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  • Legenda: O projeto é mais uma iniciativa sustentável visando diminuir o impacto sobre o meio ambiente (Arte: ACS/MEC)Em Barra do Garças, Mato Grosso, a estudante Kemilly Barros Virissimo, de 18 anos, desenvolveu um projeto que transforma o talo do buriti em uma bandeja para substituir os tradicionais suportes de isopor. Muito usado pela indústria alimentícia, o isopor leva centenas de anos para se decompor. Com a descoberta de Kemilly, surge mais uma possibilidade de adoção de embalagens sustentáveis capazes de diminuir o impacto da ação humana sobre o meio ambiente.

    A ideia de Kemilly surgiu a partir de um programa de televisão, onde ela viu uma história de bandejas ecológicas feitas com bagaço de cana. “Eu assisti uma reportagem sobre uma moça que fez a bandeja, só que com o bagaço da cana de açúcar. Como a minha intenção era elaborar um projeto que melhorasse a fabricação e o tempo do produto que estivesse na bandeja, surgiu a ideia de fazer com o talo do buriti, já que ele, quando cortado, se regenera, não prejudicando o meio ambiente”, disse.

    O buriti é utilizado para fabricar diversos produtos, já que possui uma fibra resistente usada em cestos e outros recipientes biodegradáveis. A escolha da planta veio após muitas pesquisas, realizadas em parceria com o seu orientador, o professor Márcio Batista de Andrade. “Nós descobrimos que o buriti é um material leve e poroso que, quando triturado, vira um pó próprio para a bandeja”, explica. A estudante destaca o incentivo recebido pelo docente durante a execução do projeto.

    Márcio de Andrade ressalta a importância do apoio aos projetos dos estudantes. “Se tem um agente que vai promover transformação social, tecnológica e econômica no país é a educação. Enquanto nós não enxergarmos que isso é realmente uma premissa básica para o desenvolvimento, pouca coisa vai acontecer”, defendeu o professor.

    Kemilly já foi finalista em duas premiações, sendo uma delas com o projeto do buriti: o Prêmio Impacto na Comunidade, criado pela Google Science Fair. O outro espaço conquistado pela estudante de Barra do Garças foi no Prêmio Jovem Cientista, em 2014, organizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “A sensação é incrível, ainda mais eu que sou de uma cidade que não é muito reconhecida”, comemora.

    A jovem ressalta outro ganho com o projeto: despertar a curiosidade pela ciência nos colegas da escola. “Muitos colegas me perguntavam como era o projeto, se eu fazia alguma coisa, se ia ter outros trabalhos. Eles se interessavam bastante, ficavam muito empolgados”, lembra. Agora, Kemilly quer levar o projeto de bandejas sustentáveis feitas com o talo de buriti adiante. Ela estuda a possibilidade de buscar um financiamento coletivo para produção em grande escala, já que parte do material usado na fabricação do produto é de alto custo.

    Assessoria de Comunicação Social


  • O estudante Caio Vinicius Lima de Souza, 16 anos, criou um dessalinizador de baixo custo que retira o sal da água usando a energia solar. Aluno da Escola Estadual Professor Gabriel de Almeida Café, da cidade de Macapá, ele é o personagem desta semana do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, que vai ao ar nesta sexta-feira, 5.

    “A pesquisa se fundamentou em ajudar as pessoas mais carentes do meu estado”, explica o estudante. A ideia do projeto surgiu há dois anos, quando Caio cursava o ensino fundamental. Em uma atividade de sala de aula, um professor pediu aos alunos que pesquisassem e fizessem um levantamento sobre as comunidades ribeirinhas do estado do Amapá. O estudante resolveu visitar a comunidade ribeirinha Sucuriju. “Eles utilizam a água da chuva para consumo. Quem tem água potável lá é considerado muito próspero”, conta Caio.

    Próximo da realidade daquelas pessoas, Caio passou a pensar sobre o assunto. A intenção era desenvolver algo sem muitos custos e possível de ser colocado em prática também pelos moradores. Para fazer um dessalinizador, Caio montou um protótipo que é uma pequena casa de vidro fechada. A água primeiro evapora, depois o sal é retirado, e depois a água é condensada sem o sal. Para fazer a casa, ele utilizou espelhos quebrados, boxes de banheiro, madeira e o vidro. Tudo reciclável. A única compra foi um painel solar que custou cerca de R$ 250.

    Com o projeto, Caio conquistou o primeiro lugar na categoria ciências ambientais da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), na cidade de Novo Hamburgo (RS). Com a premiação, ele ganhou uma bolsa de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e teve seu trabalho selecionado para representar o Brasil na maior feira pré-universitária de ciências do mundo, realizada em maio deste ano, na Pensilvania, nos Estados Unidos. Lá, na disputa com alunos de 70 países, conquistou o primeiro lugar.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Dois estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás embarcaram na noite de terça-feira, 6, para a Alemanha. Eles vão desenvolver projetos de pesquisa na Universidade de Ciências Aplicadas de Trier (UCB/FH Trier) até janeiro do próximo ano.

    Athaydes Francisco Leite Júnior, 19 anos, e Lorena Acelina Soares, 22, fazem o curso de tecnologia em química agroindustrial no campus de Goiânia. Lorena realizará estudos relacionados ao projeto Avaliação do Uso do Resíduo da Resina do Copolímero Estireno Divinilbenzeno para Produção de Carvão Ativado Polimérico para Filtrar Água, orientado pelo professor Sérgio Botelho.

    “Será uma experiência ótima porque o laboratório da universidade é excepcional, com equipamentos avançados”, disse a estudante. “Pretendo aprender novas técnicas, além de trabalhar com profissionais muito competentes. Será uma experiência de vida única.”

    Athaydes vai desenvolver, na área de sustentabilidade, o projeto Gerenciamento do Fluxo de Matéria Aplicada à Indústria de Álcool no Estado de Goiás, orientado pela professora Warde Antonieta da Fonseca Zango. “Espero aprender muito e crescer nessa área”, disse.

    Os dois alunos participaram de processo seletivo para programa de estudos e pesquisas na Alemanha. O intercâmbio é resultado de acordo de cooperação entre o instituto goiano e a UCB/FH Trier.

    Assessoria de Imprensa da Setec
  • Um aplicativo para celular desenvolvido por alunos do ensino médio do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) vai possibilitar à comunidade de Cedro (CE) fiscalizar e denunciar ameaças ao ecossistema local. Chamado de Aquameaça, o dispositivo permite que o usuário registre situações como acúmulo de lixo nas margens de rios e queimadas próximas a açudes e nascentes. Essa história você escuta no programa Trilhas da Educação desta semana, programa produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    Coordenados pelo professor orientador Humberto Beltrão, os alunos do curso técnico-integrado em desenvolvimento de dispositivos móveis, do campus Cedro, criaram uma ferramenta de interface simples para que qualquer pessoa possa identificar, fotografar e relatar em poucas palavras possíveis ameaças ao meio ambiente.

