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  • Natal —Mesmo sem água potável há cerca de um mês, a decisão da direção da escola estadual Santos Dumont, da Base Aérea de Natal, em Parnamirim, a 12 quilômetros da capital, foi de não interromper as aulas. O lençol freático da região está contaminado por excesso de nitrato. Com isso, a água que abasteceria a escola não pode ser utilizada. Com as torneiras dos bebedouros lacradas, o diretor José Albino Sobrinho e os professores resolveram incluir o assunto na pauta de reuniões com os pais para tentar encontrar uma alternativa.

    Ficou decidido que a melhor solução seria furar um poço artesiano na própria escola, mas falta dinheiro. Enquanto a água não chega, os alunos decidiram se mobilizar. “Eles fizeram uma vaquinha para comprar água mineral e deixar nas salas”, revelou a professora de história Maria de Fátima de Araújo. “Ninguém quer parar as aulas.”

     Há 14 anos na escola Santos Dumont, a professora também não quer interromper as aulas, embora esteja de licença médica desde abril, conseqüência de problemas nas cordas vocais. “Eu não consegui deixar os meninos porque o semestre já tinha começado”, disse.

    “Aqui não tem greve ou paralisação. A gente não pára as aulas nem por falta de água”, enfatizou o diretor. Na sua opinião, em caso de greve, é o aluno que mais sai perdendo. “Enquanto o pai está no trabalho, é nosso dever educar o filho e garantir um futuro promissor a ele”, destacou. Formado em engenharia e letras, ele foi voluntário da escola antes de assumir o cargo, em 1999. Quando falta algum professor, José Albino é o substituto. Tudo para evitar que os alunos fiquem sem aula.

    A escola, que atende mil alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio, conta com a ajuda da Base Aérea de Natal, que cede mão-de-obra qualificada. Em caso de falta prolongada de mais de um professor, recorre a militares licenciados.

    Além da falta de água, a escola enfrenta problemas de estrutura física. Infiltrações nas paredes causam umidade excessiva e mofo. A biblioteca é improvisada. O pequeno acervo, de cerca de 200 livros, está defasado. Mesmo com os problemas, alunos e professores estão organizando o tradicional arraial de junho, com direito a barraquinhas de comidas típicas e concurso de forró. “A escola não pára”, resumiu o diretor.

    Maria Clara Machado

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  • O ministro da Educação, Fernando Haddad, discutiu com o vice-ministro da Integração da Nicarágua, Orlando Solórzano, nesta terça-feira, 13, no MEC, os principais pontos de um programa de trabalho sobre educação que será assinado na quarta-feira, 14, durante a visita que o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, faz ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    A formação de professores será um dos pontos de destaque da agenda dos dois países. De acordo com Orlando Solórzano, mais da metade dos professores nicaragüenses são leigos. Por isso a importância de buscar no Brasil programas que permitam a qualificação dos professores no exercício do magistério.

    Constam do documento a cooperação do Brasil na formação profissional, alimentação escolar, pesquisa e avaliação da qualidade do ensino em todos os níveis. Na agenda comum, os países querem trocar materiais didáticos nas línguas portuguesa e espanhola e promover o intercâmbio de estudantes.

    Cooperação — Haddad disse que o Brasil está ansioso para estreitar laços de cooperação com a Nicarágua e que coloca à disposição do país e da América Latina toda a tecnologia educacional. “Temos interesse em socializar nossas tecnologias até para testá-las em outros países e aperfeiçoá-las para benefício dos povos do continente”, explicou.

    A partir da assinatura do programa de trabalho, a Nicarágua vai buscar recursos junto às agências de desenvolvimento no continente e na Europa para ampliar cada ponto da agenda com o Brasil. Maior país da América Central em extensão territorial, a Nicarágua tem 5,5 milhões de habitantes. O presidente Daniel Ortega foi eleito em 2006 para um mandato de cinco anos.

    Ionice Lorenzoni

  • O arquiteto Oscar Niemeyer vai oferecer o projeto arquitetônico do prédio da reitoria à Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), que terá sede em Foz do Iguaçu, Paraná. A empresa hidrelétrica Itaipu Binacional doará à União terreno de 40 hectares para as edificações do campus universitário.

    Para o presidente da comissão de implantação da Unila, Hélgio Trindade, a iniciativa de Niemeyer significará uma marca arquitetônica importante para instituição, uma vez que ela se refletirá na concepção traçada para a integração dos países da América Latina. “Niemeyer entendeu muito bem o que é a Unila e sabe que, por ela estar situada em uma fronteira tríplice (Brasil, Paraguai e Argentina), a arquitetura é capaz de apresentar a disposição acadêmica e política do projeto”, ressaltou Trindade.

    Segundo o diretor brasileiro da Itaipu Binacional, José Miguel Samek, Niemeyer mostrou-se entusiasmado com o projeto. “Ele disse que esse seria um presente dele ao Brasil e à América Latina”, afirmou. “Além disso, ele projetou a Universidade de Constantine, na Argélia, em 1969, que tem em sua concepção a mesma proposta da Unila.”

    O Projeto de Lei nº 2.878, deste ano, que trata da criação da Unila, tramita no Congresso Nacional à espera de aprovação.

    Assessoria de Imprensa da SESu

  • O Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, ganha mais uma unidade descentralizada, que será inaugurada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, no próximo dia 24, às 10h, em Barreto, bairro da Zona Norte de Niterói. A unidade terá 630 alunos de ensino médio – 210 este ano. As aulas da primeira turma já começaram. O Colégio Pedro II é mantido pelo MEC.

    Segundo o prefeito de Niterói, Godofredo Pinto, trata-se de um avanço significativo para a educação pública no município. “O Pedro II é uma instituição referencial e secular. Trabalhamos na expansão das matrículas do ensino médio”, disse. Já o diretor-geral do Colégio Pedro II, Wilson Choeri, explica que a unidade de Niterói terá didática e pedagogia idênticas às das outras unidades, mas respeitará características socioculturais do município.

    Esta será a 11ª unidade do Colégio Pedro II no estado do Rio de Janeiro – as outras ficam nos bairros de São Cristóvão I, II e III, Centro, Humaitá, Engenho Novo I e II, Tijuca I e II e Realengo, todas na capital. A direção-geral da escola é em São Cristóvão. “A carência dos municípios está no ensino médio. Por isso, adotamos a proposta pedagógica do Pedro II, referência de escola pública”, afirmou Oscar Hallac, diretor da nova unidade.

