A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) vai divulgar o resultado do Prêmio Técnico Empreendedor no dia 28, no auditório do MEC, às 10 horas. Os seis projetos, divididos nas categorias técnico e tecnólogo, foram os mais bem colocados nas etapas regionais. Eles são soluções com potencial de gerar negócios e de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades.
Participam do concurso alunos de instituições federais de educação tecnológica e de escolas atendidas pelo Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep). Os vencedores da etapa regional receberão certificado, troféu e R$ 1,5 mil como prêmio. Já os vencedores da etapa nacional, nas categorias técnico e tecnológico receberão, além do certificado, R$ 6 mil, distribuídos para os três primeiros colocados. O professor-orientador do projeto vencedor da etapa nacional de cada categoria ganhará R$ 2 mil.
Estão concorrendo aos três primeiros lugares das categorias, projetos de criação de empresas nas áreas apícola, de profissionalização da ostreicultura, de consultoria ambiental, de indústria alimentícia e de empreendimentos, que contribuam para melhorar a qualidade de vida dos portadores de necessidades especiais (PNE).
Categoria – Jéssica Sabrini Fores, do curso pós-médio em informática, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Bento Gonçalves (RS), faz parte da equipe que propôs a criação da Agência de Acessibilidade, que contribuirá para a inclusão social e escolar dos PNEs, ao prestar serviços de adequação de equipamentos e programas de computadores.
Outro projeto da categoria técnico é a criação da Empresa Júnior Apícola, por alunos da Escola Agrotécnica Federal (EAF) de Colatina (ES). A intenção é que a companhia faça a extração de produtos pouco explorados, como o veneno da abelha – a apitoxina –, própolis e pólen. Segundo o técnico agrícola Lucas Helmer, os produtos têm propriedades desconhecidas. O veneno da abelha é antiinflamatório e combate o reumatismo. O própolis tem propriedades antimicrobianas, antiinflamatórias e cicatrizantes. E o pólen tem valor nutritivo superior à carne ou à proteína da soja.
Outro projeto da categoria técnico classificado, Profissionalização da Ostreicultura Artesanal, foi proposto por alunos de aqüicultura do Colégio Agrícola Senador Carlos Gomes de Oliveira (SC). A proposta é produzir ostras nativas, usando materiais recicláveis de baixo custo, para conseguir maior lucratividade e reduzir o impacto ambiental. O projeto partiria do cadastramento, treinamento e acompanhamento dos atuais catadores de ostras da região do Canal do Linguado, em Araquari.
Para o técnico em aqüicultura, Danilo Gustavo Della Motta, os pescadores aceitaram ser profissionalizados, pois além de terem suplemento de renda, aprenderão a não agredir o meio ambiente. Segundo Danilo, na coleta de ostras nativas, encontradas fixadas nas raízes das plantas do mangue, os pescadores usarão coletores artificiais, confeccionados a partir de cabos de vassoura e garrafa pet.
Tecnólogo – Outro plano de negócio, na categoria tecnólogo, é a criação da indústria de alimentos Bananits, na região do alto São Francisco. A empresa investirá na produção de salgadinhos a partir da massa da banana verde, tipo pururuca, que será vendido em embalagens de 70 gramas. Segundo Gabriela Paulineli Alemida, do curso de tecnologia em processamento de alimentos do Cefet de Bambuí (MG), o diferencial da Bananits em relação aos outros salgadinhos é a não-utilização de conservantes. “O produto é natural, saboroso, barato e acessível”, diz.
A Ecop, proposta por alunos do curso de tecnologia ambiental do Cefet do Paraná, vai elaborar projetos de readequação ambiental de propriedades do município de Medianeira. Serão feitos o cadastro e diagnóstico das áreas. A etapa seguinte constará de um levantamento das atividades para, em seguida, ser elaborado um plano de controle ambiental, em conjunto com os proprietários rurais, de acordo com o estudante Diogo Seganfredo.
Outro projeto de negócio na categoria é o Suporte a Equipamentos Especiais, de alunos de eletrotécnica e mecânica, do Cefet do Paraná. A intenção é criar um núcleo de assistência técnica de aparelhos destinados à produção de material didático para deficientes visuais. Para o aluno Marcos Vinicius dos Santos, o projeto vai contribuir para melhorar a qualidade de vida dos deficientes visuais.
Repórter: Ana Júlia Silva de Souza