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  • Hilda Micarello, coordenadora da equipe de redação, e Elsio José Corá, coordenador-geral de ensino fundamental, discutem com especialistas a Base Nacional Comum (Foto: Isabelle Araújo/MEC)Desde o lançamento do texto preliminar da Base Nacional Comum Curricular (BNC), que continua recebendo contribuições até 15 de março, foram muitas as reuniões do grupo de assessores e especialistas de diferentes áreas do conhecimento para discutir o documento. Nesta segunda-feira, 11, foi a vez das equipes de educação física, arte e língua estrangeira se encontrarem, presencial e virtualmente por meio de transmissão on-line, com leitores críticos na sede do Ministério da Educação.

    Recebidos pela coordenadora do trabalho de redação da proposta, Hilda Micarello, assessores, especialistas e leitores ouviram sobre o estágio em que está a Base. Com o fim do primeiro ciclo de consulta pública em dezembro, Hilda lembrou que o próximo passo será receber os primeiros relatórios dos pesquisadores de cada área reconhecidos no meio acadêmico (os chamados leitores críticos) no próximo dia 15. Segundo ela, serão entregues os pareceres de educação infantil, matemática, língua portuguesa, história e geografia.

    Os leitores dos demais componentes curriculares terão até a semana seguinte à do carnaval para entregar suas avaliações e sugestões. “Essa contribuição é fundamental e tem um papel muito importante na revisão do documento, inclusive porque pode propor mudanças estruturais”, lembrou a coordenadora no início da reunião.

    No dia 17, chegam ao MEC os relatórios produzidos por equipes da Universidade de Brasília (UnB) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Elas estão trabalhando sobre as 9 milhões de contribuições obtidas até agora no portal da BNC e, até o fim da consulta pública, vão continuar sistematizando os dados.

    Imersão –“Todos esses conjuntos de relatórios vão subsidiar uma primeira imersão da equipe à refacção do documento preliminar, e isso vai acontecer no período de 25 a 29 de janeiro na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), aqui em Brasília”, adiantou Hilda Micarello. Estarão reunidos assessores das áreas com grupos de redatores, que fazem parte da comissão de 116 especialistas. Mas esse será apenas o primeiro momento de uma nova composição do texto da Base.

    Em fevereiro haverá outro encontro, desta vez apenas com os assessores de cada área e alguns leitores críticos convidados para trabalhar nos esboços da segunda versão do documento. “É o caso, por exemplo, de história, que nós contaremos com quatro professores indicados pela Anpuh”, disse Hilda. Um processo de integração de novos atores ao processo que acontece em todos os componentes, não só em história, explica ela.

    Para a professora Margarete Schlatter, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que é a assessora de língua estrangeira e coordena equipe de especialistas que atuam na elaboração das propostas para essa disciplina, a reunião foi interessante. Permite explicar aos leitores críticos desses componentes curriculares o processo e as escolhas que envolveram a elaboração do texto preliminar.

    “Como um todo, o documento ainda falta definir algumas questões, interrelacionar os componentes. A própria equipe já sabia disso. Nosso esforço todo foi para que houvesse um documento público que pudesse ser discutido. Então se optou realmente por fazer alguma coisa talvez com mais arestas, justamente pra envolver mais o público. A ideia sempre foi ampliar a discussão o máximo possível, e isso acontece também em língua estrangeira”, explicou

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Reunidos em Brasília desde a última segunda-feira, 25, os 13 assessores e parte dos 116 especialistas responsáveis pela redação da Base Nacional Comum Curricular (BNC) começam a desenhar a segunda versão do documento. Agora, o trabalho pôde contar com a análise dos dados da consulta pública até 15 de dezembro, entregue em relatórios produzidos pela Universidade de Brasília (UnB), e com os pareceres dos leitores críticos.

    “Da consulta pública nós temos dados sobre partes do documento em específico, sobre aceitação ou rejeição de determinados objetivos de aprendizagem, observações mais gerais. No conjunto de pareceres de leitura crítica é possível identificar tendências importantes de revisão, tanto dos textos introdutórios como de cada um dos componentes”, explica a coordenadora da equipe de redação da proposta da BNC, Hilda Micarello.

    Segundo ela, já foram recebidos cerca 68 pareceres. Educação infantil, história e geografia são algumas das áreas que já contam com todas as avaliações. Ciências da natureza e língua portuguesa, por exemplo, ainda devem receber as críticas e sugestões dos consultores externos. E como o volume de dados é extenso, o trabalho não se encerra nesse encontro. Entre os dias 17 e 19 de fevereiro haverá outra reunião.

    Transparência –Também em fevereiro, após o carnaval, os relatórios dos pesquisadores convidados pelo MEC a fazer leitura crítica do texto preliminar estarão disponíveis no portal da Base. Segundo Hilda, nem todos poderão ser acessados, porque a publicação depende também da autorização desses leitores críticos, mas a maioria deve estar aberta à consulta dos interessados.

    De acordo com a coordenadora, essa divulgação é importante porque dá visibilidade a outros atores da construção da Base. “Outro dado importante é que permite dimensionar a amplitude desse debate, que é na verdade o ponto mais importante da BNC. O debate público não tem a perspectiva só de legitimar um documento, mas principalmente de colocar em discussão o que se pretende para a educação básica do país”, observa Hilda. A longo prazo, acredita a coordenadora, esses pareceres ajudarão na pesquisa sobre o ensino e a estrutura das diferentes áreas do conhecimento.

    Repertório – O professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Mauro Cezar Coelho, foi um dos especialistas da área de história a participar do encontro desta semana. Para ele, o trabalho com as análises críticas trazidas pelos pareceres é natural do processo de amadurecimento do texto preliminar da Base.

    “Toda a discussão surgida desde que o documento foi lançado é muito positiva, mesmo as polêmicas, os eventuais destemperos, todas essas posições são importantes. A sociedade brasileira conseguiu, de setembro pra cá, discutir questões que não eram discutidas há muito tempo”, considera Mauro Cezar.

    Para ele, em relação à história, um dos aspectos mais positivos da Base é a possibilidade de o Brasil se conhecer. “É importante que as histórias locais sejam estudadas e valorizadas, mas é importante também, para que a gente consiga dialogar e construir políticas públicas, se perceber como parte do mesmo todo, ver na trajetória que ocorreu num ponto distante do meu, mas dentro do Brasil, como parte também da minha trajetória”, analisa o especialista.

    Já a professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e assessora da área de língua portuguesa na alfabetização, Isabel Cristina Frade, acredita que uma base nacional nessa etapa escolar, especificamente, “permite um repertório comum ao mesmo tempo que não pressupõe que as práticas sejam iguais”. O que deve impactar, futuramente, na produção dos novos materiais didáticos, na reformulação dos currículos de formação dos pedagogos e nos cursos de letras.

    “A base ajuda na construção de uma alfabetização com conhecimento, dentro de um repertório comum, em torno de o que a gente tem de perseguir pra conseguir uma alfabetização mais ampla para as nossas crianças e nossos adultos”, diz Isabel.

    Até que a nova cara do texto da BNC seja conhecida, há ainda um longo caminho de discussões e ajustes, frisa Hilda Micarello. Ela lembra que a consulta pública segue aberta até 15 de março, no portal da Base.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Começa neste sábado, 9 de junho, a preparação da equipe que atuará na edição nacional do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2018. Inicialmente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) capacitará os 60 coordenadores estaduais que atuarão em todas as unidades da federação. O treinamento será realizado no Rio de Janeiro. Além dos coordenadores estaduais, a capacitação reunirá as equipes do Inep e do consórcio aplicador, formado pela Fundação Cesgranrio, Fundação Getúlio Vargas (FGV), e o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

    Com oito horas de duração, a programação da capacitação inclui uma contextualização do Encceja, a exibição de um vídeo de sensibilização e a apresentação dos procedimentos de aplicação. Todo o conteúdo é apresentado em vídeo, mas os participantes contam também com um caderno de atividades. A próxima etapa de capacitação, direcionada aos coordenadores municipais, será em 23 e 30 de junho.