    Fellipe Calleia dos Santos, 15 anos, foi o primeiro colocado no concurso para estudar no Pedro II de Niterói. Ele fez o ensino fundamental na Escola Municipal Altivo César, em Barreto, e quer seguir carreira no setor de informática. “Espero que a chance de fazer o ensino médio nesta escola tradicional abra chances em minha vida”, disse. Fellipe diz que não poderia estudar em uma das unidades do colégio na cidade do Rio de Janeiro, em função da distância.

    Histórico – Em 1837, o ministro do Império, Bernardo Pereira de Vasconcelos, apresentou ao regente Pedro de Araújo Lima proposta para a organização do primeiro colégio secundário oficial do Brasil. Ele acreditava que a instrução pública seria melhor do que a particular, oferecida em salas precárias e por professores mal preparados.

    O colégio, cuja primeira sede foi a da Avenida Marechal Floriano, no centro do Rio, originou-se do Seminário dos Órfãos de São Pedro, criado em 1739, por frei de Guadalupe. Teve diversos nomes, como Seminário de São Joaquim e Imperial de São Joaquim, até receber a denominação de Colégio Pedro II. Foi inaugurado em 25 de março de 1838. O salão nobre, inaugurado em 1875, sedia solenidades de entrega de diplomas de bacharéis em letras, de doutores em medicina e das turmas de graduados do colégio.

    O último ato público de Dom Pedro II, em 14 de novembro de 1889, ocorreu no colégio, quando o imperador presidiu concurso para professores de inglês. Nos primeiros tempos republicanos, o colégio passou a se chamar Ginásio Nacional, mas depois retomou o nome atual. Mais informações pelos telefones (21) 2719-6763, 2719-6748 e 2891-1009. Fax: 2717-7619, 882-6883 e e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

    Súsan Faria, com informações da Assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Educação de Niterói

  • Referência no ensino público no município do Rio de Janeiro, o Colégio Pedro II terá a primeira unidade descentralizada em Niterói, que oferecerá ensino médio a 630 alunos - 210 já este ano. As aulas da primeira turma terão início no dia 5 de abril próximo. O Pedro II, que é uma autarquia federal ligada ao Ministério da Educação, tem 13 mil estudantes e mil professores no Rio, distribuídos em 11 unidades, que oferecem desde o ensino infantil até o médio.

    "A carência maior dos municípios está no ensino médio. Por isso, estamos colocando a proposta pedagógica do Pedro II, que é uma referência de escola pública, à disposição dos municípios", explicou o diretor-geral do colégio, Oscar Halac. Ele destaca os resultados obtidos pelos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e nos exames para o ensino superior. Segundo Halac, a criação da unidade de Niterói faz parte da proposta do MEC de descentralizar a oferta de ensino em todos os níveis.

    Em Niterói, 50% das vagas foram destinadas a alunos que concluíram o ensino fundamental na rede municipal da cidade, proposta semelhante àquela executada pelo colégio em seus concursos públicos. Na parceria, o município oferece a estrutura física e o colégio participa com professores e funcionários, além da proposta pedagógica. "É a escola pública mais respeitada do país. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) está repleta de artigos que consideram prioritária a cooperação entre municípios, estados e Federação", afirmou o secretário de Educação de Niterói, Waldeck Carneiro.

    Aprovados - O concurso público que definiu os ingressantes foi realizado em dezembro do ano passado e em fevereiro último. O primeiro colocado foi Fellipe Calleia dos Santos, 15 anos. "Fazer o ensino médio no Pedro II vai abrir muitas oportunidades para mim", disse Fellipe.

    Ele ressaltou a importância de a escola ter uma unidade em Niterói, pois estudar no Rio de Janeiro, para ele, não seria possível. Disposto a seguir carreira na área de tecnologia, o estudante, que cursou o ensino fundamental em escola pública do município, admite ter ficado surpreso com o primeiro lugar.

    A segunda colocada, Thamirys Baptista dos Santos, 14 anos, salienta que o fato de o colégio ficar perto de casa também influenciou sua escolha. Ela deu prioridade aos estudos de matemática para o concurso e ficou surpresa com a colocação.

    Histórico - Em 1837, o ministro do Império Bernardo Pereira de Vasconcelos apresentou ao regente Pedro de Araújo Lima proposta para a organização do primeiro colégio secundário oficial do Brasil. Pereira de Vasconcelos acreditava que a instrução pública seria melhor do que a particular, que se mostrava inadequada, por ser oferecida em salas precárias e por professores mal preparados.

    O colégio, cuja primeira sede foi a da Avenida Marechal Floriano, no Centro do Rio, originou-se do Seminário dos Órfãos de São Pedro, criado em 1739, por Frei de Guadalupe. Teve diversos nomes, como Seminário de São Joaquim e Imperial de São Joaquim, até receber a denominação de Colégio Pedro II. Foi inaugurado em 25 de março de 1838, quando as aulas tiveram início. Em 1874, o prédio passou por grande reforma. O salão nobre, inaugurado em 1875, sedia, desde então, solenidades de entrega de diplomas de bacharéis em letras, de doutores em medicina e das turmas de graduados do próprio colégio.

    O último ato público de Dom Pedro II, em 14 de novembro de 1889, ocorreu no colégio, quando o imperador presidiu concurso para professores de inglês. Nos primeiros tempos republicanos, o colégio passou a se chamar Ginásio Nacional, mas posteriormente retomou o nome atual.

    Repórter: Rodrigo Dindo

  • Macapá — Sob aplausos dos professores da rede estadual de ensino, o ministro da Educação, Fernando Haddad, à frente da Caravana da Educação, desembarcou nesta segunda, 6, às 13h, no aeroporto internacional de Macapá. Ele foi recebido pelo governador do Amapá, Waldez Góes, pelo senador Gilvan Borges, pelo prefeito de Macapá, João Henrique Rodrigues Pimentel, e pelo reitor da Universidade Federal do Amapá, José Carlos Tavares Carvalho, entre outras autoridades.

    Haddad saudou a nova fase do relacionamento dos estados com a União, por meio do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Nesta terça, 7, o ministro vai se reunir com todos os prefeitos do Amapá para o lançamento do PDE, que propõe a melhoria do índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb). “Começamos prioritariamente pelos estados do Norte e do Nordeste. Temos de resgatar uma dívida histórica com essas populações, principalmente no tocante à educação”, disse o ministro, no desembarque.

