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  • A professora Rosalinde de Almeida achou que seus alunos estavam desmotivados e sugeriu à direção da escola que organizasse uma gincana do conhecimento. Pró Rosa, como é chamada, é uma das oito professoras que compõem a equipe da escola municipal Primeiro de Maio, que fica numa das regiões mais carentes de Salvador. A idéia da professora foi tão bem acolhida que a direção resolveu incluir na competição todos os alunos, do pré à 4ª série.

    Chamadas de mães pelos pais dos estudantes, metade das pró —diminutivo usado no tratamento diário das professoras —, trabalha vinte horas, enquanto a outra metade dá aula nos turnos matutino e vespertino. Quatro professoras têm nível superior e outra está cursando letras na Universidade Estadual da Bahia. Pró Rosa dá aula para a 3ª série pela tarde, tem nível superior e duas especializações, uma em psicopedagogia e outra em psicomotricidade. “O estudo ajuda muito na hora de planejar as aulas” atesta a professora.

    Além de propor a competição, Rosalinde decidiu dar um estímulo a mais aos próprios alunos: gastou 5% do próprio salário — ela recebe R$ 600,00 por mês — ao comprar brindes educativos para os alunos, que estão se esforçando para participar da gincana. “Um dos brinquedos é um joguinho para formar palavras e o outro ajuda na coordenação. O aluno tem que acertar a bolinha no buraco. Comprei 31 brindes”, calcula Rosa.

    Dentro da gincana do conhecimento, os alunos da pró Rosa fizeram um campeonato de trava-língua e, para incrementar a elaboração de questões sobre as regiões do país, meninos e meninas construirão mapas, com papelão e lápis de cor. Com o incentivo da pró, eles vão desenhar as regiões, recortar os mapas e levar para casa, para ajudar nos estudos. Tudo é feito em grupos. “A gente sempre faz trabalho com equipes, que é bem animado”, entusiasma-se Rosa.

    A professora Creusa de Oliveira, que ensina as crianças da 3ª série à tarde, também incentiva o trabalho em equipe. Como alguns alunos têm mais dificuldades em aprender e a escola não tem sala nem pessoal disponível para dar aulas de reforço no contraturno, a pró Creusa conta com a ajuda dos alunos mais avançados. “Estou acertando com duas coleguinhas que moram próximas de uma aluna que está com dificuldades na leitura para dar um apoio a ela em casa. Como elas são vizinhas, fica mais fácil. Aí, eu contribuo com um presentinho para incentivar”, relata Creusa.

    A professora lembra ainda que deu aula aos mesmos alunos no ano passado. Quando estavam na 2ª série, eles elegeram um anjo, que ajudava os alunos mais fracos. “Busco o apoio do colega que sabe mais, porque é um grupo grande e as condições são muito precárias”, completa a professora, que precisa sair da sala várias vezes por causa do calor. As salas são pouco ventiladas e muito pequenas para comportar os alunos, que se espremem. Cada uma das cinco salas da escola tem entre 30 e 35 estudantes.

    É comum as professoras se cruzarem com alunos e pais no caminho da escola. Todos moram próximos. “Demora meia hora de casa até aqui, porque sempre encontro algum pai querendo conversar sobre o filho, ou então a gente é que pergunta sobre o aluno”, explica a diretora Simone. Os pais mais ligados à escola partilham com as professoras a tarefa de educar os filhos. “Eu digo a meu filho que em casa eu sou a mãe e, na escola, a mãe é a professora. Minha mãe me ensinou assim. O mesmo respeito que ele tem comigo, deve ter com a professora”, ensina Clotilde Santana, mãe de Silas, de 9 anos.

    Para a pró Rosa, o professor precisa assumir a responsabilidade junto com os pais na formação dos meninos e meninas. “A gente tem que tomar essa responsabilidade e fazer alguma coisa, porque senão a própria sociedade se torna vítima — quando deixa de intervir no momento correto. É aí que se criam os bandidos da vida. A gente não pode pensar que a responsabilidade não é nossa. Eu não vou deixar para amanhã ou depois para ajudar meu aluno a encontrar um futuro melhor.”

    Maria Clara Machado

    Confira outras notícias da Caravana da Educação

  • Aos poucos, professores universitários utilizam as tecnologias do Portal Mundo Acadêmico e apresentam suas páginas virtuais no programa do Ministério da Educação. A professora Margarete Axt, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é um exemplo. Na página eletrônica, utilizada pela Universidade de Brasília (UnB) e ligada ao Portal, o usuário pode conhecer projetos da professora, como o Pró-Vida, e comunidades virtuais de aprendizagem.

    Margarete, que ministra a disciplina laboratório de estudos em linguagem, interação e cognição (prática de pesquisa I e II), apresenta textos de sua autoria, como A produção textual de alfabetizandos jovens e adultos em ambientes informatizados: identificando transformações no sentido e na atividade escrita. Já o professor da UnB, Emiliano Faria, diz na sua página que é pesquisador na área de desenvolvimento de software educacional, com base em inteligência artificial. Emiliano divulga notícias e eventos que ocorrerão em Bamako (Mali), Caracas (Venezuela) e Karachi (Paquistão). O professor Paulo Mendonça, também da UnB, colocou só um pôr-do-sol em sua página. E Lúcio Teles preferiu colocar sua foto na página e dizer quem é, quais cursos possui e opiniões sobre a vida em Brasília.

    Objetivos – Ao acessar o Portal, o internauta verá o que é o programa e poderá ir para as instituições federais de educação superior. No sítio de cada instituição há a página principal, a página do professor, notícias, boletins, disciplinas e acervo virtual. Os 15 portais ligados ao Mundo Acadêmico têm links para chats, Universidade Aberta e Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). O objetivo do portal é apoiar ações de inclusão educacional no Brasil que contribuam para tornar acessíveis cursos, materiais didáticos, estudos e pesquisas utilizando as tecnologias digitais.

