar)Durante a viagem, no lugar de semáforos, o ônibus pára diante das porteiras. É preciso abri-las e o motorista conta com a ajuda dos alunos que se dividem na função de abrir caminho para o ônibus. A tarefa é coisa séria para quem assume o trabalho de abrir as porteiras. O ajudante da vez se sente importante, pois, afinal, controla as chaves de cada porteira confiadas ao motorista pelas famílias da região.

    Enquanto as crianças do ensino fundamental e os alunos da 1ª e 2ª séries do ensino médio terminam o dia letivo, adultos da educação de jovens e adultos e do último ano do ensino médio entram no ônibus. As aulas ainda vão começar para eles. Quando Gisele, Daniele, Gabriele e Michela finalmente chegam em casa, a trabalhadora rural Marielza Nascimento e o filho Adeílton iniciam a viagem deles rumo à escola.

    A mãe, de 46 anos, e o filho, de 17 anos, estudam juntos na mesma sala da 3ª série do ensino médio. A mãe alcançou o filho, depois de ficar 25 anos longe das salas de aula. “A gente morava longe da escola e meus pais não me deixavam andar os 12 quilômetros sozinha. Depois, passei a trabalhar para ajudar a família na lavoura”, conta Marielza.

    Ela voltou aos estudos há seis anos, dos quais cinco passou na educação de jovens e adultos, e não encontra mais problemas para chegar à escola. Hoje, Marielza compartilha com o filho os planos de prestar vestibular. Ela pretende cursar gastronomia. Adeílton quer ser médico. Marielza diz que vai tentar conseguir uma bolsa para prosseguir os estudos no ensino superior. “Vou fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e, se tirar boa nota, posso conseguir uma bolsa na faculdade privada”, acredita. Caso não dê certo, Marielza vai tentar uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). “Voltei a estudar porque tenho vontade de aprender mais”, resume.

    Para levar os alunos da zona rural à escola, o estado disponibiliza, por meio de convênio com a prefeitura municipal, cinco veículos: quatro ônibus e uma microvan. O transporte escolar é fundamental para assegurar o acesso seguro e rápido de alunos da zona rural à escola e é uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

    Maria Clara Machado

    Confira as notícias da Caravana da Educação

  • Produzir reflexões a respeito da educação em direitos humanos, debater suas perspectivas e analisar as possibilidades de articulações entre instituições foi o objetivo do seminário Educação em Direitos Humanos — Experiências, Articulações e Novas Perspectivas. O encontro ocorreu de quarta-feira, 5, ao dia 7, em Brasília.

    “Essa atividade marcou o início de um trabalho conjunto entre o projeto Escola que Protege e o programa Educação em Direitos Humanos, para fortalecer o plano nacional na área de educação em direitos humanos”, explica a coordenadora-geral de Articulação Institucional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), Rosiléa Wille.

    O projeto Escola que Protege, do MEC, é voltado para a capacitação de profissionais de educação. Tem como objetivo a prevenção e a atuação para o enfrentamento, no âmbito educacional, de situações de violência sofridas por crianças e adolescentes. Já o programa Educação em Direitos Humanos, parceria do MEC com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), visa à formação de profissionais da educação básica e o fortalecimento de comitês estaduais de educação em direitos humanos. O objetivo é estruturar centros de referência em educação em direitos humanos nos estados.

    O coordenador-geral de Educação em Direitos Humanos da SEDH, Erasto Fortes, diz ser importante ter um momento de interlocução, como foi o encontro. “É uma possibilidade de avaliar os projetos institucionais e firmar ainda mais parcerias em favor de políticas públicas efetivas”, avalia. A presidente do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, Eunice Nodari, concorda. “A partir de trocas de idéias, podemos reforçar o compromisso social de cada agente envolvido”, diz.

    urante o evento, foi lançado o livro Direitos Humanos: Fundamentos Teórico-Metodológicos, organizado pela Universidade Federal da Paraíba, que será distribuído para a rede de ensino e para os comitês estaduais.

    Letícia Tancredi

  • O ensino de espanhol e português como segunda língua no Brasil e na Argentina será tema de encontro, em Brasília, nos dias 29 e 30. O seminário Brasil-Argentina sobre ensino e certificação dos idiomas português e espanhol ocorrerá na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos da Universidade de Brasília, como parte das comemorações do Dia da Amizade Brasil-Argentina.

    Participarão do encontro universidades dos dois países que trabalham nos processos de certificação das línguas, além de representantes de países sul-americanos, como a Venezuela, que vê com simpatia a adoção do português como segunda língua. Na pauta do encontro estão as possibilidades de intercâmbio e de concessão de bolsas de estudo entre os países.

    Além disso, serão discutidas iniciativas bilaterais que possam fomentar o ensino de português e espanhol nos países do Mercosul e a oferta de certificados de proficiência. No Brasil, o certificado de proficiência em português destinado a estrangeiros é o Celpe-Bras. O equivalente argentino ao Celpe-Bras é o Celu, o único certificado reconhecido pelo Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia da Argentina. O Celu avalia a competência em espanhol do estudante de nível intermediário e avançado.

    Integração
    ― As comemorações do próximo dia 30 remetem ao encontro de Foz do Iguaçu, ocorrido em 29 de novembro de 1985, na ponte internacional que liga a cidade de Porto Meira, no Brasil, à cidade de Puerto Iguazú, República Argentina. Na ocasião, os então presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín lançaram as bases da integração bilateral e regional entre os países.