    Ainda nesta segunda-feira, o ministro visita a escola estadual Osvaldina Ferreira da Silva e o campus da Universidade Federal do Amapá, no município de Santana. Nesta terça, 7, além do lançamento do PDE, Haddad visitará o Forte São José, o Marco Zero e o Centro de Educação Profissional Graziela Reis de Souza.

    Nunzio Briguglio

  • Foto: Tereza SobreiraA contribuição da educação ambiental para a sustentabilidade planetária é o principal tema em debate nesta quarta-feira, dia 5, no 5º Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental, em Joinville, Santa Catarina. Na terça-feira, 4, antes da abertura oficial, esteve em discussão a revisão do tratado de educação ambiental para sociedades sustentáveis e responsabilidade global. Cerca de cinco mil pessoas, representantes de 25 países, estarão presentes diariamente no Centreventos Cau Hansen até sábado, dia 8, quando o encontro será encerrado.

    Representantes de governos ibero-americanos, de instituições públicas e privadas e de organizações não-governamentais, empresários, sindicalistas, educadores e estudantes reúnem-se pela primeira vez no Brasil para iniciar o processo de revisão do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, elaborado durante a Eco 92, com a definição de princípios, planos de ação, sistemas de coordenação, monitoramento e avaliação. Os debates contribuirão também com a revisão do Tratado para a Rio +15, em 2007.

    O Tratado de Educação Ambiental foi elaborado durante o Fórum Global, no Rio de Janeiro, paralelamente à Eco 92. As organizações que o assinaram comprometeram-se a implementá-lo e foi definido um sistema de coordenação, monitoramento e avaliação. Desde então, o tratado inspirou estratégias e programas de organizações não-governamentais, redes de educação ambiental foram criadas e políticas públicas formuladas. No Brasil, o documento é referência da Rede Brasileira de Educação Ambiental (Rebea) e do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNea).

    Revisão — O processo de revisão, que teve início em novembro de 2005, será debatido na Rio + 15, no próximo ano. “Chegou a hora de nos perguntarmos: o tratado continua atual? Que ações inspirou e como vamos articulá-lo com as iniciativas previstas para a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável?”, indaga Moema Viezzer, coordenadora do processo atual e da equipe de elaboração do tratado durante a Eco 92.

    Segundo Marcos Sorrentino, diretor de educação ambiental do ministério do meio ambiente, o desafio do congresso é encontrar uma convergência entre o tratado e a Década da ONU. “A partir deste debate, vamos intercambiar experiências de políticas públicas que permitam o aprimoramento do fazer educacional voltado para a questão ambiental”, destacou.

    Moema Viezzer salienta que os educadores querem mais ênfase na implementação do tratado. Além disso, segundo as respostas, é necessário ampliar as ações com os jovens, os gestores públicos e as instituições de ensino e pesquisa. Até junho, educadores e educadoras poderão participar do processo de avaliação, pela internet. Mais informações na página eletrônica do congresso. (Assessoria de Comunicação Social do MEC)

     

  •  Belém — Educar por meio da música é o objetivo de músicos do Pará. Eles têm trabalhado de forma voluntária para atender alunos da periferia de Belém que fazem parte da Banda Sinfônica da Escola Estadual Lauro Sodré. A banda tem tanta tradição que, em 2003, foi tombada como patrimônio histórico cultural do estado.

    Fundada em 1872, a banda era exclusiva dos alunos da Escola Lauro Sodré. Ao longo dos anos, porém, passou a ter destaque na sociedade paraense e abriu as portas para estudantes de outras escolas e para a comunidade. Ela proporciona a seus integrantes, na maioria pessoas carentes, a oportunidade de sair da situação de risco social.

    Ouça um treço executado pela banda

    O maestro Silas Borges, na banda há 21 anos, desenvolveu o projeto Educando através da Música para incentivar os jovens a ter formação na área musical. Há três anos, o projeto oferece aulas de teoria musical, prática instrumental — sopro e percussão — e forma grupos de flauta-doce, coral e corpo coreográfico. Este ano, também foi criada a Banda Jovem, formada por alunos do terceiro ano de musicalização, os quais serão preparados para integrar a Banda Sinfônica. “As atividades que desenvolvemos permitem que crianças e adolescentes conheçam melhor a si mesmos e desenvolvam a atenção, o que os auxilia na aprendizagem”, afirma Borges.

     Para fazer parte do projeto, os alunos não podem ficar em recuperação nem tirar notas menores do que sete na escola. “Fico no pé dos alunos. Peço para ver provas e boletins. Não adianta só saber música e não ter formação escolar”, diz Borges. Hoje, mais de 700 alunos, entre oito e 21 anos, estão envolvidos no projeto musical. Eles vêm tanto da capital quanto da região metropolitana de Belém.

    Alguns pais de alunos que fazem parte do projeto também se interessaram pela música. É o caso de Raimundo de Oliveira, 45 anos, pai de Luciana, oito anos, flautista há três. Em casa, quando a menina ia praticar o instrumento e mostrava dificuldade, Raimundo não podia ajudá-la. Decidiu, então, pedir à coordenação para fazer parte das aulas. Agora, pensa em continuar a estudar. Seu sonho é fazer licenciatura em música.

    Resultados — Muitos estudantes que fazem parte do projeto conseguiram ingressar em bandas militares, no Conservatório de Belém e no curso de licenciatura em música da Universidade Federal do Pará (UFPA). Outros deixam o Pará para se tornar músicos profissionais em outros estados e em outros países. “A banda é o primeiro passo para eles conseguirem um emprego. Nosso orgulho é por esse trabalho partir de uma escola pública”, destaca o maestro, que também foi aluno da Lauro Sodré.

    Carlos Renan Vilhena, 14 anos, toca saxofone-alto há três anos. Ele pretende fazer parte de uma banda militar para seguir os passos do avô, que também foi militar, e do tio, que tocava na banda do Corpo de Bombeiros. Desde cedo, Renan era fascinado pela música. “A banda da escola vai me ajudar muito no meu futuro profissional”, afirma.

    Títulos — A Banda Sinfônica da Escola Lauro Sodré já conquistou 40 troféus estaduais e 15 nacionais. O mais recente é de 2006, quando levou o tricampeonato no 8º Concurso Nacional de Bandas e Fanfarras, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A banda faz em torno de cem apresentações por ano, dentro e fora do estado, em concertos, abertura de jogos, festas cívicas e eventos culturais. Este ano, todos se preparam para o Campeonato Sul-Americano, na categoria Drum Corpis — a banda interage com o corpo coreográfico. É a primeira vez que o grupo participa dessa modalidade.