    O Encceja Nacional será aplicado em 5 de agosto, com recorde de inscritos: 1.695.607 pessoas. O exame é direcionado aos jovens e adultos residentes no Brasil que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos em idade própria. Os participantes precisam ter, no mínimo, 15 anos completos na data de realização das provas, para tentar a certificação do ensino fundamental. Quem busca a certificação do ensino médio tem que ter, no mínimo, 18 anos completos na data de realização do exame.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O ministro da Educação, Mendonça Filho, visitou nesta quinta-feira, 30, escola pública americana que aplica metodologia de ensino semelhante ao proposto pelo novo ensino médio brasileiro (Foto: ACS/MEC)Cerca de dois anos atrás, Camila Batista estava a ponto de prestar concurso para a Polícia Militar de Minas Gerais. Questões familiares, no entanto, deram outros rumos à vida da jovem, que acabou se mudando para os Estados Unidos. Atualmente, Camila estuda na Clarksburg High School, situada nos arredores de Washington, que recebeu a visita do ministro da Educação, Mendonça Filho, nesta quinta-feira, 30.

    A escola, que é pública, aplica uma metodologia de ensino semelhante ao proposto pelo novo ensino médio brasileiro. Os alunos, protagonistas, escolhem as disciplinas, que podem incluir o ensino profissionalizante ou mesmo esporte, teatro e música. "Aqui, aprendemos muito mais do que apenas as disciplinas normais”, destaca Camila. “É um prazer ficar mais tempo na escola".

    A Clarksburg High School também desenvolve um trabalho com a língua portuguesa. Assim como propõe o novo ensino médio, a escola americana oferece aos alunos, de forma optativa e flexível, o ensino do idioma. “É importante que a língua portuguesa seja internacionalizada”, celebrou o ministro.

    Mendonça Filho destacou que a oferta da disciplina ajuda os filhos de brasileiros que moram fora do Brasil a não perderem o contato com o português. Mas o interesse pelo idioma não se restringe aos brasileiros, constatou o ministro durante a visita. A apresentação da escola coube aos estudantes, em sua maioria americanos, que apresentara cada parte da instituição em português.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Secretários estaduais e municipais de educação, que tenham em suas redes escolas multisseriadas no campo ou quilombolas, já podem aderir ao Escola da Terra, programa do Ministério da Educação que oferece formação continuada a professores que lecionam nessas unidades. A adesão foi aberta nesta terça-feira, 20, e se estende até 19de setembro.

     

    Para aderir, o gestor precisa entrar na página eletrônica do Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças do MEC (Simec) e informar seu CPF e senha. Dentro do Simec, acessa o Plano de Ações Articuladas (PAR) e o programa Escola da Terra. De acordo com Antônio Lídio Zambom, coordenador geral de políticas de educação no campo da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), nesta etapa do processo, o gestor informa apenas o número de escolas multisseriadas e quilombolas de sua rede e o número de professores.

     

    Dados do Censo Escolar informados pela Secadi indicam que o país tem hoje 865 escolas quilombolas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental e 53.713 escolas com classes multisseriadas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Em 2013, o programa Escola da Terra atenderá 7,5 mil professores. As escolas selecionadas para esta edição, explica Antônio Lídio, deverão informar, posteriormente, o nome dos educadores e CPF.


    O programa – O Escola da Terra compreende quatro ações: formação continuada e acompanhada de professores que trabalham com estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental em escolas multisseriadas no campo e em escolas quilombolas, além dos assessores pedagógicos que terão a função de tutores; oferta de materiais didáticos e pedagógicos; monitoramento e avaliação; gestão, controle e mobilização social.

     

    Educadores e tutores terão curso de aperfeiçoamento com carga horária mínima de 180 horas. A formação terá dois períodos – a frequência no curso denominada tempo-universidade e outro para as atividades realizadas em serviço (escola-comunidade) que será acompanhada por tutores. A qualificação dos docentes será de responsabilidade das instituições públicas de ensino superior que aderirem ao programa.

     

    A produção e oferta dos materiais didáticos e pedagógicos são de responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). São jogos, mapas, recursos para alfabetização, letramento e matemática. Já o coordenador estadual e o tutor que acompanham e orientam os educadores durante sua formação serão remunerados com bolsas a serem pagas pelo FNDE.


    Piloto – Em 2013, sete universidades federais foram selecionadas para participar de um projeto piloto do Escola da Terra em quatro das cinco regiões do país. O piloto terá 7.500 vagas distribuídas entre as universidades federais do Amazonas (UFAM) com 1.500 vagas, da Bahia (UFBA), do Pará (UFPA), de Pernambuco (UFPE), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Minas Gerais (UFMG) e do Maranhão (UFMA), com mil vagas cada. Em todos os estados, os cursos estão previstos para 2014.

     

    Ionice Lorenzoni

     

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  •  Estudar música desenvolve a confiança e a criatividade, ensina a trabalhar em equipe, além de aumentar a disciplina e a concentração. E nesse 11 de agosto, Dia do Estudante, nada melhor do que um exemplo bem-sucedido de como a combinação entre ritmo, harmonia e melodia, agradável aos ouvidos, pode transformar a sociedade e melhorar a educação de todo o país.

    A Escola de Música de Brasília (EMB), considerada uma das melhores em educação musical e profissional da América Latina, está entre as mais conceituadas do mundo. Pública, a instituição fica sob a coordenação da Secretaria de Educação do Distrito Federal e tem como missão ser democrática e atender os mais diversos tipos de alunos.

    Um dos apaixonados por música é Rafael Medeiros, 11 anos. Estudante de piano desde 2015, ele tem duas aulas por semana e começou a se interessar pela música por influência do pai, Álvaro César de Alencar. “Eu fui aluno da Escola de Música, conhecia o conteúdo pedagógico aplicado, o profissionalismo dos professores, e fiz questão de trazer o Rafael para cá”, conta o pai, orgulhoso.

    Com o sonho de trabalhar com música erudita, Rafael acredita que as aulas na EMB o ajudaram a se tornar uma criança mais concentrada e disciplinada. “Desde que comecei a estudar piano e canto aqui na Escola de Música, as minhas notas no colégio melhoraram bastante”, afirma o garoto, que cursa o sexto ano do ensino fundamental.

    Rafael Medeiros, de 11 anos, é apaixonado por música. Ele estuda piano desde 2015, por influência do pai (Foto: Luciano Freire/MEC)

    Mara Silva, 46, é outra aluna exemplar da Escola de Música de Brasília. A professora de educação física começou a perder a visão em 2013, em decorrência de uma doença chamada retinose pigmentar – hoje, ela só enxerga vultos e algumas luzes –, e usou a música para se readaptar ao mercado de trabalho. “Não consigo deixar a sala de aula. Quando a minha doença se agravou, usei minha experiência com música e passei a trabalhar com musicalização infantil para crianças de quatro e cinco anos”, explica Mara, que começou a tocar violão na EMB, em 2002, depois estudou canto e hoje é aluna de percussão popular da instituição.

    A EMB funciona também como uma forma de inclusão social. “A música é um alimento para a alma. Aqui eu me sinto muito feliz, como se estivesse em uma praça pública. O ambiente é fantástico, com pessoas de diferentes idades, com diferentes formas de pensar, todos unidos pela música. É realmente uma experiência enriquecedora”, finaliza Mara.

    Sonho – E não há idade para se estudar música. Prova disso é Lili Leon Gambiem, de 67 anos. Gaúcha de Santo Ângelo (RS), a professora aposentada morava em Porto Alegre e, no ano passado, veio passar uma temporada na casa das filhas, que estudam e trabalham em Brasília. “Tomei conhecimento da EMB em Porto Alegre e, antes de vir, busquei algumas informações sobre a escola. Cheguei, decidi fazer a prova e fui aprovada em meio aos 20 concorrentes a uma das duas vagas no curso de acordeom. Não vou embora mais”, conta Lili, aos risos.

    Filha de um sanfoneiro, a gaúcha está no meio da música desde criança. Mas os percalços da vida a afastaram dessa paixão e hoje, de volta aos estudos, Lili garante estar vivendo a melhor fase. “Estou realizando um sonho de juventude. Música é vida e poder dividir isso com todos os alunos da EMB tem deixado a minha vida mais leve”.