    No Brasil, o espanhol foi adotado como segunda língua desde a aprovação da Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005. Naquele ano, os ministros da Educação do Brasil, Fernando Haddad, e da Educação, Ciência e Tecnologia da Argentina, Daniel Filmus, assinaram, em Puerto Iguazú, na Argentina, um protocolo de intenções para incentivar o ensino das línguas portuguesa e espanhola nos dois países.

    Ana Guimarães

  • A Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) esteve reunida nesta terça-feira, 14, para debater, entre outros assuntos, a implementação do novo instrumento de avaliação externa das instituições de educação superior. À frente da reunião esteve a nova presidenta da Conaes, Nadja Viana, que assumiu o cargo em setembro.

    De acordo com a presidenta, o processo de avaliação externa das instituições – feita por uma comissão de especialistas que analisa quesitos como infra-estrutura, gestão e corpo docente – deve começar ainda este ano. A proposta é iniciar com as universidades, tanto públicas quanto privadas. No próximo dia 21, os avaliadores serão capacitados, com base no novo instrumento. A avaliação externa é o passo seguinte à auto-avaliação das instituições.

    Com isso, a implementação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) entra na fase final. Segundo Nadja, os processos de avaliação dos cursos e instituições deverão acompanhar as políticas de expansão da educação superior propostas pelo MEC. “A avaliação é uma necessidade inerente aos processos regulatórios e assegura a qualidade do ensino”, afirma.

    Nadja Viana assumiu a presidência da Conaes para o período 2008/2009. Professora adjunta aposentada da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Nadja é assessora pedagógica das Faculdades do Nordeste (Fanor). Ela dará continuidade aos trabalhos de aperfeiçoamento dos processos e instrumentos de avaliação da educação superior. Outro desafio da comissão, segunda ela, é implementar as propostas de acreditação dos cursos superiores nas áreas de veterinária e arquitetura no âmbito do Mercosul.

    Novos membros também integram a comissão desde o mês passado. José Rubens Rebellato tomou posse como representante da Secretaria de Educação Superior (Sesu) na Conaes e a estudante Claudia Maya, como representante do corpo discente.

    Letícia Tancredi

  • A Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) realiza, entre os dias 24 e 28 de abril, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília, o seminário internacional Gestão Democrática da Educação e Pedagogias Participativas no Ensino Público. São esperados 350 participantes entre gestores, dirigentes, educadores, sindicatos, movimentos estudantis e sociais da Finlândia, Portugal, Japão, Venezuela, Cuba, Honduras, Colômbia, México, Chile, Espanha e Brasil.

    "A gestão democrática contribui para fortalecer e melhorar a qualidade do ensino", afirma Arlindo Cavalcante de Queiroz, coordenador-geral de Articulação e Fortalecimento dos Sistemas de Ensino da SEB. "A saída para a educação brasileira é a instituição da gestão democrática com a participação dos alunos, dos professores, dos pais, todos organizados atuando na escola, formulando política, monitorando, avaliando."

    A conferência de abertura, cujo tema é Educação, Democracia Participativa e Desenvolvimento Econômico com Igualdade Social, será feita pelo cientista político Emir Sader, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade de São Paulo (USP), no dia 25, às 9h.

    Nos cinco dias de atividades, os participantes vão trocar experiências sobre gestão democrática, políticas participativas de gestão de sistemas de ensino e de educação escolar praticadas em redes públicas de ensino da Europa, Ásia, América Latina e Caribe.

    A partir dessas atividades, serão levantadas proposições e sugestões que, num primeiro momento, darão subsídio para o acordo bilateral Brasil-Espanha para gestão escolar democrática. O material será posteriormente publicado pela SEB e encaminhado para os sistemas públicos de educação básica, conselhos municipais de educação, sindicatos e organizações não-governamentais (ONGs) relacionados à educação.

    Destaca-se, na programação do seminário, no dia 25, o painel Política Nacional de Gestão da Educação, com a presença do secretário de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas Fernandes, o representante do Ministério da Educação da Espanha, Enrique Roca Cobo, e o deputado federal Carlos Abicalil.

    No dia 27, às 8h, haverá o painel Movimentos Sociais na Construção da Gestão Democrática da Educação, com Cândido Grzybowski, diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase); Thiago Franco B. Oliveira, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes); Maria Cristina Vargas, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Juçara Maria Dutra Vieira, da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE); e Hugo Yask, da Condeferação dos Trabalhadores da Educação da República Argentina (Ctera-Argentina). Às 13h30, será realizado o painel Pedagogias Participativas e Qualidade Social da Educação, com Moacir Gadotti, do Instituto Paulo Freire e professor da Universidade de São Paulo (USP); Jeanete Beauchamp, da SEB; Beatriz Gonzáles Soto, Viva La Ciudadania (Colômbia); Elie Jouen, da Internacional da Educação; e Pedro Maria Uruñuela Nájera, do Ministério de Educação e Ciência da Espanha.

    O MEC apresentará, durante o evento, uma série de programas de fortalecimento da gestão escolar desenvolvidos nas redes públicas da educação básica com as secretarias estaduais e municipais de educação em todo o Brasil. São eles: Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação (Pradime), Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação (Pró-Conselho), Escola de Gestores e Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. (Assessoria de Imprensa da SEB)

  • A formação e a valorização dos trabalhadores em educação – professores e funcionários – é um dos temas que serão debatidos pelos dois mil participantes da Conferência Nacional da Educação Básica, que terá início na próxima segunda-feira, 14, em Brasília. O quinto eixo temático do encontro levantará alternativas para garantir a capacitação de trabalhadores em escolas públicas de todo o país.

