Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • DivulgaçãoO Brasil vai enviar mais profissionais para a formação em língua portuguesa de professores de escolas primárias do Timor-Leste. Dessa forma, dá continuidade ao compromisso de auxiliar na reconstrução do sistema educacional daquele país do sudeste da Ásia. O novo edital do Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa abriu 13 vagas em diversas áreas de conhecimento.

    A seleção dos candidatos, que devem comprovar formação mínima em licenciatura plena, será feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), responsável também pela avaliação de currículos e pelas entrevistas.

    O início das atividades está previsto para a primeira quinzena de fevereiro. O projeto terá duração de 12 meses, durante os quais os selecionados receberão auxílio de US$ 1,1 mil para bolsista e US$ 2 mil para bolsista-coordenador local da atividade. Também serão oferecidos seguro-saúde, auxílio-instalação e transporte aéreo.

    O Timor-Leste foi colônia portuguesa até 1975, quando as Nações Unidas o reconheceram como independente. No mesmo ano, foi anexado pela Indonésia, que impôs o idioma bahasa e proibiu a utilização da língua portuguesa. Recuperada a independência em 2002, o país voltou a ter o português como língua oficial, mas o idioma ainda é pouco falado pela população, que usa mais o tétum.

    Cooperação — Um dos objetivos do acordo de cooperação internacional com o Brasil é reverter esse quadro. Em 2005, 50 professores brasileiros ministraram aulas para os educadores em exercício nas escolas primárias timorenses.

    Para Inês Amarante, ex-bolsista do programa, apesar das dificuldades sociais e políticas do Timor-Leste, o trabalho com os professores é gratificante. “Fizeram-me sentir muito bem-vinda durante as capacitações. Todos são idealistas e lutam contra o que chamam de obscurantismo, que para eles é não saber ler nem escrever”, destacou.

    As inscrições no programa podem ser feitas até o dia 12 próximo.

    Cíntia Caldas

  • Os professores da rede pública da educação básica que não têm curso de licenciatura, que desejam continuar no magistério e que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2005, têm a oportunidade de começar uma faculdade no segundo semestre deste ano. Para ter esta chance, eles têm prazo até o dia 16 para se inscrever no Programa Universidade para Todos (ProUni) e concorrer a 47.059 bolsas de estudos oferecidas em 834 instituições particulares de ensino em todo o país.

    Diferente dos outros concorrentes às bolsas do ProUni, o professor não precisa comprovar renda. Basta que lecione na rede pública, pertença ao quadro permanente, esteja no exercício do magistério na educação básica e tenha obtido nota mínima de 45 pontos no Enem/2005. Os candidatos podem concorrer a bolsas de estudos integrais ou parciais (50% da mensalidade), em cursos de pedagogia, normal superior e nas licenciaturas de matemática, química, física, biologia, história, geografia, português (com opções de formação em inglês/francês/espanhol).

    Já os professores que preenchem os requisitos, mas não fizeram o Enem em 2005, podem se inscrever, até esta sexta-feira, 2, para a prova do Enem que será aplicada no próximo dia 27 de agosto. Para quem concluiu o ensino médio, a inscrição deve ser feita nas agências e postos dos Correios. A inscrição será gratuita para os que estudaram em escolas públicas. Para os demais, a taxa é de R$ 35,00. A nota do exame de 2006 será usada para ingresso no ProUni nos primeiro e segundo semestres de 2007.

    Segundo o diretor do Departamento de Modernização e Programas do Ensino Superior do MEC, Celso Ribeiro, no primeiro processo seletivo do ProUni deste ano ingressaram 1.182 professores. Entre os estados com maior ingresso de professores na universidade por meio do ProUni, destacam-se São Paulo (373), Rio Grande do Sul (201) e Minas Gerais (119). Na avaliação de Celso Ribeiro, a participação dos professores no programa ainda é pequena, mas, à medida que o ProUni se torna conhecido, a procura será ampliada. O importante, ressalta, é o professor estar atento, fazer a prova do Enem e, se não obtiver uma boa nota, repeti-la no ano seguinte.

    História – Criado no fim de 2004, o ProUni concluiu seu primeiro processo seletivo no início de 2005, quando aderiram ao programa 1.142 instituições de ensino superior que ofereceram 112.275 bolsas: 71.905 integrais e 40.370 parciais. No primeiro semestre de 2006, a adesão das instituições subiu para 1.233 com a oferta de 91.609 bolsas de estudo: 63.536 integrais e 28.073 parciais. No segundo semestre, participam 834 instituições que oferecem 47.059 bolsas. São 35.162 bolsas integrais e 11.897 parciais, no valor de 50% da mensalidade.

    Ionice Lorenzoni

  • O professor Emídio Cantídio de Oliveira Filho, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é o novo diretor de programas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior  (Capes/MEC). Engenheiro-agrônomo com mestrado e doutorado pela Universidade da Califórnia, em Davis, Estados Unidos, ele foi reitor da UFRPE por dois mandatos e pró-reitor de pesquisa.

    Cantídio foi também presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Na Capes, foi membro do Conselho Superior e integrou a comissão responsável pela elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2005-2010).

    Em suas novas funções, Cantídio pretende dar continuidade e fortalecer os programas em execução, de acordo com as diretrizes do presidente da Capes, Jorge Guimarães. “Uma atenção especial será dada aos novos programas, como o Pró-Defesa, Amazônia Azul, Acelera, Amazônia e outros, no âmbito do PNPG”, salientou.