    História – Fundada pelo maestro Levino de Alcântara em 11 de março de 1974, a Escola de Música de Brasília é mantida pelo Governo do Distrito Federal, que paga o salário dos 265 professores, e fica sob a coordenação da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

    Desde a inauguração, os alunos da EMB são premiados e homenageados dentro e fora do Brasil. A instituição se tornou o principal centro formador de musicistas na capital. Por lá, passaram artistas como os cantores Ney Matogrosso e Cássia Eller, o bandolinista Hamilton de Holanda, o guitarrista Lula Galvão, o contrabaixista Jorge Helder e o violonista Jaime Ernest Dias.

    “Aos poucos, a EMB assumiu o papel de escola musicalizadora, ao receber crianças a partir de 8 anos. O ensino foi estendido a adolescentes e adultos por meio de cursos pré-profissionalizantes”, explica a professora e hoje diretora da EMB, Edilene Abreu. 

    Os professores dão aulas de matérias básicas, canto e instrumentos para 3.370 alunos nos diversos cursos oferecidos. Localizada na 602 Sul e com uma área construída de 5,5 mil m², a EMB possui 83 salas de aula, duas grandes salas de ensaio reversíveis para apresentação de música de câmera e um teatro com 480 lugares. 

    Atualmente, a escola oferece formação em todos os instrumentos de orquestra, piano, violão, canto lírico e música popular, além da prática de conjunto, banda, orquestra e canto coral. A unidade oferta cursos de musicalização, pré-profissionalizantes, profissionalizantes, musicografia, musicografia Braille e o Civebra (Curso Internacional de Verão de Brasília). 

    Por ser a única escola pública do DF a oferecer o ensino de musicalização e profissionalizante em música, a EMB adota dois critérios distintos de admissão: teste de verificação de nível para alunos já musicalizados da rede oficial de ensino ou da comunidade e sorteio para os candidatos não musicalizados provenientes da rede (60% das vagas) e para a comunidade (40% das vagas).

    Assessoria de Comunicação Social

  • Com recursos transferidos pelo programa Mais Educação, alunos do primeiro ao quarto ano do ensino fundamental puderam ter aulas de natação na escola de Moji das Cruzes (arquivo da escola)Com apenas dois anos letivos de educação em tempo integral, 150 estudantes da Escola Municipal Professora Etelvina Cáfaro Salustiano, de Moji das Cruzes (SP), conseguiram melhorar o índice da educação básica (Ideb) daquela unidade de ensino. O indicador subiu de três pontos em 2007 — o pior do município — para 4,3 em 2009. A escala do Ideb vai até 10 pontos.

    Situada em um bairro de aproximadamente mil habitantes, que reúne 200 famílias oriundas de três favelas, a escola implantou a educação integral no início de 2009, com recursos da prefeitura e em parceria com entidades e igrejas. Em 2010, foi aceita no programa Mais Educação.

    Com recursos transferidos pelo programa, desenvolvido pelo Ministério da Educação, 121 alunos do primeiro ao quarto ano do ensino fundamental puderam ter aulas de natação este ano. De acordo com o diretor da escola, Kennedy José de Paula, a verba, recebida em julho, foi usada na compra de maiôs, toucas, óculos, bóias e espaguetes de isopor. Com o dinheiro, a escola também paga auxílio mensal ao professor de natação, um estudante de educação física, com oito anos de experiência. Ele atua como voluntário.

    Os alunos frequentam as aulas de natação no Centro Esportivo Municipal do Socorro, a sete quilômetros da escola. A prefeitura oferece o ônibus para o transporte das crianças, divididas em quatro turmas, com aulas uma vez por semana, das 10h30 às 11h30.

    Na avaliação do diretor, a educação integral é importante para as crianças daquela comunidade, mas a maioria das famílias vive situações críticas. Sem qualificação profissional, os moradores têm dificuldades para conseguir trabalho, o auxílio do programa Bolsa-Família e anticoncepcionais.

    Kennedy de Paula, 39 anos, é licenciado em matemática e pedagogia e pretende fazer mestrado na Universidade de São Paulo (USP) em educação e desigualdade social. Quando fala em dificuldades, ele observa que coisas básicas faltam à comunidade, como informações sobre programas sociais do governo federal e documentos, como CPF e identidade, para o cadastro na Bolsa-Família. Na comunidade, há mulheres de 30 anos de idade com oito filhos na escola, mas sem o benefício da bolsa. São comuns os casos de alcoolismo.

    Atividades — Graças à interlocução com a prefeitura e entidades, a escola oferece aos alunos cinco refeições por dia — café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar. Algumas turmas entram às 7h e saem às 16h; outras, chegam às 8h30 e vão até 17h30.

    Como a escola é pequena — quatro salas de aula, laboratório de informática, biblioteca e refeitório —, os estudantes fazem a maioria das atividades da jornada ampliada no centro comunitário do bairro, a cem metros de distância. Além da natação, a escola, parceiros e voluntários oferecem aos alunos formação nas áreas intelectual, com reforço escolar, informática, leitura, inglês, xadrez e educação ambiental; cultural, com dança, música, teatro, artes visuais; esportiva, com caratê, judô, taekwondo, basquete, futebol, handebol, atletismo e recreação.

    Criado em 2007, o programa Mais Educação começou a funcionar efetivamente em 2008. Desde então, passou de 386 mil para 2,2 milhões de estudantes beneficiados. Em 2011, será ampliado para atender 15 mil escolas e três milhões de alunos.

    Para receber os recursos no próximo ano, as escolas cadastradas e aquelas selecionadas para ingresso precisam informar o número de estudantes a serem atendidos. Os dados devem ser incluídos no Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças do MEC (Simec) — o acesso ocorre por meio de senha informada à escola. O Simec já está aberto para receber os dados.

    Ionice Lorenzoni

  • A escola Tomé Francisco da Silva atingiu nota 6,5 no Ideb, superior à da meta nacional estabelecida para 2022 pelo Ministério da Educação (foto: arquivo da escola)O povoado rural de Lagoa da Cruz, no alto de uma serra do Sertão do Pajeú, em Quixaba (PE), a 470 quilômetros de Recife, tem apenas três mil habitantes. De difícil acesso, seria uma localidade esquecida, não fosse a fama do ensino de qualidade da Escola Tomé Francisco da Silva, que atrai alunos das cidades vizinhas. A escola, que tem 800 alunos matriculados em turmas do primeiro ano do ensino fundamental ao final do ensino médio, é destaque tanto no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) quanto no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

    Em 2009, a instituição conquistou o título de melhor escola pública de Pernambuco. No mesmo ano, obteve o segundo lugar no Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar, promovido pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). Para se ter ideia da qualidade do ensino oferecido, a escola atingiu nota 6,5 no Ideb — a meta do Ministério da Educação é atingir, até 2022, a média nacional 6, que corresponde ao índice de países desenvolvidos. No Enem de 2010, a Tomé Francisco obteve nota 585,33 e ficou em primeiro lugar entre as escolas regulares de Pernambuco.

    “Não tem receita pronta para o sucesso da gestão escolar porque cada escola tem sua particularidade”, afirma o diretor da instituição, Ivan José Nunes Francisco. No entanto, ele cita, entre os passos da empreitada, o trabalho coletivo dos educadores, que devem receber formação continuada, a atenção aos projetos pedagógicos e o apoio das famílias.

    O incentivo à leitura permeia os projetos desenvolvidos durante todo o ano. O Prazer de Ler, que existe há uma década, é voltado para alunos do primeiro ao nono ano. Sua proposta é motivar os estudantes por meio de oficinas de contos, poesias e música. No fim das atividades, eles apresentam uma peça teatral para a comunidade. No ano passado, 120 alunos apresentaram A Menina que Odiava Livros. “Seguimos em três ônibus para abrir os Jogos Escolares Regionais, no município de Afogados da Ingazeira”, lembra o diretor. Este ano, será encenada a peça A Bela Borboleta.

    Outro projeto de incentivo à leitura estimula a produção de textos para o blog da escola. “Conseguimos, assim, usar mais intensamente o laboratório de informática”, diz o diretor.