    A valorização e qualificação dos professores é considerada peça fundamental para a melhoria da qualidade da educação e está entre os objetivos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Uma das metas do plano é formar um Sistema Nacional de Formação de Professores. Esse sistema se tornará possível por meio de várias ações articuladas, voltadas para a capacitação dos docentes em educação básica.

    Entre as ações que compõem o embrião do sistema, destacam-se o aumento de vagas em licenciaturas nas instituições federais de ensino superior; a oferta de cursos de formação de professores nos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), e a Universidade Aberta do Brasil (UAB), programa que oferece cursos de formação à distância. Além disso, o Ministério da Educação propôs um piso salarial nacional para os professores.

    Na Conferência da Educação Básica, que se estenderá até sexta-feira, 18, a valorização e a formação dos profissionais em educação serão tratadas juntas, por “se entender que as duas facetas são indissociáveis”, conforme está explicado no Documento Base do evento.

    Desde outubro de 2005, o MEC instituiu a Política de Valorização do Funcionário da Escola – Profuncionário. O programa oferece cursos de educação a distância, em nível médio, voltados para os trabalhadores que exercem funções administrativas nas escolas das redes públicas estaduais e municipais de Educação Básica. A Conferência Nacional de Educação Básica será realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A construção de um sistema nacional articulado de educação deve ser o tema central da conferência.

    Ana Guimarães

  • Começa na segunda-feira, 19, o 1º Encontro Nacional de Pesquisa em Educação do Campo. O evento vai reunir cerca de 80 participantes no Hotel St. Peter, em Brasília (SHS, quadra 5), para quatro dias de discussão. O principal objetivo é debater o que está sendo produzido de conhecimento científico sobre educação do campo, mapeando a demanda de pesquisas por parte dos movimentos sociais, governo federal e universidades.

    Participam pesquisadores das áreas de ciências humanas, sociais, agrárias e educacionais, além de representantes de movimentos sociais e sindicais e das três esferas governamentais. O evento é promovido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

    O coordenador-geral de Educação do Campo da Secad, Antônio Munarim, vai representar o MEC no debate Multidimensionalidade do Campo: A Construção da Vida, junto à coordenadora nacional do Pronera, Mônica Molina. A programação inclui ainda exposição de procedimentos e projetos destinados à área. Os grupos de trabalho irão analisar e aprovar propostas.

    História - Desde o 1º Encontro Nacional de Educadores e Educadoras do Campo, realizado em 1998, a associação entre educação e pesquisa tem sido apresentada como fundamental para se conhecer as transformações recentes do campo brasileiro. (Assessoria de Imprensa da Secad)

  • Nos próximos dias 30 de novembro e 1º e 2 de dezembro, a Escola Superior do Ministério Público da União e a 6ª Câmara de Coordenação e Revisão realizam, em Brasília, o Seminário Interamericano sobre Pluralismo Jurídico e Povos Indígenas. O evento é internacional e tem o objetivo de examinar e colher parte dos avanços que os estados dos países andinos fizeram no reconhecimento de outras concepções e práticas da justiça, além de avaliar a aplicabilidade ao contexto brasileiro.

    Francisca Novantino, representante do povo Paresi e integrante do Conselho Nacional de Educação e da Comissão Nacional de Educação Indígena do MEC, é uma das debatedoras do evento, na mesa que discutirá a temática Forças e Limites do Direito Consuetudinário, o Exemplo Boliviano. A interlegalidade e os direitos próprios dos povos indígenas, nos países andinos, é o tema comum de seis palestrantes estrangeiros: Fidel Tubino, do Peru; Xavier Albó e Marcelo Fernández Osco, da Bolívia; Esther Sánchez Botero e Carlos Vladimir Zambrano, da Colômbia; e Fernando García, do Equador.

    A exposição de cada um deles será debatida por cinco especialistas em direito, antropologia e movimento indígena. As palestras acompanhadas de debates ocorrerão nos dois primeiros dias do seminário. No terceiro dia do encontro, os participantes trabalharão em grupos e farão discussões abertas, conduzidas por um moderador e registradas por dois relatores.

    Apoio – Mais informações pelo telefone (61) 3313-5100 ou pelos endereços eletrônicos Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. A programação do seminário já está disponível. O evento tem apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR); Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; Associação de Juízes Federais (Ajuf); Associação Nacional dos Procuradores (ANPR); Fundação Nacional do Índio (Funai); Cooperação Alemã no Brasil (GTZ); Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (CNPq); e Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília.

    Repórter: Sonia Jacinto

  • Debater a promoção de uma nova cultura orientada pelos direitos humanos nas faculdades de direito é o objetivo do Seminário Nacional Práticas Jurídicas Emancipatórias e o Ensino de Direito, que será realizado nos dias 10 e 11 de novembro, no Hotel Phenícia Bittar. A abertura será  às 9h. O encontro servirá para captar prioridades que serão apoiadas financeira e tecnicamente pelo Ministério da Educação, por meio do lançamento de um edital em 2006.

    As faculdades de direito das instituições de ensino superior (IES) serão convocadas a elaborar projetos interdisciplinares ou multidisciplinares que apresentem ações de formação de estudantes. A intenção é identificar as necessidades de grupos especialmente vulneráveis em suas comunidades.