    O sistema armazena informações e cria um mapa revelando a amplitude do problema. A intenção é que os dados sejam usados por gestores na criação de medidas assertivas de proteção e sustentabilidade em diferentes regiões.

    “As ameaças seriam qualquer fator que pudesse representar algum perigo ou colocar em risco a manutenção desses ambientes. Como, por exemplo, a pesca de forma indiscriminada, a agricultura, que dependendo da maneira como é feita pode provocar o assoreamento e, consequentemente, prejudicar a qualidade da água”, explica o professor.

    De acordo com ele, o aplicativo desperta a consciência ambiental dos moradores da comunidade e demonstra que o cuidado e a responsabilidade não devem ficar a cargo apenas da administração pública.

    “Na grande maioria das vezes esse monitoramento é feito por agentes gestores. O objetivo do aplicativo é que possamos dar à população que reside próxima a esses ecossistemas o poder de monitorar esses ambientes, de uma forma simples”, disse.

    Na prática, o aplicativo – disponível inicialmente para celulares com sistema Android – apresenta, pelo menos, oito definições e exemplos de ameaças ao ecossistema. O projeto segue em fase de testes.

    “No dia que fizemos o primeiro experimento, das oito ameaças que o aplicativo consegue hoje englobar, encontramos quatro apenas em uma manhã de caminhada no açude. E podemos ter a noção de, se com pouco tempo já encontramos essa quantidade de ameaças, imagina se isso agora tomar uma proporção maior, a quantidade de registros que vamos ter para, consequentemente, traçar ações mais proativas”, prevê.

    Um dos alunos do professor Humberto, Leonardo de Oliveira, de 18 anos, está no último ano do ensino médio e ajudou a desenvolver o aplicativo. Ele espera que, quando finalizada, a ferramenta ajude a comunidade de Cedro a superar problemas relacionados ao assunto.  

    “Em uma cidade pequena que muitas vezes não tem saneamento básico, não tem tratamento, as pessoas jogam lixo em todo lugar. Então eu acho importante que tenha um aplicativo desses para monitorar. É importante que as pessoas usem quando ele estiver finalizado e distribuído ao público”, acredita o estudante.

    Reconhecimento – Apesar de ainda não estar disponível para o público, o aplicativo já tem sido reconhecido. Leonardo foi um dos estudantes contemplados pelo prêmio jovem cientista de 2018, na categoria ensino médio. Para o professor Humberto, esta é só uma das respostas positivas de todo o trabalho, fruto da aproximação dos estudantes com a pesquisa acadêmica.

    “Temos alunos no ensino médio com mente de pesquisador, tentando resolver um problema que é global, não apenas local”, comemora o professor.     

    Assessoria de Comunicação Social

  • Já imaginou como seria participar de uma expedição científica em alto-mar? Embora a distância, isso será possível para estudantes do ensino médio e superior de todo o país. Basta que escolas e instituições de educação superior agendem, gratuitamente, uma conferência virtual com a agente de divulgação brasileira Cristiane Delfina, que está a bordo do navio de pesquisas JOIDES Resolution, pela Expedição 369, na Austrália. Por meio das chamadas de vídeo, os estudantes poderão, entre 1º de outubro e 25 de novembro, conversar com os cientistas a bordo, conhecer o navio e aprender como são realizadas as pesquisas longe da terra firme.

    Os agendamentos para as transmissões ao vivo já estão disponíveis. As escolas e instituições de educação superior interessadas devem ter um computador com programa apropriado para fazer a chamada, uma webcam com microfone, caixa de som e internet de boa qualidade.

    Para divulgar as atividades científicas do International Ocean Discovery Program (IODP) e os resultados da expedição, Cristiane Delfina foi selecionada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por meio do programa IODP/Capes-Brasil, para atuar como agente de divulgação da expedição. A intenção é mostrar o que é realizado pelos cientistas para estudantes, pesquisadores, professores de ensino médio, docentes da educação superior e profissionais que trabalham com divulgação científica, de forma a estimular o interesse pela ciência nos oceanos.

    Na opinião de Cristiane, além de ser um importante retorno para a sociedade, o programa é uma forma de tratar da ciência fora dos livros e da teoria. “Muitos estudantes não escolhem certas carreiras por não terem informações suficientes sobre as possibilidades que elas abrem. Poder ver como pode ser a vida de um cientista na prática é um incentivo e um jeito de abordar temas como paleontologia e geologia de uma forma bem mais divertida”, avalia a divulgadora.

    A Expedição 369 – que ocorre de 26 de setembro a 26 de novembro –perfurará o solo no oceano Índico para possibilitar estudos sobre as camadas de sedimento do período cretáceo e fará análises dos movimentos oceânicos. A bordo do navio estão cerca de 120 pessoas, sendo 33 cientistas.

    Programa – Formado por 23 países, o IODP tem a participação de cientistas do mundo todo, entre ele paleontologistas, geólogos, biólogos e geógrafos. O programa internacional de pesquisas marinhas investiga a história e a estrutura da Terra a partir do registro em sedimentos e rochas do fundo do mar, além de monitorar ambientes de sub-superfície.

    Parte significativa da comunidade científica atuante em ciências do mar de águas profundas de diversos países está envolvida no programa. Desde 2013, o Brasil, por meio de financiamento viabilizado pela Capes, é membro do consórcio JOIDES Resolution e colabora com o IODP. Para executar as atividades previstas no programa, a Capes tem o apoio de um comitê científico e um comitê executivo.

    Expedições do IODP usam avançada tecnologia de perfuração oceânica, de modo a permitir disseminação de dados e amostras a partir de arquivos globais, particularmente para os países membros do programa. O sistema de perfuração é apoiado por um parque analítico a bordo do navio de pesquisa JOIDES Resolution, composto por equipamentos de última geração voltados a pesquisa geofísica, geoquímica, microbiológica e paleoclimática. Além da infraestrutura a bordo, o IODP conta com apoio de numerosas instituições de pesquisa e formação de recursos humanos nos diferentes países que atualmente compõem o programa.

    As instruções para o agendamento da conferência podem ser acessadas na página eletrônica do programa.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Pesquisa, documentação, inclusão e desenvolvimento de habilidades fizeram parte do projeto pedagógico da escola gaúcha (foto: arquivo da EM Catulo da Paixão Cearense) Qual a diferença entre aurora boreal e aurora austral? Por que os felinos roncam? Por que os dinossauros foram extintos? Inquietos com questões como essas, os alunos do quinto ano da Escola Municipal Catulo da Paixão Cearense, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, reviraram livros, revistas e a internet para descobrir. Não só aprenderam, como vestiram jalecos de cientistas para dar aulas aos colegas.