    Matemática— Um dos próximos projetos da escola será desenvolvido na área de exatas. “Em 2012, vamos trabalhar também projetos de matemática, física e química, sem abandonar aqueles que têm garantido notas melhores dos nossos alunos em humanas”, adianta a coordenadora de projetos pedagógicos para os anos iniciais, Josilene Quitute. Para atingir a meta de melhorar as notas dos alunos nas disciplinas de exatas, a ideia é mudar a forma de ensinar os cálculos de matemática hoje feitos a giz, no quadro. “Queremos chamar profissionais para explicar como se faz o cálculo de uma área na prática”, explica a coordenadora.

    Rovênia Amorim

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  • Pluralismo de ideias e liberdade são as bases para a proposta do MEC

     

     

    Guilherme Pera, do Portal MEC

    Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, respeito às diferenças, tolerância, combate ao bullying, à automutilação e ao suicídio e a não exposição a propagandas político-partidárias dentro das instituições de ensino. A ação Escola de Todos vem para assegurar um ambiente propício à cultura da paz na rede pública de ensino das diversas regiões do país.

    Com esse intuito, o Ministério da Educação (MEC) enviou um ofício na tarde desta segunda-feira, 23 de setembro, para secretários de Educação nos estados, municípios e no Distrito Federal, bem como para os presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime) com as diretrizes para um melhor convívio escolar.

    O documento é um chamamento para reforçar o direto de todos, sem cercear o direito de ninguém. “Queremos ressaltar que o papel da escola é criar a próxima geração de forma sadia, humana e civilizada. Queremos que as estratégias de ensino possam potencializar o futuro das crianças, em um ambiente sadio, combatendo bullying e suicídio, respeitando o direito dos professores de ensinar, mas sem doutrinar”, explicou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante coletiva à imprensa nesta segunda na sede do MEC.

    Com base nas legislações vigentes, o MEC orienta sobre a necessidade de desenvolver ações com o objetivo de garantir a adoção de padrões educacionais que visem à cultura da paz, assim como à educação emocional e ao pleno desenvolvimento da pessoa, inclusive intelectualmente, para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Para isso, destaca alguns direitos dos alunos:

    1.  Ter um ensino ministrado com base no pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, resguardada a liberdade de expressão, a tolerância de opiniões e o acesso, em sala de aula, às diversas versões, teorias e perspectivas sociais, culturais, econômicas e históricas;
    2. Não ser prejudicado por sua história, identidades, crenças e convicções políticas ou ideológicas;
    3. Não ser submetido a uma comunicação comercial inadequada – como propagandas político-partidárias – no ambiente escolar;
    4. Seguir a religião que esteja de acordo com suas convicções;
    5. Professores e comunidade escolar devem respeitar as crenças e convicções do estudante, desde que não incitem à violência, de forma a evitar qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

    Como previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a gestão é democrática. Porém, todos os pontos listados estão previstos em lei. As unidades deverão analisar a possibilidade de adotar as medidas listadas pelo MEC.

    23/09/2019 - Coletiva Escola De Todos - Fotos: Gabriel Jabur/MEC

  • A partir de 1º de fevereiro, as escolas de educação básica de todo o país devem lançar, no sistema Educacenso, as informações sobre o movimento e o rendimento de cada um de seus alunos no final do ano letivo de 2010. O sistema estará aberto até 11 de março. A escola deverá informar se o aluno foi aprovado ou não em 2010, se foi transferido ou se abandonou os estudos.

    Anualmente, o Censo Escolar da Educação Básica faz a coleta dados — a referência é a última quarta-feira de maio. No início do ano posterior, as escolas informam o movimento e o rendimento dos alunos.

    Este ano, os dados serão divulgados na página eletrônica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 14 de março. Até o dia até 31 do mesmo mês, o sistema será reaberto para que as escolas procedam às necessárias retificações. A divulgação final está prevista para 12 de abril.

    O lançamento dos dados pelas escolas deve ser feito no módulo Situação do Aluno, na página eletrônica do Educacenso.

    Assessoria de Imprensa do Inep

    Leia também: Capacitação de profissionais alcança 2.625 instituições


  • A presença da família é considerada muito importante na Escola Estadual Professora Alice Barbosa Pacheco, em Campo Verde, município do sudeste de Mato Grosso. Todos os projetos realizados pela instituição visam à aproximação entre os pais e a escola para que eles participem da vida escolar dos filhos.

     

    “Não dá para pensar em uma educação de alta qualidade se a escola não considerar a família como parte essencial do processo”, diz Marly Gomes da Silva, professora de geografia e história em turmas do ensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos. Segundo ela, para o sucesso dos educandos é primordial que pais e escola deem as mãos em um trabalho em equipe.

     

    Na visão de Marly, a família e a escola são responsáveis pela educação das crianças. “A educação será mais eficaz quanto mais em sintonia ambos estiverem”, acredita. Há seis anos no magistério, a professora tem licenciatura plena em geografia e pós-graduação em educação ambiental.

     

    Elaine Guimarães Bonfim, professora de português e espanhol, há quatro meses desempenha a função de coordenadora do ensino fundamental e médio. Ela entende que a escola só terá sucesso total na tarefa de formar bons cidadãos se contar com o apoio da família. Entre as ações de aproximação, Elaine cita reuniões periódicas de pais e mestres, palestras sobre temas relacionados à educação dos filhos e apresentações de projetos pedagógicos e culturais. Com experiência de seis anos no magistério, ela é formada em letras e pós-graduada em metodologia de ensino de linguagens.


    Empenho — Professora de ensino fundamental e médio, Lusiane Roegelin Aoki dá aulas de português e espanhol e também é professora multidisciplinar. Ela acredita que a presença da família na escola é importante para o acompanhamento do processo pedagógico e dos resultados da aprendizagem. “Quando a família mostra interesse e participa, o estudante empenha-se para que o resultado seja significativo, pois sabe que alguém está assistindo seu esforço”, salienta.

     

    Segundo Lusiane, todas as atividades pedagógicas — leitura, trabalhos e avaliações — necessitam do acompanhamento e da participação indireta da família. Ela já trabalhou com projetos de produção de textos e construção de páginas on-line de relacionamento que exigiam o acompanhamento da família. Este ano, a professora trabalha na elaboração de projeto no qual os alunos têm de envolver os pais em atividades de leitura. Graduada em letras, ela tem pós-graduação em metodologia do ensino da língua espanhola.


    Fátima Schenini

     

    Saiba mais no Jornal do Professor

     

    Saiba mais no facebook e no blogue da EE Professora Alice Barbosa Pacheco

  • Desde o descobrimento até a independência do Brasil, o açúcar, sozinho, rendeu aos cofres portugueses mais que as exportações de arroz, algodão, fumo, madeira, café e ouro somadas. Os engenhos de cana-de-açúcar ainda remanescentes no país representam a história viva dessa época, mas são desconhecidos e pouco valorizados.

    Atentos a essa realidade, estudantes do ensino médio da Escola Ronaldo Caminha Barbosa, em Cascavel, Ceará, criaram o projeto Engenhos de Memória: História e Patrimônio Cultural do Período Colonial à Modernidade. Na pesquisa, eles destacam a informação publicada em História Geral da Agricultura Brasileira, de Luís Amaral, de que o açúcar rendeu durante esse período nada menos do que 800 milhões de libras esterlinas, o que, em valores atualizados, ultrapassaria os R$ 3,37 bilhões.

    O principal objetivo do projeto, de acordo com o professor orientador Cláudio Henrique Soares, é fazer com que a população local conheça a relevância histórica e social dos engenhos. “Eles fazem parte da construção da história do Brasil. É um resgate, é a valorização desse patrimônio. O projeto chama a atenção da sociedade para esse valor histórico, para a representatividade cultural das moendas de cana”, afirmou.

    Depois de mapear todos os engenhos existentes na região, por meio de pesquisas em campo, os alunos envolvidos no projeto criaram o material Engenho Didático, um jogo temático de tabuleiro, um roteiro turístico com ênfase na história local e o blogue Engenho Virtual.

    De acordo com o professor, a ideia deu tão certo que se transformou em política educacional nos municípios de Cascavel e Pindoretama. “Hoje, são dez escolas envolvidas, que têm atividades mensais sobre o tema”, contou. Além disso, o projeto foi premiado pela Feira Regional Estadual de Ciências e Cultura e participa, até sábado, 1º de outubro, da 22ª Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia, em Camaragibe (PE).