    Fátima Schenini

  • Garantir a qualidade pedagógica e operacional dos exames supletivos é o objetivo da primeira etapa do curso de capacitação do programa Serie Exames que a Secretaria da Educação e Inovação de Santa Catarina realiza a partir de hoje, dia 1o, até quinta-feira, 3, em Camboriú. Participam do treinamento cerca de 70 educadores, dentre os quais 56 atuam diretamente nas inscrições dos exames nas 29 gerências regionais de educação. Serão discutidas as temáticas que abrangem tecnologias aplicadas à educação, o relacionamento humano nas tecnologias, exames supletivos de 2005 e aproveitamento de estudos.

    No estado, os exames supletivos são oferecidos anualmente, em duas etapas. A secretaria está abrindo as inscrições para a primeira etapa, de 4 a 18 de abril. "O objetivo principal é oferecer certificação ao jovem e ao adulto que não tiveram condições de concluir seus estudos no ensino regular", destacou o secretário Jacó Anderle.

    A gerente de educação de jovens e adultos da secretaria, Elisabete Paixão, explica que com o avanço tecnológico, todo o processo está informatizado, em parceria com o Centro de Informática e Automação de Santa Catarina (Ciasc). A informatização abrange a inscrição de candidatos, a emissão de cartões-resposta, material de apoio à realização dos exames, compilação de notas e emissão de certificados, armazenamento de dados cadastrais e históricos por aluno, distribuição dos candidatos nas salas, cálculos automáticos dos resultados e apuração de provas. "Tudo isso com rapidez e confiabilidade", garantiu Elisabete.

    A informatização dos dados dos exames foi viabilizada pelo Sistema Estadual de Registros e Informações Escolares (Serie), que oferece, também, o histórico de todos os exames realizados em Santa Catarina, a relação dos aprovados por área no estado, o comparativo de acertos e o atestado de aprovação parcial. (Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação e Inovação de Santa Catarina)

  • Professores da rede pública de ensino básico de Tocantins participarão  do seminário História da África, da Cultura Negra e do Negro — Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. O encontro será realizado de 23 a 26 de agosto, em Palmas e Porto Nacional.

    A iniciativa é do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Universidade Federal de Tocantins (UFTO), em parceria com o Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior (Uniafro). O seminário conta ainda com a participação das secretarias de Educação Superior (SESu/MEC) e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e das secretarias de educação estadual e de Palmas.

    O encontro reunirá professores de história, literatura, artes e áreas afins. “Temos um corpo docente especializado em variadas temáticas relacionadas aos estudos sobre os negros”, disse o professor Antônio Liberac Pires, coordenador do núcleo de estudos. Durante o seminário, Liberac lançará a coletânea Comunidades Remanescentes, Escravidão e Cultura, em co-autoria com Rose Oliveira, e o livro As Associações dos Homens de Cor e a Imprensa Negra Paulista.

    Curso — O seminário é parte de um programa de especialização em história da África, realizado pela parceria do MEC com o Neab, da UFTO. Iniciada em fevereiro, a atividade conta com a participação de 125 professores da rede pública de Palmas e de cidades do interior do estado. O curso tem 17 módulos e é realizado a cada 15 dias, nos finais de semana.

    “Estudamos desde a história da escravidão na África até arqueologia”, explicou Antônio Liberac. Segundo ele, os participantes são preparados não só com base no conteúdo didático. Os professores mantêm contato com comunidades negras e com especialistas em história da África.

    Como parte das atividades, os participantes conhecerão, por exemplo, as idéias de Mãe Beata de Iemanjá, baiana radicada no Rio de Janeiro. Os professores assistirão e poderão reproduzir vídeos sobre as comunidades Kalunga, de descendentes de quilombolas, e da Barra da Aroeira, remanescente da Guerra do Paraguai. O material poderá ser utilizado para exibição em sala de aula.

    Liberac entende que o Uniafro permitirá às universidades dar um salto de qualidade no ensino sobre a cultura e história da África. Ressalta, ainda, que os professores participantes do curso serão multiplicadores de informações. "Na UFTO, 70% dos estudantes são negros". 

    Mais informações pelos telefones (61) 2104-9309, 2104-9221, (63) 3363-6664, 3363-2973 e 3363-5500, no endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e na página eletrônica do Uniafro.

    Repórter: Susan Faria

  • De acordo com o Censo Escolar 2005, o Brasil possui 205 mil educadores que atuam na área rural. Do total, cerca de seis mil têm apenas o ensino fundamental, 154 mil concluíram o ensino médio e somente 44 mil cursaram o ensino superior. A falta de formação motivou o anúncio, na última quinta-feira, 24, de edital de chamada pública, que convoca as universidades públicas a abrirem cursos para estes professores.

    “As universidades públicas devem ajudar a formar professores que estejam prontos para a realidade do campo”, explica André Lázaro, secretário da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. O edital está no âmbito do Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo).

    Método – André Lázaro explica que os cursos de formação de docentes para o campo devem englobar duas premissas: o regime de alternância e a divisão entre áreas de conhecimento. O regime de alternância prevê aulas teóricas e práticas para os professores. Primeiro, eles recebem formação geral sobre os princípios da educação, entre outros. Depois, optam por uma área específica e desenvolvem pesquisas sobre as necessidades das comunidades onde eles irão lecionar. Assim, a preparação dos professores fica dividida entre a escola e a comunidade e eles já saem preparados para enfrentar desafios específicos de suas zonas rurais.

    Já a divisão em áreas de conhecimento impede que ocorra um problema comum na educação básica brasileira: a falta de professores para áreas como química, física e biologia. A licenciatura incentivada pelo Procampo é inovadora e multidisciplinar, com abordagens em quatro áreas. A primeira é chamada de linguagens e códigos e forma docentes em português, artes e literatura. A segunda, ciências da natureza e matemática, capacita para lecionar matemática química, física e biologia. A terceira, ciências humanas e sociais, forma professores em filosofia, sociologia, história e geografia. A quarta, ciências agrárias, traz conteúdos específicos para o campo.

