Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • Nas rodas de conversa as crianças debatem os livros lidos durante a semana (Foto: João Bittar)Rio Branco -As crianças da primeira série A da Escola Estadual Maria Raimunda Balbino, na periferia de Rio Branco, podem conversar à vontade em um determinado momento do dia. Quando voltam agitadas do recreio, é hora de sentar em círculo para a roda de conversa. A professora Eliane Gurgel sugere um assunto, e as crianças, de seis a sete anos, vão longe na conversa.

    Em 24 de setembro, uma segunda-feira, o dia estava nublado e uma espessa fumaça escondia o céu — é hábito dos moradores de Rio Branco limpar o quintal e queimar o resto das folhas. Esse era o assunto que Eliane discutia com os alunos. “Falem para o papai de vocês que o tempo fica muito feio quando todos queimam as folhas do quintal”, dizia.

    Os alunos, atentos, relatavam boas práticas capazes de substituir o velho hábito. Tainara Santiago da Silva, sete anos, sabia na ponta da língua uma solução para o problema: “É só juntar as folhas e colocar no pé das árvores. Assim, elas servem de adubo”.

    Aulas descontraídas garantem o melhor resultado nas avaliações de leitura no AcreUma vez por semana, as crianças vão à biblioteca. Lá, elas se deitam entre almofadas e escolhem um livro ou história em quadrinhos de sua preferência. Tainara lia João e o Pé de Feijão. “Eu estou gostando, mas o menino maluquinho é bem melhor”, garantiu. Íris Lorrane, seis anos, estava lendo A Bela e a Fera. “Esse livro aqui é muito legal. Vou pedir a minha mãe que compre pra mim”, disse. Na sexta-feira, as leituras feitas em sala de aula e na biblioteca são discutidas na roda de leitura.

    O resultado do trabalho descontraído, feito na alfabetização das crianças, foi medido pelo índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb). Os alunos da Escola Estadual Maria Raimunda Balbino obtiveram o melhor desempenho no Acre.

    No plano de aula da primeira série, há momentos reservados à leitura compartilhada, à oração e a atividades de escrita, entre outros. Para Tainara,  o bom desempenho da escola é muito simples de explicar: “É muito legal estudar aqui”.

    Ana Guimarães

    Confira outras notícias da Caravana da Educação

  • A Escola Agrotécnica Federal (EAF) de São Raimundo das Mangabeiras, Maranhão, já tem diretor. O professor Carlos Antônio Barbosa Firmino tomou posse nesta quinta-feira, 14, em Brasília. A EAF integra a primeira fase da expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica. O processo de implantação da unidade é coordenado pelo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Maranhão. Localizado no sul do estado, o município de São Raimundo das Mangabeiras tem 15.164 habitantes, segundo estimativas de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de analfabetismo da população maior de 15 anos é de 27,35%.

    Firmino é professor da EAF de Uberlândia, Minas Gerais, onde ministra aulas de física, no ensino médio, e de gestão, planejamento e projeto, no curso superior de tecnologia de alimentos. Doutorando em educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sua tese tratará da história da instituição escolar. Até o fim de sua gestão, o diretor pretende adotar um projeto pedagógico inovador e abrir cursos direcionados à agropecuária, agroindústria, agricultura familiar e meio ambiente. Ele afirma que a região necessita de qualificação profissional e que a nova escola vai ajudar jovens e adultos da comunidade a participar da formação de um novo pólo de desenvolvimento no estado.

    No próximo dia 19, em audiência pública, será definida a doação, pelo estado, da área para construção da sede da escola. Depois dessa fase, virá a de definição da planta arquitetônica e de contratação de pessoal docente e administrativo. As aulas devem ser iniciadas em 2009.

    Expansão — A educação profissional e tecnológica brasileira passa pela maior expansão de sua história. De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país. Nos últimos cinco anos, o Ministério da Educação já entregou à população 39 novas unidades das 64 previstas na primeira fase do plano de expansão da rede. As 25 restantes, da qual a EAF de São Raimundo das Mangabeiras faz parte, serão entregues nos próximos meses.

    O MEC já deu início aos processos de implantação de mais 150 escolas, integrantes da segunda fase, com investimento de R$ 750 milhões. As novas unidades cobrem todas as regiões do país. A meta é chegar a 2010 com 354 escolas técnicas e 500 mil vagas.

    Rodrigo Farhat

  • A Escola Agrotécnica Federal (EAF) de Sertão, Rio Grande do Sul, comemora 50 anos de atividades em julho. Para marcar as celebrações estão programadas diversas atividades este mês. Nesta quinta-feira, dia 12, será realizada a reunião do Núcleo de Apoio aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais. A instituição acredita que universalizar a educação profissional e tecnológica é dar visibilidade social aos alunos com necessidades educacionais especiais.

    O encontro é coordenado pelos gestores do programa Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Especiais (TecNep), da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC). O público-alvo são as instituições federais de ensino do Rio Grande do Sul.