    Segundo o maestro Borges, muitas vezes a banda esbarra na falta de recursos financeiros. Instrumentos caros precisam ser trocados. As três flautas, por exemplo, são usadas por 15 alunos das turmas de prática instrumental. O grupo tem apoio da secretaria de Educação do estado e de empresas que fazem doações, mas é pouco.

    No segundo semestre, serão abertas vagas para mais 400 alunos. O projeto passará a atender em torno de 1,2 mil crianças e adolescentes.

    Letícia Tancredi

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  • Trocar conhecimentos científicos e tecnológicos não será a única atividade dos 600 pesquisadores, professores e estudantes que vão integrar, de 27 a 29 de março, em Brasília, a 1ª Jornada Nacional da Produção Científica em Educação Profissional e Tecnológica. No evento, promovido pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), os participantes poderão assistir à apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem da Educação e a lançamentos de livros, publicações e filmes.

    Além da programação oficial, várias opções de lazer e entretenimento serão oferecidas aos participantes. Para o primeiro dia, está previsto o lançamento dos seguintes livros e publicações: Educação Profissional, de autoria de Samuel Brasileiro, do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (Cefet/CE); Inovações Tecnológicas e Educação do Trabalhador, de Urânia Flores, da Universidade de Brasília (UnB); Universidade Tecnológica, de Domingos Filho, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Plantas da Ilha de Duraka, de Madalena Aguiar, da Escola Agrotécnica Federal de São Gabriel da Cachoeira (AM); Do Sonho à Realidade: 50 anos da escola de enfermagem, de Edilene Rodrigues da Silva, do Cefet-RN; Educação e Trabalho na Sociedade Capitalista, de Ivone Elias Moreyra, diretora da Setec/MEC; e dos números seis a dez dos Cadernos Temáticos da Educação Profissional.

    Óperas e filmes – Ainda no dia 27, a Orquestra Sinfônica Jovem da Educação, do Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França, de Goiânia, apresenta-se ao público. Sob a regência do maestro Eliseo Ferreira, 65 alunos executarão a ópera Flauta Mágica, de Mozart, o tema do filme Gladiador e a música Noites Goianas, do compositor Joaquim Edson de Camargo. Formada em 2001, a orquestra é composta por alunos da disciplina produção de orquestra e recebe o apoio do Bolsa Orquestra, programa do governo de Goiás.

    Nos dias 28 e 29, numa sala multimídia montada para o evento, serão exibidos dois filmes no horário de almoço, entre 12h e 14h: o documentário A Marcha dos Pingüins (La marche de l´émpereur, França, 2004), do diretor Luc Jacquet; e o drama 2 filhos de Francisco, do diretor Breno Silveira.

    Ana Júlia Silva de Souza

  • Há uma quantidade imensa de moscas na faixa de terreno que corta a região central da Nigéria. Além de inoportunas, como todas as moscas, estas têm papel crucial na vida de milhões de pessoas, pois têm o costume de matar o gado que garante sua subsistência. Para não morrer de fome, uma legião de nômades vive em busca de locais seguros para criar seu rebanho. E o governo federal vai atrás, procurando garantir-lhes educação onde quer que se encontrem.

    O programa de educação para nômades é um dos grandes feitos do governo nigeriano. No primeiro dia do encontro de Educação para Todos do E-9, em Monterrey, México, foi citado como exemplo de iniciativa de um país do grupo que pode ser ensinada às nações mais pobres dentro do projeto de aumento da cooperação Sul-Sul - idéia brasileira que prevê intermediação dos países em desenvolvimento para melhor aproveitamento das doações das nações desenvolvidas.

    As moscas são apenas uma das motivações para as andanças dos nômades nigerianos, que se dividem em dois grupos: pastores e pescadores. Os primeiros vivem em busca de campos irrigados, fugindo da seca de novembro a abril, mas também das nuvens de insetos que apavoram em algumas épocas. Os segundos vivem atrás das águas mais fartas, seja no mar atlântico do Golfo da Guiné ou nos rios Níger e Benue, os dois principais do país.

    Foto: Alfonso TalaberaO trabalho para educar esta população começou há cerca de 20 anos, com o governo fazendo um estudo da movimentação dos grupos, para saber onde eles costumam parar em cada época do ano. A partir daí, foram erguidas escolas nesses locais, onde as crianças, a partir dos seis anos, aprendem a ler, escrever e fazer contas, sob a temática que domina o seu dia-a-dia: cuidar dos animais, tirar leite e preservá-lo para que dure o maior tempo possível. "É uma forma de gerar interesse nos alunos. Depois que conseguimos isso, entramos com outras disciplinas, como ciências e estudos sociais. Também temos aulas de alfabetização para adultos", explica Yana Abdullahi Babalalemi, diretor do serviço de inspeção federal.

    O aluno estuda por algum tempo numa escola e depois parte para outra, abrindo espaço para novos peregrinos que estão a caminho. Evidentemente, não há um sistema informatizado para transmitir os dados de uma localidade para outra. Então, o estudante leva consigo um documento para que o próximo professor saiba a partir de onde deve recomeçar as aulas.

    É fácil cair na reflexão simplória de que seria mais simples cuidar para que as moscas não matem o gado. Mas basta um relato do dirigente para se perceber o nível de primitivismo das pessoas em questão e a conseqüente dificuldade de lidar com elas. "O Ministério da Saúde ensina medidas de prevenção, mas para eles colocarem em prática é preciso educação. Há muita superstição, então o cidadão acha que foi o cara da outra tribo que matou o seu animal, e não a mosca. Só com educação podemos fazê-los entender as coisas e motivar um processo de paz entre as tribos", explica Abdullahi.

    Ele não sabe o número de nômades do país, mas calcula que gire em torno de 3% a 4% da população, que totaliza 130 milhões de habitantes. As escolas, diz ele, foram erguidas graças a investimentos de agências internacionais, como Unesco e Unicef.

    Ciganos brasileiros - O representante do MEC no encontro do E-9, Ricardo Henriques, acredita que o exemplo nigeriano poderia ser aproveitado para levar educação aos ciganos brasileiros. A monografia Os Ciganos no Brasil, realizada em 1996 na Universidade Braz Cubas, de Mogi das Cruzes (SP), estimou na época a existência de 60 mil nômades.