    Além disso, os cursos de formação para docentes do campo também trazem um resgate da identidade dos moradores da região. “É comum a associação dos moradores da zona rural com pessoas com pouco conhecimento e isso é ignorar a riqueza cultural presente no interior do país”, explica André Lázaro. Assim, os professores aprendem a citar exemplos em sala de aula que façam parte da realidade dos estudantes do campo. Parece ser simples, mas a medida é fundamental para que os estudantes graduados do campo valorizem sua cultura e permaneçam em suas cidades depois de formados. “Queremos manter as pessoas capacitadas na zona rural e não fazer com que elas migrem para a cidade”, destaca.

    Ana Guimarães e Ionice Lorenzoni

  • O Ministério da Educação lançará, em setembro, o programa-piloto Mídias na Educação, desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC). O programa, que reúne projetos isolados implementados pela secretaria, será lançado com a plataforma do e-ProInfo, programa da Seed que utiliza a tecnologia da internet e permite a concepção, administração e desenvolvimento de ações, como cursos a distância.

    “A internet une rádio, som, TV, imagem texto. Na escola, procuramos fazer com que o professor tenha uma visão bastante ampla dos programas e possa escolher, de modo mais consciente, esta ou aquela mídia”, disse Leila Medeiros, coordenadora-geral de capacitação da Seed.

    A secretaria espera que o programa tenha início com aproximadamente dez mil bolsistas. “A primeira idéia é atender professores das redes municipal, estadual e federal que estejam atuando no ensino básico”, disse Leila. A primeira versão do programa é oferecida em módulos, com conteúdos de TV, rádio, internet e impresso. O curso, a distância, terá certificação de extensão com operacionalização de universidades públicas que aderirem ao programa.

    É intenção do MEC que o Mídias na Educação cresça de acordo com as possibilidades do professor. “Ele começa como extensão, mas temos negociado com as universidades para que o aluno, à medida que amplie seu percurso, possa pleitear um aperfeiçoamento ou uma especialização”, afirmou Leila. “As universidades vão decidir quantos créditos ou quantas horas serão necessárias, além da definição por lei.”

    O curso será oferecido gratuitamente pelas instituições públicas de ensino superior.

    Repórter: Sonia Jacinto

  • Leitura de uma hora diária nas escolas, para começar, foi o que sugeriu o professor das universidades Autônoma de Madri, La Laguna e Salamanca, da Espanha, Álvaro Marchesi, em palestra nesta segunda-feira, 30, no Ministério da Educação, em Brasília. Marchesi foi um dos responsáveis pela reforma educacional na Espanha, entre 1990 e 2000, no governo de Felipe González, onde foi vice-primeiro-ministro. Convidado para falar sobre Qualidade do Ensino e Mudanças na Educação, ele considera a promoção da leitura entre professores, pais e alunos uma das ações mais urgentes e possíveis de se realizar para diminuir as diferenças entre escolas públicas e privadas. “A estrutura narrativa para o ensino é essencial. É importante que os pais leiam com os filhos. Para isso, o programa de alfabetização de adultos é fundamental”, afirmou.

    O educador sugeriu aos secretários do MEC, diretores e coordenadores a elaboração de um documento com estratégias para a educação básica ao longo de 10, 15 ou 20 anos. “A reforma pode ser parcelada, mas não parcial. Não dá para mudar tudo ao mesmo tempo, mas dá para planejar o que mudar a cada ano. A escola pública deve ter como objetivo competir com a escola privada, para as diferenças não aumentarem ainda mais.” Segundo Marchesi, ao se priorizar uma etapa da educação, as primeiras séries do ensino fundamental deveriam ser as escolhidas. “O mais importante é a educação primária. Se o aluno termina bem essa etapa, pode terminar o ensino médio. Mas para terminar bem a educação primária, ele precisa da educação infantil.”

    A avaliação pedagógica das escolas do país, o aumento do tempo de permanência dos alunos em sala de aula, o trabalho do professor em dedicação exclusiva e o ensino em ciclos só para as primeiras séries foram as principais sugestões para a reforma do ensino básico. “A primeira coisa é a avaliação das escolas. É preciso avaliar as estratégias de aprendizagem, o que pensam os pais, alunos e professores. Se avaliarmos só matemática e línguas, estaremos valorizando só matemática e línguas. Isso também acontece na Europa”, comparou.

    Ciclos – Segundo ele, o sistema de ciclos não funciona nas séries finais do ensino fundamental, com mudança freqüente de professores. “Na Espanha, a partir dos 11, 12 anos não funcionou. O professor deve ser o mesmo para avaliar o aluno ao final do período. Não acredito em ciclos de mais de dois anos”, disse. O ensino médio também foi tema do debate. Para Marchesi, “o currículo do ensino médio no Brasil é bonito, mas é uma utopia. Só um país muito igual socialmente resiste a um ensino médio igual para todos. Num país como o Brasil é complicado. Corre-se o risco de perder alunos que não podem estudar matemática, biologia. Deveria ser flexível”.

    Segundo o titular da Secretaria de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas, várias sugestões já são trabalhadas no Brasil. Entre elas, a formulação de um programa de formação de professores e alunos leitores, a valorização dos professores, a ampliação do ensino – com a inclusão de crianças a partir dos seis anos no ensino fundamental –, a ênfase na educação infantil e mudanças no ensino médio.

    Chagas entende que a realização de mudanças na educação está condicionada à aprovação do Fundo da Educação Básica (Fundeb). “O Fundeb é a reforma da educação básica. Com ele, vamos ter condições de fazer política de educação e formar professores.” Ele considerou importante a interação com um profissional que fez reforma educacional em outro país. “Não que devamos seguir o exemplo da Espanha, porque temos nossas realidades. Mas eles têm propostas e desafios que precisamos abrir para discussão”, concluiu.