    O projeto pedagógico Pesquisadores Malucos – Trabalhando com o Método Científico, criado pelo professor Willian Daniel Hahh Schneider, 23 anos, surgiu com perguntas dos próprios alunos, que têm de 10 a 12 anos de idade. A primeira etapa constou da escolha das perguntas. Os estudantes foram posteriormente divididos em seis grupos de quatro. “Eles foram estimulados a achar hipóteses para as perguntas, de acordo com o conhecimento prévio”, explica Willian.

    A terceira etapa do método científico foi a pesquisa em livros, revistas e na internet. Em seguida, os alunos foram orientados a documentar todas as etapas das pesquisas no laboratório de informática. Ele usaram o software conhecido como wiki, que pode ser baixado gratuitamente. A quinta etapa constou da preparação de material didático, como cartazes e maquetes. A sexta e última foi a apresentação do trabalho aos demais colegas de sala de aula. “Todos os alunos receberam jalecos brancos para se transformar em cientistas malucos”, conta o professor. “Quem trabalha com conhecimento é um pouco maluco, não é? E quem não é um pouco maluco não é normal hoje em dia.”

    Com formação em biologia e acostumado a pesquisar em laboratório, o professor revela que o projeto surgiu para desenvolver pesquisas com os alunos do quinto ano e, assim, responder às perguntas, passando por todas as etapas de um método científico. “No final, muitos não encontraram uma resposta concreta”, afirma. “Para explicar a origem das estrelas, por exemplo, há a teoria criacionista, de Deus, e a teoria científica, do bigue-bangue, que teria dado origem ao universo.”  Inclusão — O projeto de pesquisa teve o mérito de incluir todos os estudantes. Na sala do professor Willian, em 2012, havia três alunos com deficiência: uma cega, um com baixa visão e altas habilidades e um com síndrome de Asperger e dificuldade em conhecimento matemático, mas com domínio na área de ciência. “A síndrome é um tipo de autismo, mas ele responde a qualquer pergunta da disciplina”, ressalta o professor. “Ele se interessa por ciência.”

    Esse estudante foi incentivado a apresentar como ocorre o aquecimento global e o efeito estufa. E o aluno com altas habilidades usou vinagre e bicarbonato de sódio para demonstrar como um vulcão entra em ebulição. “Era tudo o que ele queria”, diz o professor.

    A aluna cega cantou a música Lindo Balão Azul, de Guilherme Arantes. De acordo com o professor, a estudante emocionou alunos, professores e pais. Ela participou do grupo que pesquisou sobre o surgimento das estrelas. “Por que fazer tanto? Quando a gente vê a turma pró-ativa e disposta a colaborar para atingir os objetivos, a solução vem em forma de outra pergunta: então, por que não fazer tanto?”, destaca Willian.

    O surgimento de mais perguntas deve motivar a continuidade dos cientistas malucos na escola. “Eles querem bis, e isso é muito bom”, afirma Willian. Ele está entre os 40 professores de escola pública que tiveram os projetos pedagógicos premiados em 2012 pelo Ministério da Educação. “Vou continuar com o projeto, com outras perguntas”, garante. “O mundo não é movido pelas respostas, mas pelas perguntas.”

    O professor acredita que os estudantes captaram a ideia. “A resposta vem e desencadeia outra pergunta, e a ciência, como o método científico, sempre evoluiu dessa forma.”

    Rovênia Amorim

    Saiba mais no Jornal do Professor
  • Segundo o estudo da Capes, a garantia de que o café seja de qualidade precisa obedecer a vários critérios, desde o plantio (Foto: Mariana Leal/MEC)A qualidade do café depende de muito mais fatores do que se pode imaginar. Um novo estudo, feito com a participação de cientistas de instituições brasileiras, revela que alguns compostos químicos definem o aroma e o sabor do café. Os resultados do artigo científico Diterpenes biochemical profile and transcriptional analysis of cytochrome P450s genes in leaves, roots, flowers, and during Coffea arabica L. fruit development estão disponíveis no volume 111 da revista científica Plant Physiology and Biochemistry (PPB), acessível pelo Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

    Para Luiz Filipe Protasio Pereira, especialista da Embrapa Café e um dos autores do artigo, um dos principais impactos da pesquisa para a população é referente ao consumo voltado para a saúde. “Os compostos encontrados no café possuem propriedades antioxidantes, antitumorais, antiinflamatórias e neuroprotetoras. Portanto, um aumento na concentração dessas substâncias pode ser desejável do ponto de vista do consumidor”, afirma. 

    Segundo o pesquisador, as duas principais substâncias encontradas – caveol e cafestol – são bioquimicamente parecidas, mas alguns estudos demonstraram que, quando se consome muito café sem filtro, pode ocorrer um aumento indireto no nível de colesterol associado ao cafestol. “O caveol e o cafestol estão associados à qualidade do café, sendo que é importante ter um equilíbrio dos dois. Devido às suas propriedades, existe também o uso industrial destes compostos, com várias patentes pelas indústrias farmacêutica e cosmética”, revela.

    O processo para que o café seja de alta qualidade tem início desde o plantio. “O manejo correto dos cafezais auxilia no equilíbrio da produção dos compostos e no bom funcionamento fisiológico da planta. Caso a planta encontre dificuldades ambientais, será necessário um remanejamento energético para enfrentar esse ‘problema’ e, como consequência, ela pode aumentar ou reduzir a produção das substâncias”, explica Pereira. “A definição da qualidade do café não depende de fatores individuais, mas da combinação adequada destes”, ressalta.

    O grupo de estudo pretende dar seguimento à análise para elucidar toda a via de biossíntese das substâncias e as diferenças para produção de caveol e cafestol. “Estamos trabalhando com algumas ferramentas para alcançar esses objetivos, como, por exemplo, clonagem e expressão heteróloga de proteínas de cada gene candidato. Também estamos trabalhando na caracterização dos diterpenos e de outros compostos em cultivares cafeeiros provenientes da Etiópia, centro de origem da espécie. Essas informações, em longo prazo, irão facilitar os trabalhos de melhoramento, visando alteração no padrão dos compostos”, detalha Luiz Filipe Pereira.

    Para a execução do trabalho, Pereira afirma a relevância do Portal de Periódicos da Capes. “O portal é a principal ferramenta para acessarmos periódicos e artigos no dia a dia da pesquisa. É uma ferramenta importantíssima para busca e divulgação de conhecimento científico”, avalia.

