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  • O embaixador dos EUA, John Danilovich, estará em Santos (SP) nesta quinta-feira, 2 de junho, para encontrar-se com o estudante Alan Santinele Martino, de Praia Grande (SP), que acaba de ganhar uma bolsa de estudo da escola de ensino médio norte-americana Cushing Academy. Alan embarca no dia 1º de julho e vai passar seis semanas no colégio do Estado de Massachusetts fazendo os cursos de “inglês para estrangeiros”, “habilidades essenciais para o desenvolvimento acadêmico”, além de assistir aulas nos departamentos de artes e cultura. O encontro acontecerá às 11h15, no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBEU) Santos (Rua Jorge Tibiriçá nº 5 – Gonzaga).

    Alan foi selecionado por fazer parte do grupo Jovens Embaixadores, o programa de intercâmbio e responsabilidade social promovido pela Embaixada dos EUA, do qual participam estudantes da rede pública de ensino. Ele viajou para os Estados Undos em janeiro de 2005. Além disso, ele criou um curso de inglês para pessoas da terceira idade e tem apoio da prefeitura de Praia Grande.

    Ao lançar a quarta edição do programa Jovens Embaixadores em abril, o embaixador John Danilovich afirmou: “derrotamos a noção de que seria impossível encontrar na rede pública de ensino os candidatos de alto nível exigidos pelo programa. Nossos jovens embaixadores estão aqui para provar que é possível encontrar alunos na rede pública com perfil de liderança, boas notas, bom comportamento, bom domínio da língua inglesa e participação ativa em projetos sociais e de voluntariado em suas comunidades. Esses jovens são apenas alguns dos muitos exemplos de talento espalhados pela rede pública e que merecem oportunidades para ampliar seus horizontes”. (Assessoria de Comunicação Social do MEC)

  • Na corrida pelos produtos inteligentes e biodegradáveis, considerados como novas tendências do mercado, o projeto de uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) pode trazer uma boa novidade para ecologistas e para a rotina doméstica. A engenheira química paulista, Cynthia Ditchfield, 33 anos, acaba de desenvolver uma embalagem comestível, biodegradável e resistente a micróbios. O trabalho da pesquisadora, bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), foi contemplado com o Prêmio Panamericano Bimbo em Nutrição, Ciência e Tecnologia de Alimentos 2006, na categoria jovem profissional da América do Sul.

    Composto de amido de mandioca e açúcares, o produto está sendo estudado desde o início deste ano e já despertou o interesse de importantes empresas do setor alimentício. A intenção da pesquisadora era desenvolver uma embalagem ativa, ou seja, que pudesse interagir com o produto. Além disso, Cynthia também se preocupou com a utilidade do produto e propôs um material que pudesse inibir a proliferação de micróbios.

    “Acrescentamos ingredientes naturais à embalagem comestível, como pimenta, canela e extrato de própolis. Esses ingredientes inibem ou retardam o crescimento de microorganismos”, explicou. O caráter antimicrobiano da embalagem promete aumentar a durabilidade dos produtos alimentícios.

    A engenheira química destacou os possíveis ganhos econômicos que a sua embalagem pode trazer. “O Brasil é o segundo produtor mundial de mandioca e de sacarose e ambos são empregados na embalagem”, salientou. “Dentre os compostos antimicrobianos testados, o Brasil produz e exporta todos. A embalagem poderia agregar valor aos produtos nacionais”, aposta.

    Ganhos — Além dos ganhos econômicos, há o ganho ambiental promovido pela embalagem biodegradável e comestível, já que ela traria uma redução na quantidade de lixo gerada. O produto poderá substituir conservantes sintéticos – normalmente incorporados aos alimentos para aumentar a sua durabilidade – por compostos naturais que, de acordo com a pesquisadora, são mais seguros para o consumidor.

    O produto está em testes e não há previsão de quanto tempo será necessário para produzi-lo em escala industrial. “Pretendo fazer o pedido de patente em 2007”, disse. O prêmio é uma iniciativa do Grupo Bimbo, responsável por empresas alimentícias.

    Ana Guimarães Rosa

  • Florianópolis — Fechado desde março para reformas que visam melhorar a qualidade do atendimento, o serviço de emergência e cirurgia ambulatorial do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) será reaberto segunda-feira, 30, às 11h.

    Além das obras físicas, a intervenção teve o objetivo de implantar um novo conceito de gestão na emergência, com foco na humanização e em padrões internacionalmente recomendáveis de atendimento ambulatorial. A partir da reabertura do HU, o critério de atendimento deixa de ser a ordem de chegada e passa a ser a avaliação de risco do paciente. A emergência atende cerca de 11 mil pessoas por mês e envolve 80 profissionais, entre médicos, enfermeiros e funcionários técnico-administrativos. Ao todo, o hospital tem 300 leitos e atende cerca de 350 mil pessoas por ano.

    Pelo novo modelo de atendimento, o paciente será encaminhado a áreas de espera distintas para análise de seu quadro clínico. Se chegar, por exemplo, com indícios de parada cardiorrespiratória ou com elevação anormal da pressão arterial, será conduzido à ala vermelha para os procedimentos de urgência necessários. Casos menos graves irão para a área verde, onde o paciente aguarda entre dez minutos e uma hora até ser encaminhado para a unidade responsável pelas medidas indicadas a cada situação.

    “A nova emergência foi desenhada de forma a melhorar os resultados e aumentar a capacidade de internação”, diz o diretor do HU, Carlos Alberto Justo da Silva. Uma nova entrada foi construída, e os funcionários e monitores foram treinados para dar mais agilidade ao atendimento. Além disso, haverá interligação com todas as emergências da cidade, para não sobrecarregar nenhuma delas, em casos extremos.

    Outras obras — O Hospital Universitário inaugurou na quarta-feira, 25, as reformas e ampliações dos serviços de nutrição e dietética e de anatomia patológica, que vão melhorar a qualidade do atendimento ao público, formado integralmente por pacientes conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), e o suporte aos estudantes dos cursos da área da saúde na UFSC.