    Por meio do Portal Mundo Acadêmico, lançado no último dia 15, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, usuários da internet têm acesso, gratuitamente e de forma otimizada, a conteúdos desenvolvidos pelas universidades públicas. Segundo a professora Maria Rosa Abreu, coordenadora do portal da UnB, o Mundo Acadêmico é uma contribuição do MEC e do Fundo das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com apoio de especialistas de software livre e do governo eletrônico, para o professor ter espaço seguro de publicação da sua produção de ensino, pesquisa e extensão.

    “Estamos em fase de testes. É um programa importante, onde o sistema está descentralizado nos CPDs das universidades e é gerenciado com autonomia”, disse. A seu ver, o programa tem uma filosofia que se baseia na sociedade de conhecimento e inclusão social. Maria Rosa entende que o Portal Mundo Acadêmico terá alcance para o bem público e compartilhamento de conhecimentos.

    A consultora da Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), Irla Bocianoski Rebelo, diz que a primeira oficina do Portal Mundo Acadêmico, realizada no 4º Congresso Brasileiro de Educação Superior a Distância (Esud), na semana passada, em Brasília, foi um sucesso. Além das universidades federais ligadas ao projeto-piloto do programa, outras instituições participaram da oficina. Irla estima que em três meses o portal poderá cadastrar outras instituições, além das 15 participantes.  “Pudemos divulgar o programa com mais detalhes e trocar idéias para estratégias de divulgação. Há interesse das universidades em colaborar no desenvolvimento do programa e empenho para instalar o sistema”, afirmou.

    Inicialmente, 15 universidades federais – de Brasília, Paraná, Rondônia, São Carlos (SP), Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pelotas (RS), Goiás, Santa Maria (RS), Amazonas, Piauí, Amapá, Rural do Rio de Janeiro, Pará e Fluminense (RJ) – participam do portal. O portal vinha sendo desenvolvido há dez anos pela Unesco e UnB em ambiente de teste. Está sob a coordenação da SESu, Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC) e Unesco.

    Módulos – O Portal Mundo Acadêmico será constituído, em sua versão final, por três módulos: Sistema de Publicação, que está funcionando; Portal de Busca; e Padrão de Indexação. O Sistema de Publicação fornece infra-estrutura que permite a professores a criação de páginas acadêmicas, tornando disponível, para acesso livre, sua produção de conhecimento na esfera da pesquisa, ensino e extensão, no campo da experimentação, nas aplicações das tecnologias da informação e da comunicação, com vistas à excelência da aprendizagem e avanço na pesquisa de novas linguagens.

    O Padrão de Indexação permitirá às instituições com sistemas de publicação tornar o conteúdo disponível a partir do Portal de Busca, que é um serviço que permitirá ao usuário fazer pesquisas de conteúdos desenvolvidos em qualquer instituição.

    Repórter: Súsan Faria

  • O Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Campos (RJ) está recebendo uma delegação de 33 professores angolanos, para participar, até 26 de outubro, de curso de qualificação na área da construção civil. Posteriormente, eles vão atuar como multiplicadores nos cinco centros de formação profissional em construção em Angola, sob a supervisão da instituição brasileira. As ações integram acordo de cooperação técnica e científica firmado com o Ministério de Obras Públicas (MNOP) de Angola.

    Após a guerra civil, o governo do país africano passou a investir na área da construção civil, mas enfrentava sério problema de qualificação de mão-de-obra. A construtora brasileira Odebrecht, que realiza obras no país, sugeriu ao MNOP que enviasse comitiva ao Brasil para conhecer instituições que oferecem formação nas áreas carentes de profissionais. A instituição de Campos acabou sendo a escolhida para o acordo.

    O acordo de cooperação prevê a montagem de cinco centros de formação profissional, nas províncias de Luanda, Benguela, Huambo, Malanje e Zaire. As plantas arquitetônicas foram elaboradas pelos professores Regina Coeli Martins Paes Aquino e Octavio Fernandes, do Cefet de Campos. Além de supervisionar a construção dos centros, que ficará a cargo da construtora brasileira, a equipe do Cefet terá que listar os equipamentos necessários para a montagem das escolas.

    “Neste primeiro momento, professores e técnicos angolanos serão qualificados no Brasil e, posteriormente, professores do Cefet viajarão para Angola para dar continuidade ao processo de formatação dos centros”, esclarece o coordenador do projeto Angola-Brasil, Synthio Vieira de Almeida. 

    Ana Júlia Silva de Souza

  • Professores da quinta à oitava série do ensino fundamental da rede pública vão receber informações, debater e aprofundar temas como gênero, sexualidade e igualdade étnico-racial. A partir do próximo ano, segundo a secretária especial de políticas para as mulheres, Nilcéa Freire, eles farão o curso semipresencial Gênero e Diversidade na Escola. A aplicação do projeto-piloto do curso está sendo avaliada em Brasília, em encontro que será encerrado na quinta-feira, dia 30. A iniciativa é do Ministério da Educação, do Conselho Britânico, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM).

    O projeto-piloto, com 30 horas presenciais e 170 a distância, foi executado entre maio e setembro, com apoio na plataforma e-Proinfo, ambiente colaborativo de aprendizagem da Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC). A coordenação coube ao Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (Clam), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

    O objetivo principal do curso é oferecer aos professores elementos para mudar as práticas de ensino, desconstruir preconceitos e romper o ciclo de sua reprodução pela escola. Com a formação, os profissionais terão instrumentos para refletir e conviver com atitudes e comportamentos que envolvam relações de gênero e étnico-raciais, além de sexualidade.