    Os ciganos chegaram ao Brasil em 1574, após serem expulsos da Europa. Segundo relatos, Portugal e Espanha cortavam as orelhas deles e os jogavam às galeras para serem deportados, porque eram considerados diabólicos. Há dois grandes grupos no país: os calons (de origem ibérica) e os rom (do leste europeu).

    Desde 2003, com a criação do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República, uma parcela da comunidade cigana passou a contar com políticas públicas elaboradas especificamente para os ciganos. Saiba mais na página da Seppir.

    Repórter: Julio Cruz Neto, de Monterrey

     

  • Até 2010, a maioria dos estados da região Nordeste vai oferecer educação infantil – de quatro a seis anos – para 80% das crianças, mas não incluirá em creches 50% das crianças de zero a três anos, conforme prevê o Plano Nacional de Educação (PNE), com vigência de dez anos (2001/2010). As conclusões são do seminário regional Acompanhamento e Avaliação do PNE e dos Planos Decenais Correspondentes realizado em Natal (RN), em 2 e 3 de maio, para avaliar a situação da região Nordeste.

    O seminário, parte de uma série de cinco, realizado pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Conselho Nacional de Educação (CNE) e Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, mostrou que nenhum estado nordestino alcançará, até 2010, a meta de reduzir em 50% a evasão e a repetência escolares no ensino fundamental. Para alcançar a meta, diz o coordenador-geral de Articulação e Fortalecimento Institucional dos Sistemas de Ensino da SEB, Arlindo Cavalcanti de Queiroz, será preciso alterar as políticas de enfrentamento da realidade, entre as quais a entrada em vigor do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

    Nas creches, a meta do PNE era matricular 30% das crianças nos primeiros cinco anos do plano e 50% até o décimo ano. Estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CedPla) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), encomendado pelo MEC, diz que a região Nordeste alcançou 13,6% de inclusão em 2005 e que, mantido o crescimento histórico, chegará a 17,5% em 2010, distante da meta.

    No caso, diz Arlindo Queiroz, o Fundeb poderá fazer a diferença a favor da inclusão. Sobre a oferta da educação infantil para crianças de quatro a seis anos, na avaliação dos participantes, a meta do PNE foi tímida. Ela previa atendimento de 60% da faixa etária no quinto ano do plano, mas em 2001, quando o PNE foi aprovado pelo Congresso Nacional, o Nordeste já tinha esse índice. O estudo do CedPla e a avaliação do seminário concluíram que alcançar a inclusão de 80% das crianças em 2010 será possível.

    Experiências – Além de avaliar o alcance das metas do PNE, o seminário apresentou experiências de estados e municípios na construção dos planos locais. Pernambuco aprovou seu plano por lei estadual e já fez a primeira revisão. O sucesso se deve a uma boa articulação entre o Conselho Estadual de Educação, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação.

    Dados do Sistema de Informação dos Conselhos Municipais de Educação (Sicme), montado pela SEB para acompanhar a construção dos planos estaduais e municipais de educação, mostra que dos 130 municípios de Pernambuco que aderiram ao sistema, 27 deles criaram planos por lei. Afogados da Ingazeira (PE), por exemplo, construiu seu plano com a participação do Ministério Público local em todas as etapas do processo e hoje está engajado no acompanhamento e na avaliação.

    Já no Piauí, o Plano Estadual de Educação ainda não foi aprovado pela Assembléia Legislativa, mas a mobilização que o estado promoveu com conferências regionais para construí-lo levou cerca de 100 municípios a fazer seus planos. Hoje, o Piauí é o estado do Nordeste com o maior número de planos municipais de educação em andamento. No geral, os dados do Sicme dão conta que dos 949 municípios do Nordeste que aderiram ao sistema, 294 já têm planos 100% aprovados e em execução.

    Centro-Oeste – O próximo seminário regional será em Goiânia (GO) de 1º a 3 de junho, para os estados e municípios da região Centro-Oeste: Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal. O seminário regional Acompanhamento e Avaliação do PNE e dos Planos Decenais Correspondentes é dirigido a secretários, gestores, conselheiros, servidores e técnicos das secretarias estaduais e municipais de educação, representantes das assembléias legislativas, Ministério Público, sindicatos de trabalhadores na educação e órgãos envolvidos na implementação, acompanhamento e avaliação dos planos estaduais e municipais. O evento faz parte do programa de articulação do MEC com os sistemas de ensino, que tem o objetivo de ampliar a participação dos envolvidos na avaliação.

    Os encontros regionais de avaliação são dirigidos pela SEB e pelo Inep que têm como parceiros o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Undime, CNE, Fórum dos Conselhos Estaduais de Educação, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Depois de Goiânia, estão programados seminários no Rio de Janeiro (RJ), de 12 a 14 de junho; em Porto Alegre (RS), de 3 a 5 de julho; e em Manaus (AM), de 19 a 21 de julho. Sancionada em janeiro de 2001 para ser executada até 2010, a Lei nº 10.172, que criou o PNE, prevê avaliações a partir do quarto ano de vigência e que estados, Distrito Federal e municípios construam planos correspondentes.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • O Ministério da Educação promove nos dias 2 e 3 de maio, em Natal (RN), o primeiro de uma série de cinco seminários regionais para avaliar o Plano Nacional de Educação (PNE). Sancionada em janeiro de 2001 para ser executada até 2010, a Lei nº 10.172, que criou o PNE, prevê avaliações a partir do quarto ano de vigência e que estados, Distrito Federal e municípios construam planos correspondentes.

    O seminário vai reunir os dirigentes estaduais e municipais da educação dos estados da região Nordeste. Eles vão avaliar o alcance das metas do PNE, analisar o estágio de desenvolvimento, problemas na elaboração e a execução dos planos estaduais e municipais, e conhecer experiências com gestão democrática. Dados do Sistema de Informações dos Conselhos Municipais de Educação da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) indicam que, no fim de 2005, 1.649 dos 5.562 municípios tinham feito seus planos. Destes 1.649 municípios, 91 são da região Norte; 402 da região Nordeste; 139 da região Centro-Oeste; 445 da região Sul; e 572 da região Sudeste.

    O seminário regional Acompanhamento e Avaliação do PNE e dos Planos Decenais Correspondentes é dirigido aos secretários, gestores, conselheiros, servidores e técnicos das secretarias estaduais e municipais de educação, representantes das assembléias legislativas, Ministério Público, sindicatos de trabalhadores na educação e órgãos envolvidos na implementação, acompanhamento e avaliação dos planos estaduais e municipais. O evento faz parte do programa de articulação do MEC com os sistemas de ensino que pretende ampliar a participação dos envolvidos na avaliação.