    Na nutrição e dietética, houve melhorias no refeitório e no sistema de armazenamento de alimentos, modernização dos equipamentos e obras físicas nas diferentes salas e ambientes; e o serviço de anatomia patológica, reformas das salas, aquisição de equipamentos como o laboratório de imuno-histoquímica, que realiza diagnósticos sofisticados de várias doenças, e a criação de condições para a realização de transplantes, uma novidade no Hospital Universitário. “Até 2012, atingiremos o nível 3, o mais elevado nos critérios da Organização Nacional de Acreditação, a ONA”, anuncia o diretor Carlos Alberto Justo da Silva.

    Assessoria de Comunicação Social da UFSC

     

     

     

  • Foto: Tereza SobreiraO início da segunda edição do Projeto Rondon, na Amazônia, foi marcado por muita emoção. Na chegada a Manaus, no início da noite de sexta-feira, 3, o encontro das águas dos rios Negro e Solimões levou às lágrimas muitos estudantes a bordo do C99-A da Força Aérea Brasileira (FAB). Visto do alto, a misteriosa separação simétrica das negras águas do Rio Negro com as barrentas águas do Solimões – que não se misturam – transformam em êxtase um espetáculo de 100 quilômetros de extensão, tirando o fôlego dos participantes do projeto.

    Surpresa e encantamento também ocorreram na Serra do Cachimbo, no campo de provas da Força Aérea Brasileira (FAB). A base fica no sul do Pará, na divisa com o Mato Grosso, e é utilizada para abastecimento das aeronaves com destino à região Norte. A pista de pouso fica no meio da floresta amazônica. “É uma área cuja extensão corresponde a do estado de Sergipe e é específica para treinamento da Força Aérea”, disse o tenente-coronel Luiz Antônio Azevedo Silva, diretor do campo de provas.

    Silva e seus comandados recepcionaram os rondonistas com café e água. Ele contou que a Força Aérea está na região desde 1950. Uma das peculiaridades da área é que ela é totalmente preservada. Os cerca de 700 universitários participantes do Projeto Rondon partiram da Base Aérea de Brasília para a missão. Eles receberam os cumprimentos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Educação, Fernando Haddad, além dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica.

    Foto: Tereza SobreiraCobras – Os estudantes, de 20 estados, foram transportados para a Amazônia em aviões C-130 Hércules, C-99 e Boeing 707. No sábado, 4, os rondonistas participaram da instalação do projeto no Amazonas e de exercícios de ambientação que envolveram simulação na selva e possíveis encontros com animais peçonhentos, como cobras das espécies jararaca e coral.

    A apresentação das cobras levou a maior parte do grupo a demonstrar sensação de medo e repulsa. Algo que não ocorreu com o jovem catarinense Cledson Wiezoreck, estudante de engenharia ambiental, que, para surpresa geral, soube imobilizar os ‘bichinhos’ com técnica invejável. Soube-se depois que, no Paraná, Cledson trabalha na extração de veneno de cobr. Por isso o domínio demonstrado.

    Repórter: Sonia Jacinto

     

  • Porto Alegre — A dona de casa Kelly Querotti soube da inflamação nos ouvidos da filha Júlia depois que a professora da menina percebeu o problema e a informou. Júlia, de nove anos, e o irmão Guilherme, de sete, estudam na escola municipal Lauro Rodrigues, Jardim Ingá, zona norte de Porto Alegre. Kelly confia nos professores. Para ela, eles ajudam os pais a educar melhor seus filhos.

    “Eles criam atividades para incentivar os alunos e ainda nos ensinam a estimulá-los”, afirma Kelly. Ela aprendeu a fazer a brincadeira das estrelas com os professores. À medida que o aluno apresenta bom rendimento na escola, ele ganha estrelas, que são como pontos. Quanto mais estrelas o aluno acumular, mais chances tem de ganhar brindes, como pirulitos ou balões. A mãe garante que a competição é saudável e dá bons resultados. “No dia em que o Gui voltou para casa com um balão, todos os amiguinhos queriam um igual e ele ficou super orgulhoso”, diz.

    Professores da Escola municipal Lauro Rodrigues incentivam a leitura (Foto: João Bittar)Os meninos não querem faltar às aulas porque a escola inventa muitas atividades diferentes. “O Gui conta os dias para visitar a brinquedoteca e a Júlia adora a hora do conto”, relata. A brinquedoteca é um espaço pequeno repleto de atrações para todos os gostos. Tem fantasias, palco, bonecas, jogos, fantoches — tudo doado pela comunidade. Até a 4ª série, quinzenalmente meninos e meninas têm hora marcada na sala. Já na hora do conto, as crianças se acomodam na biblioteca para ouvir uma história  pela professora.

    Por causa da feira do livro que ocorre na cidade, a escola fez sua própria feira e incentivou os alunos a adquirir os volumes mais desejados. “A Júlia gastou toda a economia do cofrinho para comprar livros do Ziraldo”, revela a mãe.

    O trabalho dos professores rendeu bons frutos. A nota da escola no Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) é de 4,3, acima da média nacional, de 3,8. Os professores acreditam na participação dos pais como elemento fundamental para garantir o sucesso dos alunos. A dona de casa Rosa Ranzolin não esquece o recado da professora do filho quando estava no pré: “Eu deveria sempre acompanhar meu filho, não só nos anos iniciais”. Seu filho, Vinícius, está no primeiro ano do fundamental (equivalente à 2ª série) e não tem problemas de aprendizado.

    De tanto visitar o estabelecimento de ensino e compartilhar com os professores a tarefa de ensinar, Kelly hoje integra a equipe escolar, fazendo parte do conselho. Ela verifica o que é feito com o dinheiro que chega à escola, procura soluções, junto com os membros do conselho, para os problemas corriqueiros, como indisciplina no recreio ou necessidade de reparos imediatos. Na última reunião, o conselho decidiu buscar mais ajuda dos pais. “Queremos um pouco do tempo e do conhecimento de cada um. Um pai carpinteiro pode consertar a porta emperrada”, exemplifica. O objetivo é poupar tempo, dinheiro e envolver os pais no ensino.