    Repórter: Heloisa d’Arcanchy

     

  • Castro (PR) — Com um poema sobre a vegetação e o povo do Paraná e do pequeno município de Castro — há 70 mil habitantes e fica a 140 quilômetros de Curitiba — o aluno Sílvio Castanho da Silva comoveu a população da cidade onde nasceu. Ele foi um dos finalistas da última edição do prêmio Escrevendo o Futuro, organizado pela Fundação Itaú Social. O prêmio deu origem à Olimpíada de Língua Portuguesa, que ocorrerá pela primeira vez este ano.

    O resultado do trabalho do aluno, com auxílio da professora, foi o poema premiado Fuxico, apresentado pelos dois nesta sexta-feira, dia 7, a 1,3 mil professores da rede estadual do Paraná e da rede municipal de Castro. No encontro, os dirigentes municipais anunciaram a adesão do município à olimpíada.

    Orgulhosa, a professora do menino, Vitória Batista, conta que Sílvio ganhou a etapa municipal, a estadual e a da região Sul e chegou à final nacional, com sua ajuda. Para preparar o aluno, Vitória contou com material didático específico para desenvolver atividades de leitura e escrita, e passou por oficinas de formação. Aluno e professora são da escola estadual Jardim das Araucárias, em Castro.

    Na hora de apresentar o poema, que trata do lugar onde vivem, os dois ficaram emocionados. Cada um apresentou uma estrofe e juntos, como foi todo o percurso até a final do concurso, finalizaram a leitura:

    Fuxico

    Pinheirinho que bate
    Tac tac toc toc
    Caingangue que se assusta
    Tec tec tec tec
    O mato vira vento
    Vum vum vum
    Japonês colhe batata
    Trr trr trr
    Italiano corta couve
    Chic chic chic
    Holandês cria vaca
    Muu muu muu
    Castro derrama leite no Paraná
    Chuá chuá chuá
    Tudo termina com o leite derramado no fogão

    O exemplo mostrou como o trabalho do professor pode estimular o potencial do aluno. Para a secretária de Educação Básica (SEB/MEC), Maria do Pilar Lacerda, os bons professores ficam para sempre na memória dos alunos. “O Sílvio nunca se esquecerá desse momento”, disse. A secretária pediu aos professores que se dediquem a fim de melhorar a qualidade do ensino e que participem da Olimpíada de Língua Portuguesa. “A leitura e a escrita ampliam os horizontes”, acredita Pilar. “Por causa do poema do Sílvio, fiquei sabendo que Castro produzia leite e que tinha imigrantes holandeses.”

    A iniciativa investe na formação de professores a partir de metodologias de ensino e aprendizado capazes de desenvolver e aprimorar as habilidades de leitura e escrita de alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio das escolas públicas. A inscrição da escola depende da adesão da rede à qual está vinculada. As inscrições se encerram no dia 14 de abril.

    Maria Clara Machado

    Leia mais...
    Encontro discute papel do professor no PDE
    Educação infantil é prioridade no Paraná
    Fórum da Undime em Curitiba 

  • O professor francês Claude Carpentier, da Universidade de Picardie, Jules Verne (cidade de Amiens), é o convidado desta segunda-feira, 18, do ciclo de palestras Diversidade, Cultura e Africanidade, promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) do Centro de Ciências da Educação (CCE/Faed) da Udesc, às 18 horas.

    Ele dividirá com os alunos do mestrado em educação e cultura, da instituição, a sua experiência sobre "A educação na África do Sul", país onde desenvolveu um programa de cooperação científica sobre o sistema escolar e as heranças do apartheid e da mundizalização (globalização) para o setor. A palestra será aberta, também, à comunidade em geral.

    Claude Carpentier visitará o Neab e conversará com bolsitas e professores sobre os projetos que a Universidade de Picardie desenvolve no Centro de Ciências Humanas e Sociais, vinculado à Faculdade de Filosofia. O Neab, por sua vez, vai mostrar ao professor os projetos de pesquisa e extensão que vem desenvolvendo.

    Ciclo de palestras - O ciclo de palestras Diversidade, Cultura e Africanidade é realizado desde o ano passado e, nesse período, trouxe à Udesc diversos estudiosos brasileiros e estrangeiros que pesquisam assuntos ligados à cultura afro-brasileira, africana e multiculturalismo na educação. Entre eles, Acácio Almeida, vice-coordenador da Casa das Áfricas e professor doutor pela Universidade de São Paulo (USP), que falou, em junho, sobre ancestralidade em países da África do oeste. Em agosto, foi a vez do professor e educador popular chileno Fernando Burrows, diretor do Centro Interdisciplinar de Estudos para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Chile, que trouxe seus conhecimentos à Udesc sobre "Educação e Diversidade na América Latina".

    Nascido no Congo Belga (atual República Democrática do Congo e ex-Zaire), o professor doutor Pierre Kita Masandi, da Universidade Católica de Louvain (KU Leuven), na Bélgica, participou da conferência "História da Educação na África: Perspectivas Atuais" dentro do programa organizado pelo Neab. (Assessoria de imprensa do Centro de Ciências da Educação, da Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc)

  • Quase 700 professores indígenas de 15 povos e de seis estados estarão nas salas de aula fazendo cursos de graduação ou de ensino médio nas férias escolares de janeiro e fevereiro de 2007. Nas licenciaturas oferecidas por universidades públicas do Mato Grosso do Sul, Amazonas, Goiás e Tocantins eles são 369. Outros 329 professores do Amazonas, Paraná e Amapá fazem etapas de cursos de magistério de nível médio.