    O pesquisador também destaca o apoio da Capes no projeto: “A Capes foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho. A primeira autora, Suzana Tiemi Ivamoto, recebeu bolsa do edital Capes-Embrapa por três anos durante o doutorado, no curso de biologia e genética molecular da Universidade Estadual de Londrina, e no último ano recebeu uma bolsa do programa Ciência Sem Fronteiras para um sanduíche na University of British Columbia em Vancouver, Canada. Também tivemos recursos de dois projetos do Capes-Agrópolis, que permitiu uma intensa interação entre nosso grupo de trabalho e os parceiros franceses”.

    Além da CAPES, a pesquisa teve financiamento do Consórcio Pesquisa Café e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café). O estudo também tem autoria de Leonardo Sakuray, Lucia Ferreira, Cíntia Kitzberger, Maria Scholz, Thierry Leroy, Luiz Vieira e Douglas Domingues.

    Acesse a pesquisa Diterpenes biochemical profile and transcriptional analysis of cytochrome P450s genes in leaves, roots, flowers, and during Coffea arabica L. fruit development.

    Outras publicações estão disponíveis no Portal de Periódicos da Capes

    Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

  • Como as novas tecnologias têm impactado a forma de ensinar? Essa foi a inquietação que motivou a professora Nice Santos a desenvolver sua dissertação de mestrado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). A partir do estudo, realizado com nove escolas públicas de ensino médio – uma em cada capital da região Nordeste –, ela pretende inspirar outras escolas a utilizarem ou intensificarem o uso dessas novas tecnologias.

    Intitulado As políticas de informação digital adotadas nas escolas públicas do Nordeste, o estudo aponta que celulares e computadores portáteis são os meios mais utilizados pelos professores em sala de aula. Não há dificuldade no manuseio e o uso tem agregado valor ao aprendizado. Já os tablets são os aparelhos tecnológicos menos utilizados.

    A professora entrou em contato com as secretarias de educação de todos os estados e do Distrito Federal para definir quais escolas entrariam na pesquisa. Após receber as respostas, aplicou o primeiro filtro: definiu que seriam apenas dos estados da região Nordeste, no intuito de viabilizar a pesquisa. No entanto, buscou escolas diferentes das sugeridas, já que, por serem aleatórias, aproximariam mais o estudo da realidade.

    Nice centrou o estudo nos professores, por meio de entrevistas e visitas às escolas. A pesquisadora ressalta que o próprio uso da tecnologia em si exige conhecimento prévio por parte do docente. Também utilizou questionários respondidos por áreas técnicas do MEC e dados disponíveis no portal da pasta para complementar as informações.

    “O professor tem que se preparar para esse menino que está na sala de aula e que não quer escrever mais e, sim, tirar uma foto do que o professor está colocando no quadro. Em vez de o aluno usar uma rede social, ele está pesquisando um assunto por meio do celular ou de outro dispositivo que ele tenha. Queremos dizer que essas experiências são possíveis”, defende a pesquisadora.

    Destaque – Nice observou na pesquisa que duas escolas mereciam destaque: a Escola Estadual de Educação Profissional Jaime Alencar de Oliveira, em Fortaleza, e a Escola Técnica Estadual de João Pessoa Pastor João Pereira Gomes Filho, em João Pessoa. Segundo a pesquisadora, ambas instituições utilizam bem as novas tecnologias e têm conseguido alcançar bons resultados.

    O diretor-geral da escola paraibana, Francio Xavier Santos Costa, explica que os laboratórios de informática da unidade são utilizados para aulas de inglês, espanhol e disciplinas das áreas técnicas, como marketing e técnicas de vendas on-line. Além disso, a rede wi-fi da escola é liberada para os estudantes. Isso faz com que a internet possa ser utilizada em qualquer aula, com atividades que podem ser desenvolvidas nos celulares dos próprios estudantes.

    “As tecnologias digitais significam o futuro. Formar cidadãos que não estejam familiarizados com as novas tecnologias significa entregá-los à sociedade com uma carga de conhecimento defasada. Então, sempre que possível, é interessante trabalhar as novas tecnologias digitais com os alunos, mostrando a eles, inclusive, que se pode fazer muito mais com um simples celular do que apenas interagir nas redes sociais”, opina.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • As expedições realizadas pelo International Ocean Discovery Program (IODP), de pesquisas marinhas, que investiga a história e a estrutura da Terra, chegam à costa brasileira e à Amazônia pela primeira vez. O objetivo é estudar a evolução tectônica, climática e biótica do Portal Equatorial do Atlântico. As jornadas serão realizadas em 2020.

    A Expedição 387 – Amazon Continental Margin, que teve as inscrições realizadas até 1º de março, ocorrerá entre os dias 26 de abril e 26 de junho do próximo ano. O objetivo é perfurar a parte superior da bacia da Foz do Amazonas, na margem equatorial do Brasil.  

    Para a Expedição 387, inscreveram-se 20 pesquisadores brasileiros. O número mostra um aumento considerável em comparação às anteriores, quando a média foi de quatro candidatos por expedição. Podem se inscrever pesquisadores em nível de doutorado, pós-doutorado ou pesquisador pleno, que tenham mais de oito anos de título, em todas as especialidades relacionadas ao tema mar profundo. A Capes financia a participação do Brasil no consórcio JOIDES Resolution, desde 2013.

    Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Cleverson Guizan atuará como co-chief na expedição 387. “A participação do Brasil no IODP é uma oportunidade ímpar para a qualificação de pesquisadores e estudantes. A Capes vem nos proporcionar essa oportunidade, financiando a associação do Brasil ao IODP”, ressaltou.

    Já a Expedição 388 - Equatorial Atlantic Gateway, com inscrições realizadas até 1º de abril, estudará a evolução tectônica, climática e biótica do Portal Equatorial do Atlântico, em três locais, próximos ao Platô Pernambucano. A pesquisa acontecerá entre 26 de junho e 26 de agosto de 2020.

    Programa – O International Ocean Discovery Program (IODP) é um programa internacional de pesquisas marinhas, que investiga a história e a estrutura da Terra, a partir do registro em sedimentos e rochas do fundo do mar, e monitora ambientes de subsuperfície. O programa reúne parte significativa da comunidade científica atuante nas ciências do mar em águas profundas de diversos países.

    Para alcançar seus objetivos, usa avançada tecnologia em perfuração oceânica como instrumento essencial para novas descobertas, permitindo a disseminação de dados e amostras a partir de arquivos globais, particularmente para os países membros do programa.

    O sistema de perfuração é apoiado por um parque analítico a bordo do Navio de Pesquisa JOIDES Resolution, composto por equipamentos de última geração voltados à pesquisa geofísica, geoquímica, microbiológica e paleoclimática. Além da infraestrutura embarcada, o IODP conta com apoio de diversas instituições de pesquisa e formação de recursos humanos nos países que participam do Programa.