    A realização do seminário atende aos objetivos do Projeto Emancipar, que terá as seguintes fases após o seminário: preparação e publicação do edital, seleção dos projetos, criação de uma rede acadêmica de instituições para trabalhar com direitos humanos e realização de um seminário nacional para núcleos de práticas jurídicas em direitos humanos.

    A promoção de ações estratégicas para a inclusão de novos temas no ensino jurídico justifica o esforço do Ministério da Educação e do Ministério da Justiça em trabalharem com este segmento acadêmico.

    Confira a programação do seminário.

    Repórter: Cristiano Bastos

  • Minha cidade, Alpinópolis, conhecida com “Cidade das Pedras”, situa-se no sudoeste mineiro, uma região com riqueza biológica incalculável. A economia é movimentada pelo setor agropecuário e extrativista. Mas a extração de quartzito, no Parque Nacional da Serra Canastra, vem causando graves problemas ambientais, gerando polêmica entre os moradores. Há aqueles que são a favor da extração de quartzito, enquanto outros lutam pela preservação do lugar.

    Os nossos empresários começaram a extração de quartzito na Serra da Canastra em 1960, antes mesmo da criação do Parque. A extração era desordenada e sem fiscalização, o que gerou uma grande destruição. Atualmente, nove mineradoras do município são legalizadas para mineração dentro do Parque, com várias restrições para minimizar os impactos ambientais. Porém, há várias outras empresas clandestinas trabalhando de forma ilegal. Em 2006, todas as pedreiras foram fechadas e muitos empresários e extratores da cidade, como protesto, fecharam a rodovia MG-50. O caso foi parar na Justiça e muitas pedreiras foram reabertas, enquanto outras continuam fechadas.

    Segundo os empresários alpinopolenses, somos grandes exportadores mineiros de quartzito, exportamos de forma direta para outros países por meio de vários licenciamentos. Além disso, todo o beneficiamento da pedra ocorre dentro do município, gerando cerca de três mil empregos direta ou indiretamente; por isso, seria um erro fechar as pedreiras. Porém, sabemos que o “grosso” mesmo do lucro maior fica nas mãos deles, os donos das pedreiras.

    Apesar de a extração das pedras trazer benefícios, sou a favor do fechamento de todas as pedreiras, principalmente, as do Parque. Sou filha de um extrator de pedras e sei como é difícil viver na dúvida, com a possibilidade de a qualquer momento meu pai ficar desempregado. Sei que algumas pessoas podem pensar que estou sendo incoerente, já que convivo diariamente com a insegurança. Mas o problema do desemprego torna-se pequeno comparado à importância da preservação do meio ambiente e da saúde dos extratores.

    Infelizmente, nossos trabalhadores estão expostos a vários tipos de acidentes. Este ano, em junho, morreu um extrator da nossa cidade devido a uma explosão em uma pedreira da região. Além do mais, a inalação de pó de sílica pode provocar a silicose, doença que provoca lesões nos pulmões e é incurável. O mesmo resíduo que assoreia os rios entope os pulmões dos trabalhadores. O dr. Vicente de Paula, médico do INSS da região, já detectou vários casos de silicose na nossa cidade, inclusive em jovens .Conheço um rapaz que começou a trabalhar nas pedreiras ainda adolescente, aos 14 anos, em companhia do pai. Hoje, aos 22, já está aposentado, e, aposentados estão seus sonhos. O caso dele é gravíssimo, está respirando com a ajuda de uma máscara de oxigênio. É muito triste ver isso; portanto, o meu ponto de vista não pode ser diferente, como posso pensar na segurança da minha família, enquanto jovens como eu têm seus sonhos e suas vidas interrompidas?

    Enfim, reafirmo que as pedreiras devem ser fechadas e as autoridades devem fazer uma reestruturação financeira na cidade, diversificar a economia, criar novos empregos e profissionalizar a mão-de-obra desses trabalhadores. Só assim acredito que se solucionará o problema do desemprego.

    Devemos lembrar que o quartzito é um recurso não-renovável, uma vez extraído, não pode ser reconstruído pelo homem. Portanto, devemos nos unir a favor da preservação de um bem essencial para toda a humanidade. Preservar a biodiversidade da Serra da Canastra e de toda e qualquer serra é garantir vida em equilíbrio para nós e para as próximas gerações.

    Escola: E. E. DONA INDÁ
    Cidade: ALPINÓPOLIS/ MG
    Professora: Rosa Maria Mendes de Lima
    Aluna: Carolina Aparecida da Silva Alves

  • Durante percurso criado pelos próprios alunos, meninos e meninas aprendem regras básicas sobre as leis de trânsito (Foto: João Bittar)Dourados – Ruas bem sinalizadas, pedestres educados e motoristas atenciosos. A paisagem não é de uma cidade, é da Escola Municipal Professora Efantina de Quadros, em Dourados (MS), cidade a 225 quilômetros de Campo Grande. No colégio, a criatividade dos professores mobiliza estudantes, equipe escolar e pais a fim de transformar toda a escola numa grande sala de aula. Aqui, a gestão participativa – uma das metas do Compromisso Todos pela Educação – permite aos professores inovar e revela novas formas de ensinar.

    Por causa disso, a aula de educação física, antes restrita a jogos e brincadeiras, ganhou reforço. Em setembro, para celebrar o início da primavera e a semana do trânsito, a professora da disciplina, Ely Andreus, contou com a ajuda de toda a comunidade escolar para organizar o trânsito interno e tornar familiares aos alunos regras básicas sobre limites de velocidade, respeito à sinalização e à faixa de pedestres. Dentro do ambiente escolar, a velocidade máxima das bicicletas, o meio de transporte mais utilizado, é de dez quilômetros por hora. Por isso, os ciclistas precisam estar atentos para não atingir nenhum pedestre.