    Na sexta-feira, dia 13, a escola será sede da 4ª Olimpíada Regional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). Os municípios de Aratiba, Barão de Cotegipe, Erechim, Gaurama, Getúlio Vargas, Mariano Moro, Sananduva e Sertão participarão dos jogos. Serão disputadas diversas modalidades de atletismo (caminhada com dificuldade, corrida de cadeirantes, revezamento, arremesso de dardo e saltos), além de futsal e handebol. Cerca de 280 alunos, das mais diversas idades, participarão dos jogos.

    Mais informações pelos telefones (54) 3345-1341 e 3345-1342, ramal 207, ou no endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

    Sophia Gebrim

  • Começou ontem, 20, e segue até o próximo sábado, 23, na cidade de Ceres (GO), o encontro Cerrado Urgente – 1º Fórum de Responsabilidade Ambiental do Vale de São Patrício. O evento, promovido pela Escola Agrotécnica Federal de Ceres (EAF-Ceres) com o apoio do Ibama de Ceres e da prefeitura do município, reúne especialistas, técnicos e alunos envolvidos na área ambiental.

    Conferências, palestras, minicursos, oficinas, projeção de documentários ambientais, exposições fotográficas são os destaques do encontro, que pretende discutir a responsabilidade ambiental na região. Além disso, está prevista para acontecer oficialmente a reativação da ONG Tarumã e uma mesa-redonda, onde será debatido o tema As usinas sucroalcooleiras versus responsabilidade socioambiental no Vale de São Patrício.

    Mais informações sobre o evento e a programação completa estão disponíveis na página eletrônica da EAF-Ceres. (Assessoria de Imprensa da Setec)

  • A Escola Estadual de Educação Profissional Doutor Solon Tavares, inaugurada nesta segunda-feira, 25, em Guaíba (RS) é considerada modelo em tecnologia da informação no Rio Grande do Sul. Com 12 salas de aula, oito laboratórios – robótica, autocad, instrumentação eletrônica, redes de computadores, informática e ciências básicas –, além dos ambientes administrativos, a nova instituição tem capacidade para atender 1.200 alunos interessados em realizar cursos pós-médio de informática, redes de computadores e gestão comercial. Participaram do evento o ministro da Educação Tarso Genro, o secretário estadual de Educação, José Fortunati, e autoridades municipais.

    De acordo com Fortunati, a inauguração da escola de educação profissional é a concretização do sucesso da parceria de quase três anos firmada entre a secretaria estadual e o MEC. "Temos certeza de que esta instituição de ensino marca um novo tempo não só para Guaíba, mas também para o estado do Rio Grande do Sul e para o país. Isso só foi possível com o empenho do município, estado e União", disse.

    O ministro Tarso Genro celebrou a parceria como um exemplo de respeito entre os entes federados a ser seguido em todo o país. O ministro anunciou que no próximo dia 29 assina, em Brasília, quatro convênios do Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep), sendo que dois deles beneficiarão escolas estaduais localizadas em Bagé e Santa Rosa e os outros, escolas comunitárias do Rio Grande do Sul.

    A obra de construção e reforma do antigo pavilhão do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), que deu origem à nova escola, foi concretizada mediante convênio entre o governo gaúcho e o MEC. Por meio do Proep, o ministério investiu R$ 2 milhões na escola. Desse total, R$ 838 mil foram utilizados na infra-estrutura física e R$ 891 mil, na compra de equipamentos e material de ensino. Os outros R$ 289,8 mil estão sendo gastos em serviços de consultoria. (Assessoria de Comunicação Social do MEC)

  • Na Escola Municipal Celestino Pimentel, localizada na Zona Oeste de Natal, além dos recursos de acessibilidade física, funciona uma sala de recursos multifuncionais. Com dois computadores, DVDs e material didático-pedagógico, a sala é freqüentada por cerca de 30 alunos com deficiência que estudam em outras cinco escolas da região. A diretora Carolina Cândido Amaral diz que os alunos com deficiência se sentem valorizados com as reformas e recursos que a escola lhes oferece.

    Na Zona Oeste, a Escola Municipal Berilo Wanderley, também beneficiada com adaptações para Em Natal, estudantes com deficiência fazem trabalhos escolares em computador com programa adaptado às suas necessidades. (Foto: Rodrigo Sena)permitir a acessibilidade física dos alunos com deficiência, atende dois alunos com deficiência: um com baixa visão e outro com deficiência auditiva. A diretora Maria Jesus de Lima não esconde a tristeza ao narrar a história do aluno Alef Gregório, que, segundo ela, foi quem mais se beneficiou com as melhorias realizadas na escola. Mas em março deste ano, a família dele se mudou da cidade. “Após as adaptações, Alef criou uma vontade de estudar e viveu aqui um ano de felicidade”, comenta.