    Simone Mantovanelli é paleomagnetista e participou, em 2016, da expedição 366, em uma jornada que coletou materiais para investigação dos processos físicos, químicos e biológicos em uma região de vulcões de lama. Para a pesquisadora, a expedição foi a chance de convívio com cientistas renomados. “Experiência maravilhosa”, classifica. “A oportunidade de ir para esses lugares coletar material é única.”

    Brasil – Desde 2013, o Brasil, por meio de financiamento viabilizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), é membro do consórcio JOIDES Resolution e colabora com o Programa IODP, tendo sua participação no programa internacional se iniciado em 2012. Para executar as atividades previstas no programa, a Capes conta ainda com o apoio de dois comitês: científico e executivo.

    Atualmente, a participação do Brasil prevê uma vaga em cada expedição no Navio de Pesquisa do JOIDES Resolution (até duas vagas podem ser oferecidas, dependendo da demanda), assim como a utilização, por parte de brasileiros, de amostras previamente coletadas de programas anteriores como o Deep Sea Drilling Project (DSDP) e do Ocean Drilling Program (ODP). Esse material é atualmente coletado pelo Programa IODP, por meio da preparação da Sample Request com apoio do Comitê Cientifico do Programa no Brasil.

    Há ainda vagas para um membro no Facility Board do Navio de Pesquisa JOIDES Resolution e uma vaga para representantes brasileiros no Scientific Evaluation Panel (SEP) e no Subgrupo Site Survey do SEP/IODP, respectivamente.

    Interatividade – A Capes lançou uma ferramenta que permite visualizar a participação do Brasil nas expedições realizadas pelo IODP. Com o Mapa Interativo IODP/Capes-Brasil, é possível acompanhar em um mapa-múndi os lugares explorados pelos pesquisadores integrados ao programa, sinalizando onde houve participação brasileira.

    É possível visualizar o mapa pelo portal da Capes. Na página as legendas coloridas indicam as expedições que já foram realizadas, as que ocorrem neste momento e as que estão agendadas. Clicando no ícone, também é possível ler um resumo do trabalho desenvolvido pelo pesquisador brasileiro em cada expedição.

    A micropaleontóloga Bruna Dias seguirá na expedição 378 em janeiro de 2020. “A ação permite a ampliação da rede de colaboração internacional com outros cientistas”, planeja. Os depoimentos de Bruna e dos pesquisadores podem ser acessados pelo portal.

    Acesse o Mapa Interativo IODP/Capes-Brasil

    Ouça os depoimentos dos pesquisadores

    Assessoria de Comunicação Social

  • O Programa de Educação Tutorial conta com 400 grupos em instituições de ensino superior públicas e privadas de todo o país. São 4.274 alunos bolsistas e 400 tutores, um para cada grupo de pesquisa. A cada ano, o Programa lança um edital com 30 novas vagas.

    * Dados de 2010

    Relação dos grupos PET
  • Uma nova esperança para pacientes com úlceras crônicas consta de pesquisa recém-veiculada pelo British Journal of Haematology, publicação da Sociedade Britânica de Hematologia especializada em temas relacionados a doenças do sangue. É a terapia celular com células mononucleares da medula óssea como opção de tratamento. O procedimento foi realizado no Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), em Salvador.

    Durante seis meses, pesquisadores do Hupes, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Montfiore Medical Center, dos Estados Unidos, trataram cerca de 60 pacientes com úlceras complexas. Segundo o professor José Valber Meneses, do Hupes, algumas delas não se fechavam havia 20 anos. “São feridas de difícil cicatrização, e nenhum procedimento anterior obteve resultados como o de agora”, disse.

    O tratamento consiste em retirar células mononucleares da medula óssea do próprio paciente e injetá-las diretamente na úlcera. Em 41% dos participantes do estudo, as feridas fecharam-se completamente. Nos 59% restantes, houve melhora considerável, mas com recidiva depois de seis meses da terapia. “Ainda há muito a ser feito, e a pesquisa seguirá em frente, mas cicatrizar uma ferida complexa como as decorrentes de anemia falciforme e de diabetes é um grande avanço”, afirmou Meneses. “Com isso, o paciente tem um resgate de sua autoestima e, principalmente, de qualidade de vida.”

    O Hupes, que integra a estrutura da UFBA, é uma unidade hospitalar e ambulatorial de ensino, pública, geral, de grande porte, considerada referência em média e alta complexidade na Bahia. O complexo está vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

    Assessoria de Comunicação Social

  • Salvador, 12/3/2019 – Passado o carnaval, é hora de recolher o lixo deixado pelos foliões. O exemplo é local, mas o alerta é global e válido em qualquer tempo e lugar, principalmente onde os resíduos costumam se acumular despercebidos: no fundo do mar. Por isso, detritos encontrados em áreas profundas do litoral de Salvador e região metropolitana são preocupação e objeto de estudos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano).

    O grupo de pesquisa Paranoá/IF Baiano/CNPq, em desenvolvimento desde 2012, realiza coletas e análises de amostras de lixo marinho para avaliar o impacto do fenômeno no ecossistema. O grupo – formado por pesquisadores, professores e estudantes do ensino médio, técnico, graduação e pós-graduação – também apoia ações de formação, discussão e difusão de conceitos e instrumentos para o gerenciamento costeiro e marinho. Estima-se que, por ano, entre 8 e 25 milhões de toneladas de resíduos sólidos entrem nos oceanos do planeta. No Brasil, o número se aproxima de 2 milhões de toneladas no mesmo período.

    Fruto dessas ações é a parceria com o projeto Fundo da Folia, um grupo voluntário que atua há quase uma década realizando limpeza subaquática nas praias da capital baiana. A iniciativa nasceu em 2010, com a observação de que o lixo gerado no carnaval era recolhido das ruas e das praias do circuito da folia, mas não do fundo do mar. A partir de então, as ações se intensificaram e o grupo foi crescendo. Hoje, as limpezas são realizadas semanalmente, com a ajuda voluntária de surfistas, mergulhadores, pesquisadores, estudantes e interessados em contribuir com a causa.

    Exposição – Com a participação nas ações de limpeza do projeto Fundo da Folia, pesquisadores do grupo Paranoá vêm coletando e analisando os diversos tipos de lixo e catalogando esses materiais para criação de uma coleção didática do lixo marinho. Parte da coleção está sendo exposta no Museu Náutico da Bahia, em uma parceria com o curso de oceanografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), desde o ano passado, onde permanece pelos próximos meses.

    Hoje, o trabalho é um projeto de iniciação científica, desenvolvido no campus do IF Baiano em Catu. “A intenção é identificar cada polímero (lixo plástico) para uma coleção de referência que, daqui a cem anos, caso haja algum problema de contaminação, por exemplo, na Baía de Todos os Santos e alguém falar: ‘Ah, mas ninguém produz mais isso hoje.’, então, temos na coleção uma identificação científica de um produto que foi descartado na baía há cinquenta, cem anos atrás”, explica o orientador do projeto, professor e pesquisador do IF Baiano, José Rodrigues, que também coordena a implantação da Rede Brasileira de Coleções Didáticas e Científicas do Lixo Marinho (Re-COLIXO).