    Para a diretora da escola, Iara Nogueira, a instituição, hoje, colhe os frutos do incentivo à pesquisa como prática pedagógica. Ela conta que, ao perceber, em 2013, que os alunos não tinham participação em feiras regionais e estaduais, pela ausência de projetos, incentivou a criação de uma delegação estudantil com o objetivo de movimentar a pesquisa científica dentro da escola. “Hoje, a produção científica está institucionalizada na Ronaldo Caminha Barbosa, já faz parte de nosso cotidiano. E nos ajudou a reduzir a evasão escolar e a reprovação.”

    Assessoria de Comunicação Social 

  • A escola do Distrito Federal é a única unidade de ensino pública do país a criar metodologia adequada para crianças e adolescentes surdos que têm como língua materna a libras (foto: João Neto /MEC)A inovação e a criatividade estão em toda a escola. Por salas de aula e corredores silenciosos flui o conhecimento que poucos ouvintes conseguem entender e apreender. Com gestos rápidos e uma infinidade de sinais, que traduzem palavras, frases e conceitos, professores e alunos interagem e avançam nos conteúdos obrigatórios da educação básica. A Escola Bilíngue Libras e Português Escrito, em Taguatinga, uma das regiões administrativas mais populosas do Distrito Federal, é a única da rede pública do Brasil a criar metodologia adequada para crianças e adolescentes surdos que têm como língua materna a libras (língua brasileira de sinais).

    Criada em 2013, por lei local, a escola nasce, portanto, sob um projeto político inovador e se revela inclusiva também no sentido reverso. “O que é bom para o aluno surdo é bom para o aluno ouvinte”, explica a diretora, Maristela Batista de Oliveira Bento, pedagoga com 20 anos de experiência na educação de alunos surdos. Por isso, por escolha das famílias, nas salas de aulas há alunos ouvintes, que aprendem a língua de sinais para se comunicar com parentes e amigos surdos. O bilinguismo na língua de sinais e no português escrito configura-se, portanto, numa espécie de chave para aproximar pessoas de dois mundos que não se integram por não dominarem os códigos da comunicação.

    “As pessoas ouvintes geralmente não sabem, mas para os alunos surdos, o português é a segunda língua, e isso implica uma metodologia apropriada para que possam ter maior fluência no entendimento da escrita”, explica Gisele Morisson Feltrini, supervisora pedagógica da escola. Thalya da Silva, 18 anos, aluna do segundo ano do ensino médio, conta que a escola tem permitido a ela se aprofundar nos conhecimentos cobrados nas provas de seleção para ingresso nas universidades. Com talento para desenhar, Thalya pensa em seguir uma profissão nessa área. Porém, entender o conteúdo das provas é ainda um problema e, por isso, os alunos surdos precisam de intérprete na realização dos exames.

    “O português é muito pesado e seria importante ter uma prova adequada, com tradução na íntegra para libras por meio de vídeos”, sugere a aluna, que ficou surda antes dos dois anos em decorrência de uma meningite. A dificuldade com a língua portuguesa ocorre também no contexto social e familiar, uma vez que são poucas as pessoas que dominam a língua de sinais. Em casa, por exemplo, Thalya não consegue se comunicar com o irmão, apenas com a mãe. Ela não é exceção. Outros alunos da escola relataram a mesma dificuldade.

    Acesso — Luana de Jesus, 17 anos, aluna do primeiro ano do ensino médio, diz que pretende estudar direito para lutar pelos direitos dos surdos. “Existe uma pressão da sociedade ouvinte sobre os surdos porque não sabem das suas habilidades e potencial. É preciso dar acesso aos ouvintes à cultura surda”, observa.

    Em razão de todas essas dificuldades, Hudson Gonçalves, 20 anos, aluno do segundo ano do ensino médio, fala da importância da escola bilíngue de Taguatinga. “Eu consigo não apenas aprender, como tirar dúvidas e me aprofundar no conhecimento de biologia, química, física, português e matemática para ingressar num curso superior”, explica. “As traduções feitas pelos intérpretes em libras nas escolas onde estudei são rápidas demais. Não dá para absorver tudo.”

    Nas escolas regulares em que há inclusão, de acordo com a diretora, o aluno surdo muitas vezes sente-se isolado por estar numa turma de ouvintes. “Ele se sente intimidado em expressar dúvidas e acaba acumulando defasagem de aprendizagem.”

    A professora de biologia Thatiane do Prado, que prepara os alunos surdos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB), salienta que a metodologia adotada pela escola possibilita um aprendizado mais ativo. “Os alunos são sujeitos ativos no processo do conhecimento, opinam o tempo todo e não ficam apáticos”, afirma.

    A escola bilíngue atende alunos da educação infantil ao ensino médio, com limite de dez alunos por turma, em razão da especificidade do ensino. O sistema bilíngue adotado pela escola atrai estudantes de outras regiões do Distrito Federal e Entorno. “A primeira língua da escola é a libras, mas o português escrito não é ensinado da mesma forma que os alunos ouvintes aprendem”, diz a diretora. “Usamos muito o visual para que eles possam adquirir vocabulário. Os surdos precisam muito do visual para interiorizar o conteúdo.”

    Chamada — A Escola Bilíngue Libras e Português Escrito foi uma das 178 instituições de ensino selecionadas pela chamada pública aberta pelo Ministério da Educação, em 2015, para divulgar experiências de inovação e criatividade nas escolas de educação básica no Brasil.

    Para participar da chamada, a direção decidiu enviar o projeto político-pedagógico da própria escola, que já nasceu dentro de uma proposta de inovação na gestão e na metodologia de ensino. O objetivo é divulgar e mostrar os resultados positivos e emocionantes que os 53 professores surdos e ouvintes, com proficiência em libras, têm alcançado. “Se não fosse essa escola, muitos alunos surdos já teriam se evadido e desistido de avançar nos estudos, simplesmente porque não conseguem ser entendidos”, ressalta Maristela.

    Com a metodologia empregada pela escola, as crianças matriculadas adquirem fluência em libras e português escrito e, assim, podem ser entendidas dentro e fora dos limites do contexto escolar.

    Filha de pais surdos, a professora da educação infantil Andréa Beatriz Messias Belém Moreira conta que conviveu em meio a ouvintes e surdos, habitantes de dois mundos que têm dificuldades em se comunicar e se compreender. “Numa sociedade em que a maioria das pessoas é de ouvintes, os surdos têm muito a nos ensinar”, afirma. “Eles são sempre considerados inferiores, mas não têm dificuldade para aprender, só não encontram facilidades para desenvolver suas habilidades.”

    A professora relata que desde cedo teve de aprender a superar o sofrimento pessoal por sentir a rejeição e o preconceito de professores que não chamavam seus pais na escola para saber do seu desempenho em sala de aula. “Ouvia-os dizer que meus pais eram aqueles mudinhos, mas eu não aceitava isso, e dizia que eles falavam, sim, e que eu os entendia muito bem porque sabia a língua deles.”

    Libras — A língua brasileira de sinais foi instituída pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e reconhecida como sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, para a transmissão de ideias e fatos. É a língua natural usada pelas comunidades surdas brasileiras. Estudos sobre a libras foram iniciados no Brasil em 1981.

    Libras e português carregam estruturas diferenciadas. Documento publicado pelo Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos do Ministério da Educação, em 2004, sobre a língua brasileira de sinais e a língua portuguesa, evidencia que, como em qualquer língua falada, “a fonologia é organizada baseada em um número restringido de sons que podem ser combinados em sucessões para formar uma unidade maior, ou seja, a palavra. Nas línguas de sinais, as configurações de mãos, juntamente com as localizações em que os sinais são produzidos, os movimentos e as direções, são as unidades menores que formam as palavras”.

    Exemplos — O Ministério da Educação selecionou 178 instituições entre as 683 que participaram, de setembro a novembro de 2015, de chamada pública destinada a identificar, reconhecer e mapear iniciativas educacionais inovadoras na educação básica desenvolvidas em escolas públicas e particulares e em organizações não governamentais de todo o país. A seleção abrangeu instituições escolares e não escolares, escolas indígenas, quilombolas, do campo e urbanas, da educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e da educação de jovens e adultos.

