São merendeiras, porteiros, secretárias ou responsáveis pela estrutura básica das escolas de ensino básico. Pela primeira vez na sua história, esses profissionais que trabalham no apoio à atividade das instituições educacionais estão fazendo um curso organizado a distância e semipresencial para formação técnica, e que os prepara para melhorar a qualidade da educação. São dez mil trabalhadores estudando e participando do Profuncionário, programa da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e secretarias de educação do País.
Com duração de um ano e meio, o curso, de nível médio, terá outros 12 mil novos alunos no início de 2007. O sucesso do Profuncionário – cujo projeto-piloto começou em outubro do ano passado no Paraná, Piauí, Pernambuco, Tocantins e Mato Grosso – fez com que o programa se expandisse e recebesse novas adesões.
O curso − com módulos básicos e específicos, e linguagem bem acessível − foi ampliado agora para trabalhadores de outros 12 estados e para aqueles em que foi iniciado. Com isso, serão 22 mil profissionais voltando aos bancos escolares, com reuniões presenciais de 15 em 15 dias, orientados por tutores, além de muita leitura e exercício em casa.
“Há mais de 20 anos, a categoria reivindicava essa formação”, observa Sirlene Alves dos Santos Pacheco, coordenadora-geral do Profuncionário. Segundo ela, o curso ajuda a criar uma identidade profissional desses trabalhadores, que passam a ser considerados técnicos, e a oferecer um padrão de serviço de apoio nas escolas, o que reflete diretamente na qualidade da educação.
Paralelamente ao Profuncionário, em agosto do ano passado, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou e regulamentou a área de serviços de apoio escolar. Durante o curso do Profuncionário, o MEC oferece material didático, elaborado pela UnB, que também forma os tutores. Os governos de estado e prefeituras oferecem a infra-estrutura para o estudo.
O curso tem módulos básicos − pedagogia, informática, direito administrativo e do trabalho e produção textual − e específicos para cada profissional. O específico de gestão escolar destina-se a secretários e auxiliares da escola; alimentação escolar, para merendeiras; multimeios didáticos, a ser feito pelos profissionais que trabalham com computadores, laboratórios de informática, bibliotecas e salas de vídeo; e o de infra-estrutura escolar para o pessoal da limpeza, porteiros e seguranças.
A expansão do Profuncionário começou agora em Goiás, Alagoas e no Maranhão. Em janeiro e fevereiro, chega ao Acre, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, São Paulo e Santa Catarina.
O projeto-piloto teve início em cinco estados, com 7.248 alunos, que devem se formar em maio e junho próximos. Mais informações podem ser obtidas na página eletrônica da SEB ou pelo telefone (61) 2104-8623.
Susan Faria