    A professora Ely conta que, antes de organizar o trânsito interno, três alunos foram parar no hospital “Eles foram atropelados por colegas de bicicleta”, explica. Vias, faixas de pedestres, placas e toda a sinalização foi feita em conjunto.

    “Os alunos da 4ª série pintaram as ruas e eu fiz as placas com a madeira doada por um pai”, explica Ely. O sistema de trânsito interno prevê multas educativas para quem desrespeitar as regras. “É tudo revertido ao meio ambiente”, justifica a professora. Quem anda na contramão ou ignora a faixa de pedestres pode ter de separar o lixo, ajudar na limpeza da escola ou aguar as plantas. “Mas antes a gente conversa com os pais para pedir a permissão deles”, afirma.

    Para a professora Ely, que está há oito meses na escola, o projeto do trânsito mostrou como a gestão da escola está aberta a novas idéias. “Aqui sinto que posso ousar e tenho a colaboração de todos.” Foi assim também com a professora de geografia Edna Pardiane. Ela coordena um projeto de revitalização da área verde da escola e de recuperação das nascentes dos oito córregos que perpassam a cidade.

    A professora Edna Pardiane incluiu educação ambiental ao conteúdo de geografia (Foto: João Bittar)“Nossas atividades envolvem plantio de árvores, limpeza, jardinagem, criação de uma horta, arborização da escola e recuperação da mata ciliar dos córregos”, explica a professora. Ela relata que os alunos já plantaram 320 mudas no parque da cidade onde estão três nascentes. “Eles viram que a água quase não corre por causa dos entulhos, então o sol seca a água empossada. Nós vamos retirar o lixo para que as nascentes sigam seu fluxo até lagos e rios”, planeja.

    Na escola, meninos e meninas plantarão mudas de cedro, magnólia e de café. O cedro, para que vejam a beleza da madeira de lei, a magnólia para dar sombra fresca e o café para ajudar nas aulas de ciências. Na opinião da professora, além de boas para o meio ambiente, as aulas em campo despertam atenção e formam jovens mais conscientes e preparados para a vida.

    Para a aluna Fernanda Santos, de 15 anos, a iniciativa já surtiu resultados. “As pessoas precisam mudar de postura, porque estão prejudicando não só a gente, mas a natureza”, acredita. “Eu acho que eu posso fazer alguma coisa para melhorar o mundo. Todo mundo pode”, ensina.

    Maria Clara Machado

    Confira as notícias da Caravana da Educação

  • Na Escola Municipal Professora Marignez Maurício de Oliveira, em Itatinga (SP), alunos aguardam a distribuição das escovas de dente após a merenda (Foto: João Bittar)Itatinga (SP) ―  Em uma pequena escola pública no município de Itatinga (SP), a 220 quilômetros da capital paulista, a sirene que indica o fim do recreio acaba de tocar. Antes de irem para as salas de aula, as crianças correm para a frente de um mural, no corredor, eufóricas, esperando que as professoras abram a portinha do quadro de vidro e lhes entregue algo. Em seguida, pouco a pouco, se dispersam em direção aos banheiros da escola. Cada uma, com sua escova e creme dental nas mãos.

    Essa é a rotina dos alunos da Escola Municipal Professora Marignez Franzolin Maurício de Oliveira, após cada refeição ― café da manhã e merenda para os estudantes da manhã e almoço e merenda para os estudantes da tarde. Com o programa de saúde bucal implantado pela prefeitura, a criança não precisa sair da escola para ir ao dentista.

    Em meio às classes, há uma porta que leva a um consultório odontológico, dentro da própria escola. No início do ano letivo, os pais assinam uma autorização para que seus filhos participem do tratamento dentário oferecido pela escola. Alunos de todas as turmas ― dos anos iniciais do ensino fundamental ― podem participar.

    O dentista e seu auxiliar, servidores concursados da prefeitura, vão à escola duas vezes por semana e acompanham cada criança: orientam a escovação, aplicam flúor e fazem os tratamentos necessários com cada um. As escovas e pastas de dente são dadas pela prefeitura para todos os estudantes e ficam guardadas no mural com uma portinha de vidro, devidamente higienizado, no corredor da escola.

    Prefeitura de Itatinga (SP) implementa programa de saúde bucal em todas as escolas municipais (Foto: João Bittar)Mário Júnior, de nove anos, aponta a sua escova azul no mural. Ele garante que segue as recomendações do dentista; assim, orgulha-se de estar em dia com a saúde dos dentes. Para a mãe do menino, Marisa Conceição Olindo, o projeto de saúde bucal chama a atenção e traz tranqüilidade às famílias dos alunos. “Sei que, com meu filho aqui dentro, posso ficar sossegada. A escola toma conta mesmo, até com relação à saúde deles”, diz.

    Por ser situada em um bairro de periferia ― a Vila Prete ― e na saída da maioria dos sítios que rodeiam o município, metade dos alunos da escola Marignez Franzolin vem da zona rural. Muitos não têm acesso a tratamentos de saúde adequados; daí a importância de uma assistência maior na própria escola. É o que acredita a diretora de educação e cultura do município, Sônia Maria Paes. “Principalmente os alunos da zona rural não vêem a escola só como escola, mas também como um espaço comunitário, de lazer, de companheirismo e de alegria”, relata.