    Maria Clara Machado

  • O ministro da Educação, Tarso Genro, deu posse hoje, 22, em Brasília, ao professor Thompson Fernandes Mariz no cargo de reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Paraíba.

    Thompson Mariz é professor do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT).  Foi o primeiro chefe daquele departamento, coordenador do Curso de Engenharia de Materiais e diretor do CCT. Foi pró-reitor para Assuntos do Interior e vice-reitor da Universidade Federal da Paraíba.

    O reitor empossado tem como projetos de trabalho, entre outros, diversificar a oferta de vagas, com a criação de novos cursos de graduação, e estimular a criação de programas de pós-graduação interdisciplinar e intra-institucional, em áreas como a educação, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Também quer investir na educação a distância e eleger a educação continuada como meio de contribuição à formação de professores do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino.

    Segundo Mariz, "temos a missão de construir a passagem da realidade hoje existente para o porvir. Vamos continuar trabalhando com a visão de uma nova universidade, socialmente comprometida com a realidade da região e do estado, desenvolvendo instrumentos pedagógicos de inclusão social".

    Sobre o anteprojeto da reforma universitária, Thompson Mariz acredita que "a forma de consulta democrática que está sendo conduzida irá permitir a construção de uma reforma participativa de interesse nacional. Teremos que ver que futuro seremos capazes de construir".

    Para Tarso Genro, "cada ato de posse é um ato de consciência positiva, um ato de construção do novo, sem renegar o passado que nos trouxe até aqui. O anteprojeto da reforma do ensino superior tem sofrido ataques com objetivos muito claros e definidos por interesses contrariados. Temos instituições privadas de ensino superior boas, médias e más. Mas estamos avançando e conseguindo construir um debate de alto nível. É dever constitucional do estado regular os serviços ofertados para a sociedade. Não temos pressa institucional, o que queremos é um sistema de educação superior qualificado".

    José Leitão

  • Tomou posse nesta segunda-feira, 4, em Brasília, o reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Hidembergue Ordozgoith da Frota. Reitor deste 2001, Frota foi reconduzido ao cargo, onde ficará por quatro anos.

    Segundo o reitor, “nossas perspectivas para esse novo mandato à frente da reitoria da Ufam será a consolidação da qualidade do ensino nos nossos cursos de graduação, nos nossos 17 programas de mestrado e nos dois programas de doutorado, que hoje ofertamos à comunidade de nosso estado, e a efetivação de nossos cinco campi avançados no interior”.

    Para o ministro da Educação, Tarso Genro, a recondução do atual reitor para um novo mandato é a reafirmação de sua competência na condução da Ufam. “A Ufam possui um significado especial na construção de um modelo nacional de desenvolvimento pelo significado da região amazônica para o país. Tem um papel destacado na reforma da universidade pública brasileira e sua importância para o desenvolvimento da região amazônica é vital. O MEC vem apoiando as iniciativas de sua administração e continuará a fazê-lo”, assegurou o ministro Tarso Genro.

    Repórter: José Leitão

  • Na edição nº 919, de 29 de maio, que está nas bancas, com o título “R$ 11 bilhões em jogo”, a revista Exame apresenta os resultados de uma pesquisa com o pensamento de 278 empresas pequenas, médias e grandes sobre o Sistema S. Mostra, também, as posições do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, e do ministro da Educação, Fernando Haddad.

    A reportagem da jornalista Roberta Paduan informa que 53% dos empresários consultados consideram que os recursos do sistema não são bem empregados; sete em cada dez empresas se manifestaram contrárias à obrigatoriedade da contribuição ao Sistema S;  80% delas preferem usar eles mesmos os recursos para treinar os funcionários. O Sistema S é composto por nove instituições voltadas para o ensino profissionalizante, promoção da cultura e do lazer dos trabalhadores.

    Assessoria de Comunicação Social


    Leia a íntegra da reportagem de Exame
    Cinco pontos fundamentais da reforma do Sistema S
    Confira outras matérias sobre o assunto
    Veja o debate realizado no jornal Folha de S. Paulo

  • As metas e ações do Plano Nacional de Pós-Graduação serão apresentadas a empresários paulistas nesta quarta-feira, 17, às 14h30, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), Jorge Guimarães, falará sobre a expansão do sistema nacional de pós-graduação nos próximos cinco anos. Uma das metas prioritárias é a formação de 16 mil doutores até 2010.

    Guimarães vai expor as 15 ações que já estão sendo implementadas pela Capes para cumprir as propostas estabelecidas no Plano. Entre elas, o apoio à criação de cursos de mestrado e doutorado interinstitucionais e a indução de novos cursos em setores estratégicos como defesa, propriedade intelectual, petróleo e gás.

    Dados da pós - O Plano Nacional revela que, no período de 1976 a 2003, o número de cursos recomendados pela Capes saltou de 673 para 2.993, o que representa um aumento de 5,6% ao ano. O número de mestres titulados passou de 10,5 mil em 1996 para 27 mil em 2003. E o de doutores, de 2.985 para 8.094 no mesmo período. (Assessoria de Imprensa da Capes)

  • Empresários, organizações não-governamentais, entidades educacionais e governo federal lançam nesta quarta-feira, 6, às 11h30, no Museu do Ipiranga, em São Paulo, o Compromisso Todos pela Educação. O movimento trabalha para que, durante as comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, todas as crianças e jovens estejam na escola. O ministro da Educação, Fernando Haddad, participa da solenidade.

    O compromisso mobiliza o Ministério da Educação, o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Também participam várias organizações, entre elas o Instituto Ayrton Senna, Instituto Pão de Açúcar, Instituto Itaú Cultural, Fundação Bradesco, Fundação Roberto Marinho, Instituto Gerdau, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), além de secretários estaduais e municipais de educação.

    O objetivo da aliança é realizar uma mobilização no país para universalizar o ensino e melhorar a sua qualidade. Para isso, foram estabelecidas cinco metas. Em primeiro lugar, espera-se ter nos próximos 16 anos, 98% dos brasileiros, com idade entre 4 e 17 anos, na escola. A segunda meta prevê que, em 2022, 95% dos jovens com até 16 anos devem ter completado o ensino fundamental e aqueles com até 19 anos devem ter concluído o ensino médio.

