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  • Consolidar o Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio (Pnlem). Este é o objetivo do Ministério da Educação ao realizar uma pesquisa sobre o uso dos livros das disciplinas português e matemática nas escolas de ensino médio, no período de 26 de março a 10 de abril.

    Para Lúcia Lodi, diretora do Departamento de Políticas do Ensino Médio, conhecer a opinião de diretores e professores sobre os livros, bem como a sua utilização nas atividades escolares, é essencial para o aprimoramento do programa. “Os professores participam do cotidiano dos alunos e é junto deles que podemos identificar a contribuição dos livros didáticos para o processo de ensino e aprendizagem”, explica. Para participar, é necessário preencher um formulário eletrônico.

    Histórico — Em 2005, o Pnlem atendeu a 1,3 milhão de alunos da primeira série do ensino médio de 5.392 escolas das regiões Norte e Nordeste. Elas receberam publicações de português e matemática. Já em 2006, o programa universalizou os livros destas matérias, atendendo a sete milhões de alunos das três séries do ensino médio de 13,2 mil estabelecimentos de ensino do país. E neste ano foram distribuídos 9,1 milhões de obras didáticas de biologia, beneficiando 6,9 milhões de estudantes, em 15,2 mil instituições.

    O ministério também distribuirá 7,2 milhões de livros didáticos de história a todos os alunos e professores do ensino médio, como forma de dar continuidade à universalização do Pnlem, em 2008. Haverá, ainda, a reposição de livros de português, matemática e biologia.

    César Augusto

    Republicada com correção de informações

  • A conservação do meio ambiente é um tema presente em 95,6% das escolas de ensino fundamental do País. A amplitude do debate é resultado de ações dos ministérios da Educação e do Meio Ambiente nos últimos três anos, como formação de professores e alunos, realização de conferências ambientais e criação de grupos jovens para difundir a educação ambiental. Em 2001, a temática era discutida em 60% das escolas.

    Desde 2004, foram formados 69 mil docentes e 21 mil estudantes para trabalhar a conservação do meio ambiente em sala de aula e na comunidade. De acordo com a coordenadora-geral de Educação Ambiental do MEC, Rachel Trajber, a proposta é inserir o tema no cotidiano das aulas para estimular a utilização racional do meio ambiente. “A educação ambiental é feita na ordem inversa, já que as crianças e jovens ensinam os adultos, assim como está ocorrendo com a informática”, explica.

    A 2ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente foi outra iniciativa importante, que mobilizou 12 mil escolas, entre os dias 23 e 28 de abril de 2006, em Luziânia (GO). Durante o evento, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e os ministros da Cultura, Gilberto Gil, do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Educação, Fernando Haddad, receberam a Carta das Responsabilidades, documento preparado pelos jovens participantes da conferência, com o lema Vamos cuidar do Brasil. A carta reúne de maneira sintética uma série de medidas fundamentais para a conservação ambiental, evidenciando as responsabilidades que os jovens podem assumir.

    A estudante Viviane Ferreira de Matos Silva, de 13 anos, participa intensamente das atividades de sua escola, em Nova Xavantina, e esteve no evento como delegada de Mato Grosso. “Sempre me incomodou o descaso das pessoas com a natureza. Às vezes me sinto muito pequena para tentar fazer algo, mas quando vejo outros jovens com a mesma inquietação, isso me enche de forças.”

    Coletivos Jovens — A coordenadora de Educação Ambiental do MEC destaca também os movimentos juvenis presentes em todos os estados brasileiros. Denominados Coletivos Jovens, os grupos reúnem adolescentes que promovem encontros para difundir a sustentabilidade ambiental com base em três princípios: jovem educa jovem, jovem escolhe jovem e uma geração aprende com a outra. “Como o trabalho é todo desenvolvido entre eles, há uma interação constante e crescente que divulga cada vez mais a educação ambiental”, justifica.

    Flavia Nery

    Confira as notícias do Balanço 2006

  • As universidades federais poderão contratar 2,8 mil professores, cinco mil técnicos administrativos e preencher 600 cargos comissionados para atender o programa de expansão da educação pública superior. Também serão repostos cargos vagos em função de aposentadorias e demissões. O Projeto de Lei nº 3, que altera a Lei Orçamentária de 2007, foi aprovado pelo Congresso Nacional nesta quinta-feira, 8.