    Os encontros regionais de avaliação são dirigidos pela Secretaria de Educação Básica e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), que têm como parceiros o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Conselho Nacional de Educação (CNE), o Fórum dos Conselhos Estaduais de Educação, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

    Calendário - Depois de Natal, a SEB e o Inep realizam seminários regionais em Goiânia (GO), de 22 a 24 de maio; no Rio de Janeiro (RJ), de 12 a 14 de junho; em Porto Alegre (RS), de 3 a 5 de julho; e em Manaus (AM), de 19 a 21 de julho.

    Ionice Lorenzoni

  • Os municípios brasileiros com taxas de analfabetismo de jovens e adultos superiores a 35% agora constituem a prioridade do Ministério da Educação. Para atender esse objetivo, o MEC fez várias mudanças no programa Brasil Alfabetizado e definiu dois focos: a região Nordeste, onde se encontram 90% dos municípios com os mais altos índices de analfabetismo e os jovens e adultos de 15 a 29 anos.

    A alfabetização de jovens e adultos será feita, prioritariamente, por professores das redes públicas municipais e estaduais que já trabalham com alfabetização de crianças. As aulas para os adultos serão no turno livre do professor — pela manhã, tarde ou noite — que ganhará uma bolsa de R$ 200,00 mensais. No mínimo, 75% do quadro de alfabetizadores será composto por professores das redes públicas.

    O repasse de recursos federais para a alfabetização dobra em 2007. Para cada adulto matriculado em curso de alfabetização, o MEC repassará R$ 200,00 anuais. Em 2006, esse valor foi de R$ 100,00 por aluno/ano. O Brasil Alfabetizado tem agora quatro tipos de bolsas mensais: alfabetizador, R$ 200,00; alfabetizador que tem na sala adultos com deficiência, R$ 230,00; tradutor intérprete de Libras, R$ 200,00; e do supervisor (que vai coordenar um grupo de 15 alfabetizadores), R$ 300,00. O recurso global do programa neste ano é de R$ 315 milhões, dos quais, 80% serão transferidos aos estados e municípios, o que representa um repasse de R$ 252 milhões.

    A participação do professor na alfabetização de adultos atende dois objetivos: melhorar o nível salarial da categoria, especialmente no Nordeste, onde cerca de 60% dos professores das redes públicas trabalham 20 horas semanais e têm um turno livre; e para o aluno, visando aumentar o índice de alfabetização. Para que jovens e adultos permaneçam nos cursos de alfabetização, o MEC criou três incentivos diretos: transporte escolar, merenda e óculos para aqueles que precisam.

    Selos — Para incentivar a ação alfabetizadora nos municípios, o MEC também criou dois selos: Cidade Livre do Analfabetismo, que será concedido a toda cidade que alcançar 97% de alfabetização; e Cidade Alfabetizadora, para o município que, em 2010, comparado com os dados de analfabetismo de 2001, tiver reduzido a taxa em 50%.

    Universidades e entidades — Para que entidades públicas e privadas sem fins lucrativos e instituições de ensino superior participem do Programa Brasil Alfabetizado, o MEC destinou 20% dos recursos anuais. Para receber as verbas, elas precisam apresentar projeto e assinar convênio. Os recursos são para a formação de alfabetizadores e de coordenadores de turmas. Terão prioridade na distribuição dos recursos públicos, as entidades que oferecerem serviços de alfabetização para uma prefeitura ou que adotem um município.

    Ionice Lorenzoni

  • Foto: Wanderley PessoaO maior número de instituições públicas de ensino é a principal razão para que a região Nordeste tenha tido um dos melhores desempenhos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade 2005. "Os resultados demonstram a qualidade do ensino público brasileiro", afirma o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, Nélson Maculan.

    Os dados do Enade 2005, obtidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), mostraram que o Nordeste - somente atrás da região Sul - concentra o maior número de instituições de ensino superior com conceitos avaliados como altos, numa escala de um a cinco. Na avaliação do exame, o Nordeste atingiu percentual de 29,8% de cursos com conceitos quatro e cinco e a região Sul, 29,9%. Os estados do Sudeste estão na terceira colocação, com 27,6%. O Centro-Oeste obteve o percentual de 17,8% e a região Norte, 17,5%.

    Qualidade de ensino - Para Nélson Maculan, "o Nordeste está dando a  a devida atenção à formação dos seus alunos e à qualificação dos seus docentes". Segundo o secretário, o Nordeste está criando bases concretas de formação de professores e investindo na pesquisa acadêmica. Para auxiliar neste processo, o MEC tem feito investimentos maiores nas regiões Norte e Nordeste. Estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, explica Maculan, têm uma vantagem histórica, já que as universidades públicas estão instaladas em seus territórios há muito tempo.

    Outra razão, aponta Maculan, é que no Nordeste há pólos universitários que estão sendo criados. É o caso da Universidade do Recôncavo Baiano, destinada a ser uma instituição com diversos campino estado. E também de Pernambuco, que saiu na frente, com os seus cursos ministrados em pólos associados à Universidade Federal Rural e à Universidade Federal do estado.

    Investimento- Na avaliação do presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Paulo Speller, os números positivos alcançados pelo Nordeste no Enade mostram resultados concretos de uma política de investimento nas universidades brasileiras - em particular na região.

    De acordo com Speller, há um esforço muito grande dos gestores das universidades para fiscalizar a administração das instituições de ensino, otimizar os recursos e buscar soluções inovadoras e originais para problemas antigos, como por exemplo, melhor aproveitamento das vagas ociosas.

    Na opinião do vice-reitor da Universidade Federal de Alagoas, Eurico de Barros Lobo Filho, o Nordeste recebeu muitas melhorias na infra-estrutura das suas universidades, recursos humanos, implementação de bibliotecas, oficinas, salas de aula e na preparação do ambiente acadêmico para o aprendizado. "Há um engajamento da docência, que busca maior captação de recursos por meio de projetos de pesquisa. A convergência de todos esses fatores resultou em ensino de boa qualidade", finaliza.

    Repórter: Cristiano Bastos

     

  • Foto: Ivanízio RamosO ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 11, em Natal (RN), durante reunião com os nove governadores do Nordeste, que, a partir de 2010, 80% dos R$ 5 bilhões da complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) serão destinados à região.