    Investimentos - Na terceira meta, o grupo espera que toda criança com 8 anos de idade deva estar alfabetizada. O quarto objetivo vai beneficiar a qualidade do ensino e determina que, em 16 anos, 95% dos alunos devem estar acima do nível razoável no Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb).

    A quinta e última meta prevê investimentos no setor. De 2011 a 2022, o investimento mínimo anual para cada aluno da rede pública deverá ser equivalente a 25% da renda média per capita do brasileiro, o que equivale a cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB é o valor de toda a riqueza gerada no país.

    Repórter: Flavia Nery

  • Até o final deste ano, nove empresas estatais de grande porte estarão investindo recursos nas universidades públicas federais para promover a produção científica e tecnológica, o desenvolvimento regional e suprir as necessidades de pesquisa e prestação de serviços das estatais. A convergência de objetivos será feita por meio do programa Interface, lançado no início da semana na segunda reunião do Fórum das Estatais pela Educação.

    Para elaborar o projeto de investimentos na educação superior, o fórum criou um grupo de trabalho que terá a participação do MEC, das nove empresas - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Eletrobrás, Eletrosul, Finep, Infraero, Petrobrás, Serpro e Nuclep - e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O Interface será estruturado sobre três eixos: infra-estrutura de pesquisa e apoio a programas de pós-graduação; intervenções estruturais para maior eficiência e acesso; e infra-estrutura para a educação a distância com incorporação de demanda de formação continuada dos quadros das estatais.

    Com o ingresso desse grupo de empresas, o ministro da Educação, Tarso Genro, espera, nos próximos dois anos, o ingresso de R$ 50 milhões em recursos novos que vão apoiar também outros três macroprogramas do MEC: Brasil Alfabetizado, Escola de Fábrica e Escola Aberta. Já assinaram acordos de cooperação técnica com o ministério 12 empresas estatais, que se comprometeram a investir R$ 5 milhões em 2005 e 2006.

    Objetivos - As metas do governo federal a partir dessa iniciativa são aumentar os recursos acadêmicos disponíveis nas instituições federais de ensino superior (Ifes) para projetos de desenvolvimento regional e nacional; promover a atuação da universidade pública na área de tecnologia e em campos de pesquisa transformadores; desenvolver tecnologias sociais, buscando a inovação na área de políticas públicas necessárias à democratização da sociedade; e canalizar investimentos para projetos de interface entre estatais e Ifes considerados estratégicos para o país.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Especialistas reunidos durante o 2º Seminário Internacional Brasil Competitivo acreditam que a solução para melhorar a qualidade do ensino no país é unir forças com empresas privadas. Alguns empresários já aderiram à idéia. O grupo Gerdau promove cursos de capacitação de 100 horas para os seus funcionários. “Não basta deixar a responsabilidade de educar só para o governo. A educação concerne a todos”, afirma Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do grupo e fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC), organizador do evento. O seminário está ocorrendo no Complexo Blue Tree Alvorada, em Brasília.

    “Há trinta anos, tínhamos 50% da população freqüentando a escola e hoje temos 98%, mas sem garantia de qualidade. Ter educação de qualidade e para todos é fator fundamental para obter a competitividade do país. Será uma nação mais homogênea, com melhor distribuição de renda, e as pessoas contribuirão de forma mais integrada na produção de bens e serviços”, acredita José Fernando Mattos, diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC).

    Nos últimos 25 anos, aumentou o número de alunos matriculados no ensino básico, passou de 86% para 97%; e no ensino médio, de 15% para 71%. O índice de alfabetização de adultos também subiu de 82% para 87,3%. Hoje, o país possui mais de 98% das crianças em idade escolar freqüentando as salas de aula. Porém, a qualidade ainda deixa a desejar. Estudos do Instituto Paulo Montenegro mostram que cerca de 30% da população brasileira é analfabeta funcional, ou seja, sabe ler e escrever, mas não compreende o conteúdo do que está escrito.

    Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), criado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os estudantes brasileiros estão entre os alunos com menores níveis de conhecimento em matemática, abaixo dos estudantes da Indonésia e Tunísia, em um ranking de 40 países. Em ciências, o Brasil ficou em penúltimo, à frente apenas da Tunísia.

    Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o Fundo da Educação Básica (Fundeb) vai “mudar a história da educação brasileira” e reverter esse quadro. Segundo ele, investindo nas três etapas do ensino (infantil, fundamental e médio), os alunos vão superar cada degrau do aprendizado.

    Repórter: Raquel Maranhão Sá

  • Belém — Quem absorve o maior número de cientistas e pesquisadores no Brasil? Quem realiza mais pesquisas e desenvolve tecnologias inovadoras? O assunto foi discutido nesta terça-feira, 10, na 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no Centro de Convenções da Amazônia, em Belém.

    A mesa-redonda sobre o tema Ciência para um Brasil Competitivo teve a participação de Alaor Chaves, do Instituto de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Fernando Galembeck, do Instituto de Química da Universidade de Campinas (Unicamp). O debate teve a mediação do presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães.

    Segundo Alaor Chaves, as empresas brasileiras devem empregar mais pesquisadores e engenheiros, a exemplo do que acontece na maioria dos países. Atualmente, no Brasil, 89% da pesquisa é feita nos cursos de pós-graduação. “As empresas empregam 11% e o restante é absorvido pelo governo. No restante do mundo, as empresas empregam dois terços desse pessoal, deixando um terço para o governo”, exemplifica.

    Para Chaves, a inovação ainda não entrou em larga escala nas empresas brasileiras. “O envolvimento das empresas brasileiras com pesquisa e desenvolvimento é tão incipiente que o Estado tem que atuar diretamente no desenvolvimento da tecnologia”, diz. Cita como exemplo bem-sucedido dessa atuação a agropecuária. “A Embrapa ajudou a tornar nossa técnica agrícola altamente inovadora”, destaca. Ele propôs a criação de uma nova empresa, nos moldes da Embrapa — a Empresa Brasileira de Ciência e Tecnologia Industrial (Embracti) — que atuaria nas áreas de física, química e outras áreas tecnológicas, fazendo a ligação entre indústria e academia.