    A alteração aprovada por senadores e deputados prevê 7,8 mil contratações por meio de concursos públicos. Depois da assinatura do presidente da República, o Ministério da Educação fará a distribuição das vagas entre as universidades, de acordo com os projetos apresentados pelos reitores. A partir daí, cada universidade lançará seu próprio edital. Nos processos mais rápidos, as novas vagas devem ser preenchidas em cerca de três meses.

    Uma boa parte das vagas corresponde à reposição de professores e funcionários que se aposentaram ou pediram demissão para trabalhar na iniciativa privada. O restante atende a primeira fase do processo de expansão das universidades federais, mais precisamente a interiorização. Serão beneficiados os municípios com significativo potencial econômico e que ainda não ofereciam educação superior pública e gratuita. Cerca de um terço dos cargos em comissão deve ser direcionado para esses novos campi

    Assessoria de Comunicação Social

    * Republicada com correção de dados

  • Os professores de 1ª a 4ª série do ensino fundamental da rede pública têm opção este ano de escolher livros regionais de história e geografia que serão adotados pelas escolas de 2007 a 2009. São 27 títulos de história regional e outros 21 títulos de geografia regional para escolha e cujas resenhas e análises estão no Guia do Livro Didático, que chega às escolas até dia 15 próximo.

    A opção da escola deve ser por um único título de história regional e outro de geografia regional. Deve escolher também um livro de alfabetização e as coleções de ciências, geografia, história, língua portuguesa e matemática, uma de cada área. Até dia 30 deste mês, a escolha dos livros didáticos de 1ª a 4ª série precisa ser feita e enviada ao MEC pelos Correios, por meio de um formulário anexado ao Guia.

    Para os anos letivos de 2007, 2008 e 2009, as unidades da Federação contempladas com livros de Geografia Regional são Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

    Os livros regionais de história, constantes no Guia do Livro Didático deste ano, são dos estados de Minas Gerais, Ceará, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Pará, Rio Grande do Sul, Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Mato Grosso, Bahia, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Pernambuco. Alguns estados têm mais de uma opção para escolha.

    “São obras que propiciam realizar um trabalho diferenciado em salas de aula. Livros avaliados e selecionados por grupos de pesquisa já com experiência na área”, observa Jane Cristina da Silva, coordenadora-geral de Estudos e Avaliação de Materiais Didáticos da SEB/MEC. Além dos livros regionais, os alunos também recebem livros de história geral e geografia geral e das demais disciplinas. O MEC não distribui livros regionais para todos os estados e municípios, uma vez que as editoras não inscreveram livros que atendem a todas essas localidades.

    O Guia do Livro Didático foi encaminhado a 131 mil escolas públicas pelo FNDE, que mandou confeccionar 155 mil exemplares de cada volume. As escolas que não receberem o guia poderão entrar em contato com as secretarias de educação estaduais, que possuem uma reserva técnica, ou com a Central de Atendimento do FNDE, pelo telefone 0800-616161.

    Susan Faria

  • Termina nesta terça-feira, dia 30, o prazo para inscrição no programa Professor Visitante Estrangeiro (PVE), do Ministério da Educação. A duração das bolsas varia de quatro meses a um ano. Já se inscreveram 47 candidatos, de 16 países. As áreas mais procuradas são química, física, ciências agrárias e biologia.

    O MEC concede, anualmente, até duas bolsas por instituição para professores visitantes. Para concorrer, os candidatos devem ter título de doutor há cinco anos e produção científica constante e compatível. Será exigida, ainda, dedicação integral a atividades acadêmicas, como lecionar ou orientar dissertações e teses. Eles também devem ser formados em instituições estrangeiras — não serão aceitos diplomas de instituições brasileiras ou de professores com visto permanente no Brasil.

    O objetivo do programa é melhorar a qualidade dos cursos de pós-graduação no país por meio do convívio com professores estrangeiros com formação acadêmica diferenciada e competência reconhecida. O espanhol Josep Quer é um deles. Há duas semanas no país — no Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina —, o professor, de 40 anos, decidiu passar uma temporada no Brasil para consolidar o intercâmbio de pesquisa com os colegas da América do Sul. “Mais concretamente, com os brasileiros”, disse. Sua área de pesquisa é a linguagem de sinais.

    Josep Quer ressalta a importância do programa para a sua formação. “Sem a bolsa, eu não poderia ter vindo. Foi o argumento para que a instituição de pesquisa autorizasse minha estada aqui”, afirmou.