    Os materiais coletados do fundo do mar evidenciam o impacto ambiental do excesso de lixo nos oceanos. “Não é um problema novo. A academia estuda isso há mais de 30 anos e só agora a sociedade está tomando ciência da catástrofe”, afirma o pesquisador José Rodrigues.

    Impactos – Hoje, são frequentes no noticiário os mais diversos casos de animais marinhos vítimas de acidentes causados pelos resíduos perdidos nos oceanos. Este é apenas um dos impactos decorrentes do problema. O pesquisador aponta também o efeito na cadeia alimentar das espécies. “Temos estudos mostrando a presença de lixo no trato intestinal até dos zooplânctons, pequenos organismos que vivem dispersos na coluna d’água.”

    Esses zooplânctons, junto com os fitoplânctons, são a base da cadeia trófica dos oceanos, explica Rodrigues. “Todos os outros animais estão acima deles e então, esses pequenos organismos vão ser comidos, com o plástico, pelo peixe um pouco maior”. Em seguida, a espécie pode servir de alimento aos predadores de topo, os grandes mamíferos, tubarões, aves, etc, e no meio do caminho, passa pelas espécies mais comerciais como, por exemplo, os atuns e salmões.

    O próximo destino do plástico é de fácil dedução. Lembra daquele peixe assado que você comeu outro dia na praia? Nós, seres humanos, somos consumidores das espécies comerciais marinhas. “Nós estamos ingerindo plástico”, destaca Rodrigues. “O que não sabemos ainda é o que esse plástico vai fazer no nosso corpo. Estudos recentes já confirmaram a presença de plástico nas fezes humanas. Isso quer dizer que o plástico está chegando. Mas, chega só por causa do peixe? Não. Na água mineral da garrafinha plástica também vêm resíduos daquilo que, hoje, começamos a estudar – mas precisa-se de equipamentos mais sofisticados – que é o nanoplástico. O animal come o plástico porque ele confunde o saco (plástico) com seu alimento. O ser humano não confunde o saco com o alimento dele, mas o alimento do ser humano pode ser um peixe que confundiu”, complementa.

    Parque – Outra ação em desenvolvimento é a participação na implantação do Parque Natural Municipal Marinho da Barra na capital baiana. O projeto, que está em tramitação no âmbito municipal, contou com a consultoria do pesquisador José Rodrigues. A intenção é implantar uma unidade de proteção integral que promova atividades de turismo sustentável e onde são vedadas práticas que gerem poluição ambiental ou retirada de recursos naturais.

    Em audiência pública, realizada em novembro de 2018 e promovida pela Secretaria de Cidade Sustentável e Inovação (Secis), a criação do Parque Natural Municipal Marinho da Barra obteve o aval da sociedade. Pioneiro em Salvador, a unidade vai conservar, além do ecossistema marinho, o patrimônio cultural subaquático formado por três naufrágios entre o Farol da Barra e o Forte de Santa Maria: o Bretagne (1903), o Germânia (1876) e o Maraldi (1875) e promover lazer contemplativo e um espaço para realização de pesquisas científicas.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do IF Baiano

  • Estudo inédito apresentado nesta quarta-feira, 21, servirá de base para debate nacional com as redes de ensino sobre a remuneração média dos professores em exercício na educação básica. O levantamento, resultado de uma nova metodologia do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), contém informações que poderão contribuir, por exemplo, para a formulação do Custo Aluno-Qualidade Inicial (Caqi) e para discussões sobre a carreira dos professores.

    O estudo, referente a 2014, foi feito a partir do cruzamento das bases de dados do Censo Escolar com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. O levantamento mostrou uma população de 2.080.619 professores e a seguinte remuneração média:

    REMUNERAÇÃO MÉDIA PONDERADA POR CARGA HORÁRIA PADRONIZADA PARA 40H SEMANAIS – BRASIL – 2014


    Fonte: Inep

    Os dados revelam que a maior remuneração é dos professores da rede federal de ensino que atuam, prioritariamente, no ensino médio. A rede municipal, 45 vezes maior que a federal, paga menos da metade. E a rede privada tem os salários mais baixos.

    Além disso, segundo o estudo, existem disparidades regionais e inter-regionais na remuneração de professores. Apesar das redes de ensino serem distintas, há casos de estados em que os professores trabalham 20 horas semanais e, mesmo assim, têm remuneração maior que professores com carga de 40 horas semanais, apesar de existir o piso nacional.

    Metodologia – Os dados de remuneração de docentes só foram possíveis pela combinação de duas bases de dados. De um lado, o Censo Escolar, de âmbito nacional, realizado anualmente pelo Inep com a participação de todas as escolas públicas e privadas do país. O levantamento abrange diferentes etapas e modalidades: ensino regular (educação infantil e ensinos fundamental e médio), educação profissional, educação especial e educação de jovens e adultos (EJA). São coletados dados sobre estabelecimentos de ensino, inclusive dependência administrativa; alunos e matrículas; movimento e rendimento escolar dos estudantes; docentes e vínculos dos docentes com as escolas. Desde 2007, o Censo Escolar faz uma coleta de dados individualizados que permitem o acompanhamento do estudante e do docente.

    Do outro lado está a base de dados da Rais, do Ministério do Trabalho e Previdência Social, que determina, como obrigatória, a declaração de todas as pessoas jurídicas de direito privado; órgãos da administração direta e indireta dos governos federal, estadual ou municipal; inscritos no CNPJ com ou sem empregados; todos os empregadores, conforme definidos na CLT; empresas individuais; cartórios extrajudiciais e consórcios de empresas; autônomos e profissionais liberais que mantiveram empregados; condomínios e sociedades civis; empregadores rurais e pessoas físicas que mantiveram empregados; e filiais, agências, sucursais, representações vinculadas à pessoa jurídica domiciliada no exterior.

    Remuneração – A partir do cruzamento, a metodologia considerou a média das remunerações mensais informadas na Rais por esfera administrativa (empregador), referentes ao ano-base 2014 e devidas em cada mês trabalhado, pagas ou não, computados os valores considerados rendimentos do trabalho. Compõem a remuneração mensal informada na Rais: salários, ordenados, vencimentos, soldos, soldadas, honorários, vantagens, adicionais extraordinários, suplementações, representações, bonificações, gorjetas, gratificações, participações, produtividade, porcentagens, comissões e corretagens. O 13º não é incluído no cálculo.