    Mas o dinheiro novo do fundo começa a fazer diferença na educação básica do Nordeste já em 2007. Dos R$ 2 bilhões da complementação deste ano, R$ 1,2 bilhão, ou 60% da verba, será distribuído entre sete dos nove estados. Haddad também tranqüilizou os governadores de Sergipe, Marcelo Déda, e do Rio Grande do Norte, Wilma Farias, sobre o acordo firmado entre o governo federal e o Congresso, antes da votação do Fundeb, de compensar os estados das regiões mais pobres que ficam fora do rateio da complementação.

    Compensação — O ministro explicou que a compensação será feita por meio de outros programas onde os estados recebem transferências da União. Pelos dados do Ministério da Educação, o Rio Grande do Norte receberá complementação da União ao Fundeb a partir de 2009 e Sergipe não receberá até 2010.

    Rodrigo Dindo e Ionice Lorenzoni

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  • Foto: Wanderley PessoaCom o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, o Nordeste recebeu a maior parcela dos recursos destinados às Ações Educativas Complementares (AEC). Dos R$ 16,8 milhões destinados ao programa em todo o país, a região recebeu R$ 3,3 milhões.

    A ação educativa complementar aprofunda a atividade escolar, com a participação dos familiares e da comunidade em palestras e oficinas de música, arte, estudos. Contribui para a harmonia e a aproximação entre filhos e pais, para o desenvolvimento pessoal e local. A sua proposta é dar condições de formar cidadãos conscientes e participantes do seu contexto social.

    O programa, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), beneficiou as outras regiões brasileiras. O Sudeste foi contemplado com R$ 3 milhões; o Sul, com R$ 2 milhões; o Centro-Oeste com R$ 1,2 milhão; e, por fim, o Norte com R$ 1,1 milhão. Para a geração desses recursos, o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) firmou 279 convênios com municípios e entidades sem fins lucrativos.

    O titular da Secad, Ricardo Henriques, afirma que o Nordeste recebeu a maior verba por ser “a região que apresenta o menor IDH, a maior população analfabeta, altos índices de evasão escolar e repetência, e vulnerabilidades sociais que levam crianças e adolescentes a sofrerem maus-tratos, abandono, negligência, abuso sexual e exploração sexual comercial e do trabalho infantil.” Todos estes critérios são levados em conta na distribuição dos recursos.

    Para inclusão da região nas Ações Educativas Complementares, é necessário acompanhar anualmente a publicação pela Secad da resolução estabelecendo apoio financeiro aos projetos de execução das ações.

    Os recursos são repassados por convênios, de uma única vez, depositados em contas bancárias específicas para este fim. A habilitação dos municípios e a prestação de contas são de responsabilidade do FNDE.

    Repórter: Jacira da Silva

  • Estão definidas as 150 cidades-pólo nas quais serão implantadas as novas unidades federais de ensino profissionalizante. Destas, 51 estão localizadas na Região Nordeste. Os estados do Maranhão e da Bahia terão oito escolas cada um. Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará abrigarão, cada um, seis unidades. Paraíba (cinco), Pernambuco (cinco), Alagoas (quatro) e Sergipe (três) são os demais contemplados.

    Para cada município foi analisado o setor produtivo mais significativo.  Em Piranhas, Alagoas, a economia está atrelada ao turismo, ao meio ambiente e à pesca. Em Jacobina, Bahia, o foco são as rochas ortitle_aliasntais, enquanto em Canindé, Ceará, a atenção estará voltada para a ovinocaprinocultura.

    No Maranhão, o município de Caxias tem como prioritário o trabalho com bebidas, além do extrativismo vegetal e da ovinocaprinocultura. Cabedelo, Paraíba, apresenta o setor produtivo com turismo, portos e pesca, enquanto em Garanhuns, Pernambuco, as principais áreas são as de pólo têxtil, leite e derivados.

    Em Uruçuí, Piauí, a base produtiva está concentrada no biodisel e na soja. Em Caicó, Rio Grande do Norte, em confecções, bordados e tecelagem. Itabaiana, Sergipe, mantém o foco na produção de hortifrutigranjeiros, transporte e comércio.
    Arranjos produtivos — O objetivo da expansão das escolas federais de ensino profissionalizante é obter uma distribuição territorial equilibrada e a cobertura do maior número possível de mesorregiões, em sintonia com os arranjos produtivos locais (APLs). Um arranjo é caracterizado pela aglomeração de um número significativo de serviços e de empresas que atuam em torno de uma atividade e atendem toda a cadeia produtiva principal.

    O conceito de cidade-pólo surgiu após trabalho de análise de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Desenvolvimento, Indústria e  Comércio Exterior, da Agricultura e Abastecimento, da Integração Nacional e da Educação. O aproveitamento da infra-estrutura física existente e a identificação de potenciais parcerias com os municípios foram outros critérios utilizados na definição.

    Cada cidade-pólo selecionada abrange um raio de aproximadamente 50 quilômetros em uma determinada região. O potencial de crescimento é regional, e a cidade-pólo, a referência de um conjunto (mesorregiões) de municípios.

    Sophia Gebrim

    Cidades-pólo do Nordeste

    Alagoas
    1. Arapiraca
    2. Maragogi
    3. Penedo
    4. Piranhas (Xingó)

    Bahia
    1. Bom Jesus da Lapa
    2. Feira de Santana
    3. Ilhéus
    4. Irecê
    5. Jacobina
    6. Jequié
    7. Paulo Afonso
    8. Seabra

    Ceará
    1. Acaraú
    2. Canindé
    3. Crateús
    4. Limoeiro do Norte
    5. Quixadá
    6. Sobral

    Maranhão
    1. Alcântara
    2. Bacabal
    3. Barra do Corda
    4. Barreirinhas
    5. Caxias
    6. Pinheiro
    7. São João dos Patos
    8. Timon

    Paraíba
    1. Cabedelo
    2. Monteiro
    3. Patos
    4. Picuí
    5. Princesa Isabel

    Pernambuco
    1. Afogados da Ingazeira
    2. Caruaru
    3. Garanhuns
    4. Ouricuri
    5. Salgueiro

    Piauí
    1. Angical do Piauí
    2. Corrente
    3. Paulistana
    4. Piripiri
    5. São Raimundo Nonato
    6. Uruçuí

    Rio Grande do Norte
    1. Apodi
    2. Caicó
    3. João Câmara
    4. Macau
    5. Pau dos Ferros
    6. Santa Cruz

    Sergipe
    1. Estância
    2. Itabaiana
    3. Nossa Senhora da Glória

  • O Ministério da Educação espera investir, a partir de julho, R$ 400 milhões em nove estados do Nordeste, além do Pará, na região Norte. A ajuda, segundo o ministro, é parte da experiência que será colocada em prática com o futuro Fundo da Educação Básica (Fundeb), cujo projeto de emenda constitucional está tramitando no Congresso Nacional.