    No total, 1.054 professores da quinta à oitava série de Dourados (Mato Grosso do Sul), Maringá (Paraná), Niterói e Nova Iguaçu (Rio de Janeiro), Porto Velho e Salvador participaram do projeto-piloto. Destes, 865  concluíram o curso. Os organizadores receberam mensagens de correio eletrônico, respostas de questionários aplicados a cursistas e relatórios de orientadores temáticos. Para fazer uma radiografia completa do projeto, porém, foi promovida uma oficina, em Brasília,  com cem professores cursistas e orientadores temáticos.

    “Queremos saber o que deu certo e o que deu errado e acrescentar o que for necessário”, explicou Leila Araújo, gerente de projetos do Clam. Após avaliação de conteúdo, metodologia e gestão, será formatado o curso a ser oferecido aos professores.

    Mais informações na página eletrônica do Clam.

    Susan Faria

  • Os professores Israel Mariano (E) e Rosalvo Costa concluíram a especialização em tecnologias educacionais junto com colegas de todo o país. (Foto: Seed divulgação)Eu usava o computador em sala de aula, mas não do jeito mais adequado, diz o professor Israel Mariano, do Gama, Distrito Federal, um dos 1,2 mil professores que concluíram o curso de especialização em tecnologias da educação oferecido pelo Ministério da Educação. “Agora sei um pouco melhor como usar as tecnologias educacionais de forma pedagógica”, diz.

    Iniciativa da Secretaria de Educação a Distância (Seed) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o curso de pós-graduação lato sensu começou em abril de 2006. O objetivo da iniciativa é formar professores multiplicadores para atuar nos núcleos de tecnologia educacional das escolas públicas em todo o país. Ministrado a distância no ambiente e-Proinfo, desenvolvido pelo MEC, o curso teve 46 turmas com representantes das 27 unidades da Federação. Os professores estudaram 15 disciplinas em dois módulos, num total de 420 horas.

    Integração – O curso abordou a integração das diferentes mídias – televisão, rádio, informática, material impresso – na prática dos educadores. “Os professores estão capacitados para fazer uma aproximação dos laboratórios de informática com a sala de aula e com a realidade dos alunos”, explica a professora Gilda Bernardino, responsável pela coordenação central de educação a distância da PUC-Rio.

    Professora do ensino fundamental no município de Nova Bassano, no Rio Grande do Sul, Marli Dagnese confirma: “O curso nos deu uma visão abrangente sobre o que são as tecnologias da educação e como elas podem ser usadas no processo educacional”. Marli diz que o curso ajudou a repensar a prática e a usar as tecnologias de forma integrada e cooperativa, o que enriquece muito a construção do conhecimento junto com os alunos.

    Para a coordenadora do programa mídias na educação da Seed, Ângela Martins, os professores multiplicadores têm um papel importante para a melhor utilização das tecnologias educacionais nas escolas públicas. “Ele é um agente de mudança, pois, como especialista, sensibiliza e motiva os professores quanto à integração e utilização pedagógica das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino e de aprendizagem”, explica.

    Esta é a 35ª edição do curso de especialização oferecido pela Seed. Os anteriores foram presenciais e tiveram como tema a informática na educação e formaram cerca de 1,3 mil professores. O curso integra um conjunto de ações da Seed que investe na inserção das tecnologias de informação e comunicação (TICs) na educação pública brasileira, na perspectiva de elevar o seu padrão de qualidade. Uma nova turma de professores está prevista para o segundo semestre de 2008.

    Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação a Distância

  • Com o objetivo de enfocar a natureza do racismo na sociedade brasileira e difundir a cultura afrodescendente na escola, o Ministério da Educação promove oficinas pedagógicas sobre "Racismo e Educação". As aulas são dirigidas a 405 professores e coordenadores das 24 instituições operadoras do Programa Diversidade na Universidade, Projetos Inovadores de Cursos (PIC). As aulas iniciaram dia 15 de abril e vão até maio nos Estados do RJ, SP, MA, MG e BA.

    As oficinas pedagógicas têm o objetivo de demonstrar a importância da temática racial no PIC, pois é um importante elemento de formação da consciência de pertencer a um grupo étnico, válido tanto para professores quanto para alunos. Os educadores debaterão a necessidade da inclusão do olhar acerca das diferenças raciais e do racismo, no tratamento com alunos desses cursos, produzindo diretrizes mínimas e propostas de atividades de abordagem da temática racial como conteúdo transversal e inovador dos cursos.

    Segundo a coordenadora do PIC, Renata de Melo Rosa, muitos professores ainda não têm a compreensão da natureza do racismo na sociedade brasileira. "É importante que os professores construam um olhar mais atento quanto às questões de racismo", destaca a coordenadora. Renata explica, ainda, que um dos principais motivos da evasão escolar dos afrodescendentes é justamente a falta de identificação cultural dos alunos. "Os estudantes sofrem com a carência de representatividade e compreensão dos seus valores, em sala de aula, religiosidade etc".

    As oficinas servem para sensibilizar e mostrar aos professores a existência de um movimento negro organizado e que deseja ser ouvido pelo Estado. "Os seminários têm como objetivo firmar a posição de um povo que existe e quer se fazer ser ouvido", observa Renata.

    Além de Campo Grande, São Carlos (SP) e Viçosa (MG), que realizaram o seminário no último final de semana, estão agendadas as oficinas de Caxias (MA), nos dias 23 e 24. Em maio, serão realizadas oficinas nos estados da Bahia e Rio de Janeiro, e em cidades de São Paulo e Minas Gerais, que ainda aguardam definição das datas.

    Repórter: Sandro Santos

  • Os professores brasileiros que participam da Missão Brasileira de Cooperação Técnico-Educacional na República Democrática do Timor Leste começam a deixar as primeiras marcas positivas na sociedade timorense. Bem recebidos, graças principalmente ao bom conceito que a música e o futebol brasileiros têm por lá, os 47 docentes que participam, desde o início de abril, do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), procuram se integrar aos hábitos e costumes locais, ao mesmo tempo em que promovem cursos, oficinas, seminários e outras atividades.