    Já o pesquisador Fernando Galembeck defende outras medidas. Segundo ele, para que o país se torne mais competitivo, o importante seria intensificar a realização de projetos conjuntos de cooperação entre empresas e universidades, e fomentar projetos dentro de empresas. “Além disso, o governo poderia fazer encomendas a consórcios de empresas, que incluíssem também universidades”, diz.

    Jorge Guimarães, coordenador do debate, finalizou destacando que há necessidade de formar recursos humanos em todas as áreas e, com certeza, as empresas precisam investir mais na pesquisa. Por isso a Capes, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, lançou o Plano Nacional de Pós-Doutorado que irá financiar a contratação de pesquisadores em empresas, centros de pesquisa públicos e privados. O edital deve sair em breve.

    O debate foi motivado pelo documento Física para um Brasil Competitivo, elaborado por uma comissão de físicos a pedido da Capes. O documento contém propostas que visam à efetiva inclusão da ciência na sociedade e na economia brasileiras e recomenda investimentos na formação graduada e pós-graduada de maior número de cientistas e engenheiros.

    Adriane Cunha e Fátima Schenini

  • Foto: Júlio César PaesAs provas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2006 foram realizadas no último domingo, 12, com a presença de 83% dos alunos selecionados para participar do exame. De uma amostra total de 488.906 estudantes, 406.076 compareceram aos 2.081 locais de prova, em 871 municípios de todas as 27 unidades da Federação.

    O Enade avaliou este ano 5.388 cursos, distribuídos por 15 áreas do conhecimento e oriundos de 1.619 instituições de ensino superior. Os alunos de psicologia obtiveram o maior índice de presença no Enade: 88,4%. As provas de administração, direito e comunicação social, cursos com o maior número de participantes, foram realizadas com 82,4%, 83,6% e 80,4% dos estudantes, respectivamente. Apenas em três áreas do conhecimento menos de 80% dos selecionados compareceram: arquivologia, biblioteconomia e design.

    Participação – Os maiores índices de presença regionais foram registrados na Região Sul, onde 85,8% dos alunos selecionados participaram do exame. Entretanto, o estado com o maior percentual de presentes foi da Região Sudeste: Espírito Santo (87,6%). O Maranhão (76,5%) e o Distrito Federal (76,7%) foram as unidades da Federação em que, percentualmente, menos estudantes compareceram às provas.

    O percentual de presença e a freqüência por área do conhecimento podem ser conferidos no gráfico e na tabela disponíveis. (Assessoria de Imprensa do Inep/MEC)

  • Cerca de 215 mil alunos universitários farão o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) neste domingo, 11. O Enade avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos aprendidos em sala de aula.

    Como as 40 questões que compõem o exame se baseiam nas Diretrizes Curriculares Nacionais, que orienta o projeto pedagógico de cada curso no país, o rendimento do estudante evidencia se sua formação contemplou os princípios pedagógicos previstos.

    “As diretrizes são como o fio unindo todas as contas do colar da educação superior. Onde este fio não chega, há grandes chances de os alunos não terem estudado o que os especialistas consideram fundamental”, afirma o diretor de avaliação da educação superior do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Dilvo Ristoff. “É provável que se saiam mal no exame por causa disso.”

    O Enade não avalia nem pune os alunos, mas verifica a contribuição de cada instituição no aprendizado de seus alunos. O resultado individual não é registrado no histórico escolar. Por ser realizado por ingressantes e concluintes, o Enade torna possível verificar quanto o aluno aprendeu durante a graduação. Para Ristoff, “o coordenador do curso, os professores e os estudantes podem ter uma idéia muito clara sobre as potencialidades e as deficiências de seus ingressantes e concluintes a partir dos resultados do Enade”, afirma. Os resultados do Enade são divulgados na página eletrônica do Inep.

    O aluno que ajuda a revelar o bom trabalho pedagógico da instituição só tem a ganhar, pois o desempenho da universidade está relacionado à aceitação do seu diploma universitário no mercado de trabalho. Quem tem o melhor desempenho em cada área recebe bolsas de mestrado ou doutorado pela Capes.

    O Enade 2007 avalia 3.454 cursos em 16 áreas: agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, técnico em agroindústria, técnico em radiologia, terapia ocupacional e zootecnia.

    Maria Clara Machado

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    Domingo é dia de prova do Enade 2007

  •  O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) iniciará um novo ciclo de avaliação do ensino superior em 2007. As três últimas edições do exame — iniciado em 2004 — avaliaram cursos de nível superior de todas as áreas do conhecimento. O grupo avaliado em 2007 será o mesmo de 2004, reiniciando o ciclo e permitindo que se compare, pela primeira vez, o desempenho dos cursos nesse intervalo de tempo.

    O Enade busca medir a contribuição do curso na formação do estudante. Um mesmo modelo de prova é aplicado tanto para alunos que estão concluindo o curso quanto para os que estão ingressando. Assim, é possível verificar a situação em que o estudante chegou ao curso e a situação em que está saindo, avaliando o que foi agregado em termos de conhecimento geral e específico.

    Em 2007, serão avaliados os cursos de agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, tecnologia em radiologia, tecnologia em agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia. A prova será aplicada em 11 de novembro de 2007, com início às 13h (horário de Brasília).

    Amostragem — Trata-se de um exame amostral, ou seja, nem todos os ingressantes e concluintes dos cursos avaliados precisarão fazer a prova. Entretanto, as instituições de educação superior devem inscrever todos os seus alunos. O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) definirá, por meio de amostragem estatística, quais efetivamente farão a prova. A lista dos alunos selecionados será divulgada no dia 25 de setembro.

    As inscrições para o Enade 2007 iniciaram-se no dia 31 de julho e prosseguem até 31 de agosto. Durante esse período, os coordenadores de curso das 16 áreas avaliadas devem enviar, pela internet, informações sobre todos os seus alunos ingressantes e concluintes. Mais informações na página eletrônica do Inep.