    Na avaliação do coordenador de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação, Kleber Gesteira, ao abrir mão das férias escolares para se qualificar, os professores indígenas mostram o compromisso que têm com suas comunidades e com o futuro de seus filhos. Kleber lembra que os cursos em serviço duram entre quatro e cinco anos, o que representa de oito a dez períodos de férias dedicados à formação, além do afastamento da família, que é difícil para qualquer povo que vive em comunidade.

    A licenciatura intercultural equivale a um curso de graduação e prepara o professor para trabalhar da 5ª à 8ª série do ensino fundamental e ensino médio. Essa modalidade de formação em serviço foi construída por universidades públicas federais e estaduais, com o apoio do MEC e em parceria com as comunidades e representações dos professores indígenas em cada estado da Federação.

    A primeira licenciatura intercultural foi criada pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) em conjunto com os 37 povos do estado. Hoje, as licenciaturas são oferecidas por oito instituições públicas de ensino superior, onde estudam 870 professores indígenas de 49 povos. Outras oito universidades estão construindo cursos com apoio do Ministério da Educação e mais três já sinalizaram ao MEC que desejam abrir licenciaturas interculturais.

    Licenciatura − Nas próximas férias escolares, 59 professores dos povos de Goiás e Tocantins e 60 guaranis-kaiuá, de Mato Grosso do Sul, fazem a primeira etapa intensiva de formação nas universidades federais de Goiás (UFGO), em Goiânia, e da Grande Dourados (UFGD), em Dourados (MS). No mesmo período, 250 professores ticuna do Alto Solimões, no Amazonas, cursam a segunda etapa presencial em Benjamim Constant. Esse curso é ministrado pela Universidade Estadual do Amazonas (Ueam).

    Mais 329 professores estarão em cursos de magistério de nível médio, onde recebem formação para lecionar de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. Destes, 177 estão em três pólos de formação − Alvarães (rio Solimões), Borba (rio Madeira) e Pauini (rio Purus) − no Amazonas; 87 guaranis-kaiuá, de Dourados (MS), fazem a segunda etapa do ensino médio; 40 kaingangs de Faxinal do Céu, Paraná, cursam a terceira etapa intensiva; e 25 wajãpis, do Amapá, fazem a nona e última etapa de formação de nível médio.

    Ionice Lorenzoni

  • O Programa de Formação de Professores em Exercício (Proformação) chegou a várias aldeias indígenas do País. Agora, é ministrado especificamente a 140 professores indígenas de Pernambuco. Os participantes, das etnias xucuru, cambiuá e capinauá, vão se formar em dezembro.

    Criado em 1999, o Proformação destina-se a professores em exercício que não completaram o ensino médio. Para fazer o curso, de dois anos, cada participante recebe 32 livros auto-instrucionais, editados pelo Ministério da Educação, que abordam áreas temáticas como linguagens e códigos, vida e natureza, identidade, sociedade e cultura, matemática e lógica, fundamentos da educação e organização do trabalho pedagógico.

    No início, os participantes assistem às aulas durante dez dias. Depois, levam um livro para casa, com textos, ilustrações e exercícios. A cada 15 dias, encontram-se com o tutor, no município onde vivem. Ao final do semestre, fazem provas no pólo ou na agência formadora do programa. Para cada grupo de dez cursistas há um tutor.

    O Proformação já formou 33.993 professores, vários deles indígenas. Pela primeira vez, porém, o curso está estruturado exclusivamente para indígenas. Em Pernambuco, os cursistas estão ligados aos pólos de Floresta, Pesqueira, Ouricuri e Arcoverde. “É um curso casado. O MEC oferece o Proformação básico e a Secretaria de Educação de Pernambuco trata dos temas específicos indígenas, com apoio da Universidade Federal de Pernambuco”, explica Luciane Sá de Andrade, coordenadora nacional do Proformação. Segundo ela, o Proformação tem estratégia e metodologia para chegar ao professor e permite que ele faça o curso enquanto está trabalhando. “Um dos grandes desafios da educação indígena é formar professores ao mesmo tempo em que eles continuam nas aldeias”, destacou

    Luciane ressalta que um dos eixos do programa é o fortalecimento dos aspectos culturais da comunidade na qual o professor vive. “Colocamos à disposição dos educadores indígenas o acesso ao conhecimento acumulado, mas ao mesmo tempo respeitamos a cultura desses professores”, disse.

    Ligado à Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC), o Proformação conta com cerca de 2,5 mil professores cursistas em Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Maranhão. Mais informações na página eletrônica do programa.

    Súsan Faria

  • O Ministério da Educação investirá R$ 500 mil no Curso de Formação Intercultural de Professores indígenas, que será ministrado a partir do próximo ano na Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Será uma licenciatura especial, para atender educadores que já atuam em suas comunidades.

    O curso, com duração de cinco anos, oferecerá 150 vagas, restritas aos professores de escolas indígenas de Minas. O projeto pedagógico abrange módulos presenciais e a distância, com atividades intensivas na FaE em janeiro, fevereiro e julho. No restante do ano, os alunos serão supervisionados, em campo, pelos professores. “A proposta curricular é ampla. Planejamos oficinas, laboratórios interculturais e projetos sociais”, disse a professora Lúcia Helena Álvares Leite, uma das coordenadoras do projeto.

    Para Ângela Dalben, diretora da FaE, o grande foco do curso de licenciatura é a contribuição para a construção da cidadania sem perder de vista as diferenças culturais. “Apostamos numa escolarização de qualidade, que respeite as identidades e as diversidades das culturas”, afirmou. Durante a formação, o professor poderá escolher entre as três habilitações oferecidas — línguas, literatura e arte, ciências da natureza e matemática e ciências sociais e humanidades.