    O Brasil é um dos países que participa do projeto de reconstrução da identidade do Timor Leste, liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), após 24 anos sob domínio da Indonésia. Os brasileiros vão reforçar o aprendizado da língua portuguesa, falada por cerca de 5% da população. O português é uma das línguas oficiais do país, bem como o tetum, utilizado por aproximadamente 23% dos habitantes; os outros 72% dos timorenses falam diversos idiomas locais. Até março de 2005, eles ministrarão aulas, em português, de disciplinas como matemática, química e biologia, com o objetivo de qualificar docentes dos diversos níveis de ensino. Também vão participar de projetos e atividades de planejamento, em conjunto com representantes da Universidade Nacional do Timor Leste e do Ministério da Educação, Juventude e Desporto daquele país.

    Um dos resultados já concretizados pela missão é a elaboração de livros didáticos de física, biologia, história, geografia e educação física, utilizando a realidade local. Os livros de história e geografia foram ilustrados com fotos do país e seu povo. Outros produtos são os programas de Qualificação de Professores e Ensino da Língua Portuguesa em Timor Leste; e Formação Continuada de Professores em Exercício (o Proformação do Brasil). Na primeira quinzena de agosto, os professores brasileiros darão treinamento a mil professores de nível médio, no interior do país, utilizando material adaptado à realidade do povo e em língua portuguesa.

    Trabalho voluntário – De acordo com Cleonice Terezinha Fernandes, da Secretaria de Educação do estado do Paraná, que integra a missão, o perfil do grupo é de pessoas que já desenvolviam atividades voluntárias no Brasil, além de terem conhecimento em duas ou mais áreas de atuação profissional. Ela conta que algumas pessoas estão trabalhando junto com a Pastoral da Aids, coordenada por uma freira brasileira e ela própria está engajada em inúmeras atividades. Uma delas é a Pastoral da Criança, também administrada por religiosas brasileiras.

    Cleonice ainda dá aulas de dança e participa de um projeto que ensina a língua portuguesa, por meio da música, a adolescentes pobres da periferia. “Adolescência será o grupo de referência, porque é aquele que, durante o domínio indonésio, não teve contato efetivo com a língua portuguesa”, explica. Ela acrescenta que a maior recompensa de sua estada no Timor é o seu crescimento pessoal e profissional, pelo fato de ter uma experiência internacional em uma cultura absolutamente diferente.

    Para Lúcia Lopes Pinheiro Rocha, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o povo timorense precisa muito do conhecimento e experiência dos brasileiros. “Na minha opinião, o Brasil pode e deve oferecer, a esse e a outros povos, a vivência amadurecida das suas instituições. Tenho orgulho de falar da nossa cultura, das nossas leis e do quão amadurecido se encontra o nosso sistema educacional. Foi bom ter saído do Brasil e poder observar a distância”, diz. Entre os trabalhos de que participa está a criação de um sistema de acreditação de cursos semelhante ao processo de reconhecimento utilizado no Brasil, mas adaptado à realidade timorense.

    Jovem nação – A República Democrática do Timor Leste foi constituída em 1975 e restaurada em 2002. Localizada no lado oriental da ilha de Timor, no sudeste asiático, é a mais jovem nação do mundo. Ex-colônia portuguesa, foi invadida e teve seu território anexado pela Indonésia no período de 1975 a 1999. Segundo dados do Ministério da Educação timorense, o país possui 749 escolas primárias, 126 pré-secundárias, 57 secundárias, 13 profissionalizantes e 58 pré-escolas. O número total de professores é de 6.460, sendo 4.408 do primário, 1.155 do pré-secundário, 613 do secundário, 214 do profissionalizante e 70 da pré-escola.

    Repórter: Fátima Schenini

  • As equipes pedagógicas brasileiras e argentinas do Projeto Escolas de Fronteira estão reunidas nesta quarta e quinta-feira, 5 e 6, em Brasília, para avaliar as dificuldades e avanços da implementação do programa. Desde o ano passado, municípios brasileiros e argentinos que ficam na fronteira entre os dois países estão realizando experiências de intercâmbio de professores para o ensino de português e espanhol nas primeiras séries do ensino fundamental.

    De acordo com a coordenadora do projeto na Argentina, Lia Lopez, a idéia é avaliar o trabalho desenvolvido até o momento para aprimorar as atividades. “Queremos complementar o trabalho para dar cada vez mais solidez teórica, técnica e política ao programa”, explicou.

    Em São Borja, no Rio Grande do Sul, a experiência começou neste ano e envolve três turmas de 1ª série. A secretaria municipal disponibiliza carro para que os educadores atravessem a fronteira e dêem aulas de conteúdos diversos, em português, no município de Santo Tomé, na Argentina. Em Uruguaiana (RS), são atendidas duas turmas de 1ª série e duas turmas de 2ª série durante o próprio turno. Para facilitar a integração com o outro idioma, os professores brasileiros realizam atividades em espanhol, além das aulas com os professores de Paso de los Libres, na Argentina.

    Os demais municípios envolvidos no projeto bilíngüe Escolas de Fronteira são Foz do Iguaçu, no Paraná, e Itaqui, no Rio Grande do Sul, que iniciaram as atividades neste ano, e Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, que começou o trabalho no ano passado. Na avaliação do chefe da Assessoria Internacional do MEC, Alessandro Candeas, a região de fronteira normalmente é vista como um espaço de demarcação territorial e não de integração. “Este projeto tem o objetivo de integrar as populações e acabar com a visão de fronteira como afirmação de soberania de um país”, disse.

    Segundo Candeas, a meta do MEC é ampliar o projeto para os outros países que fazem fronteira com o Brasil. “O trabalho é tão importante que está incluído na agenda de discussões do Mercosul”, informou. O objetivo do MEC é que até o final do ensino fundamental os alunos entendam, falem e escrevam em espanhol. As cidades fronteiriças foram escolhidas para a experiência porque são zonas de interação entre as duas línguas.