    Alef usa cadeira de rodas e foi matriculado na Berilo Wanderley aos cinco anos e ali estudou por quatro anos. Os primeiros três anos da vida escolar dele não foram fáceis. Até para entrar na escola, Alef enfrentou barreiras físicas. “Para entrar, o porteiro o carregava no colo porque a cadeira não passava na porta”, conta Maria Jesus. Com o tempo, o estudante cresceu e ganhou peso e ficou mais difícil ainda carregá-lo de um lado para o outro. A porta do banheiro era tão estreita que Alef nunca podia usá-lo. Por isso, durante três anos, ele foi obrigado a ir para a escola de fralda.

    Maria Jesus trabalha na escola há 18 anos e foi a primeira vez que ela viu o prédio e o entorno da escola serem adaptados para a acessibilidade dos alunos com necessidades educacionais especiais.

    Maria Pereira Filha

    Leia mais...
    Mais de 68% das escolas municipais de Natal são inclusivas

  • A Escola Uapinopona Tuyuka, na região do Alto Rio Tiquié, no Amazonas, iniciou sua primeira turma de ensino médio. A escola pretende fortalecer a atuação dos jovens em suas comunidades por meio de uma formação que valorize a cultura tradicional, o aprendizado pela pesquisa e o preparo para o trabalho dentro da própria terra indígena, como o manejo agroflorestal e artesanato.

    “A experiência é uma das melhores em curso no Brasil. É uma referência obrigatória na construção de currículos, revitalização da língua materna indígena e produção de materiais para uso nas salas de aula”, disse Kleber Gesteira, coordenador da Educação Escolar Indígena, do Ministério da Educação. Segundo ele, a comunidade Tuyuka foi beneficiada com o programa de Formação de Professores desenvolvido pelo MEC. Todo o material didático produzido pelos professores foi financiado pelo ministério.

    Após a formatura de 20 estudantes de ensino fundamental, em maio passado, a escola abriu sua primeira turma de ensino médio. A principal motivação para o início das atividades do ensino médio é completar a formação dos jovens tuyuka, dentro da proposta de ensino-pesquisa e valorização cultural nas comunidades do Alto Tiquié. O início dessa nova etapa faz parte do projeto do povo tuyuka de formar seus jovens para que eles possam permanecer em suas comunidades e, nelas, desenvolver suas atividades.

    Reconhecimento – A nova turma é composta por 23 jovens de seis comunidades tuyuka, quatro no Brasil e duas na Colômbia. A maioria dos alunos foi formada na própria Escola Tuyuka, mas há novos alunos que concluíram seu ensino fundamental no colégio de Pari-Cachoeira, comunidade próxima às tuyuka, na mesma terra indígena Alto Rio Negro.

    O processo de reconhecimento do ensino médio na Escola Tuyuka por parte da Secretaria de Educação do Estado do Amazonas já está em andamento, e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Educação Diferenciada de São Gabriel da Cachoeira (AM). (com informações da Assessoria de Imprensa do Instituto Sócio- ambiental)

    Repórter: Sonia Jacinto

  • Secretários municipais de educação das 106 maiores cidades do País estão reunidos nesta sexta-feira, 3, em Brasília, para conhecer experiências bem-sucedidas de educação em tempo integral. O encontro, promovido pelo Ministério da Educação, tem o objetivo de apresentar aos dirigentes a metodologia de ensino em dois turnos, a qual integra as ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

    De acordo com o secretário de educação continuada, alfabetização e diversidade do MEC, André Lázaro, o desafio é ampliar o tempo e o espaço educativos para garantir a aprendizagem dos alunos. “Nesse processo, as atividades do contraturno devem dialogar com o projeto pedagógico da escola”, defende. Para ele, a mobilização proposta pelo PDE prevê que a formação do estudante seja feita, além da escola, com a participação da família e da comunidade.

    O secretário-executivo do MEC, Henrique Paim, analisou a amplitude do PDE. Para ele, a proposta abrange desde a educação infantil até a pós-graduação. “O PDE tem cerca de 30 ações, que se subdividem em mais de 72 atividades. É preciso atacar vários problemas para melhorar a qualidade da educação básica”, avalia.

    Segundo a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Maria de Salete Silva, o desafio proposto pelo ministério vai ao encontro de preceitos defendidos pelo Unicef para garantir a educação individualizada a toda criança. “Podemos orientar esse trabalho mostrando as possibilidades de formação dos atores envolvidos no ensino integral, como gestores, empresários e organizações não-governamentais”, diz.

    Estudo — Nesse processo, o Unicef vai iniciar uma pesquisa, em conjunto com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), para conhecer as atividades desenvolvidas em 40 municípios com alto índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb), apesar da elevada vulnerabilidade social.

    Flavia Nery

    Leia mais...
    Escolas integradas aumentam convivência
    Bairro-Escola transforma espaços ociosos
    Projeto Aprendiz é modelo de escola integral

  • São Luís — A professora Ilmara Soares põe na mesa da sala de aula algumas frutas típicas da região, como carambola e coco-babaçu. Então, pergunta ao aluno Wesley Sá quanto é oito menos cinco. Depois de pensar um pouco, o garoto começa a mover as frutas enfileiradas, fazendo, na prática, a subtração proposta pela professora.