    As informações relacionadas ao trabalho desenvolvido pelas 178 instituições selecionadas estão disponíveis no Mapa da Inovação e Criatividade na Educação Básica. Mais informações na página do Programa de Estímulo à Criatividade na Educação Básica na internet.

    Rovênia Amorim

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  • Todos os dias nos deparamos com cenas corriqueiras de desperdício de água. Um banho demorado, uma torneira pingando, uma descarga disparada. A torneira da pia que permanece aberta enquanto a louça é lavada. Essas situações estão presentes em diversos ambientes: em casa, na escola, no trabalho. Muitas vezes, é difícil fazer o uso racional e consciente da água. Mas não para o Centro Educacional Agrourbano Ipê, em Brasília.

    A escola, com sede no Riacho Fundo II, é um exemplo de consciência coletiva. Há seis anos a instituição desenvolve projetos que agregam soluções sustentáveis para o bom uso da água, envolvendo os alunos e a comunidade local. As ações são realizadas desde 2010, quando a escola foi inserida no projeto Escolas Sustentáveis, do Ministério da Educação.

    A vice-diretora do centro educacional, Jedilene Lustosa, defende a iniciativa. “Não basta economizar; precisamos ter atitudes que preservem a água em todo o seu ciclo”. Segundo Jedilene, a conscientização no uso da água ocorre em todas as áreas da escola. “Na cantina, a gente reutiliza o resto de frutas para a nossa composteira; na limpeza, eliminamos o uso da mangueira e só usamos balde”, diz. “Quem chega à escola sabe que aqui tem esse trabalho com a sustentabilidade.”

    O Centro Educacional Agrourbano Ipê, em Brasília, desenvolve há seis anos projetos de soluções sustentáveis para o bom uso da água, envolvendo os alunos e a comunidade local (Foto: TV MEC)

    Um dos projetos culminou na construção de um tanque para criação de tilápias. O professor de ciências e biologia da unidade, Leonardo Hatano, explica que a iniciativa foi pensada com o intuito de fazer com que uma família pequena conseguisse o sustento com a produção de sua própria chácara. “O coração principal desse sistema é o tanque de peixe”, afirma.

    “A partir desse tanque, nós temos a produção de uma proteína de alta qualidade, já que a proteína do peixe é saudável”, exemplifica o professor. “Além disso, são produzidas diversas plantas, que irão fornecer carboidratos e vitaminas para essa família poder se sustentar”. Leonardo explica, ainda, que a água retorna para o tanque de forma oxigenada, o que viabiliza a economia de água quando comparado ao sistema tradicional de cultivo de peixe. A construção de um segundo tanque já está em andamento.

    Reutilização – Em outra iniciativa, a água da chuva tem sido aproveitada para a limpeza das dependências do centro educacional Agrourbano Ipê. Para a diretora da unidade, Sheila Pereira da Silva Mello, além do envolvimento dos alunos, que levam adiante as boas práticas, a economia na escola já é visível, o que gera benefícios para todos.

    “Em outubro, nós estávamos com 110 metros cúbicos de água; em novembro passamos a 68. Este ano, nós já pudemos perceber com o início do ano letivo que chegamos a 38 metros cúbicos de economia”, comemora. “O propósito desse trabalho é a conscientização que nós estamos conseguindo ensinar aos nossos alunos e servidores. Vemos que é um trabalho eficiente na conscientização da importância de economizar a água.”

    Agrofloresta – A instituição também criou um sistema agroflorestal, que busca um equilíbrio natural do ecossistema com o intuito de restaurar florestas e recuperar áreas degradadas. Essa cultura ainda incentiva o combate às pragas sem o uso de agrotóxicos – como tem acontecido na propriedade de Julião de Assis. Ele é avô de uma aluna do centro educacional Agrourbano Ipê e permitiu que o projeto dos estudantes fosse expandido para fora dos muros da escola.

    “Os professores vieram e nos ensinaram como plantar, como fazer os canteiros, como adubar. Agora aqui é tudo orgânico”, garante. “Não tem nada mais, nem química, nem inseticida, nem fogo. É aí que a gente vê que o negócio vai dar certo, porque além de ajudar o meio ambiente, a nossa saúde vai melhorar”. A expectativa de Julião é de que seus filhos e netos deem prosseguimento ao projeto.

    Resultados – O professor Leonardo Hatano relata que, com a experiência, não só as notas dos estudantes melhoraram, mas o próprio envolvimento com o conteúdo tem surpreendido. “A principal mudança é a motivação dos alunos; eles estarem a toda hora querendo vir aqui trabalhar nesses projetos”, celebra. “O que eu notei mesmo foi que nossas ações realmente criaram um aprendizado significativo para os alunos.”

    Wynne Costa, de 13 anos, se orgulha dos projetos da escola em que estuda e já planeja levar o aprendizado do dia a dia no ambiente escolar para casa. “Quero fazer uma horta vertical, onde quero colocar plantas medicinais e temperos. Também quero fazer um jardim na minha janela”. A estudante garante não ver dificuldades. “Não é difícil, não. Eu acho legal por isso: porque economiza água, você reutiliza coisas, faz a reciclagem e ainda consegue plantinhas. E ainda fica bonito.”

    As lições motivam da mesma forma a estudante Luana Jesus. Ela inclusive já planeja o que fazer quando ingressar na faculdade: engenharia ambiental. A escolha do curso, explica, parte da certeza de que irá colaborar também para a preservação do meio ambiente. “Eu acho bom porque a gente pode praticar, plantar, fazer o que a gente gosta”, afirma. “A escola me ensinou que plantar é muito bom. E ajuda o mundo, porque ajuda nas nascentes, ajuda a não poluir e é sustentável também porque a gente pode tirar alimentos da natureza sem agrotóxicos.”

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, ficaria orgulhoso de saber: a Escola de Referência em Ensino Médio Barão de Exu ficou em quinto lugar na classificação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por Escola. Com o resultado, divulgado no mês passado, a escola deu orgulho à cidade de aproximadamente 35 mil habitantes, localizada no sertão pernambucano, terra natal do compositor.

    “É o trabalho de uma grande equipe. São professores, servidores administrativos, coordenadores, enfim, muita gente que vem trabalhando em prol da melhoria da qualidade de ensino”, afirmou Prociana Ferreira da Silva, diretora da escola. “Quando vimos esse resultado, foi muito gratificante. A escola, na verdade, é uma comunidade, com pais e a população envolvida. Foi um orgulho geral.”

    A instituição obteve a colocação no grupo das escolas com mais de 90 alunos, dos quais mais de 80% tenham cursado todo o ensino médio no local, além de ter nível socioeconômico baixo ou muito baixo.

    De acordo com a diretora, o sistema de avaliação interdimensional desenvolvido na escola permitiu a melhoria no desempenho. “Isso auxilia o trabalho de todos os professores. É importante para o aluno se conhecer, entender seu papel dentro do meio social e como são construídas as relações em geral”, explicou. Todos os anos, cada aluno é convidado a desenvolver seu projeto de vida. Com o material, é possível conhecer pessoalmente cada um dos 480 alunos e direcionar o aprendizado.

    Wilton Carvalho, de 16 anos, prepara-se para o Enem incluindo os estudos em sua rotina diária e também nos fins de semana. “Gosto muito do ambiente, dos professores; eles nos ajudam a construir o futuro”, diz o estudante, que mora com o pai, agricultor aposentado.

    Além das matérias normais, os alunos aprendem dança, esportes e oficinas de arte, que vão do cordel às artes cênicas. Em 2014, cerca de 70 alunos da Escola Barão de Exu foram aprovados no vestibular de universidades públicas e também na rede particular de ensino.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Na cidade de Portão, quase 100% das escolas contam com hortas pedagógicas (Foto: Divulgação/EMEF Carlos Owin Franke)Comer bem e de maneira saudável pode ser gostoso e muito divertido. É o que desde cedo aprendem as crianças da Escola Municipal de Ensino Fundamental Carlos Oswin Franke, em Portão (RS). Lá os alunos plantam e colhem produtos da merenda e são incentivados a levar na lancheira só o que faz bem para a saúde.