    Flavia Nery

  • Professores brasileiros embarcam para o Timor Leste, esta semana, dias 29 e 30. Os 47 selecionados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) vão participar do programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa no Timor Leste. O programa resulta de acordo firmado entre o ministro da Educação do Brasil, Tarso Genro, e o ministro da Educação, Cultura, Juventude e Esportes do Timor Leste, Armindo Maia.

    Os brasileiros permanecerão naquele país pelo período de um ano, ministrando aulas, em português, de disciplinas como matemática, física e química, entre outras, visando à qualificação de professores de diversos níveis. Também vão trabalhar em atividades de projetos e planejamento com representantes da universidade e do Ministério da Educação timorenses.

    Segundo o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, trata-se de uma nova visão sobre a cooperação internacional, em que o Brasil pode dar contribuições positivas para recuperar os padrões culturais que o povo timorense perdeu ao longo de sua história recente. "Os professores terão uma tarefa gigantesca para o ensino de português e de ciências, preparando professores e jovens daquele país para retomar o curso de sua história."

    Participantes - Há participantes de todas as regiões. Do total de 47 professores, o maior número é da região Sudeste, 19, seguido pela região Nordeste, com 14 representantes. Para Denílson da Silva, professor de física em Osório (RS), o fato de ter assistido, em 2004, a um documentário sobre o Timor, despertou sua solidariedade. "Estar do outro lado do mundo, com outra cultura, é um desafio. Mas esses entraves serão superados", diz.

    Cultura - Para Tatiana Rodrigues Brommonschenken, professora de química em Montes Claros (MG), a viagem vai lhe proporcionar experiência profissional e cultural, além de novos relacionamentos. "Vou com o coração aberto, com carinho pelos timorenses. Estou louca para chegar", diz Jerusa Guijen Garcia, coordenadora de oficinas artístico-culturais na periferia de São Paulo. Ela acredita no saldo positivo de ações desse tipo.

    Amanhã, 29, embarcam 17 professores. Os demais irão quarta-feira, 30. O embarque, nos dois dias, será feito no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, às 17h30. Antes da viagem, os professores serão vacinados contra encefalite japonesa. A vacina será aplicada por membros do Exército, no aeroporto. 

    Fátima Schenini

  • O programa Professor Visitante Sênior nos Estados Unidos, uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) e a Comissão Fulbright, recebeu 44 inscrições. O programa tem o objetivo de estreitar as relações entre o Brasil e os EUA no meio acadêmico norte-americano, por meio da divulgação da ciência, tecnologia e cultura brasileiras.

    Segundo informações da coordenadora adjunta de Cooperação Internacional, Fátima Battaglin, o número de inscritos poderá aumentar, uma vez que as inscrições são feitas via Correios e serão aceitas desde que as correspondências dos interessados tenham sido postadas até a data limite: 31 de março. Até esta terça-feira, 11, a área que apresentou o maior número de candidatos foi a das engenharias, com seis inscritos.

    As candidaturas serão avaliadas por uma comissão formada por representantes das duas instituições. Serão analisados aspectos como o currículo do candidato, o plano de atividades e a instituição em que deseja desenvolver suas atividades nos Estados Unidos. "A avaliação deve ocorrer até o fim de abril, em Brasília, e a divulgação dos resultados está prevista para maio", diz a coordenadora.

    Pesquisas - Battaglin explica que os selecionados para as dez vagas oferecidas deverão dar aulas, realizar pesquisas e proporcionar orientação técnica e científica com o objetivo de divulgar a produção científica brasileira em instituição de ensino superior norte-americana de renome. As atividades dos professores selecionados seguirão o calendário do ano acadêmico americano: de setembro de 2006 a junho de 2007.

    Fátima Schenini

  • Os cerca de 20 mil professores de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e do ensino médio, que participam do 1º Curso de Prevenção de Drogas, têm prazo até dia 15 para enviar à Universidade de Brasília (UnB) o projeto de conclusão. Com 120 horas de duração, o curso a distância é promovido pelo Ministério da Educação e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), em parceria com a UnB.

    De acordo com a coordenadora Carla Dalbosco, do Centro de Educação a Distância (Cead), da Universidade de Brasília, a avaliação preliminar indica que a forma de abordagem do tema, considerado tabu, foi boa e que os materiais didáticos foram compreendidos pelos professores. No projeto-piloto desenvolvido em 2004 com cinco mil professores e gestores, diz, muitos educadores tinham uma visão repressora e de identificação do usuário. “Agora os projetos sinalizam para a compreensão da necessidade de atenção primária ao estudante, que é o objetivo do curso.” Outro dado positivo foi o acesso dos cursistas à plataforma do Cead para participar de discussões, trocar experiências, analisar vídeos. Segundo Carla Dalbosco, entre fevereiro e abril, 13 mil educadores acessaram a plataforma.

    Marlúcia Amaral Delfino, técnica pedagógica da Secretaria de Educação Básica (SEB), informa que o Ministério da Educação estuda a oferta de um novo curso de prevenção de drogas para o segundo semestre e a possibilidade de abrir vagas para integrantes de associações comunitárias que têm atuação direta na escola. Dos 20 mil professores que iniciaram o curso a distância em 15 de janeiro deste ano, a UnB estima que 60% devem concluí-lo e receber certificado.

    Para participar do curso, cada escola teve que constituir um grupo misto de cinco a dez membros, entre professores, gestores, diretores e orientadores. Além de estudar e participar das discussões, a equipe deve montar um projeto de prevenção ao uso de drogas para a escola e a comunidade onde atua. A UnB vai avaliar a qualidade do projeto antes de certificar o grupo. Os 20 mil cursistas pertencem a 2.287 escolas públicas de todas as regiões do país.