    Segundo Sônia, os alunos se sentem cuidados e os pais, ajudados. Muitos trabalham como agricultores, cortadores de lenha, motoristas de caminhão, leiteiros e caseiros de fazendas e sítios. O tempo para dedicar aos filhos acaba se tornando escasso. Por isso, para os alunos que moram no sítio, a escola oferece, além das refeições regulares na escola, um lanche que levam para casa.

    Integrar os programas da área da educação com os das demais áreas como saúde, esporte, assistência social, cultura, dentre outras, com vistas no fortalecimento da identidade do educando com sua escola, é uma das diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, que norteia o Plano de Desenvolvimento da Educação. Em Itatinga, essa já é uma realidade.

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    Letícia Tancredi

  • Dos 854 municípios de Minas Gerais, 28 deixaram de repassar ao Ministério da Educação as informações sobre freqüência de todos os alunos matriculados na rede pública. O prazo de entrega da informação, fundamental para o repasse de recursos aos estudantes beneficiados pelo programa Bolsa-Família, expirou no dia 19 de junho.

    Das 1.599.261 crianças beneficiárias da Bolsa-Família, 821.202 tiveram a freqüência total escolar informada, ou seja, acima dos 85% exigidos pela condicionalidade do programa, e 25.081 alunos, tiveram freqüencia inferior a essa percentagem; outras 246.521 não foram localizadas e não há informações sobre 506.457.

    Em todo o país, do total de 12.975.071 crianças incluídas no programa, 174.721 tiveram registro de baixa freqüência no primeiro trimestre — inferior a 85% dos dias letivos. “O resultado é o melhor alcançado até hoje”, disse o secretário executivo do MEC, Jairo Jorge. “Se o compararmos com o quarto trimestre de 2002, o máximo de informação alcançado foi de 1.670 municípios, contra os 5.320 que temos agora”, disse.

    Exigências — Jairo Jorge destaca que a Resolução MEC nº 6, de 22 de abril passado, exige das prefeituras os registros de freqüência para que os municípios possam pleitear, também, recursos dos programas do ministério. “Os municípios que deixam de informar a freqüência perdem a prioridade na hora de receber os recursos oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). Cabe salientar que apenas 4% encontram-se nessa situação”, explicou Jairo Jorge.

    O resultado da apuração da freqüência escolar é encaminhado pelo MEC ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que utiliza os dados para a execução da Bolsa-Família. As sanções ou conseqüências do não-cumprimento das condições impostas pelo programa são atribuições do MDS.

    Cristiano Bastos

  • “Aqui tudo é pedagógico”, resume um dirigente municipal de educação do município de João Monlevade (MG). A frase, na verdade, poderia ser repetida por redes de ensino de todo o Brasil. Pois nos sistemas que dão certo, o aluno é o centro das atenções e o direito de aprender é uma garantia.

    Essa foi a principal conclusão da pesquisa Redes de Aprendizagem –  boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender, a ser divulgada nesta terça-feira, 25, em Brasília.

    O foco na aprendizagem é realmente um fator de sucesso que destaca um sistema de outro. E inúmeras foram as explicações e ações encontradas pelos pesquisadores do Unicef, que reforçam o compromisso com o aprender de todos e de cada um.

    No estado de Minas Gerais, os pesquisadores visitaram cinco municípios que são exemplos de boas práticas: Santa Rita de Caldas, Lagamar, Divinópolis, João Monlevade e Rio Piracicaba.

    No município de Santa Rita de Caldas, por exemplo, as decisões são tomadas em conjunto. Em início de ano letivo, há uma reunião com representantes de todas as escolas da rede para diagnóstico, avaliação e planejamento das atividades do ano. E cada escola também faz, semanalmente, sua própria reunião para desenvolver essas ações. As escolas  trabalham realmente como uma rede de ensino.

    Em Divinópolis (MG), o sentimento de coesão também abraça a rede. Lá, o sistema de ciclos foi implantado em 1998, com base nas discussões que antecederam a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996. A rede também conseguiu a aprovação do plano decenal de educação (2004/2013) na câmara municipal. O próprio documento orienta para o objetivo primordial de ensinar bem: contempla metas para formação continuada de professores, a reforma e a ampliação das escolas e inclui ações para aproximação da comunidade. E um detalhe importante coloca as questões partidárias de lado. A rede pede que o plano esteja consolidado e não seja interrompido nem modificado nas mudanças de governo. E este é o conceito que envolve todo o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): continuidade suprapartidária.

    Avaliação ― A pesquisa revelou que a cultura de avaliação e monitoramento do processo de aprendizagem persiste em muitos municípios. Mas, em geral, as redes não têm autonomia nem condições técnicas de avaliar por conta própria. Em João Monlevade, essa cultura está instalada. Uma avaliação externa implantada pela secretaria municipal de educação baliza todas as ações da rede. Provas de português e matemática são formuladas por professores selecionados por um comitê de avaliação, e os resultados servem de base para as escolas planejarem o ano ou solicitarem apoio da secretaria. A secretaria, por sua vez, utiliza os dados para planejar a formação dos professores.

    A implantação do sistema de avaliação em João Monlevade enfrentou resistências iniciais. A secretaria contou aos pesquisadores do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) o temor das escolas: “Acreditava-se que a avaliação era punitiva. Hoje, todos a valorizam porque o retorno é imediato”. As provas são aplicadas no mês de novembro aos alunos de 1ª a 8ª séries do ensino fundamental e permitem às escolas saber o resultado de cada um em comparação aos outros estabelecimentos de ensino.