    O projeto Lanche Saudável – Franke Delícia existe desde 2013 e de lá para cá provocou uma revolução na alimentação das crianças. “A mudança é impressionante. Antigamente, era comum ver alunos trazendo salgadinhos e refrigerantes; hoje, é difícil encontrarmos isso nas lancheiras. Eles realmente levaram o projeto para dentro de casa”, conta a diretora da escola, Rosani da Costa Conti.

    De acordo com a educadora, a ação ganhou força após o incentivo dado pela estratégia Merendeiro Educador, lançada pela Secretaria Municipal de Educação, com o objetivo de inserir efetivamente os cozinheiros nas práticas de educação alimentar das escolas. Desde então, as merendeiras reúnem-se uma vez por mês para pensar em ações, que vão desde eventos para os pais até premiação para turmas que cumprirem a meta de só levar lanches saudáveis.

    Sandra Maria da Silva, coordenadora de alimentação e nutrição escolar da Secretaria Municipal de Educação, afirma que o resultado obtido na escola Carlos Oswin Franke reflete o sucesso que a estratégia alcançou em todo o município de Portão, que conta com hortas pedagógicas em quase 100% das escolas da cidade. Além do projeto Educando com a Horta Escolar e Gastronomia, há outros em andamento, como o Cozinha Nota 10 e Agentes Multiplicadores de Ações em Saúde (AMAS), iniciativas que já renderam ao município o Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, na categoria Valorização Profissional de Merendeiras.

    “O que fazemos é despertar o potencial de educador do merendeiro, que é aquele profissional que está mais diretamente ligado aos alunos, e essa valorização reflete na qualidade do que é oferecido na alimentação escolar”, explica a coordenadora.

    Visando estimular iniciativas como essa, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) lançou o concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, que está com inscrições abertasaté 25 de outubro. O objetivo é premiar as receitas mais caprichadas e saborosas de cada região do país, em escolas que atendam aos critérios do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Os cinco vencedores da etapa nacional ganharão uma viagem internacional e um prêmio de R$ 5 mil.

    O concurso também é uma forma de comemorar os 60 anos da alimentação escolar no Brasil. O Pnae é considerado referência internacional para países interessados em criar ou aprimorar suas políticas na área. Atualmente, mais de 42 milhões de estudantes brasileiros da educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos são beneficiados pelo programa.

    Assessoria de Comunicação Social do FNDE

  • Estudantes da escola de Catalão distribuem panfletos para mostrar à comunidade o que aprenderam sobre cidadania e conscientizar os moradores sobre atitudes sustentáveis (foto: portal catalão.com.br) O envolvimento da família e da comunidade é considerado de fundamental importância pela Escola Municipal Patotinha, no município de Catalão, sudeste de Goiás. Localizada em bairro distante do centro da cidade, numa comunidade com poucas oportunidades sociais, culturais e econômicas, a escola atende crianças de 5 a 11 anos, originárias, em sua maior parte, de famílias de baixo poder aquisitivo.

    Assim, em um projeto sobre questões ambientais, criado pela professora Kênia Mara da Costa, os familiares e responsáveis pelos alunos, principalmente as mães, aprenderam a fazer receitas culinárias alternativas, refrigerantes caseiros e até sabão ecológico. “A escola é a principal fonte cultural no que diz respeito à educação formal das crianças. E tem uma responsabilidade ainda maior em desenvolver projetos voltados para a comunidade local”, avalia a professora.

    Seu trabalho, Eu Aprendi e Vou Ensinar: Atitudes Cidadãs de Sustentabilidade, foi um dos vencedores da edição de 2012 do Prêmio Professores do Brasil. Nele, a professora enfocou diferentes temas relacionados ao meio ambiente e à busca de alternativas para a redução do consumo exagerado, bem como o destino do lixo e o aquecimento global. Tudo para mostrar que é possível construir um mundo diferente e resgatar valores como responsabilidade e respeito à vida e ao planeta.

    “Os familiares adoram quando os convidamos a vir à escola e participar das atividades, e os alunos ficam mais dispostos a vivenciar, em casa, o que aprenderam nas aulas”, diz Kênia. “É o conhecimento extrapolando os muros da escola.”

    Uma das atividades que tiveram a participação das famílias foi a oficina de aprendizagem de receitas alternativas e aproveitamento de partes de vegetais, como cascas e talos, que costumam ser jogadas fora. “As mães perceberam o quanto podem economizar e agradar as crianças”, ressalta a professora.

    Hábitos— No desenvolvimento do projeto, aplicado em turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, foi possível verificar o surgimento de mudanças de hábitos. Na alimentação, por exemplo, houve a tomada de consciência sobre a necessidade de limitar a ingestão de alimentos salgados ou gordurosos, especialmente os industrializados. No lanche, os alunos começaram a substituir o refrigerante pelo suco e o biscoito pela fruta.

    Com relação ao destino do lixo, os estudantes fizeram reflexão sobre os prejuízos ocasionados pelo hábito de jogar detritos no quintal ou em terrenos baldios. Para repassar à comunidade o que aprenderam e conscientizar um maior número de pessoas, eles confeccionaram panfletos com explicações sobre atitudes sustentáveis e saíram às ruas para distribuir o material e conversar com as pessoas.

    “Foi um momento de entusiasmo e valorização da autoestima, numa execução do que foi planejado, um cooperando com o outro”, afirma Kênia. Segundo ela, os estudantes usaram seus conhecimentos em favor do meio ambiente ao explicar o que eram atitudes sustentáveis, como poluir menos, gastar menos água e menos energia elétrica.

    De acordo com a professora, a partir da realização do projeto, os alunos entenderam que todos são responsáveis pela preservação. “Eles ficaram mais dispostos e atentos não só para aprender, mas para divulgar o que aprenderam”, diz Kênia, que atua no magistério há 14 anos. Graduada em letras e com especialização em linguística aplicada e em metodologia do ensino fundamental, ela trabalha na secretaria de Educação do município.

    Fátima Schenini

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    Saiba mais sobre o Prêmio Professores do Brasil
  • Ao perceber que seus alunos classificavam as aulas teóricas de educação física como monótonas e chatas e que, durante as práticas esportivas, eles só se interessavam por futebol, a professora Laís Cecília da Silva Borges resolveu desenvolver um trabalho que os motivasse. Surgiu assim o projeto Sedentarismo x Atividade Física – Uma Luta Diária.

    Desenvolvido em 2015, com alunos do sexto ano do ensino fundamental da Escola Municipal Rural de Tempo Integral Ponte de Pedra, no município goiano de Paraúna, o trabalho foi criado para mudar os hábitos alimentares e físicos da comunidade escolar, mostrar a importância da prática de atividades físicas e acabar com o sedentarismo. A escola, de educação infantil e ensino fundamental, está localizada no assentamento Ponte de Pedra, a cerca de 60 quilômetros da sede do município.

    Antes de dar início ao projeto, Laís observou que os estudantes apresentavam vícios alimentares prejudiciais à saúde originados por hábitos de família. Decidiu então torná-los orientadores dos familiares quanto à necessidade de optar por alimentos saudáveis no lugar dos industrializados, instantâneos. O primeiro passo foi buscar ajuda profissional na Secretaria Educação do município. “Desenvolvemos encontros semanais com profissionais da saúde, como nutricionista, médico, fisioterapeuta e psicólogo”, explica.

    A professora criou um grupo, o Medida Certa, formado por representantes da escola e da comunidade, para participar de caminhadas e de sessões de reeducação alimentar. A partir das explicações recebidas dos profissionais, os estudantes desenvolveram uma sequência de atividades com o grupo. O projeto também incluiu uma oficina culinária, na cozinha da escola, na qual os participantes puderam aprender receitas de refeições saudáveis.

    “Tivemos grandes conquistas”, destaca a professora. Uma das participantes perdeu 18 quilos. Para Laís, constatar que o projeto fez diferença na vida de muitas pessoas foi prazeroso e satisfatório. Mas o que a deixou mais feliz foi ver pessoas sedentárias adotarem a prática de atividades físicas.

    Segundo a professora, os alunos contribuíram bastante com o projeto, ao dar ideias. “Eles participaram efetivamente em toda a execução e enriqueceram a aprendizagem sobre o assunto tratado no projeto”, ressalta.