    Cíntia Caldas

  • 29/12/2006 16h25

    A aplicação do Exame Nacional de Avaliação de Desempenho de Estudantes (Enade) no dia 12 de novembro deste ano completou o primeiro ciclo de avaliação de todas as áreas de conhecimento em cursos de nível superior do País. Desde que foi criado, há três anos, o Enade avaliou todos os 20 mil cursos de ciências da saúde, agrárias, sociais, jurídicas, engenharias e licenciaturas.

    A novidade implementada este ano com a divulgação do resultado do Enade de 2005 foi o indicador de diferença entre o desempenho esperado e o observado (IDD), que consiste num conceito indicativo do efeito dos cursos no nível de conhecimento dos estudantes. A partir de agora, é possível avaliar a qualidade de um curso com base na diferença do desempenho esperado e do observado obtido por ingressantes (alunos do primeiro semestre) e concluintes (que estão terminando o curso superior), já que o exame é aplicado a esses estudantes.

    Segundo o diretor de Avaliação e Estatística da Educação Superior, Dilvo Ristoff, o Enade faz parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e seu objetivo não é dar nota ao aluno, mas avaliar a qualidade do ensino que está sendo oferecido a ele. “O Enade, por si só, não tem implicações regulatórias. Ele representa uma parte da avaliação da educação superior feita pelo MEC, junto com as avaliações institucionais e dos cursos de graduação feitas por especialistas”, explica. Ristoff lembra que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) realiza cerca de 25 avaliações institucionais por dia, mas poucas pessoas sabem disso.

    Com a conclusão desse processo avaliativo, será possível traçar um retrato mais detalhado da educação superior brasileira. Cursos ou instituições que tiveram notas baixas (1 ou 2) no Sinaes terão os seus pontos fracos identificados e devem assinar um protocolo de compromisso com o MEC, no qual consta um prazo para corrigir as deficiências encontradas. “Se isto não acontecer, o vestibular do curso poderá ser suspenso e a instituição poderá sofrer intervenção ou mesmo ser descredenciada”, alerta Ristoff.

    Divulgação − Os cursos que participam do Enade recebem um relatório com todos os resultados da prova e do questionário socioeconômico-cultural respondido pelos estudantes. No último Enade, por exemplo, cada um dos 5.511 cursos recebeu o seu relatório individualizado, podendo checar o que os  estudantes sabem e o que ainda não sabem das competências e dos conteúdos demandados pela prova.

    Além dos relatórios de curso, o Inep prepara anualmente análises de área e resumos técnicos para especialistas e o público em geral. Todos podem ser consultados na página eletrônica do Inep.

    O último Enade foi feito por 406.076 estudantes de 5.388 cursos, distribuídos por 15 áreas do conhecimento: administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, formação de professores/educação básica, música, psicologia, secretariado executivo, teatro e turismo.

    A participação no Enade – para aqueles alunos escolhidos pelo Inep – é condição fundamental para a conclusão de curso superior. A falta do aluno implica a não-colação de grau.

    Flavia Nery

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  • As notas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) podem contribuir para a melhoria da qualidade do ensino superior do país. Esta é a avaliação do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes, que divulgou os resultados do Enade nesta quinta-feira, 31. “As instituições de ensino superior podem comparar suas notas com a de outras escolas e isso é importante porque estimula as instituições a analisar o que está melhor e o que pode ser feito para melhorar o ensino”, explica.

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    O Enade 2006 conclui a avaliação de todas as 48 áreas do conhecimento. Segundo o diretor de estatística e avaliação da educação superior do Inep, Dilvo Ristoff, essa conclusão permitirá ao MEC fazer uma análise mais apurada das condições de estudantes e professores no campus e quais são as tendências para os próximos anos. “Isso poderá ser visto pelo perfil socioeconômico que é comparável em todas as áreas avaliadas pelo Enade nos últimos três anos”, salienta.

    O desempenho médio dos participantes foi de 45,4 na prova de formação geral, que é igual para todas as áreas, numa escala de 0 a 100. No conteúdo específico a cada uma das 15 áreas do conhecimento avaliadas pelo Enade 2006, a média foi de 36,4. Mais uma vez, as notas das universidades públicas superaram as médias das instituições privadas. Os maiores conceitos, 4 e 5, foram obtidos pelas escolas públicas (54,3%), contra 16,2% das privadas.

    Considerando as notas por região, o Nordeste e o Sul obtiveram os  conceitos mais altos. O Sul ficou com 28,6% das notas 4 e 5 e o Nordeste obteve 25,7% dessas médias. “O bom desempenho do Nordeste pode ser explicado porque há muitas universidades públicas na região”, diz Ristoff. A região Norte teve o pior desempenho, com 13,2% dos conceitos 4 e 5. 

    Desempenho esperado — A análise do Enade 2006 permite concluir que 28,6% das instituições tiveram o desempenho abaixo do esperado; 40,4% desempenharam o que era esperado; e 31% superaram as expectativas.

    O Enade 2006 foi aplicado em 12 de novembro em 2.081 locais de prova, distribuídos por 871 municípios, de todos os estados e do Distrito Federal. Participaram do exame 386.524 estudantes (211.837 ingressantes e 174.687 concluintes), de 5.701 cursos, divididos em 1.600 instituições de educação superior. Foram avaliadas as áreas de administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, formação de professores (normal superior), música, psicologia, secretariado executivo, teatro e turismo.  Em 2007, serão avaliados os cursos da área de saúde, analisados na primeira edição do Enade, em 2004.

    Flavia Nery

  • Em termos de conhecimento geral, a diferença é pequena entre quem entra e quem sai de cursos de graduação, em 13 áreas avaliadas

    Os resultados do primeiro Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), instrumento do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), mostram que, nas 13 áreas do conhecimento submetidas ao exame em 7 de novembro de 2004, há uma diferença muito pequena de desempenho dos estudantes ingressantes e concluintes na parte de Formação Geral (a prova teve 10 questões de Formação Geral e 30 de Componentes Específicos da área).