    É assim, contextualizando o conhecimento com a própria realidade da região, que Wesley e seus colegas da segunda série do ensino fundamental da Escola Municipal Maria Paiva Abreu, em Pinheiro, Maranhão, aprendem matemática e outras disciplinas. Situado na área de campos alagados, na Baixada Maranhense, o município de Pinheiro tem 75 mil habitantes e depende da agricultura, da pesca e do comércio. “Procuramos atrelar o conteúdo das aulas ao que os alunos vivem no cotidiano”, explicou o coordenador pedagógico, Hieráclio Costa.

    Os estudantes da quarta série obtiveram notas superiores à média nacional na Prova Brasil, realizada em 2005. Em matemática, a escola ficou com nota 210,53 e em português, 191,97. As médias nacionais foram de 172,9 em português e de 180 em matemática.

    Com projetos que incentivam a leitura e a produção de textos, como o Ler e Escrever, para a primeira e a segunda séries, e o Ler e Produzir, para a terceira e a quarta, a escola mantém o foco na alfabetização. Os projetos contam com a parceria da secretaria de Educação do município. “De forma geral, as escolas públicas passaram a se preocupar muito com a socialização das crianças que chegam e deixaram um pouco de lado o papel principal, que é o da alfabetização. Agora, estamos resgatando essa função primordial, sem deixar de lado a socialização”, afirmou o secretário municipal de educação, Fernando Mitoso.

    Nas aulas de história, as crianças da terceira série jogam capoeira para aprender sobre a influência da cultura negra e africana no estado e em todo o Brasil. Em geografia, os alunos da quarta série têm aulas sobre pontos cardeais com material preparado por eles mesmos, como a bússola de isopor.

    Gestão democrática — Fundada há 19 anos, a escola, antes estadual, passou a ser municipal em 2004. Hoje, são 180 alunos matriculados no ensino fundamental e 50 na educação de jovens e adultos. Todas as oito professoras são graduadas e recebem, em média, R$ 800,00. “Aqui, trabalhamos com uma gestão democrática. A comunidade tem acesso a todas as informações sobre a escola, inclusive sobre repasses e gastos”, disse a diretora, Joanira Souza. “Queremos que as familias dos alunos também compartilhem e sejam responsáveis e parceiras.”

    Letícia Tancredi

    Confira as notícias da Caravana da Educação

  • A Escola Agrotécnica Federal (EAF) de Codó, Maranhão, oferece, até dezembro, o Programa Preparatório de Admissão de Alunos (Proeaf). Desde o início de outubro, jovens de baixa renda familiar oriundos da comunidade são preparados para concorrer às vagas oferecidas nos processos seletivos anuais da instituição.

    O Proeaf é um programa de inclusão oferecido gratuitamente e em caráter experimental pela escola de Codó. Atualmente, atende 60 alunos no turno noturno. São aulas de reforço escolar em língua portuguesa, matemática e ciência da natureza. Os selecionados são oriundos de escolas da rede pública estadual e municipal regularmente matriculados na oitava série do ensino fundamental. Eles concorreram com outros 156 candidatos. Todos fizeram prova de redação e comprovaram ser filhos de agricultores, ter baixa renda familiar e viver em zona rural.

    Segundo o coordenador do programa, Dastur Campos, a EAF fará um acompanhamento da implementação e da execução do projeto. Se a experiência for bem-sucedida, tornar-se-á ação permanente. Segundo Destur, é uma oportunidade oferecida a jovens que não tinham acesso à educação profissional. Instrumentalizados, eles poderão competir com alunos da rede particular.

    Ana Júlia Silva de Souza

  • A Escola Agrotécnica Federal de São Luís (MA) realizará, entre 6 e 9 de junho, a Semana de Ações Inclusivas. O evento visa sensibilizar a comunidade escolar, com a discussão de temas polêmicos e atuais relacionados às pessoas com necessidades especiais, trabalho escravo, diversidade racial e questões de gênero.

    “A EAF de São Luís, preocupada com a formação humana de seus alunos, leva ao debate público temas imprescindíveis para o fortalecimento da cidadania, pois entendemos que educar significa prover a participação motivada e competente de todos”, diz o diretor-geral da escola, Vespasiano de Abreu da Hora.

    Serão realizadas palestras, oficinas e apresentações artísticas. Representantes de entidades governamentais e de ONGs de São Luís, servidores e alunos da agrotécnica também participarão do evento, que tem o apoio da Associação de Pais de Alunos Excepcionais do Maranhão (Apae-MA) e da Delegacia Regional do Trabalho do Maranhão (DRT-MA).

    A professora Maria Alice Cadete Silva Lisboa, uma das organizadoras do evento e coordenadora do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne), afirma que “a escola ratifica o seu papel social, fortalecendo, com esse evento, as ações afirmativas, que implicam em mudança de postura e de concepção”.