    Ionice Lorenzoni

  • Entre dezembro deste ano e janeiro de 2007 entram no mercado de trabalho 1.500 professores capacitados para lecionar em classes do ensino médio integrado à educação profissional para jovens e adultos (EJA). Esses professores, que são da rede federal de educação profissional, estão terminando o curso de especialização em EJA oferecido por 14 centros federais de educação tecnológica (Cefets) e pela Universidade Tecnológica do Paraná e o Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, da Paraíba.

    Com a qualificação, explica a coordenadora-geral de Políticas da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Caetana Rezende Silva, a rede federal de 22 estados está em condições de dobrar a oferta do ensino médio integrado, conforme prevê o Decreto nº 5.478, de 24 de junho de 2005, que criou o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).

    O público principal do ensino médio integrado são os jovens e adultos que concluíram o ensino fundamental, mas que estão fora da escola. O curso para os alunos tem carga horária de 2.400 horas, das quais 1.200 horas destinadas à formação geral. Além desta modalidade de ensino, os professores com especialização em EJA também vão trabalhar em cursos de formação inicial e continuada para jovens e adultos. Os cursos de curta duração têm carga horária máxima de 1.600 horas, sendo, no mínimo, 1.200 horas para formação geral e 200 horas para formação profissional.

    Ampliação — Ao concluir a primeira turma de especialização em EJA, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica e os Cefets estão criando novas turmas que farão curso intensivo de janeiro a março de 2007. Caetana Rezende Silva diz que a expansão permite abrir mais 1.265 vagas para professores. As novas turmas serão oferecidas em seis cidades: o Cefet do Pará vai abrir uma turma em Palmas (TO) para professores da rede federal dos estados de Tocantins e Maranhão e do sistema estadual de ensino de Tocantins; o Cefet Mato Grosso abre uma turma em Cuiabá, que vai reunir professores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia; o Cefet São Paulo abre duas turmas em São Paulo e uma em Sertãozinho; o Cefet de Minas Gerais abre uma turma em Goiânia (GO) e outra em Contagem (MG). Em Contagem, o Cefet fez convênio com a prefeitura para oferecer especialização aos professores da rede municipal.

    A especialização em EJA forma dois tipos de profissionais: o professor para trabalhar na sala de aula ou na capacitação de outros colegas; e o gestor que vai propor projetos, tendo em conta a realidade social, cultural e econômica da região onde a escola atua. A especialização tem duração de 360 horas presenciais, ministradas nas sedes dos Cefets e dos pólos ou fora destes de forma intensiva. Os cursos, que encerram em dezembro deste ano ou janeiro de 2007, têm 1.500 vagas. Participam os Cefets de Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Santa Catarina; Universidade Tecnológica do Paraná; e os consórcios dos Cefets do Rio (Rio de Janeiro, Campos e Química), do Sul (Pelotas, Bento Gonçalves e Universidade Federal do Rio Grande do Sul); e o Colégio Agrícola Vidal de Negreiros (PB).

    Ionice Lorenzoni

  • A troca de saberes na escola e a interação entre professores e alunos são pontos em destaque da coleção Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos que o MEC começa a distribuir na próxima semana. Escolas das redes públicas estaduais e municipais receberão um conjunto de cinco cadernos, elaborado pela educadora, escritora e especialista em educação de jovens e adultos Vera Barreto, a pedido da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC).

    Os materiais, diz a coordenadora-geral de educação de jovens e adultos da Secad, Cláudia Veloso, servirão de apoio a professores no desenvolvimento de tarefas na sala de aula. Para Cláudia, os cadernos abrem aos educadores uma série de possibilidades, entre elas, de subsídio para discussões e estudos individuais e coletivos e estímulo à troca de saberes na escola. Ela lembra que jovens e adultos trazem consigo experiências que devem ser consideradas no desenvolvimento do aprendizado, o que pode gerar rica convivência escolar. Apesar da educação de jovens e adultos ser atividade especializada e com características próprias, diz Cláudia Veloso, no Brasil são raros os cursos de formação de professores, daí a importância do material chegar às escolas.

    O MEC vai distribuir 240 mil volumes em 48 mil kits. O conteúdo dos cadernos está em 6.100 CD-Rom, que o ministério enviará aos 27 coordenadores estaduais de educação de jovens e adultos (EJA), aos 3.513 secretários municipais de educação que têm oferta de educação de jovens e adultos em suas redes e aos 2.051 municípios que não têm EJA. Os 3.513 municípios com EJA, além do CD-Rom, recebem uma coleção dos cadernos, e os fóruns estaduais e regionais de EJA, a coleção impressa e um CD-Rom. Os cadernos, explica Cláudia Veloso, são para os professores e os CD-Rom, para as secretarias multiplicarem o material e oferecê-lo às suas escolas.

    Conteúdos — Alunas e Alunos da EJA é o título do primeiro caderno. Traz informações, estratégias e procedimentos que ajudam o educador a conhecer seus alunos. Aborda itens como o perfil deste público, porque procuram os cursos, o que querem saber, o que já sabem e o que não sabem, relações com o mundo do trabalho e na sociedade em que vivem. O segundo volume – A Sala de Aula como um Grupo de Vivência e Aprendizagem – apresenta estratégias capazes de gerar, desenvolver e manter a sala de aula como um grupo de aprendizagem com interação professor/aluno e os alunos entre si. Os cadernos 3 e 4 – Observação e Registro, Avaliação e Planejamento – cuidam da prática pedagógica. No último volume, Processo de Aprendizagem dos Alunos e Professores, estão orientações e discussões relativas à teoria do conhecimento: como os alunos aprendem e como os professores aprendem ensinando.