    Seminário – Os dados foram apresentados no Seminário 10 Anos de Metodologia de Coleta de Dados Individualizada dos Censos Educacionais, que celebra uma década do acompanhamento de estudantes e professores. Foi essa metodologia que permitiu o cruzamento das bases. O evento faz parte das comemorações dos 80 anos de fundação do Inep e foi realizado em 20 e 21 de junho, na Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), em Brasília (DF). 

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

  • Com o objetivo de avaliar a fidedignidade das informações prestadas ao Censo Escolar 2017, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) está se preparando para realizar, no segundo semestre, uma pesquisa de controle de qualidade dos dados declarados pelas escolas. O desenvolvimento de ações sistemáticas de controle de qualidade é um dos requisitos para garantir o cumprimento dos princípios fundamentais e boas práticas que orientam a produção das estatísticas educacionais oficiais produzidas pelo Inep.

    A pesquisa, feita por amostragem probabilística, será executada por uma entidade externa especializada. Além de fornecer uma estimativa do número de matrículas com registro administrativo apropriado nas escolas para compará-las àquelas constantes da base de dados do Censo Escolar da Educação Básica, a pesquisa também permite calcular estimativa de conformidade da informação de escolaridade e formação superior, quando for o caso, dos docentes da educação básica. Para o exercício de 2017, serão analisadas amostras de pré-escola na educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio regulares em escolas públicas e escolas privadas.

    Impactos – Além de identificar o perfil da escola em relação à organização dos registros administrativos e da forma de preenchimento e envio de informações ao censo, a iniciativa ajudará a identificar o impacto que decisões sobre a informação de dados escolares tem sobre a qualidade dos dados reportados.

    O processo, assim, contribui com subsídios para a elaboração e adequação de rotinas, permitindo melhor aparelhamento das escolas para a guarda e recuperação dos seus registros. Os dados coletados pelo Inep por meio dos censos educacionais são utilizados para o planejamento e monitoramento das políticas públicas, de forma direta ou indireta, nas três esferas administrativas – federal, estadual e municipal.

    Assessoria de Comunicação Social 


  • Como parte de uma série de encontros programados até o fim deste semestre em comemoração aos seus 80 anos de fundação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) realiza nesta terça-feira, 23, um debate sobre o educador Anísio Teixeira (1900 – 1971). Ele é considerado o “inventor” da escola pública no Brasil. Entre os convidados expositores estão os professores Clarice Nunes, da Universidade Federal Fluminense (UFF); Libânia Xavier, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e João Augusto Rocha, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

    “É sempre importante promover a reflexão em torno de entidades governamentais, como o Inep, e personalidades essenciais à educação brasileira, a exemplo de Anísio Teixeira, para a construção de uma escola mais aberta, plural e democrática”, lembra Libânia Xavier. Autora do livro O Brasil como Laboratório: Educação e Ciências no Projeto do Centro Brasileiro de Pesquisa Educacional - CBPE/INEP/MEC (1950-1960), ela destaca o Brasil como “um país diversificado social e culturalmente”.

    Democracia – A professora Clarice Nunes, em seu artigo “Um mestre pela escola pública”, afirma que o legado de Anísio Teixeira encarna “o que o país tem de melhor na tradição pedagógica, por sua admirável persistência na defesa da democracia”. Ela ressalta que “a meta era e ainda é a maioridade do povo brasileiro, não só pela valorização da cultura popular, mas também pela sua transformação em instrumento efetivo de construção da sua autonomia.”

    Para João Augusto Rocha, organizador da obra Anísio em Movimento, Anísio Teixeira está cada vez mais atual. “Anísio chama nossa atenção para [o fato de] que não existe democracia sem escola pública de qualidade para todos”, resume. Entre as obras do educador, ele destaca Educação não é Privilégio, lançada em 1957: “É considerada a principal referência para a contínua luta que travamos pela escola pública universal, gratuita e laica”.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) inicia treinamento dos coordenadores estaduais que vão atuar na aplicação da Pesquisa Internacional de Ensino e Aprendizagem (Talis). Os trabalhos, na sede do instituto, serão realizados nesta quinta e na sexta-feira, 3 e 4, para um grupo de oito estados; e segunda e terça-feira, 7 e 8, para as demais 19 unidades da federação. Na ocasião, serão explicados os procedimentos para aplicação da pesquisa internacional que avalia o ambiente de aprendizagem e as condições de trabalho dos profissionais da educação básica.

    Por meio da interação entre diretores e professores, a pesquisa gera informações sobre a educação nos países participantes e, assim, contribui para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das políticas educacionais. A Talis 2018 será aplicada em mais de 40 países. No Brasil, a pesquisa é responsabilidade do Inep, que aplicará o instrumento em cerca de 400 escolas e oito mil professores e diretores.

    Talis – A Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem, tradução para Teaching and Learning International Survey (Talis), coleta dados comparáveis sobre o âmbito de aprendizagem e as condições de trabalho dos professores nas escolas de diversos países. A comparação de informações atualizadas que levam em conta o ponto de vista dos profissionais atuantes pode ajudar os países na revisão e definição de políticas para o aprimoramento da profissão docente.

    Pesquisadores e gestores de políticas podem utilizar os dados gerados pela Talis para identificar outros países que enfrentam desafios semelhantes aos seus. Além disso, o contato possibilita o aprendizado de outros tipos de políticas públicas. O Brasil participou da primeira e da segunda rodada da pesquisa, em 2007 e 2013, respectivamente. A edição de 2018 será a terceira.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep 

  • O Programa Capes/Universidade de Nottingham – Seleção de Projetos Conjuntos de Pesquisa em Drug Discovery recebe inscrições até 1º de setembro próximo. O programa selecionará projetos conjuntos de pesquisa na área de testes e descoberta de novos fármacos e medicamentos em parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação com a Universidade de Nottingham, do Reino Unido.

    O programa assegura a colaboração de equipes brasileiras com pesquisadores especializados em drug discovery (pesquisa sobre novos medicamentos) da Universidade de Nottingham. Torna possível, ainda, o uso de instalações técnicas e operacionais e de equipamentos daquela instituição e dos centros brasileiros qualificados pelo programa para apoiar projetos de pesquisa básica e aplicada no desenvolvimento de medicamentos e produtos afins, além da formação de recursos humanos na área.

    Entre os benefícios previstos pelo programa, estão auxílio-deslocamento, seguro-saúde e diárias para pesquisadores brasileiros em missão de trabalho no Reino Unido. Serão oferecidas bolsas de estudos e pesquisa nas modalidades de graduação-sanduíche, mestrado-sanduíche, doutorado-sanduíche e estágio pós-doutoral na Universidade de Nottingham.

    A duração dos projetos é de até quatro anos. A divulgação dos resultados está prevista para fevereiro de 2015.