    Debates – Segundo o diretor Vespasiano, debates dessa natureza contribuem para universalizar e incluir setores que estão excluídos da sociedade, dando a eles a essência da oportunidade, ou seja, a possibilidade de serem incluídos na escola. “Assim, a agrotécnica abre espaços para que sejam debatidos internamente temas atuais e relevantes que, certamente, contribuem para o desenvolvimento da comunidade”, finaliza. (Assessoria de Imprensa da Setec)

  • O Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Mato Grosso obteve aprovação para oferecer a seus professores o curso de mestrado interinstitucional na área de engenharia elétrica e os de doutorado interinstitucional nas de engenharia elétrica e geotecnia. O investimento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável pela autorização, será de aproximadamente R$ 1,4 milhão.

    O curso de mestrado terá duração de dois anos e os de doutorado, de quatro anos. Todos devem ter início ainda neste primeiro semestre, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), que vai oferecer os cursos de mestrado em engenharia elétrica e de doutorado em geotecnia, e com a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), a quem caberá o de  doutorado em engenharia elétrica.

    Os professores das duas instituições ministrarão as aulas no próprio Cefet-MT, em turmas de até 20 alunos. O processo seletivo, a ser coordenado pelas universidades, dever ocorrer a partir da segunda quinzena deste mês.

    Segundo o diretor de pós-graduação e pesquisa do Cefet-MT, Ruy de Oliveira, a qualificação interinstitucional prevê, além das aulas, um período de estágio na universidade promotora do curso, com duração de quatro meses para o de mestrado e de nove meses para o de doutorado. “Os programas de qualificação proporcionarão aos servidores do Cefet a obtenção de títulos de mestre ou doutor sem que eles precisem se afastar integralmente da instituição”, disse Oliveira. “O processo de qualificação será determinante com a transformação dos Cefets em institutos federais de educação, ciência e tecnologia, uma vez que os institutos terão entre suas funções a de gerar conhecimento por meio de pesquisas científicas e aplicadas.”

    Assessoria de Imprensa da Setec

     

  • A Escola Agrotécnica Federal de Sousa, Paraíba, promove a 12ª Semana Tecnológica e Empreendedora, a partir de segunda-feira, dia 17, até sexta, 21. O objetivo do encontro é formar e aperfeiçoar o aprendizado de estudantes e ex-alunos e ajudar a comunidade da região.

    O público terá oportunidade de assistir a palestras e participar de 18 cursos, como o de produção de mudas frutíferas, de projetos agropecuários e de tecnologia para produção de maracujá.

    Mais informações pelos telefones (83) 3522-2726, 3522-2727, 3522-2728 e 3522-2729. (Assessoria de Imprensa da Setec)

  • O projeto Escola para Todos inicia na próxima segunda-feira, 24, a formação de 120 professores para o atendimento de alunos especiais nas ilhas cabo-verdianas de Santo Antão, Santiago e São Vicente. O Brasil vai enviar seis instrutores para treinar esses multiplicadores que serão capacitados para atuar junto aos deficientes visuais e auditivos. A iniciativa é fruto de um acordo de cooperação técnica entre Brasil e Cabo Verde que foi assinado em abril deste ano.

    Os cursos ministrados serão de sistema braille e código matemático unificado e de orientação e mobilidade, ambos destinados a alunos com deficiência visual. Os professores que se dedicarem a esses alunos cursarão, obrigatoriamente, os dois módulos. Já o ensino de língua portuguesa para surdos terá duas turmas. Cada um dos quatro grupos terá 30 cursistas e carga horária de 80 horas.

    Ao Ministério da Educação coube o envio de 190 kits com reglete, pulsão e bengala, para os alunos cegos e outros 40 kits pedagógicos enviados às coordenações de ensino das ilhas de Cabo Verde, além da seleção dos instrutores, organização do calendário, execução dos cursos e distribuição do material didático pedagógico aos alunos. O Ministério das Relações Exteriores é responsável pelo custeio das passagens e diárias dos brasileiros. Cabo Verde financia a estada dos 120 multiplicadores.

    De acordo com Kátia Marangon, coordenadora geral da Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC), a iniciativa prova que a cooperação técnica é possível de ser realizada com um baixo custo.

    Repórter: Juliana Meneses

  • Construída e equipada, no ano passado, pelo Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep), a Escola de Trabalho e Produção de Abaetetuba, Pará, que ainda funciona em caráter experimental, deve ser inaugurada oficialmente em maio. Mantida pelo governo do estado, a instituição está empenhada em promover o desenvolvimento sustentável da região. Para isso, oferece a jovens e adultos capacitação para o exercício da cidadania e inserção no mercado de trabalho.

    Dentre os cursos oferecidos, destacam-se os de formação inicial e continuada nas áreas de carpintaria naval, agropecuária, informática, turismo e hospitalidade, além do curso em tecnologia de alimentos.