    O Enade foi aplicado em todo o País em cursos das áreas de Agronomia, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional e Zootecnia. Participaram grupos de estudantes desses cursos, selecionados por amostragem, em momentos distintos de sua formação. Um grupo, de ingressantes, era composto de alunos no final do primeiro ano. Outro, de concluintes, contava com estudantes do último ano cursado. Os dois grupos foram submetidos à mesma prova, possibilitando, pela primeira vez, avaliar o desempenho como um todo, desde a entrada até a saída do estudante do curso de graduação, diferentemente de como ocorria no Exame Nacional de Cursos (ENC), que aplicava somente um teste aos concluintes.

    A região Sudeste concentrou a maioria dos cursos avaliados em 2004, em todas as 13 áreas e a maioria absoluta em dez delas - um total de 51,8% dos 2.184 cursos. O Sul contabilizou 20,5%; o Nordeste, 14%; o Centro-Oeste, 8,7%; e o Norte, 5%. A grande maioria desses cursos (73,8%) é de instituições privadas. As federais somaram 13,5%; as estaduais 10%; e as municipais 2,7%. As universidades oferecem o maior número de cursos (58,2%), seguidas das faculdades (16,7%) e dos centros universitários (15,2%).

    Dos 2.184 cursos, 1.427 receberam conceitos, isso porque muitos cursos ainda não tinham concluintes ou por outros motivos. Os conceitos, divididos de 1 a 5, de acordo com as notas, foram calculados com base em três termos: o desempenho dos concluintes no componente específico da área, dos ingressantes no componente específico e o de  ingressantes e concluintes na Formação Geral. O componente específico teve 75% do peso na composição do conceito e o de formação geral, 25%. Ainda, no componente específico, o desempenho dos ingressantes teve peso de 15% e o dos concluintes, de 60%.

    A maioria dos 1.427 cursos conceituados se concentrou nos conceitos intermediários, 3 (565 cursos) e 4 (564 cursos), perfazendo 39,5% do total, cada um desses. No conceito mais baixo, o 1, ficaram 33 cursos (2,6% do total). No 2, 115 cursos (8%) e, no 5, 150 (10,5%). Um percentual de 10,6% dos cursos ficou com conceitos 1 e 2; 39,5% com 3; e 50% com 4 e 5. As instituições privadas concentraram o maior número de cursos com os conceitos mais baixos. Foram 104 dos 148 de todo o País (70,3%). Entre os cursos com os melhores conceitos (4 e 5), 203 dos 714 cursos são de instituições federais (28,4%) e 373, da rede privada (52,2%). As federais lideram no conceito mais alto (o 5), com 57% dos cursos. As instituições privadas têm apenas 18%.

    Em termos de distribuição dos conceitos por área, Odontologia e Medicina são as que possuem o menor número de cursos com conceitos baixos. Estão no 1 e, no 2, 0,8% dos cursos de Odontologia e 1,1% dos de Medicina. Já em Serviço Social, esse percentual chega a 29% e em Zootecnia alcança 34,3%, as mais altas concentrações de cursos com os menores conceitos. A média nacional é de 10,6% dos cursos nessa faixa. As áreas de Terapia Ocupacional (88,9%) e Odontologia (89,8%) têm, respectivamente, as maiores concentrações de cursos nos conceitos altos (4 e 5). Fonoaudiologia (21,1%) e Fisioterapia (21,4%) têm os menores índices de conceitos 4 e 5.

    Estão localizados no Nordeste 45,7% dos cursos que obtiveram conceito 4 e 13,6% dos que têm o 5. Ao mesmo tempo, essa é a região com o maior percentual de conceitos baixos: 5,4 no 1 e 11,4% no 2, o que demonstra uma grande polaridade. A região Sul tem o segundo maior percentual de cursos com conceitos 4 (37,7%)  e 5 (10,3%). O mais baixo desempenho é o do Centro-Oeste. A região tem 5,2% de seus cursos com conceito 1, 13,8% com conceito 2 e apenas 7,8 com conceito 5. Por organização acadêmica,  as universidades concentram 13,8%  dos conceitos 5 e os centros universitários 1,8%.

    A distribuição dos conceitos por categoria administrativa mostra que as instituições públicas não só têm os maiores percentuais de conceitos altos (4 e 5), como têm percentuais muito superiores aos das privadas. Nas IES estaduais e federais os percentuais de conceitos altos chegam a cerca de 78,0%, enquanto nas instituições privadas este percentual fica em torno de 38,0%, menos da metade. O Relatório de Conceitos (a tabela com os conceitos de todos os cursos), estará disponível na Internet (www.inep.gov.br), por ordem alfabética de instituições. O Relatório do Aluno está sendo enviado ao aluno. Além desses, há ainda um Relatório de Área, para pesquisadores que queiram se aprofundar sobre o desempenho de cada área, o Técnico-científico e o Relatório do Curso (que vai para o coordenador do curso).

    Desempenho na Formação Geral

    O Relatório Técnico, elaborado pela Diretoria de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior (Deaes), traz dados surpreendentes no que se refere à parte de Formação Geral, da prova. Os 140.340 estudantes (83.661 ingressantes e 56.679 concluintes) tiveram desempenho bastante próximo, mostrando pouca alteração em sua trajetória dentro da graduação. Isso significa que a universidade não trouxe uma grande ampliação do conhecimento geral a esses alunos, acrescentando apenas na parte específica de cada área.

    Em Medicina e Terapia Ocupacional, o desempenho de ingressantes e concluintes em Formação Geral é praticamente o mesmo. Mais surpreendente ainda, conforme o diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior, Dilvo Ristoff, é constatar que, em 17% dos cursos, os ingressantes tiveram desempenho igual ou superior à média de desempenho dos concluintes. "Em Medicina, este foi o caso em 40 dos 89 cursos avaliados, ou seja, em 44,9% do total dos cursos a área", comenta o professor. Os resultados do exame podem ser considerados bastante próximos da realidade, afinal, os 143.170 estudantes selecionados no processo de amostragem realizado pelo Inep representam 250.287 estudantes habilitados a participarem do Exame, mais da metade do universo total.