    Demanda — Ângela explicou, também, que o curso tem caráter de continuidade e atende a demanda dos próprios profissionais que já passaram por cursos de formação no nível médio. “A idéia é consolidar o compromisso com os povos indígenas”, disse.

    O processo seletivo para o curso está previsto ainda para este ano. De acordo com Lúcia Helena, a seleção não será um teste de conhecimentos, mas um processo que leve em conta critérios elaborados em discussões com as comunidades indígenas. (Sonia Jacinto, com informações da Assessoria de Imprensa da UFMG)

  • Água de poço e luz de velas faziam parte do cotidiano dos professores que trabalhavam em áreas rurais há cerca de 70 anos. Não havia luz elétrica nem água encanada. Essa realidade foi vivida de perto pela professora Jandyra Leal Diehl, 93 anos, de Porto Alegre, quando foi lecionar em Linha Oito, pequena localidade de colonização polonesa em Ijuí, no noroeste do Rio Grande do Sul.

    Formada pelo Colégio Bom Conselho, em 1932, com o título de bacharelanda complementarista, Jandyra deu aulas de química em escola particular durante alguns anos até que, em 1937, fez o primeiro concurso para professores promovido no estado. Foi classificada em 68º lugar entre os 1,8 mil aprovados. Naquela época, o professor tinha de fazer dois anos de estágio no interior antes de ser nomeado. A localidade era designada de acordo com a classificação obtida no concurso e procurava levar em conta a proximidade da família. Jandyra foi mandada para Linha Oito, a 400 quilômetros da capital, por um erro ocorrido na publicação dos resultados.

    Ao terminar o primeiro ano do estágio, o professor podia escolher outra localidade, mas Jandyra preferiu permanecer em Linha Oito, onde dava aulas para o antigo quinto ano primário. O pequeno vilarejo, com apenas uma rua, e três casas de alvenaria, dispunha de uma casinha de madeira para cada educador, mas ela preferiu morar na própria escola, com as demais professoras, para ficar acompanhada e ter mais segurança.

    No fim do segundo ano, os professores eram enfim nomeados, embora devessem fazer mais um ano de estágio em uma cidade de sua própria escolha. Jandyra preferiu, então, ir para São Gabriel, no sudoeste do estado, onde vivia seu noivo. “Depois de poucos meses, a diretora da escola entrou de licença para ganhar bebê, e assumi a direção. Fui a escolhida entre as outras 18 professoras que já trabalhavam lá há mais tempo”, conta. Quando a antiga diretora retornou, não quis mais exercer a função — preferiu ficar mais tempo em casa, com o filho. “Aí, permaneci no cargo por sete anos.”

    Para acompanhar o marido, que precisou mudar de cidade por exigência do trabalho em uma instituição bancária, Jandyra também trabalhou em Rio Grande e em Porto Alegre. Naquele tempo, ser professora era o único emprego considerado aceitável para moças “de família”. Além disso, a profissão era conceituada e as professoras, muito respeitadas, tanto pelos estudantes quanto pelos pais. E o salário, muito bom.

    Lembrada, até hoje, por inúmeros alunos, Jandyra diz que, antigamente, os estudantes tratavam as professoras de maneira “bastante respeitosa e correta”. Ela cita, com carinho, Luiz Odorizzi, que seguidamente a visita. “Ele veio de uma cidade da colônia italiana para trabalhar e estudar em Porto Alegre”, destaca. “Sabia a gramática, porém sua pronúncia não era adequada. Prontifiquei-me voluntariamente a corrigi-lo, e hoje é com grande satisfação que vejo sua inesquecível gratidão.”

    Fátima Schenini

    Leia mais...
    Professor deve se manter atualizado
    TV Escola homenageia professor
    Professora coleciona prêmios nacionais
    Os atrativos da carreira de professor

    Matérias publicadas no Portal do Professor

  • Na tarde da última terça-feira, 7, o professor Gaudêncio Frigotto, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos, lançou, durante a 1ª Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, o livro Educação profissional e tecnológica, memórias, contradições e desafios.

    O livro é uma coletânea resultante de 15 teses de mestrado de professores do Cefet Campos. O professor Gaudêncio Frigotto foi convidado pelos mestres para organizar e introduzir a obra. Segundo Frigotto, a maior contribuição dada pelo livro é a de apresentar um corpo de conhecimentos sobre diferentes eixos. Um deles é a própria concepção da educação profissional. Para ele, essa concepção pode ser vista como um avanço do técnico ou como um conjunto de fundamentos da técnica, compreendendo bases históricas, sociais, culturais e técnicas dos processos produtivos.

    Ao ser indagado sobre os desafios da Rede Federal de Educação Profissional, Frigotto afirmou que “é uma rede importantíssima, histórica; seu grande desafio é não abandonar suas contribuições”. Ele disse ainda aprovar a proposta de verticalização de alguns Cefets, isto é, oferecer ensino médio e superior. “O Cefet que já tem um desenvolvimento compatível deve se transformar em universidade tecnológica.” Tudo isso, reforça, “não deve ser feito dentro de uma ótica de adestramento, mas dentro de uma ótica que pressupõe a cidadania e a qualidade técnica”.

    Ana Júlia Silva de Souza

     

  • Professores da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª ou 1ª a 5ª séries) que desejam socializar suas experiências com colegas de todo o país e ainda concorrer a um prêmio de R$ 5 mil podem participar, este ano, da segunda edição do Prêmio Professores do Brasil. As inscrições serão abertas em 1º de março e se estendem até 30 de junho.