    A escola conta com ambientes para aprendizagem teórica e prática, como biblioteca multimídia e laboratórios de informática. Segundo o coordenador de ensino, Jordão Reis dos Santos Cardoso, o ensino profissionalizante é compatível com as perspectivas de desenvolvimento do estado e do mercado, nas áreas de educação profissional técnica de nível médio e formação inicial e continuada. A primeira é destinada a alunos que concluíram ou estão concluindo o ensino médio. A segunda visa à qualificação e à requalificação de trabalhadores.

    Tradição - Abaetetuba e Igarapé-Miri são municípios paraenses com tradição na construção de iates. Por isso, a importância do curso de carpintaria naval, com carga de 120 horas, que possibilita a construção de pequenas embarcações. A escola também oferece cursos de informática, com ênfase na inclusão digital, com carga de 64 horas para o básico.

    Na área de agropecuária, são oferecidos os cursos de fruticultura, oleicultura, gestão de negócios, empreendimento rural e higiene e processamento de frutas na agroindústria. Outro curso é o de recepção em turismo, destinado a capacitar profissionais na área de turismo e hospitalidade para trabalhar em hotéis, pousadas, hospitais e lojas. O processo seletivo para o curso em tecnologia de alimentos será realizado em junho.

    Repórter: Ana Júlia Silva de Souza

  • O foco do segundo dia do Seminário Nacional de Educação Profissional a Distância foi a bem-sucedida experiência da Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná (ET-UFPR), que há mais de dois anos oferece cursos técnicos a distância. O seminário será encerrado nesta quarta-feira, 6, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

    Durante visita técnica à ET-UFPR, da qual participaram os secretários de educação profissional e tecnológica, Eliezer Pacheco, e de educação a distância, Carlos Eduardo Bielschowsky, foram apresentadas as metodologias e os sete cursos oferecidos em 250 municípios, 208 deles no Paraná. “Em julho, teremos os primeiros concluintes, em torno de 5,5 mil alunos, que serão graduados em cursos técnicos a distância”, afirmou o diretor da ET-UFPR, Alípio Leal.

    O modelo adotado pela escola prevê 75% da carga horária de cada curso ministrada no pólo, por meio de teleaulas. Pela televisão, os alunos assistem às aulas, ministradas ao vivo e transmitidas por satélite, e interagem com o professor pela internet ou por telefone. O restante das horas é destinado a atividades auto-instrutivas — os estudantes desenvolvem trabalhos que serão enviados aos professores para correção. Os participantes também são avaliados por meio de provas, aplicadas por monitores e avaliadas por professores. “Cada turma é acompanhada por um monitor, uma espécie de professor auxiliar, que acompanha os alunos presencialmente”, disse Leal.

    Os cursos oferecidos pela ET-UFPR são de gestão pública, radiologia, contabilidade, administração, cooperativismo, secretariado e segurança do trabalho.

    Nesta quarta-feira, será elaborado o documento-síntese do seminário, com os resultados da discussão do dia anterior.

    (Assessoria de Imprensa da UTFPR)

     

  • Prudentópolis  — Os brasileiros lêem, em média, menos de dois livros por ano. No município paranaense de Prudentópolis, porém, alunos de uma escola pública lêem mais do que adultos de países desenvolvidos. Na Escola Estadual Padre Cristóforo Myskiv, os estudantes lêem, em média, um livro a cada semana. Com 48 mil habitantes, Prudentópolis fica a 203 quilômetros de Curitiba, entre as cidades de Ponta Grossa e Guarapuava.

    Emanuele Swab dedica-se à leitura também fora do horário escolar (Foto: João Bittar)Emanuele Schwab tem 14 anos e cursa a oitava série do ensino fundamental. Quando ela fala do que mais gosta de fazer, não há nenhuma menção a telenovelas, internet ou videogame. Tímida, Emanuele só solta a língua quando o assunto são os livros de literatura. “Eu nem sempre leio um livro por semana. Às vezes, leio dois e, se forem fininhos, chego a ler três”, relata. Devoradora de letras, a adolescente é capaz de discorrer sobre todos os títulos da série de mistério do detetive Sherlock Holmes, do autor escocês Arthur Conan Doyle.

    Emanuele não é exceção. Na escola, na periferia de Prudentópolis, os adolescentes são unânimes. Para eles, não há nada melhor do que ler. A fila para empréstimo das obras é tão concorrida quanto a da cantina no horário do recreio. A sala na qual são guardados os títulos de literatura é chamada de biblioteca, mas não passa de uma extensão da sala dos professores. Lá, a movimentação de crianças e adolescentes não cessa.

    O desempenho impressionante foi alcançado por meio de iniciativas simples e baratas. Em todas as disciplinas, são reservados 15 minutos de aula para que os alunos leiam gibis, revistas, artigos ou livros. Na aula de português, os alunos têm, uma vez por semana, o direito de ir à biblioteca para devolver, renovar ou tomar emprestados novos livros. “Dei um tempinho da minha aula para que eles não precisassem enfrentar a fila da biblioteca”, conta Cecília Ito Staciu, professora de português.