    Em 2004, houve 50 candidaturas e 43 doutores selecionados. Eles receberam, além da bolsa, passagem aérea de ida e volta e auxílio-instalação. Mais informações sobre o programa no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).

    Argentinos são maioria — Cadastro de professores feito este ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) constata a presença de 3.262 estrangeiros entre os 230.830 professores da educação superior brasileira. A presença é maior de argentinos (257), portugueses (194), norte-americanos (151) e franceses (145). A maioria está na Região Sudeste.

    Repórter: Raquel Maranhão Sá

  • Um grupo de 120 professores de história, geografia, artes, português e matemática da rede estadual de educação do Espírito Santo volta à sala de aula em 2009 para receber formação em história da África e relações étnico-raciais. Eles participarão do primeiro curso de pós-graduação, nível de aperfeiçoamento, na temática étnico-racial, aberto pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A formação é prevista na Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003.

    De acordo com a coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Ufes, Maria Aparecida Santos Corrêa Barreto, a aula inaugural aconteceu na quarta-feira, 12, em Vitória, mas o primeiro encontro de formação será em fevereiro de 2009. A carga horária é de 200 horas presenciais, que devem ser cumpridas entre fevereiro e novembro do próximo ano.

    O currículo construído pela Ufes segue as diretrizes da Lei nº 10.639/2003. Entre os temas que serão abordados por pesquisadores da instituição, professores convidados e militantes do movimento negro nacional nas aulas, estão a literatura africana e afro-brasileira, violência e relações raciais, estudos sobre a África, relações étnico-raciais no Brasil, territórios quilombolas, saúde e grupos étnico-raciais.

    Como o interesse pelo curso foi além do número de vagas, Maria Aparecida diz que a Ufes definiu uma série de critérios para a seleção, entre eles, que o professor trabalhe em município que pediu o curso no Plano de Ações Articuladas (PAR), que seja efetivo na rede, com graduação e que tenha interesse na temática étnico-racial. O interesse pela área permitiu, por exemplo, que professores de matemática fossem selecionados.

    Para essa pós-graduação, a Universidade Federal do Espírito Santo receberá R$ 150 mil do MEC, por meio do Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior (Uniafro). O recurso é para pagar os professores que darão as aulas e os materiais didáticos e pedagógicos. A secretaria de educação do estado vai custear o transporte, a alimentação e a hospedagem dos cursistas.

    Formação nacional – A Ufes integra um grupo de 20 universidades federais e cinco estaduais selecionadas pelo Ministério da Educação para fazer formação de professores da educação básica pública sobre história da África e relações raciais afro-brasileiras. As universidades federais de São Carlos (UFSCar) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) foram escolhidas para elaborar materiais didáticos para uso de professores e estudantes na sala de aula. A UFSCar vai produzir livros para o professor e para o aluno das séries finais do ensino fundamental e a UFRGS vai criar um vídeo sobre a história da África. No conjunto, o repasse para os cursos de formação e elaboração de materiais didáticos soma R$ 3,6 milhões. Os recursos por universidade variam de R$ 100 mil a R$ 150 mil.

    A maior porcentagem de projetos das universidades é para cursos de 180 horas, valor que Leonor Franco, coordenadora geral de diversidade da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério (Secad), considera ideal para que o professor se aproprie da abrangência da temática. Mas o MEC financia também cursos de 120 horas. Uma parte pequena das instituições apresentou projetos de cursos rápidos, de 60 horas, para sensibilizar os alunos de suas licenciaturas.

    Segundo Leonor Franco, o número de pedidos de formação de professores nessa área chega a 68 mil, daí a importância das universidades aderirem ao projeto. “É uma demanda desafiadora que vem de todo o país”, diz. Nos planos de ações articuladas (PAR), que é um planejamento para o período 2007 a 2011, 72% dos municípios pediram o curso.

    Ionice Lorenzoni

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  • O único grupo de professores indígenas do país fazendo curso superior em uma aldeia concluiu no final da semana passada a quarta de nove etapas da Licenciatura Intercultural para Professores Indígenas do Alto Solimões, no Amazonas. São 230 professores do povo ticuna e 20 dos povos cocama, caixana e cambeba divididos em seis turmas. As aulas presenciais ocorrem nas férias escolares de janeiro e julho na Aldeia Filadélfia, município de Benjamin Constant, a 1.628 quilômetros de Manaus.

