O comando nacional de greve da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) aprovou neste sábado, 26, indicativo de saída de greve da categoria para a próxima quinta-feira, dia 1º. A greve da Fasubra, que dura mais de cem dias, começou no dia 17 de agosto passado, em 41 universidades federais e três universidades estaduais (Unicamp, Estadual do Rio e Estadual Paulo Sousa de São Paulo) onde está a base da entidade – 120 mil técnicos administrativos.
Até o fim de semana, 15 universidades haviam voltado ao trabalho. “As 15 maiores universidades, entre elas as federais da Bahia, Minas Gerais, Goiás e Brasília terminaram a greve”, diz Luiz Macena da Conceição, coordenador de políticas sociais da Fasubra. Paulo Rodrigues Santos, coordenador-geral da Fasubra, destaca que há esgotamento da greve em parte do movimento, mas que outra parte continua a paralisação para tentar conseguir avanços nas reivindicações. “Só após as assembléias que serão realizadas até quarta-feira, 30, saberemos se a greve continua ou não e teremos avaliação completa do movimento”, explica. Ele destaca que só o fato de a greve ter tido a adesão total da categoria significa que foi vitoriosa.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aprovou este ano o plano de carreira para os técnicos administrativos das universidades federais, que implica em recursos adicionais de R$ 1,9 bilhão na folha de pagamento, parcelados em quatro anos. Em 2006, o MEC vai aumentar em R$ 255 milhões a folha de pagamento desses técnicos. Entretanto, um dos motivos da greve, segundo Paulo Rodrigues, é que a nova tabela de vencimentos da categoria, incluída no plano de carreira, não é satisfatória.
Assembléias – Nesta quarta-feira, 30, às 17 horas, o Comando Nacional de Greve da Fasubra, se reúne em Brasília, para avaliar o movimento. A reunião será na sede da Fasubra, no prédio Multiuso do campus da Universidade de Brasília (UnB). A plenária nacional será nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, a partir das 9 horas, no auditório Dois Candangos, também na UnB.
Do total das instituições, metade encontra-se em greve parcial e aproximadamente 30% dos professores aderiram ao movimento. O MEC oferece reajuste médio de 9,45% à categoria e envia ainda esta semana ao Congresso Nacional projeto de lei que garante aumento de R$ 500 milhões na folha de pagamento dos professores das federais em 2006, recursos que aumentarão para R$ 770 milhões, em 2007, incluindo-se aí a categoria de professores associados, criada recentemente pelo MEC, e que beneficiará professores adjuntos 4.
Segundo o projeto, o reajuste para os professores com doutorado, que representam 60,13% da categoria, ficará entre 8,81% a 12,78%, em 2006. Os mestres, que totalizam 30,75% dos professores, ganharão entre 7,71% a 11,94% de aumento. Os aposentados com doutorado (titulares) terão reajuste de 21,7% e os aposentados adjunto 4, 18,6%.
Repórter: Susan Faria