    “A prioridade do que eu venho chamando de ‘Fundebinho’ são os estados que, em 2004, já foram contemplados com a ajuda do governo federal. É necessário que os estados que estavam estrangulados em relação ao ensino médio – entre os quais o Ceará – tenham condições de dar prosseguimento às suas ações este ano, enquanto não chega o Fundeb em 2006”, explicou o secretário de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas Fernandes.

    Merenda – Os mecanismos de financiamento do Fundeb e de vários outros programas do MEC, como merenda, transporte escolar e o livro didático serão apresentados a prefeitos, secretários e gestores de educação de 27 municípios da região central do Ceará na oficina do MEC, que terá início nesta sexta-feira, 1º, das 13 às 17h35, no Centro de Artes da Praça Monsenhor José Cândido, em Boa Viagem (CE).

    Seu objetivo é tornar mais transparente a estrutura do ministério para que gestores municipais consigam fazer mais facilmente a captação de recursos para seus municípios. O MEC estará representado pelo assessor especial do ministro Tarso Genro, Márcio Souza da Silva, e por técnicos das secretarias de Educação Básica (SEB/MEC), de Educação Especial (Seesp/MEC), de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). Espera-se a presença do prefeito de Boa Viagem, José Vieira Filho.

    Repórter: Cristiano Bastos

  • O Ministério da Educação espera investir, a partir de julho, R$ 400 milhões do Fundebinho em nove estados do Nordeste, além do Pará, no Norte do país. A afirmação foi feita pelo ministro da Educação, Tarso Genro, nesta quarta-feira, 22, em Brasília, durante o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Troca da Dívida por Investimentos em Educação.

    A ajuda, segundo o ministro, é parte da experiência que será colocada em prática com o futuro Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), cujo projeto de emenda constitucional está tramitando no Congresso Nacional. “A prioridade são os estados que, em 2004, já foram contemplados com a ajuda do governo federal. O MEC trabalha com continuidade. Então, é necessário que os estados que estavam estrangulados em relação ao ensino médio – entre os quais o Ceará –, tenham condições de dar prosseguimento às suas ações este ano, enquanto não chega o Fundeb em 2006”, explicou o secretário de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas Fernandes.

    Os mecanismos de financiamento do Fundeb e de vários outros programas do MEC, como merenda e transporte escolares e o livro didático, serão apresentados a prefeitos, secretários e gestores de educação de 46 municípios da região norte do Ceará na oficina do MEC, que terá início nesta sexta-feira, 24, das 13h às 18h30, no auditório do Ytacaranha Hotel da Serra, em Meruoca (CE). Seu objetivo é tornar mais transparente a estrutura do ministério para que gestores municipais consigam fazer mais facilmente a captação de recursos para seus municípios.

    O MEC estará representado pelo chefe de gabinete do ministro Tarso Genro, Ronaldo Teixeira, e por técnicos das secretarias de Educação Básica (SEB/MEC), de Educação Especial (Seesp/MEC), de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). Espera-se a presença do prefeito de Meruoca, João Coutinho Aguiar Neto.

    Confira a lista de municípios cearenses que receberão as oficinas do MEC.

    Cristiano Bastos

  • Foto: Júlio César PaesSão do Ceará, Maranhão e Rio Grande do Sul as vencedoras do Prêmio VivaLeitura que, em sua primeira edição, teve 3.031 concorrentes. O anúncio foi feito na noite da segunda-feira, 13, em Brasília, pelos ministérios da Educação e da Cultura e pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). O prêmio, de R$ 25 mil a cada uma, teve patrocínio da Fundação Santillana, da Espanha.

    Foto: Júlio César PaesA professora Francisca das Chagas Menezes Sousa, de São Gonçalo do Amarante (CE), vencedora na categoria Escolas, escolheu a forma poética do cordel, uma expressão oral, para iniciar seus alunos da 8ª série do ensino fundamental no mundo da leitura e escrita. Estudando a literatura de cordel, eles aprenderam a trabalhar com rimas e métrica. Ao aceitar o desafio, diz, os alunos se tornaram protagonistas do aprendizado e não só executores de tarefas. O gosto da turma pelo cordel foi tão grande que eles organizaram uma “noitada cordelista” na escola e criaram o Cordel Ambulante, que se desloca pela comunidade rural do Amarante e lê cordel para os moradores.

    Para o secretário executivo adjunto do MEC, André Lázaro, que representou o ministro Fernando Haddad na entrega do prêmio, o esforço dos professores e de pessoas da comunidade que se inscreveram mostra o potencial do povo brasileiro para vencer desafios. Lázaro disse que governo nenhum será capaz de, sozinho, levar educação de qualidade a todos os brasileiros, mas que isso é possível com envolvimento da sociedade.

    Alternativa – Já o ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, disse que o Brasil só tem duas mil livrarias e que os índices de leitura registrados no País são inferiores aos da Europa Central e Nórdica na última década do século 19. Para vencer o problema, afirma, o Brasil precisa elaborar sua alternativa de leitura. O Prêmio VivaLeitura e o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), lançado em agosto passado, começam a abrir caminho, disse.

    Neiva Maria Tebaldi Gomes, professora em Porto Alegre, escolheu o presídio feminino Madre Pelletier para desenvolver práticas de leitura. Há 12 anos, ela conduz o projeto Liberdade pela Escrita, com rodas semanais de leitura com as detentas. Como o Madre Pelletier é o único presídio com creche (as crianças podem ficar com as mães até os três anos de idade), a leitura cria chances de reflexão e formação de valores humanos, além de aproximá-las dos filhos. Neiva venceu na categoria Pessoas.

    O projeto Jegue-Livro, desenvolvido em Alto Alegre do Pindaré (MA), é produto do talento da formadora de professores Alda Beraldo e do empenho da professora Elza Maria Santos do Nascimento. Em 2005, elas criaram o Jegue-Livro, que leva obras de literatura às localidades rurais do Pindaré. O sucesso da empreitada é grande, diz Elza, porque tem apoio da comunidade, ao emprestar os jegues, e das escolas e alunos, ao assumirem a tarefa de ler para as comunidades. Elza recebeu o prêmio na categoria Bibliotecas.

    Ionice Lorenzoni

     

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