O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) divulgou nesta terça-feira, dia 22, o balanço geral do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2005. Os participantes da oitava edição obtiveram média de desempenho de 39,41 na parte objetiva e de 55,96 na redação. Realizado no dia 25 de setembro último, o exame recebeu 3.003.084 inscrições e teve a participação de 2.199.214 concluintes e egressos do ensino médio. O índice de abstenção (25,21%) foi o menor dos últimos cinco anos.
A média nacional na prova de redação apresentou aumento de 14,32% em relação ao ano anterior (48,95). Na prova objetiva, a média foi de 45,58 — queda de 13,53%. O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, alerta para a necessidade de cautela na comparação das médias de 2005 com as de outras edições. “A prova compara o desempenho dos participantes de uma mesma edição e não de um ano para o outro”, disse. “Os participantes não constituem amostra de população bem definida e sua composição tem mudado a cada ano, tanto em número quanto na proporção entre os estão cursando e os que concluíram, o que dificulta a interpretação comparativa das médias em diferentes edições.”
Em 2005, na redação, a faixa de desempenho insuficiente a regular representou 10,9%. De regular a bom, 75,7% e de bom a excelente, 13,3%. Nas questões objetivas, estão na faixa de insuficiente a regular 60,2% dos participantes; 34,9% estão entre regular e bom e 4,9%, de bom a excelente. Este ano, confirma-se a tendência de melhores notas entre os egressos do ensino médio em comparação com concluintes. Na parte objetiva, a média nacional dos que concluíram é 40,92, enquanto a dos formandos é 37,40. Na redação, os egressos também se saíram melhor: 58,04, contra 54,35 dos concluintes.
Redação — Os resultados apontam que caiu a diferença de desempenho, na redação, entre oriundos de escolas públicas e privadas. Enquanto em 2004 os que estudaram em escolas privadas tiveram notas 41,2% maiores em relação aos das escolas públicas, em 2005 a diferença baixou para 17,3%. Na parte objetiva da prova, a diferença ficou estável, nos dois anos, em 53%. Também se mantém a tendência das mulheres de se saírem melhor na redação. Os homens obtêm maiores notas na parte objetiva.
As 63 questões foram elaboradas de forma contextualizada e interdisciplinar, para avaliar competências e habilidades desenvolvidas na educação básica, com foco no desempenho do participante em relação ao domínio de linguagens, compreensão de fenômenos, construção de argumentações e elaboração de propostas de intervenção na realidade.
O número absoluto e o percentual de participantes que já concluíram o ensino médio vinham caindo nas edições de 2001 a 2004 — de 402 mil para 177 mil, em números absolutos, representando 33% em 2001 e 17% em 2004. Em 2005, o número de egressos subiu para mais de 900 mil — 45,5% do total.
A expansão do número de estudantes no Enem deve-se ao Programa Universidade para Todos (ProUni), que utiliza os resultados do exame como critério para a seleção dos contemplados com bolsas de estudo integrais ou parciais. Em 2004, o ProUni beneficiou mais de cem mil pessoas. Cerca de 470 instituições de ensino superior utilizaram, de alguma forma, os resultados do exame em seus processos seletivos.
Este ano, 91 unidades prisionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Roraima e todas as unidades da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) participaram do Enem. Portadores de necessidades especiais também foram atendidos — 855 ao todo, o que significa aumento de 300% em relação ao ano passado.
No boletim individual de resultados, que os alunos receberão em casa por meio dos Correios, a partir desta semana, constam uma nota para a parte objetiva da prova e outra para a redação, além de uma interpretação dos resultados obtidos para cada uma das cinco competências avaliadas.
Os resultados individuais não serão divulgados. Instituições interessadas precisam obter autorização, para fins de publicidade e premiação, dos participantes. (Assessoria de Imprensa do Inep)