    Para participar, o professor deve relatar uma experiência desenvolvida com sua turma em 2006 ou que esteja em andamento para conclusão em 2007. Terá peso e relevância a consistência pedagógica do projeto e a possibilidade de a iniciativa servir de referência na sua área de trabalho em outras escolas do Brasil. O objetivo do prêmio é valorizar o professor comprometido com a promoção da aprendizagem e receptivo ao conhecimento nas dimensões física, cognitiva, lingüística, emocional, social e afetiva de seus alunos.

    Podem participar professores da rede pública e de instituições privadas sem fins lucrativos. Na educação infantil, aqueles que trabalham em creches e pré-escolas (crianças até seis anos) e no ensino fundamental, os que lecionam nas séries iniciais. O prêmio se destina aos dez melhores classificados no ensino infantil e aos dez primeiros do ensino fundamental. Cada um receberá R$ 5 mil, troféu e diploma e terá a experiência divulgada na rede de ensino.

    Inscrição — A inscrição poderá ser feita nas secretarias de educação, estaduais ou municipais ou na secretaria executiva da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) nos estados. Cada estado e o Distrito Federal selecionará as seis melhores experiências e as enviará para a Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) para concorrer na etapa nacional. O regulamento está na página eletrônica da SEB. 

    O Prêmio Professores do Brasil é uma iniciativa do Ministério da Educação em parceria com as fundações Orsa e Bunge, Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e Undime. Em 2005, quando foi lançado, o prêmio recebeu 1.131 inscrições, das quais 147 concorreram à fase nacional. As experiências premiadas foram do Acre, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

    Ionice Lorenzoni

  • Assim como os estudantes Luiz e Luzia, o professor Gutembergue da Silva Arruda também é um entusiasta da educação de jovens e adultos. Até ingressar no curso de especialização do Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos  (Proeja), no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Amazonas, tinha uma visão limitada sobre o tema. Hoje, é um defensor do programa.

    Quando o Cefet abriu os cursos do Proeja, em 2006, dava aulas nos cursos de mecânica e elétrica. Os exemplos que tinha em casa – dois sobrinhos tinham se transferido do interior para a capital e cursavam programas semelhantes – eram negativos. Gutembergue lembra que os parentes eram dispensados das aulas às quintas-feiras, pois a professora trabalhava num bar nesse dia. “O programa não era sério. Eles estavam no ensino fundamental e não aprenderam muito não”, diz.

    Simultaneamente ao anúncio da criação do Proeja, ele viu a abertura de um curso de especialização. Se inscreveu sem saber direito do que se tratava. “Pensei que fosse uma aula a mais que teria que freqüentar e minha surpresa foi se transformando em estímulo a partir do primeiro dia. Escutei os relatos iniciais e falei sobre minhas impressões”, conta o professor. Com o passar do tempo, viu a seriedade do curso. Percebeu o interesse dos professores, pedagogos e psicólogos que lá estavam. Sentiu a seriedade dos colegas. Viu, então, que sua visão era muito particular e não condizia com a realidade.

    Competências– Com a mudança de mentalidade, Gutembergue passou a se destacar em sala de aula. Quando o programa de especialização terminou, após um ano de duração, era um dos mais empolgados. Com o término do curso, sua sensibilidade dentro de sala de aula aumentou, se aproximou mais dos alunos e passou a olhá-los de forma diferente. Com a mudança de prática, os alunos começaram a procurá-lo mais freqüentemente.

    Terminada a especialização, ele começou a dar aulas para jovens trabalhadores no curso de mecânica. Em sala, tenta mostrar que todos devem conhecer seu trabalho e também se colocar adequadamente dentro da organização. “Falo muito sobre os três elementos da competência: o conhecimento, a habilidade e a ética”, revela. Ele não se preocupa mais em cumprir todo o conteúdo programático das disciplinas, mas tenta contextualizar o conhecimento que repassa, de forma a mostrar ao aluno porque se faz assim ou não.

    Gutembergue diz que os estudantes chegam muito negativos em sala de aula, pensando que não tiveram muita sorte na vida. A fortuna, ele pondera, é você estar preparado para o momento e as pessoas precisam ter oportunidade e se preparar para ela. “É preciso ver as dificuldades que cada um tem. Cada um possui uma cabeça, uma história de vida diferente e é bonito perceber a heterogeneidade da turma.” A experiência no Proeja fez Gutembergue crescer profissionalmente. Tanto que hoje ele se considera um professor de verdade.

    Rodrigo Farhat

    Leia mais...
    Escola valoriza trabalho de agricultores

  • Na mesma data em que a Capes comemora 56 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 11.502/2007, que amplia a missão da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). A agência usará sua experiência e tradição na formulação de políticas públicas para a formação de pesquisadores e docentes do ensino superior e também, a partir de agora, para a qualificação de professores da educação básica. A lei foi publicada no Diário Oficial da União, nesta quinta-feira, 12.

    Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a mudança revela a preocupação do governo federal em ver a educação como um todo. “Não se pode focar uma etapa e relegar outras a segundo plano. O compromisso é com todos os níveis da educação. A Capes usará a sua experiência de mais de meio século na formação de mestres e doutores para atuar na política de formação de professores do ensino básico”, explica.

    Segundo o presidente da Capes, Jorge Guimarães, a decisão foi duplamente comemorada pela diretoria e funcionários, porque a Capes completou ontem 56 anos de fundação. “O benefício primordial será maior integração entre a educação superior e a educação básica, possibilitando obter maior sinergia na formação de docentes, em todos os níveis, e maior produtividade no uso dos recursos destinados a cada segmento educacional, com benefícios para toda a sociedade”, diz Guimarães.