    De acordo com o coordenador do Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind) do Ministério da Educação, Eduardo Barnes, a licenciatura é oferecida na aldeia para atender a todos os professores que terminaram a formação de nível médio. Quando concluírem a licenciatura, explica, eles estarão aptos a lecionar da 5ª à 8ª série do ensino fundamental e também no ensino médio, que é onde reside a maior falta de professores para escolas indígenas.

    O curso, que é ministrado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), parceira do MEC na iniciativa, tem nove etapas presenciais ― de julho de 2006 a julho de 2010 ― e fases de pesquisas em serviço, que somam 3.440 horas. A estrutura do curso compreende um ciclo básico de cinco etapas que deve ser feito por todos os professores e um ciclo de formação específica de quatro fases. No currículo, explica Eduardo Barnes, é obrigatório o estudo da gestão escolar, que compreende a política da educação brasileira e a organização da educação básica indígena.

    Na parte específica do curso, os professores podem escolher uma entre três áreas de formação. A primeira é Estudos de Linguagem, que se subdivide em duas licenciaturas plenas: línguas indígenas, português, espanhol e literatura; e artes e educação física. A segunda, Ciências da Natureza e Matemática, que prepara em duas licenciaturas: biologia e química; e física e matemática. E a terceira, Ciências Humanas, para as licenciaturas de história e geografia; e antropologia, sociologia e filosofia.

    Pelo Prolind, o Ministério da Educação repassou à Universidade do Estado do Amazonas, R$ 599 mil para a realização das quatro primeiras etapas do curso, entre julho de 2006 e janeiro de 2008. A UEA foi selecionada em 2006 para receber recursos do Prolind, no eixo criação de curso superior intercultural para professores indígenas.

    Dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) indicam que o Brasil tem hoje 200 professores indígenas graduados em cursos de licenciatura intercultural e 870, de 49 povos, fazendo formação em universidades públicas federais e estaduais.

    A região do Alto Solimões, que abrange partes do estado do Amazonas, no Brasil, da Colômbia e do Peru, é habitada por cerca de 60 mil ticunas, dos quais 50 mil vivem no Brasil.

    Ionice Lorenzoni

  • Brasília será sede, na próxima semana, entre os dias 26 e 30, no Bay Park Resort Hotel, do Encontro Nacional de Professores Formadores. O evento ocorre semestralmente e participam equipes de cada estado que fazem parte do Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na Educação Infantil (Proinfantil), uma parceria entre as secretarias de Educação Básica e de Educação a Distância do MEC.

    O encontro pretende favorecer a troca de experiência entre professores e formar professores formadores para os encontros estaduais. Serão reunidos 160 professores formadores e articuladores pedagógicos de educação infantil que irão atuar no segundo semestre deste ano no Proinfantil. Estão programadas palestras, minicursos sobre literatura infantil e linguagens na educação infantil, entre outros temas.

    “Para este encontro foram selecionados profissionais com reconhecida competência em temas da área de educação infantil e do ensino médio”, explicou a coordenadora do Programa de Formação de Professores em Exercício (Proformação), Luciane Sá de Andrade.

    Proinfantil — O Proinfantil é um curso de nível médio, a distância, na modalidade normal. É destinado aos professores da educação infantil em exercício em creches e pré-escolas das redes públicas — municipais e estaduais — e da rede privada sem fins lucrativos.

    Assessoria de Imprensa da Seed

  • A formação de professores para o atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais é uma questão central para o desenvolvimento da educação inclusiva. Entre 2003 e 2004, o Ministério da Educação formou 55 mil professores da rede pública para esse fim, com investimento de R$ 14 milhões. Este ano, outros 40 mil educadores estão sendo formados, a partir de investimento de mais R$ 8 milhões. Serão quase cem mil docentes formados em três anos, em todo o país, com recursos exclusivos da União.

    “Nossa preocupação é garantir o direito e o acesso de todos os alunos à educação regular, além de formar os profissionais para atender da melhor forma todos os alunos”, disse a secretária de educação especial do MEC, Cláudia Dutra.

    Para atender a demanda dos sistemas de ensino, o MEC criou, em 2003, o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade. O ministério repassa recursos aos estados e municípios, os quais, com o apoio pedagógico do MEC, formam professores para o atendimento a alunos com necessidades especiais. Os profissionais indicados pelas secretarias estaduais e municipais recebem a formação e, posteriormente, levam os conhecimentos adquiridos aos próprios municípios (municípios-pólo) e às cidades vizinhas. Cria-se, assim, uma rede de formação continuada.