    Em uma biblioteca improvisada, a movimentação de alunos é intensa nos dois turnos de aula (Foto: João Bittar)Diversão — As professoras de língua portuguesa levam revistas de palavras cruzadas e gibis para a sala de aula. Quem terminar a tarefa pode ler revistinhas da turma da Mônica, Tio Patinhas ou do Super-Homem. A escolha dos títulos fica a critério dos alunos. Sem vincular a leitura a provas ou qualquer outro método que signifique obrigatoriedade, os alunos encaram os livros como diversão. “Nosso objetivo é fazer com que eles tomem gosto pela literatura”, revela Cecília.

    Ana Lúcia Makahaon, que também é professora de português, mistura arte a leitura. Ela incentiva o teatro entre os alunos. O título da obra, como é costume da política da escola, é de livre escolha. Os alunos reúnem-se, lêem livros diferentes e depois contam a história aos colegas. O livro mais interessante é eleito pela turma, que prepara um espetáculo teatral baseado na obra. Com o hábito de contar histórias, os professores conseguiram a façanha de fazer os alunos discutirem literatura naturalmente.  

    “O que nós criamos aqui foi uma cultura na qual a literatura tem papel central”, explica a diretora da escola, Terezinha Maia Oliveira. Como os alunos são habituados a ler, o ambiente gira em torno da leitura. É comum ver uma criança debruçada sobre algum título nos bancos do pátio.

    A escola é pequena e atende apenas 310 alunos. Em 2008, Emanuele Schwab terá de estudar em outra instituição, já que estará na primeira série do ensino médio. Para a estudante, essa é a única reclamação sobre a escola Padre Cristóforo Myskiv. “Vai ser muito triste ir embora daqui”, diz.

    Ana Guimarães

    Confira outras notícias da Caravana da Educação 

  • Professores e pesquisadores participaram, nesta quinta-feira, 27, de reunião técnica no Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Verde (Cefet-RV). O objetivo do encontro foi discutir a participação da instituição em um projeto de cooperação internacional envolvendo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o United States Department of Agriculture ― Agricultural Research Service (USDA-ARS) (Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

    Além de professores do Cefet-RV, estiveram presentes à reunião os pesquisadores Peter Kleinman, do USDA-ARS, e Vinícius Benites, representando a Embrapa Solos. “Temos esse intercâmbio de pesquisas, e o objetivo desta visita que o Dr. Peter está fazendo a Rio Verde é captar novos colaboradores para a implantação de um projeto-piloto no Brasil a respeito do uso de resíduos da produção animal na agricultura”, comentou Benites.

    Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação do Cefet-RV, o professor Fabiano Guimarães Silva se mostrou entusiasmado com o resultado do encontro. “Nossa meta é ampliar ainda mais esta parceria, inclusive enviando docentes e pesquisadores da instituição para realizar treinamentos de doutorado ou pós-doutorado no USDA-ARS. Outra idéia é trazer para estagiar por pelo menos seis meses na nossa instituição alunos que estão desenvolvendo trabalhos de mestrado ou doutorado na Embrapa Agrobiologia, no Rio de Janeiro”, adiantou.

    A visita ao Cefet-RV fechou um ciclo de três dias de reuniões e debates sobre o tema. Em sua passagem por Rio Verde, a missão internacional ainda ministrou palestras na Universidade de Rio Verde (Fesurv) e conheceu trabalhos realizados na região.

    Assessoria de Imprensa do Cefet-RV

  • Teresina — Todo aluno da Escola Municipal Casa Meio-Norte, na periferia de Teresina, aprende a escrever para se tornar escritor. Ao final do ano letivo, textos narrativos, poesias e contos de alunos da primeira à quarta série transformam-se em pequenos livros, passam a compor o acervo da biblioteca da escola e servem de material literário para as outras turmas.

    Só é possível obter qualidade naquilo que os alunos produzem porque o foco pedagógico está voltado para a leitura e para a escrita. Todas as crianças de seis, sete e oito anos já sabem ler e escrever, bem como 90% das crianças de cinco anos, segundo a coordenadora Ruthnéa Vieira. “Queremos despertar produtores de texto”, afirmou.

    Às sextas-feiras, entra em cena o projeto Ler para Crescer. Durante todo o período, a aula é voltada para a literatura infantil. As crianças escolhem livros da minibiblioteca que há em cada sala, lêem e fazem apresentações. Depois, reescrevem a história a sua maneira. No intervalo, logo após o lanche, começa o recreio cultural. Os alunos são reunidos no pátio e apresentam os trabalhos da sala a toda a escola.

    Além disso, todos os dias, no início da aula, há o momento da leitura, de 15 minutos, no qual a professora conta uma história da literatura infantil e um estudante é escolhido para fazer o mesmo.