    Ionice Lorenzoni

    Republicada com correção de informações

  • Iniciativa inédita do Ministério da Educação (MEC) pretende auxiliar professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Serão distribuídos 240 mil kits (com cinco livros cada) neste ano para as escolas que promovem a EJA no nível fundamental. O objetivo é melhorar a formação docente.

    “É uma ação importantíssima que vai subsidiar os professores em sala de aula com assuntos que estão presentes no dia-a-dia”, afirma Cláudia Veloso Guimarães, coordenadora-geral da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC).

    O pacote de livros é composto por cinco cadernos temáticos: Alunas e Alunos de EJA, que mostra o perfil dos estudantes; Sala de Aula como Grupo de Vivência e Aprendizagem, que ensina estratégias para fortalecer vínculos entre educandos e educador; Observação e Registro e Avaliação e Planejamento, dois livros que servem de instrumento para a prática pedagógica; e O Processo de Aprendizagem dos Alunos e Professores, que ensina como aplicar a teoria do conhecimento na prática.

    A meta do ministério é atender aos 112 mil professores da EJA que atuam de 1ª a 8ª série, em modo presencial ou semipresencial, e de forma indireta beneficiar também aos 3,3 milhões de alunos matriculados nessas séries.

    Jovens e adultos são atendidos pelo MEC através de dois programas:  o Brasil Alfabetizado, que ensina pessoas acima de 15 anos a ler e escrever e já atendeu cinco milhões de pessoas nos últimos três anos, e o Fazendo Escola, que apóia técnica e financeiramente estados e municípios. O kit enviado pelo MEC reforça a ação do Fazendo Escola.

    Raquel Maranhão Sá

  • O Censo Bibliográfico da Educação, realizado pelo Ministério da Educação entre 23 de janeiro e 23 de abril deste ano, registrou a participação de professores de 56 das 59 instituições federais de ensino superior, em todo o país.

    Os 5.418 professores que atenderam ao pedido do MEC lecionam em 166 cursos de graduação. Eles indicaram 58.295 bibliografias, entre livros e periódicos que utilizam na atividade docente ou que gostariam de ter acesso em bibliotecas físicas ou virtuais das instituições onde trabalham. Além dos professores, acervos atualizados e de qualidade também estarão disponíveis aos estudantes das instituições federais de ensino superior e à comunidade que tem acesso às bibliotecas das instituições.

    Objetivos – O censo tem entre seus objetivos mapear a bibliografia utilizada nos cursos de graduação e, a partir dele, deflagrar duas ações: a criação de um portal, a exemplo do Portal de Periódicos da Capes, que é uma biblioteca virtual, e iniciar um programa de recuperação e qualificação das bibliotecas das Ifes, com a aquisição de obras.

    Em janeiro, no lançamento do censo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que o governo federal vai investir R$ 20 milhões para reequipar as bibliotecas das instituições federais de ensino superior e que as indicações dos professores seriam a base na hora de decidir a qualidade e a quantidade do acervo.

    Ionice Lorenzoni

  • Foto: Wanderley PessoaO Censo Bibliográfico da Educação, realizado pelo Ministério da Educação entre 23 de janeiro e 23 de abril deste ano, registrou a participação de professores de 56 das 59 instituições federais de ensino superior, em todo o país.

    Os 5.418 professores que atenderam ao pedido do MEC lecionam em 166 cursos de graduação. Eles indicaram 58.295 bibliografias, entre livros e periódicos que utilizam na atividade docente ou que gostariam de ter acesso em bibliotecas físicas ou virtuais das instituições onde trabalham. Além dos professores, acervos atualizados e de qualidade também estarão disponíveis aos estudantes das instituições federais de ensino superior e à comunidade que tem acesso às bibliotecas das instituições.

    Objetivos – O censo tem entre seus objetivos mapear a bibliografia utilizada nos cursos de graduação e, a partir dele, deflagrar duas ações: a criação de um portal, a exemplo do Portal de Periódicos da Capes, que é uma biblioteca virtual, e iniciar um programa de recuperação e qualificação das bibliotecas das Ifes, com a aquisição de obras.

    Em janeiro, no lançamento do censo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que o governo federal vai investir R$ 20 milhões para reequipar as bibliotecas das instituições federais de ensino superior e que as indicações dos professores seriam a base na hora de decidir a qualidade e a quantidade do acervo.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Alta formação para professores brasileiros (Divulgação Setec)Três professores da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica foram selecionados para participar de um curso de formação em Montevidéu. O curso, que começa nesta segunda-feira, dia 23, faz parte do programa Alta Formação de Quadros Dirigentes dos Países do Mercosul, uma iniciativa de cooperação entre o governo da Itália e o bloco sul-americano.

    O programa tem como propósito formar especialistas selecionados do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Eles contribuirão para a integração regional de um mercado comum e de uma macrorregião geográfica por meio de um processo gradual de formação da cultura comunitária. Pretende-se, assim, formar uma mentalidade comunitária para a criação de uma rede de pessoas capaz de enfrentar, com uma nova ótica de integração continental, as temáticas que hoje são de competência nacional.

    O curso estrutura-se nas áreas temáticas de desenvolvimento dos transportes regionais integrados; de cooperação no campo energético-ambiental; de integração do setor agroalimentar e de colaboração em ciência e tecnologia. De cada área temática será apresentada a experiência da unidade de ensino, as normas, os pontos fortes e os frágeis.

    Depois da fase de Montevidéu, o curso terá uma segunda etapa a distância e a terceira e última, novamente na capital uruguaia. Foram selecionados 16 especialistas de cada um dos quatro países. Segundo Márcia Moreschi, especialista de planejamento e gestão da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), a participação de professores da rede  vai ser fundamental para o aprimoramento dos conhecimentos profissionais. “Isso terá reflexos imediatos na melhoria do ensino nas escolas. Os alunos serão os grandes beneficiados pelo projeto”, afirmou.