    O trabalho de conscientização nunca pára. E a pesquisa mostrou que, de forma geral, os educadores entendem que uma avaliação não desmerece as demais. Ao contrário, se complementam. A sistemática municipal é importante por dar uma resposta rápida para a revisão dos planos educacionais. As redes compreendem que os demais sistemas, estaduais e nacional, são os grandes balizadores das metas. Por isso, os educadores se preocupam em fortalecer a importância das avaliações para os alunos. Geralmente, o estudante precisa de um empurrão para levar mais a sério as avaliações que consideram ser “provas que não valem nota”.

    Em Lagamar, um aluno definiu a Prova Brasil como uma avaliação que não qualifica o aluno, mas a escola. “Quero que minha escola vá bem. Neste ano, nós vamos tirar nota melhor que no outro porque estamos estudando muito.” A nota do município na Prova Brasil 2005, séries iniciais, foi 215,9 pontos em matemática e 196,6 em língua portuguesa. Os resultados da Prova Brasil 2007 saem ainda no primeiro semestre deste ano.

    Redes de sucesso ― A publicação Redes de Aprendizagem — boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender apresenta os resultados de um estudo realizado em 37 redes municipais de ensino de 15 estados, nas cinco regiões do país, selecionadas a partir do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e do contexto socioeconômico dos alunos e de suas famílias. O estudo é um trabalho conjunto do Unicef, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), elaborado no período de outubro a novembro de 2007.

    As redes foram escolhidas com base no cruzamento de informações socioeconômicas dos alunos, extraídas do questionário que faz parte da Prova Brasil, com informações dos municípios e com o Ideb. Depois de selecionadas, as redes foram visitadas por pesquisadores que entrevistaram todos os envolvidos no processo, do gestor ao aluno. Entre os objetivos principais do MEC e seus parceiros com a pesquisa, estão identificar boas práticas de redes municipais espalhadas pelo Brasil e oferecer os exemplos para as demais.

    Ao analisar as razões apontadas pelos responsáveis pelo sucesso de cada uma das 37 redes, foram identificados dez pontos presentes na maioria delas. Trata-se de um conjunto de ações e práticas articuladas que estão em sintonia com o PDE, lançado pelo MEC em abril de 2007: foco na aprendizagem, consciência e práticas de rede, planejamento, avaliação, perfil do professor, formação do corpo docente, valorização da leitura, atenção individual ao aluno, atividades complementares e parcerias.

    Os pesquisadores perguntaram: o que essa rede faz para garantir o direito de aprender? E as respostas foram dadas por gestores, diretores, professores, funcionários, alunos e pais.

    Participaram da pesquisa redes de municípios com populações que variam de 6.379 a 788.773 habitantes, representativas da diversidade e dos desafios encontrados nos 5.564 municípios brasileiros.

    Assessoria de Comunicação Social

  • No turno oposto das aulas, os estudantes participam de diversas atividades, de dança e esporte, ao aprendizado de língua estrangeira (Foto: João Bittar)Vitória— Na escola municipal Eber Louzada Zippinotti, em Vitória, os alunos têm a oportunidade de participar de atividades fora do período regular de aulas. Dança, esporte e línguas estrangeiras atraem as crianças. Tanto que elas permanecem na escola no turno oposto. Festas e passeios criam um elo entre alunos e escola, além do ensino formal, como acredita a diretora Maria do Carmo Silvano.

    Entre as atividades do contraturno estão as aulas de línguas estrangeiras para os alunos da quinta à oitava série. O inglês é obrigatório desde 1996. O francês e o italiano são opcionais e ministrados por professores voluntários. Na área de esportes, a escola oferece o projeto de xadrez, implantado há três anos. Para os estudantes que preferem mais movimento, as aulas de dança contemporânea são as ideais.

    As crianças que ficam além do horário, tanto para as atividades extras quanto para as aulas de reforço, também realizadas no contraturno, podem fazer refeições na escola. É o caso dos amigos João Vitor Rodrigues, oito anos, Fernanda de Melo, nove, e Martha Rosa, dez. Todas as quinta-feiras, depois das aulas do período matutino, sentam-se juntos à mesa do refeitório para almoçar antes da maratona de aulas de reforço.

    Os 36 professores da primeira à oitava série empenham-se em elaborar atividades especiais, mesmo fora do expediente. Maria do Carmo conta que as professoras da primeira série promoveram uma noite do pijama, na qual os alunos acamparam e dormiram na escola. Na manhã do dia seguinte,  tomaram café da manhã, brincaram, fizeram pinturas de rosto e tomaram banho de mangueira. “Os pais receberam um bilhete e assinaram a autorização. Foi uma diversão só”, comemora a diretora.

    A boa convivência entre alunos, professores e servidores é uma das marcas da escola (Foto: João Bittar)As professoras da quarta série também já organizaram festas fora do expediente. Enfeitaram a escola com balões, alugaram um pula-pula, uma cama elástica, carrinho de pipoca e algodão-doce. “Não era uma ocasião especial. Elas simplesmente gostam de agradar os alunos e mantê-los envolvidos com a escola”, diz Maria do Carmo. “Nós, professores, somos muito parceiros, interagimos bastante e trocamos várias idéias em benefício das crianças”, afirma a professora de artes Magna Ferreira.

    União
    — A diretora acredita que essas atividades mantêm a comunidade escolar  unida. “Mesmo o aluno que não gosta de estudar gosta muito da escola. As atividades extras são nossos trunfos, principalmente para os alunos mais indisciplinados”, afirma.

