O MEC e o Sistema S (Sebrae, Sesi, Senai, Sesc, Senac, Senar, Sest e Senat) vão capacitar 57.282 jovens e trabalhadores em geral para atuar no setor petrolífero brasileiro. A capacitação, prevista para começar em agosto próximo, será feita até 2007, com cursos em vários níveis de ensino – da qualificação básica, técnica, à especialização em nível superior. A iniciativa integra o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp).
A capacitação a ser oferecida pelo MEC será feita pelos centros federais de educação tecnológica (Cefets) e universidades federais, principalmente da região Sudeste do país. Os participantes dos cursos serão indicados pela Petrobrás e demais empresas do ramo de petróleo no Brasil. Também será realizada uma campanha de divulgação, até o fim de julho, para informar aos possíveis interessados em participar dos cursos.
O programa está definindo os perfis dos profissionais e currículos dos cursos, mas já é certa a formação de soldadores de estrutura, engenheiros, instrumentistas e inspetores de soldagem. Será realizada em três níveis: básico, com duração de um mês; técnico, em três meses; e de engenharia, com carga horária de 360 horas, divididas ao longo de oito meses. Cursos de Eletromecânica e de Técnico em Operação e Produção de Petróleo, desenvolvidos por instituições da rede federal de educação profissional, também interessam ao setor petroleiro.
Os participantes dos cursos ganharão bolsas, com valor entre um e três salários mínimos, conforme o grau do curso, para estimular os estudos de quem está desempregado. Quem está no mercado receberá qualificação complementar.
Investimentos – Até 2007, serão investidos R$ 162 milhões na formação e capacitação dos profissionais da área petrolífera, sendo R$ 62 milhões para cursos em nível superior e R$ 100 milhões para os cursos básico e técnico. Os recursos virão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), da Petrobrás e do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia do Setor Petróleo e Gás Natural (CTPetro), fundo setorial criado em 1999.
Petróleo - Com uma produção de petróleo que ultrapassa 1,5 milhão de barris/dia e cresce anualmente a taxas superiores a 20%, o setor petrolífero brasileiro vem sofrendo com a falta de profissionais especializados. Para superar esse entrave e traçar políticas de formação de pessoal no triênio 2005/2007, foi criado o Prominp. O programa fez um levantamento e constatou a carência de 57.282 profissionais de diversos níveis e especialidades.
O coordenador-Geral de Políticas e Educação Profissional e Tecnológica do MEC, engenheiro Francisco Luiz Danna, que representa o ministério junto ao Prominp, explica que é necessário um planejamento estratégico voltado à constante reciclagem desses profissionais, de forma a mantê-los sempre atualizados frente às novas tecnologias e processos produtivos. Segundo Danna, à medida que os alunos se formarem serão absorvidos no mercado de trabalho. “A grande maioria, 90%, será de contratação nova. O setor petrolífero demanda muitos profissionais”, explicou.
Repórter: Susan Faria