    Sophia Gebrim

  • Foto: Wanderley PessoaOs professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) decidiram na terça-feira, dia 6, suspender a greve, que durou 56 dias. Com a decisão, são quatro instituições que retomam as aulas. As universidades federais do Ceará (UFC), de São Carlos (UFSCar) e o campus da Universidade Federal de Goiás em Catalão já encerraram a paralisação.

    Para a reposição das aulas, os professores da Unifesp propõem pelo menos um mês de férias. De acordo com o presidente da associação dos docentes da instituição, Francisco Antônio Lacaz, o novo calendário precisa ser aprovado pelo conselho de estudantes. “Não teremos problema de entrar 2006 em aula”, disse.

    Lacaz afirma que os professores se reunirão em nova assembléia, no próximo dia 15, para avaliar a tramitação do projeto de lei apresentado pelo Ministério da Educação, que já foi encaminhado ao Congresso Nacional. O PL trata do reajuste salarial dos professores universitários. A proposta do governo tramitará em regime de urgência.

    De acordo com o projeto, o MEC investirá R$ 650 milhões em 2006. O ministro Fernando Haddad salienta que todos os professores terão os salários reajustados acima da inflação, com média de 9,25%. E já a partir de janeiro.

    Pelo projeto, os professores com mestrado, doutorado ou especialização receberão aumento de 50% no valor pago por sua titulação. Haverá, também, uma nova categoria, a de professor associado, e a continuidade no processo de equiparação da Gratificação de Estímulo à Docência (GED) para ativos e aposentados. A previsão do ministro é equiparar a gratificação em 2006. “Aumentamos de 65 para 91 pontos em 2004, para 115 em 2005 e vamos trabalhar para equiparar em 140 no ano que vem”, disse.

    A greve ainda causa transtorno a universitários de 34 das 61 instituições federais de ensino superior prejudica cerca de 200 mil alunos da graduação em todo o país.

    Repórter: Flavia Nery

  • Pela primeira vez, professores e diretores de escolas de assentamentos da reforma agrária de nove estados do Norte e Nordeste (Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Piauí e Pará) concluirão, em julho de 2006, o curso de graduação em pedagogia da terra oferecido pelo Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

    O curso, com 54 alunos, é uma parceria da UFRN com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Os estudantes são indicados pelos movimentos sociais e assumem o compromisso de continuar na comunidade. Construído na pedagogia da alternância, que permite ao aluno estudar e permanecer na atividade rural, o curso tem atividades na universidade durante 45 dias por semestre, em regime de internato. Depois, o aluno volta para a comunidade onde vai trabalhar e pesquisar sob a orientação de um monitor.

    Para a coordenadora do curso da UFRN, Marta Pernambuco, a formação é importante porque na maioria dos assentamentos da reforma agrária não há escola. Em outros, a escola é precária, os professores não têm formação e o analfabetismo é alto. Com a qualificação dos professores, os assentamentos passam a ter quadros para coordenar projetos exercendo poder multiplicador das ações locais. Marta Pernambuco informa que outra carência dos assentamentos é a oferta de educação média. Quando a UFRN fez a chamada para o curso nos 260 assentamentos do Rio Grande do Norte, encontrou dez candidatos com ensino médio completo.

    Resultados - O Pronera tem parcerias com 30 universidades públicas, federais e estaduais, que executam 50 convênios. As ações envolvem a alfabetização de jovens e adultos, cursos de nível médio e técnico-profissionalizante e cursos superiores em áreas como pedagogia da terra, agronomia, ciências agrárias. Desde 1998, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) coordena a execução do programa, que envolve articulação interinstitucional de estados, universidades e movimentos sociais para fortalecer a educação nos assentamentos.

    Os objetivos são reduzir o índice de analfabetismo entre trabalhadores rurais jovens e adultos residentes nos acampamentos e assentamentos, elevar a escolarização formal e ampliar o acesso à educação básica, com prioridade à oferta de formação técnico-profissional.

    Repórter: Ionice Lorenzoni


  • Cada vez mais escolas públicas se preocupam em preparar o estudante para o mercado de trabalho. É justamente este o objetivo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): avaliar o aprendizado universal do aluno e sua capacidade de interpretação e reflexão. É importante, para isso, que o aluno conheça suas habilidades à medida que o mundo exige novas formas de pensar e agir. A iniciativa tem o objetivo de superar as avaliações tradicionais que, em boa parte, não refletem o processo desenvolvido na sala de aula.

    É o caso do Centro Educacional 07 de Ceilândia, cidade do Distrito Federal. O professor Juscelino de Freitas Oliveira diz que a matriz pedagógica do Enem é utilizada em todas as matérias, principalmente nas disciplinas de geografia e história. Os professores desenvolvem, nestas disciplinas, um trabalho com base nas questões do Exame Nacional do Ensino Médio.

    "Ensinamos aos alunos a importância do raciocínio e tentamos evitar que eles apenas decorem os ensinamentos", explica o professor. Ele destaca a procura dos alunos para se inscreverem no exame, que será realizado em 727 municípios de todo o país, no dia 28 de agosto. "A possibilidade de conseguir uma boa pontuação e ingressar no ensino superior por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) vem estimulando os alunos a prestarem a prova do Enem", acredita Juscelino.

    Avaliação - O professor do Centro Educacional 07 de Ceilândia observa que o estilo de avaliação interdisciplinar já é realizado na instituição e que são abordados temas que possam ser utilizados no cotidiano dos 1.100 alunos que cursam o ensino médio na escola 07 de Ceilândia.

    A professora da pós-graduação em psicologia cognitiva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e idealizadora da prova do Enem, Maria da Graça Bompastor Borges Dias, salienta a necessidade de interpretação para o aprendizado. "A compreensão de textos é uma atividade indispensável para a aprendizagem dos diversos conteúdos escolares", explica.

    Repórter: Sandro Santos

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