    As atividades ultrapassam os muros da escola. Os professores usam, também, diversos espaços da cidade para dar aulas. Um deles é o da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que tem um planetário e um auditório com programação de cinema. Os professores e, muitas vezes, a guarda municipal acompanham o grupo de estudantes na visitação. A sessão de cinema custa R$ 2 por aluno.

    Os pontos turísticos de Vitória também fazem parte do roteiro de aulas fora da escola. Este ano, por meio do projeto Visitar, da prefeitura, monitores acompanham as visitas aos pontos turísticos da cidade e contam a história da capital capixaba.

    A Secretaria de Educação do município oferece um ônibus para atender os passeios das escolas da rede, de acordo com o calendário de cada uma. Quando um só ônibus não é suficiente para todos os alunos, a diretora aluga outro. A maioria dos custos das atividades extras é paga com o dinheiro arrecadado pela cantina da escola.

    Ampliar as possibilidades de permanência do educando sob responsabilidade da escola para além da jornada regular é uma das diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, que compõe o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Na escola municipal Eber Louzada Zippinotti essa diretriz já é uma realidade.

    Letícia Tancredi

    Confira outras notícias da Caravana da Educação 

  • A inclusão digital no desenvolvimento humano é tema do 1º Encontro pela Emancipação Digital, que será realizado no dia 15 de dezembro, a partir das 12h, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Organizado pela Cidade do Conhecimento, programa do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), o seminário reunirá gestores de telecentros e infocentros, escolas e organizações da sociedade civil que atuam na área.

    Dividido em oficinas teóricas e práticas, com tradução simultânea para o inglês e transmissão pela internet, o encontro dará prioridade a profissionais que atuam na alfabetização digital. Alunos de escolas públicas e técnicos de telecentros e infocentros da Grande São Paulo terão transporte gratuito. O seminário, que marca os cinco anos de atividades da Cidade do Conhecimento, será realizado com o apoio do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), vinculado à Casa Civil da Presidência da República, e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia.

    Durante o encontro, serão lançados programas de emancipação digital, como o Observatório da Casa Brasil, realizado em convênio com o ITI em dez localidades com alto índice de exclusão social das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

    A ficha de inscrição está disponível na página eletrônica da USP. Confira a programação. Mais informações pelo telefone (11) 3091-4305.

    Repórter: Raquel Maranhão Sá

  • Estudantes brasileiros de graduação dos cursos de propaganda e marketing podem se inscrever, até o dia 31 deste mês, no concurso Estude nos EUA, promovido pela Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. Para concorrer ao prêmio de US$ 5 mil em software ou hardware, equipes de alunos dos departamentos de comunicação, marketing, publicidade e jornalismo de universidades públicas e privadas devem elaborar um projeto de campanha publicitária com foco no tema.

    Além do prêmio em dinheiro para equipar a instituição, os vencedores receberão em sua faculdade ou departamento um professor visitante ou consultor americano trazido pela Comissão Fulbright; créditos em todos os materiais promocionais desenvolvidos pela equipe e certificado conferido pela embaixada. Para concorrer, a equipe deve preencher a ficha de inscrição on line na página.

    O projeto da campanha publicitária deve trazer um set com todo o conteúdo em tamanho original e um CD-rom com resumo do projeto, slogan e identidade visual da campanha publicitária, equipe envolvida no projeto, listagem e inclusão de arte de todos os materiais promocionais desenvolvidos, proposta detalhada da campanha e formas de avaliação. A seleção será feita por um comitê integrado por representantes da Embaixada e dos consulados dos Estados Unidos no Brasil, profissionais da educação, marketing, publicidade, além de pessoas que já estudaram nos EUA. Na avaliação será considerada vencedora a campanha que mais bem preencher os interesses da missão norte-americana no Brasil.

    Ionice Lorenzoni

  • Vinte e cinco alunos da rede pública de ensino de 20 estados brasileiros serão selecionados para participar de intercâmbio gratuito de duas semanas nos Estados Unidos. O projeto Jovens Embaixadores, desenvolvido pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, chega à sua quarta edição.

    O intercâmbio será realizado no mês de janeiro do ano que vem. Os jovens terão a oportunidade de passar uma semana na capital, Washington, e mais uma semana em um estado norte-americano diferente, convivendo com uma família americana. Os estudantes também freqüentarão aulas em uma escola de ensino médio (high-school) e farão apresentações sobre o Brasil. Todos receberão ajuda do governo dos EUA e das instituições patrocinadoras do programa, sem nenhum custo financeiro para os participantes selecionados.

    As inscrições para participar do programa Jovens Embaixadores estarão abertas de 6 de maio a 12 de agosto. Os candidatos devem ser alunos do ensino médio na rede pública de ensino, ter entre 15 e 18 anos, jamais ter viajado ao exterior, possuir fluência oral e escrita em inglês, ter bom desempenho escolar e estar engajado em atividades de responsabilidade social e voluntariado. Para se candidatar, o estudante deve se dirigir a uma instituição parceira da Embaixada dos EUA nos seguintes Estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul, Sergipe, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. A lista com todas as instituições parceiras será divulgada na próxima sexta-feira, dia 6.

    O Jovens Embaixadores 2006 será lançado pelo embaixador John Danilovich na sexta-feira, 6, na Embaixada Americana, em Brasília. Estarão presentes na cerimônia os estudantes que participaram do programa em 2003, 2004 e 2005. Mais informações no site da embaixada.

    Repórter: Flavia Nery

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