    Quando um aluno apresenta dificuldades na leitura e na escrita, as professoras buscam métodos alternativos para que o aprendizado seja mais prazeroso, de acordo com a potencialidade específica daquela criança. É o caso de Juliana Sena, aluna da primeira série. Ela tinha preguiça de ler e escrever textos, mas gostava de fazer dramatizações. Logo que a professora percebeu o ponto forte da aluna, a incentivou a encenar os textos dos livros. A garota tem de ler para poder escrever produções teatrais próprias. Agora, Juliana é uma das primeiras na sala a querer apresentar seus trabalhos e mostrar o talento no recreio cultural.

    “Não temos medo de projetar trabalhos de alto nível curricular”, afirmou a diretora da escola, Osana Morais. “Nossas crianças da quarta série trabalham, sem nenhuma dificuldade, conhecimentos que as escolas normalmente trabalham na oitava série”, comemorou.

    Oficinas — No contraturno das aulas, elas participam de oficinas lingüísticas, nas quais lêem textos de Machado de Assis, Olavo Bilac e Cecília Meireles, dentre outros, adaptados pelas professoras para uma linguagem que a criança entenda. “Aqui, costumamos mostrar a elas que temos o domínio natural da língua, pois nascemos em um País de língua portuguesa e devemos falar com competência”, enfatizou Osana.

    Todo o desempenho dos alunos é registrado em tabelas, do lado de fora da sala da coordenação. Nelas, pode-se acompanhar o desempenho trimestral de leitura, o diagnóstico do nível de leitura do projeto Ler para Crescer e o resultado mensal.

    A produção dos livros elaborados pelos alunos é simples. As professoras reúnem os textos escritos à mão e os digitam, ilustram e fazem a encadernação, com espiral. Assim, as obras tornam-se motivo de orgulho para os pais e professoras, que preparam até uma noite de autógrafos quando as publicações ficam prontas.

    Letícia Tancredi

    Confira outras notícias da Caravana da Educação

  •  Natal — Cantar virou rotina na vida escolar de alunos e professores da escola estadual Santos Dumont, em Parnamirim, município a 12 quilômetros de Natal. Todos os dias, às 8h e às 13h, alunos e professores cantam o Hino Nacional, enquanto dois estudantes, escolhidos na hora, hasteiam a Bandeira Brasileira, sem deixar de tomar parte no coro. Ao final da atividade, cerca de 500 meninos e meninas, formados em filas paralelas, bradam: “Educação e tradição é a Santos Dumont. Força aérea, Brasil”.

    A escola não é militar, mas fica dentro da Base Aérea de Natal e adota posturas militares. O diretor, José Albino Sobrinho, é militar da reserva e procura atrelar o projeto pedagógico à disciplina, além de despertar o sentimento cívico dos alunos. “Incentivamos o sentimento nativista e o civismo para que o aluno ame sua pátria e possa fazer da sua cidade e do País lugares melhores”, destacou o diretor. No cargo desde 1999, Albino acredita que não haja segredo para a educação de qualidade. “Aqui, o método é feijão-com-arroz. O foco é a disciplina. Não tem nada de revolucionário. E funciona”, garantiu.

    A escola teve a quarta melhor média do estado no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Só ficou atrás de outras três escolas federais e superou a média nacional, de 41,663. A média geral da instituição, que inclui as notas da prova objetiva, mais a nota da redação, foi 47,20. Acima, também, das médias municipais e estaduais, ambas em torno de 38.

    Toda a comunidade escolar, entre diretor, professores e alunos, atribui o bom desempenho à disciplina e a valores cívicos. “A escola era da base aérea, para os filhos dos militares”, contou o diretor. Criada em 1947, passou a ser estadual em 1976, mas nunca cortou os laços com a tradição militar.

    Convênio — Hoje, a secretaria de Educação estadual e a Base Aérea de Natal mantêm convênio, pelo qual a base oferece pessoal, instalações, água, energia, telefone e  serviços de manutenção, além de indicar o diretor. Trabalham na escola seis militares, três deles professores, que suprem a falta de profissionais concursados. Em contrapartida, a escola teria de reservar 50% das vagas para atender os filhos de militares. “Mas esse percentual só chega a 20%. A maioria dos alunos vem de famílias de baixa renda de até cinco municípios próximos”, explicou Albino.

    São cerca de mil alunos, matriculados nos ensinos fundamental (pela manhã) e médio (à tarde), e 42 professores. Todos têm, no mínimo, graduação. Três são mestres e outros dez, especialistas. Os salários são, em média, de R$ 800,00 para 30 horas de trabalho semanal.

    Apesar da parceria com a Aeronáutica e do bom nível de formação dos professores, o diretor reclama da falta de recursos. “Não temos biblioteca, nem sala de ciências ou de computação. Falta também pátio coberto” disse. Mesmo com as carências, Albino não se abala. “É claro que essas coisas fazem falta, mas mostramos aos alunos que o mais importante não é o prédio em si, mas os valores humanos.”

    Maria Clara Machado

    Confira outras notícias da Caravana da Educação

Fim do conteúdo da página