    Prêmio — O projeto Sedentarismo x Atividade Física incluiu a professora Laís entre os ganhadores da nona edição do Prêmio Professores do Brasil, na categoria sexto ao nono ano do ensino fundamental. “O reconhecimento que tive após o prêmio foi muito bom, mas o reconhecimento pessoal foi mais importante ainda, por saber que, por mais difícil que seja, não há nada melhor que ser algo a mais na vida dos meus alunos.”

    Estudante de pedagogia, Laís atua como professora há dois anos. Além de lecionar educação física em turmas do sexto ao nono ano, ela dá aulas de matemática no sexto ano.

    Na visão da professora Mirian da Costa Tavares, diretora da escola há sete anos, é relevante para ela e para toda a comunidade escolar ser representada por uma professora classificada entre as 30 melhores do Brasil. “Nossa instituição, que antes sofria preconceito por ser escola do campo, já está recebendo reconhecimento pela qualidade do ensino”, salienta Mirian. Com formação em curso normal superior e pós-graduação em psicopedagogia, ela atua na área da educação há 13 anos.

    Edição — A nona edição do Prêmio Professores do Brasil selecionou, em 2015, 30 experiências pedagógicas desenvolvidas por professores das cinco regiões brasileiras. Os trabalhos foram destacados entre 11.812 inscritos, nas categorias creche; pré-escola; ciclo de alfabetização: primeiro, segundo e terceiro anos – anos iniciais do ensino fundamental; quarto e quinto anos – anos iniciais do ensino fundamental; sexto ao nono ano – anos finais do ensino fundamental; ensino médio. Cada um dos 30 professores recebeu prêmio de R$ 7 mil. Cada categoria teve um professor destacado para receber prêmio extra, no valor de R$ 5 mil.

    A partir de 2015, o Prêmio Professores do Brasil passou a integrar a iniciativa Educadores do Brasil, ao lado do Prêmio Gestão Escolar, do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). Assim, a entrega dos prêmios a professores e diretores de escolas foi realizada pela primeira vez, este ano, em conjunto.

    O Prêmio Gestão Escolar selecionou 22 escolas como destaques estaduais, com premiação de R$ 6 mil para cada uma. As cinco escolas indicadas como destaque regional receberam R$ 10 mil. O Colégio Estadual Professora Maria das Graças Menezes Moura, de Itabi, Sergipe, foi escolhido como escola referência Brasil, com premiação de R$ 30 mil.

    Os resultados dos prêmios estão na página da iniciativa Educadores do Brasil na internet.

    Fátima Schenini

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  • Internet por satélite foi implementada por meio do programa Educação Conectada


    Dyelle Menezes, do Portal MEC

    Foi com festa para alunos, professores e gestores que uma escola da zona rural do Amazonas comemorou um passo importante após 19 anos de funcionamento: o acesso à internet. Com 376 alunos do ensino fundamental, a Escola Municipal Lili Vasconcelos, no município de Manacapuru, ganhou a conexão por meio do programa Educação Conectada, do Ministério da Educação (MEC).

    Para a aluna Ana Santos, de 14 anos, do 8º ano do ensino fundamental, o acesso à internet permitiu a descoberta de um mundo novo. “A gente está comemorando muito a chegada da internet na escola. Facilitou a realização de diversas pesquisas, já que antes dependíamos somente dos livros impressos”, explicou a estudante que sonha em ser médica do Exército do Brasil.

    A conexão ainda vai ajudar na formação de 15 professores da educação básica que trabalham na escola. Eles já estão sendo capacitados para utilizar a internet na sala de aula.

    De acordo com o coordenador de Tecnologias e Inovação da Educação Básica do MEC, Alexandre Mathias, a internet vai possibilitar a implementação de um projeto pedagógico mais criativo e mais inovador. “Estudantes e professores mais motivados, com um benefício que permite economia financeira e acesso a uma quantidade muito maior de conteúdos. É isso que a internet permite”, afirmou.

    Mathias também destacou que um dos objetivos do programa é tornar o ensino mais igualitário no Brasil. “As escolas dos quatro cantos do país poderão ter acesso a conteúdo dos mais diversos tipos e formatos, tanto no Amazonas quanto em São Paulo”, exemplificou.

    Mas não são apenas os alunos e professores da escola do Amazonas que serão beneficiados pela tecnologia. A comunidade não vai ficar de fora. O prefeito da cidade de Manacapuru, Beto Dangelo, lembrou que a unidade fica em uma região afastada do município e que as pessoas que vivem lá poderão aproveitar a conexão para realizar serviços simples.

    “Os moradores daqui poderão utilizar a internet para pagar contas. A internet veio como uma facilitadora para toda a comunidade, principalmente diminuindo as distâncias que são tão grandes no Amazonas”, afirmou Dangelo.

    O programa – O Educação Conectada já levou o acesso à internet para cerca de 7 mil escolas rurais de norte a sul do Brasil, em 2019. Em agosto deste ano, o MEC repassou R$ 60 milhões para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) com o objetivo de implementar o programa via satélite. Essa foi a segunda do total de seis parcelas que somarão R$ 360 milhões destinados à iniciativa até 2023.

    Nesta segunda-feira, 4 de novembro, o MEC lançou outra etapa do programa: o Educação Conectada Terrestre. Serão mais 24,5 mil escolas públicas localizadas em áreas urbanas atendidas. Com investimento de R$ 82,6 milhões, o projeto vai alcançar 11,6 milhões de estudantes em 4.545 municípios e no Distrito Federal.

  • Acompanhado do secretário municipal de educação de São Paulo, Gabriel Chalita (abaixado), o ministro Janine Ribeiro (C) conversou com estudantes do complexo educacional paulista (foto: divulgação)Escola para além das paredes. Essa é a definição para o Centro Unificado de Educação e Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Campos Salles, localizado em uma favela de Heliópolis, bairro da zona sudeste da cidade de São Paulo. O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, visitou o complexo educacional na manhã desta sexta-feira, 19.

    Composto por dez edifícios, o complexo reúne três creches (que atendem crianças até 3 anos), uma escola municipal de educação infantil (4 e 5 anos), uma escola de ensino fundamental (todos os anos) e uma escola de educação profissional e tecnológica. É considerado como instituição de ensino diferenciada, sem horários rígidos e grade curricular. Os estudantes têm à disposição aulas de dança, culinária, música, informática, biblioteca, centro cultural e área esportiva. Eles ainda podem andar pelo espaço de três praças, ao ar livre, com wi-fi livre.

    A escola oferece aulas em todas as etapas. A partir do segundo semestre deste ano, serão ministradas também aulas de pedagogia por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB). O espaço, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtaki, contou com a participação da sociedade em sua elaboração.

    O ministro visitou salas de aulas e conversou com os estudantes. Ao final da visita, se disse emocionado. “Decidi vir a essa escola depois de assistir ao filme Diretor de Harmonia. Mas, pessoalmente, é ainda melhor”, afirmou. O documentário Diretor de Harmonia faz parte da série Educação.doc, dos cineastas Luiz Bolognesi e Laís Bodanzky. Disponível on-line e gratuitamente no You Tube, a série conta com cinco episódios.

    A Escola Campos Salles passou por muitas transformações ao longo dos anos. Era mais conhecida pelos índices elevados de violência. Em 1994, foi demolido o muro que a separava da comunidade. A partir de então, foram instituídas caminhadas anuais da paz para conscientizar a população sobre um projeto pedagógico inovador. Hoje, é um local de convivência para a comunidade e tem como princípios a autonomia, a responsabilidade e a solidariedade.

    Expansão — Na capital paulista, Janine Ribeiro reuniu-se com secretários de educação de municípios da região metropolitana. Ele ressaltou a importância de expandir a construção de creches. “A meta do Plano Nacional de Educação é chegar a 50% de atendimento de crianças até 3 anos de idade”, destacou. “O ideal seria irmos além da meta e garantir o acesso a todas as crianças.”

    Segundo o ministro, nesta etapa da educação infantil, um desafio adicional é a formação de professores, pois deve ser uma fase mais criativa e lúdica.

    Ao lado do secretário municipal de educação de São Paulo, Gabriel Chalita, e do secretário de educação básica do MEC, Manuel Palacios, o ministro ouviu reinvindicações dos demais secretários paulistas.

    Assessoria de Comunicação Social

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