    No planejamento das ações inerentes ao novo desafio da Capes, perpassam a valorização da escola, do magistério e o investimento no trabalho docente. A proposta é debater, no nível mais alto de excelência, políticas de formação inicial e continuada, o desenvolvimento de metodologias educacionais inovadoras, visando à qualificação de recursos humanos para a educação básica. Pela primeira vez na história esse trabalho será realizado em regime de colaboração com estados e municípios. Outros parceiros fundamentais são as instituições de educação superior que já começaram a integrar-se à nova missão.

    Dentro da proposta, a Universidade Aberta do Brasil (UAB), um programa criado na Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC), em 2005, passará a ser gerida pela Capes. Neste ano, serão instalados 297 pólos de ensino que oferecerão 60 mil vagas para aperfeiçoamento de professores. Os pólos, criados a partir de parcerias com municípios e universidades, oferecerão aulas presenciais e a distância para os professores com apoio de coordenadores. A UAB se insere num cenário maior da educação básica. A Capes, por meio de um Comitê Técnico Científico, especialmente criado para tratar da questão da educação básica, abordará o aperfeiçoamento dos professores desse nível de ensino, baseado sempre em indicadores, desempenho, conceitos, padrão de qualidade, procedimentos já praticados pela agência.

    A lei prevê, ainda, que os participantes de cursos de capacitação para o exercício das funções de formadores, preparadores e supervisores dos cursos deverão ter, no mínimo, nível superior, experiência de um ano no magistério, ou estar vinculados a cursos de mestrado ou doutorado. O valor mensal da bolsa é de até R$ 900,00.

    Adriane Cunha

  • A adequada qualificação de diretores e vice-diretores de escolas como gestores influi no melhor desempenho dos alunos. A partir desta constatação extraída da Prova Brasil, que avalia a habilidade dos alunos de 4ª e 8ª séries de leitura e matemática, quatro mil dirigentes de escolas públicas vão fazer um curso de 360 horas na Escola de Gestores, com certificado de especialização.

    Além de estudar, durante um ano, esses professores vão discutir suas práticas com colegas e especialistas e exercitar modelos de gestão democrática. A primeira turma da Escola de Gestores inicia as aulas no dia 13, em Santa Catarina, e a segunda, dia 22, no Rio Grande do Norte. São 400 cursistas em cada estado.

    As outras turmas para professores do Ceará, Piauí, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso e Rio Grande do Sul começam a formação entre janeiro e março de 2007.

    O curso, explica o coordenador de articulação dos sistemas de ensino da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Arlindo Queiroz, visa ampliar as possibilidades de aproveitamento escolar apontadas pela Prova Brasil aplicada em 2005. A prova mostrou ao Ministério da Educação e aos estados e municípios que o bom rendimento escolar está associado a dois fatores: formação do professor e qualificação do gestor. A formação de professores está consolidada e em andamento, e agora o ministério investe na melhoria administrativa dos dirigentes.

    O conteúdo da Escola de Gestores está dividido em seis módulos, a distância, que serão ministrados por professores de universidades federais em cada estado. Constam do programa fundamentos do direito à educação; políticas e gestão; planejamento e práticas de gestão escolar; oficinas tecnológicas; e o projeto vivencial (confrontando a teoria com a prática).

    A execução da Escola de Gestores ocorre em parceria com as instituições federais de ensino superior: universidades federais de Santa Catarina (UFSC), Rio Grande do Norte (UFRN), Ceará (UFCE), Piauí (UFPI), Pernambuco (UFPE), Bahia (UFBA), Espírito Santo (Ufes), Tocantins (UFTO), Mato Grosso (UFMT) e Rio Grande do Sul (UFRGS). Arlindo Queiroz informa que a meta para 2007 é abrir 6.800 vagas da Escola de Gestores nos outros 16 estados e no Distrito Federal, e implantar cursos de atualização em gestão escolar, de 180 horas. Para esses, a previsão é de 20 mil vagas.

    A Escola de Gestores é uma promoção conjunta das secretarias de Educação Básica e de Educação a Distância (Seed/MEC), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC).

    São parceiros, Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

    Ionice Lorenzoni

  • O Ministério da Educação mantém expectativa semelhante à das entidades representativas dos professores universitários sobre a votação do Projeto de Lei nº 6.368, de 2005, que institui o reajuste salarial da categoria. Na quarta-feira, dia 10, o Fórum de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) promoveu manifestação na Câmara dos Deputados para pressionar o presidente daquela casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a levar o texto à votação. Depois, os manifestantes estiveram no MEC, onde se reuniram com o secretário-executivo adjunto, André Lázaro. Uma das reivindicações foi que o governo edite uma Medida Provisória (MP) para garantir a aplicação do reajuste previsto na lei.

    Na opinião de Lázaro, a mobilização é importante e legítima e ajuda a sinalizar aos deputados o quanto é importante a aprovação do projeto, o qual resulta de longa negociação e da construção de uma proposta que faz parte do plano de recuperação da educação superior. “O MEC tem a mesma preocupação em relação à aprovação do projeto de lei, mas tem consciência de que a Câmara vai garantir a aprovação”, afirmou Lázaro.

    O reajuste previsto no projeto, segundo Lázaro, é apenas uma parte do esforço do governo federal para recuperar a educação pública superior. A criação de universidades, a expansão de campi e a liberação de oito mil vagas para professores são, de acordo com o secretário, iniciativas que caracterizam grandes avanços. “Em quatro anos, o governo ofereceu o dobro de vagas que a administração anterior em oito anos”, disse. “Portanto, a educação superior pública no Brasil tem, hoje, um governo que compreende e investe no papel estratégico da educação.”

    O projeto de lei prevê a criação da categoria de professor associado, o que amplia a progressão na carreira docente para os professores de maior titulação das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).

    Cristiano Bastos

Fim do conteúdo da página