    "O que podemos constatar é que, nesses casos, a educação superior brasileira está formando mais o sentido técnico, específico do que o cidadão, imprescindível para uma vida preocupada com as questões humanas e sociais. Em segundo lugar, se demonstra com esses resultados, obtidos pela primeira vez, a enorme superioridade do Sinaes com relação ao ENC", avalia o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Eliezer Pacheco. É a primeira vez que se inclui este tipo de questão em uma avaliação da educação superior  no Brasil.

    As mais altas médias de desempenho na Formação Geral estão tanto no Sul (38,2) e no Nordeste (37,1). Ambas as regiões ficam acima da média nacional, que é de 36,5 pontos. O Norte teve média 33,6, o Sudeste 36,9 e o Centro-Oeste, 36,0. O Sul também mostra o melhor desempenho em oito das 13 áreas avaliadas, o Nordeste em duas, o Sudeste em uma e o Centro-Oeste em duas.

    As Ifes superam a média nacional em todas as 13 áreas, as estaduais em dez, municipais em duas e as privadas em apenas uma. Para se ter uma idéia dessa diferença, o desempenho médio dos estudantes das federais ficou em 45,9 pontos; nas estaduais, 40,5; nas municipais, 34,8; enquanto que nas privadas foi de 35,1, abaixo da média geral (36,5) e mais de dez pontos percentuais menor que nas federais. Os números demonstram uma significativa diferença na Formação Geral nas instituições federais, muito superiores, por exemplo, às instituições privadas.

    Desempenho em Formação geral

    ÁreaIngressantesConcluintes
    Agronomia33,640,8
    Educação Física29,434,8
    Enfermagem33,539,7
    Farmácia35,442,5
    Fisioterapia37,844,6
    Fonoaudiologia37,343,4
    Medicina53,556,3
    M. Veterinária36,042,7
    Nutrição32,839,7
    Odontologia39,846,0
    Serviço Social24,728,1
    Ter. Ocup.37,440,6
    Zootecnia37,743,2

    Fonte: MEC/Inep


     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Desempenho na parte específica

    Nas questões específicas das áreas, o desempenho médio também não foi muito alto e apresentou, em alguns casos, semelhanças entre ingressantes e concluintes. No curso de Serviço Social, por exemplo, a média dos que estão entrando foi de 17,5 pontos. Os concluintes ficaram em 26,6. Estudantes ingressantes na Educação Física tiraram em média 23,8, enquanto que os que acabaram de fazer a faculdade somaram 33,8. A Odontologia é o curso que mostra o maior aumento de desempenho no componente específico: de 21,4 entre os ingressantes para 55,2 pontos, 162%.

    Das 13 áreas de conhecimento, as federais foram melhor em 10, as estaduais, municipais e privadas em uma cada. Entre os tipos de instituições de ensino superior, o destaque é para as universidades, melhores em sete áreas, seguidas pelas faculdades integradas (superiores em cinco áreas) e os Centros de Educação Tecnológica (uma área). Os centros universitários, faculdades isoladas e escolas não tiveram desempenho médio superior em nenhuma área. Assim como ocorreu na parte de Formação Geral, a região Sul teve melhor desempenho em oito áreas. O Nordeste e Sudeste em duas cada, o Centro-Oeste em 1 e o Norte em nenhuma.


    Desempenho de ingressantes e concluintes na formação específica

    ÁreaIngressantesConcluintes
    Agronomia28,751,0
    Educação Física23,833,8
    Enfermagem27,342,0
    Farmácia22,333,2
    Fisioterapia27,143,9
    Fonoaudiologia41,966,8
    Medicina19,647,2
    M. Veterinária17,641,9
    Nutrição20,342,2
    Odontologia21,455,2
    Serviço Social17,526,6
    Ter. Ocup.43,853,3
    Zootecnia30,849,6
    Fonte: MEC/Inep

     

     

     

    No próximo domingo, 12, 488.883 estudantes universitários farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Serão avaliados estudantes de 1.619 instituições, ingressantes e concluintes dos cursos de administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, formação de professores (normal superior), música, psicologia, secretariado executivo, teatro e turismo.

    O Enade é componente curricular obrigatório a todos os cursos e a participação dos estudantes selecionados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é condição indispensável para a colação de grau quando da conclusão da formação acadêmica.

    Segundo o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, o estudante tem motivos muito maiores para fazer o Enade: “Este é um instrumento importante para avaliarmos a qualidade do curso que está sendo oferecido”.

    Outro motivo para uma participação comprometida por parte do estudante é que um bom desempenho de sua instituição refletirá no peso de seu diploma quando ele for entrar no mercado. “Ser formado por uma instituição bem avaliada dá peso ao currículo do jovem profissional”, enfatiza Fernandes.

    Ele destaca, ainda, que o exame não avalia o estudante, mas a instituição. O desempenho do estudante não aparece, por exemplo, no histórico escolar – e sua nota não pode ser divulgada. O desempenho é uma forma de quantificar a contribuição da escola no processo de aprendizagem do aluno, sobretudo da diferença do desempenho entre ingressantes e concluintes de um mesmo curso, numa mesma instituição.

    Sinaes – O Enade é um dos instrumentos de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que foi criado com o “objetivo de assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes”, segundo a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, que o instituiu.

    Além do desempenho do estudante, a qualidade da educação que as instituições oferecem passa pela avaliação institucional e pela avaliação de cursos de graduação.

    A avaliação institucional compreende a análise dos dados e informações prestados pelas instituições de educação superior (IES) em formulário eletrônico e a verificação, in loco, da realidade institucional, dos seus cursos de graduação e de pós-graduação, da pesquisa e da extensão.

    Já a avaliação dos cursos de graduação é um procedimento utilizado pelo MEC para o reconhecimento ou renovação de reconhecimento de cursos. Apenas cursos reconhecidos podem emitir diplomas. (Assessoria de Imprensa do Inep)

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