    As inscrições devem ser feitas na página do Programa Capes/Universidade de Nottingham na internet. Mais informações no Edital Capes nº 41/2014.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

  • Pesquisadores interessados em participar da Expedição IODF 378 – South Pacific Paleogene Climate têm até 15 de setembro para fazer sua inscrição na página da a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Seleção será feita pelo comitê científico no Brasil do International Ocean Discovery Program (IODP).

    A expedição, que se realiza de 14 de outubro a 14 de dezembro de 2018, se destina a candidatos de especialidades das áreas de biologia e geologia em nível de doutorado, pós-doutorado ou pesquisador pleno (com mais de oito anos de título de doutor).

    Trabalho – O selecionado contará com auxílio deslocamento para aquisição das passagens internacionais e auxílio para aquisição de seguro saúde. Durante sua permanência no navio JOIDES Resolution, as despesas de acomodação e alimentação serão custeadas pelo IODP.

    A expedição investigará o registro do clima cenozoico e da oceanografia através de um transecto (linha traçada em um terreno para demarcar área a ser estudada por cientistas) e perfuração no extremo sul do Oceano Pacífico. O objetivo é descobrir como a Terra do Eoceno manteve altas temperaturas globais e alto transporte de calor para as regiões polares, apesar de receber níveis modernos próximos de energia solar.

    Programa –O IODP é um programa internacional de pesquisas marinhas que investiga a história e a estrutura da Terra a partir do registro em sedimentos e rochas do fundo do mar, além de monitorar ambientes de subsuperfície. Participam desses trabalhos representantes da comunidade científica de diversos países. Desde 2013, o Brasil integra o consórcio JOIDES Resolution e colabora com o IODP por meio de um financiamento da Capes, que conta com o apoio de um comitê científico e um executivo.

    Expedições do IODP usam avançada tecnologia de perfuração oceânica, de modo a permitir disseminação de dados e amostras a partir de arquivos globais. O sistema de perfuração é apoiado por um parque analítico a bordo do navio de pesquisa JOIDES Resolution, composto por equipamentos de última geração voltados à pesquisa geofísica, geoquímica, microbiológica e paleoclimática. Além da infraestrutura a bordo, o IODP conta com apoio de numerosas instituições de pesquisa e formação de recursos humanos nos diferentes países que compõem o programa.

    Mais informações podem ser consultadas na página do Programa Capes/IODP.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

  • Estão abertas até 5 de dezembro as inscrições de projetos conjuntos de pesquisa desenvolvidos por grupos brasileiros e holandeses vinculados a instituições de educação superior ou de pesquisa. A seleção de projetos é uma iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Organização Holandesa para Cooperação Internacional em Educação Superior (Nuffic — Netherlands Organisation for International Cooperation in Higher Education).

    Os projetos devem estar voltados para a formação de recursos humanos de alto nível, nos dois países, nas áreas de ciências biológicas, engenharias, ciências médicas (ciências da saúde), ciências agrícolas, ciências sociais aplicadas, ciências humanas e artes. O programa Capes–Nuffic pretende estimular a mobilidade de professores e de estudantes de graduação e de pós-graduação nos níveis de doutorado e de pós-doutorado.

    De acordo com o edital do programa, serão selecionados até 30 projetos conjuntos de pesquisa, com início das atividades previsto para o próximo ano. O número de projetos pode ser alterado, de acordo com o interesse da Capes e da Nuffic e da disponibilidade orçamentária.

    As propostas de projeto devem ter caráter inovador e explicitar as vantagens resultantes da parceria internacional. Devem, ainda:

    • Implementar a parceria entre instituições de educação superior do Brasil e da Holanda.
    • Conjugar os interesses institucional, regional e nacional.
    • Favorecer a aprendizagem da língua no país parceiro.
    • Enfatizar as inovações bilaterais no treinamento e na educação.
    • Indicar os potenciais resultados do projeto, ressaltar seu impacto econômico e social e mencionar estratégias para ampliá-los.

    As inscrições, gratuitas, são feitas exclusivamente pela internet, na página do programa Capes–Nuffic, com o preenchimento do formulário específico e o envio de documentos eletrônicos. Mais informações no Edital nº 63/14.

    Assessoria de Comunicação Social

  • A parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Instituto Internacional para Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) seleciona novos pesquisadores de pós-doutorado e doutorado Sanduíche para desempenharem trabalhos na Áustria, no primeiro semestre de 2019. Os editais foram lançados dia 4 de setembro e as inscrições vão até o dia 15 de outubro.

    Este é o terceiro ano consecutivo em que os editais são abertos para atender aos programas, em parceria com o IIASA. “O IIASA é instituto internacional que promove a investigação científica em questões de importância global, em áreas como tecnologia, meio ambiente e energia. Nesta edição, serão investidos R$ 667.708,00”, destaca Clarissa Soares, analista em Ciência e Tecnologia da Capes.

    Segundo Clarissa, os candidatos à bolsa precisam ficar atentos a alguns requisitos que foram modificados em relação a editais anteriores. “Nesta chamada, por exemplo, há a obrigatoriedade de apresentação do certificado de proficiência em inglês. Também é importante lembrar que é preciso se inscrever tanto na Capes quanto no IIASA. É necessário preencher o formulário de inscrição nos dois sites.” As propostas que forem apresentadas somente em uma das instituições serão indeferidas.

    O programa dará quatro bolsas para pós-doutorado, com duração de três a 12 meses. Para doutorado sanduíche, estão previstas três bolsas, de três a 24 meses, sendo que aos 12 meses haverá uma avaliação para confirmar a continuidade do benefício.

    Os bolsistas selecionados para pesquisas de pós-doutorado vão receber da Capes mensalidades no valor de 2.100 euros (pouco mais de R$ 10.100), auxílio instalação, com o mesmo valor da mensalidade, além de seguro saúde (em torno de R$ 433 por mês) e passagens aéreas de ida e volta para a Áustria. Já referente à chamada de doutorado sanduíche, o bolsista vai receber da Capes mensalidades no valor de 1.300 euros (aproximadamente R$ 6.260), auxílio instalação do mesmo valor, seguro saúde (em torno de R$ 433 por mês) e passagens aéreas de ida e volta para a Áustria.

    IIASA – Fundado em 1972, o Instituto Internacional para Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) é uma organização científica internacional financiada por entidades de cinco continentes. Seu perfil é independente e seu trabalho não se submete a interesses políticos ou nacionais. Sua missão é fornecer informações e orientações para os formuladores de políticas em todo o mundo, encontrando soluções para os problemas globais e universais por meio de análise de sistemas aplicados, a fim de melhorar o bem-estar humano e social e proteger o meio ambiente.

    Acesse o formulário de inscrição da Capes.

    Acesse o formulário de inscrição do IIASA.

    Assessoria de Comunicação Social

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