    Entre 2003 e 2004, o programa contou com 106 municípios-pólo, o que possibilitou a formação de 23 mil docentes em 1.869 cidades. Para este ano, com a adesão de 38 novos municípios-pólo, estão sendo formados 29 mil professores, em 2.623 cidades. Ao todo, são 144 municípios-pólo em todos os estados e no Distrito Federal.

    Esse programa, somado a outas ações de formação de professores desenvolvidas pelo MEC, tem proporcionado um crescente atendimento a alunos com necessidades especiais na rede regular de ensino. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram crescimento de 76,4% na matrícula de alunos portadores de necessidades educacionais especiais em classes comuns — de 110.704 alunos (24,6%) em 2002 para 195.370 (34,4%) em 2004. O Censo Escolar de 2004 aponta um total de 566.753 alunos com matrícula na educação especial, 323.258 deles na rede pública, o que representa 57% das matrículas.

    Legislação — Outro avanço, destaca Cláudia Dutra, é a legislação que trata da formação de professores. “O Conselho Nacional de Educação, nas diretrizes de formação de professores da educação básica, já coloca a prerrogativa na formação inicial, em todas as licenciaturas, de que os professores tenham formação para o atendimento das necessidades especiais dos alunos”, disse.

    Conforme a secretária, esse fato reverte um processo histórico de que apenas alguns professores, de escolas especiais, tinham esse conhecimento. “A formação inicial para todos os professores faz com que nenhum aluno passe a ser estranho a qualquer educador”, afirmou.

    Repórter: Rafael Ely

  • O Brasil tem hoje mais de dois milhões de professores no ensino fundamental e médio, responsáveis pela educação de 50 milhões de crianças e jovens. As mulheres, com idade média de 38 anos, formam a grande maioria (81,5%). Desse total, 65% têm renda familiar entre dois e dez salários mínimos, enquanto 24% recebem entre dez e 20 – o salário mínimo vale R$ 300. Apesar da baixa renda, boa parte demonstra gosto pela profissão. Quase 50% dos professores se declaram mais satisfeitos atualmente do que no início da carreira.

    Os dados, que o MEC divulga dentro de uma série de reportagens para comemorar o Dia do Professor (15 de outubro), constam da pesquisa O Perfil dos Professores Brasileiros, realizada em 2004 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), pelo Instituto Paulo Montenegro e pela Editora Moderna. O estudo foi feito a partir de questionários respondidos por cinco mil professores.

    Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o Brasil está mais sensível para a causa educacional. “Ao mesmo tempo em que o desafio é muito grande, dada a nossa dívida com os professores do país, é uma felicidade perceber que há uma conscientização muito maior em torno da figura do professor em relação ao passado”, disse.

    Habilitação— De acordo com a pesquisa, 67,5% dos docentes afirmaram ter concluído o ensino superior e 32,5%, o ensino médio. A questão da inadequada habilitação profissional — ter apenas o ensino médio, sem formação pedagógica, ou o ensino superior, sem licenciatura — aparece em todo o Brasil. É mais grave, porém, nas regiões Norte e Centro-Oeste.

    Para melhorar as condições de trabalho e a formação dos educadores, o Ministério da Educação tem dado prioridade à capacitação desses profissionais, ciente da influência positiva da formação continuada no ensino. São seis programas voltados para a formação inicial daqueles sem habilitação legal e atualização. Entre eles estão o Proinfantil, o Proformação, o Pró-Licenciatura, o Programa Universidade para Todos (ProUni), a Universidade Aberta e uma rede universitária de formação continuada de professores, composta por 20 pólos de ensino a distância.

    Repórter: Flavia Nery

     

  • Foto: Júlio César PaesO Ministério da Educação reuniu em Brasília, de 27 de novembro até este domingo, dia 3, 40 professores indígenas que trabalham na educação básica em aldeias de 11 estados. Eles participaram de um curso básico e de oficina de informática e programação visual para aprender a usar equipamentos de informática, abrir novos campos de pesquisa e elaborar  materiais didáticos específicos.

    Com 64 horas de duração, o curso atendeu de forma diferente cada professor, de acordo com o nível de conhecimento da área. Assim, uns começaram com aulas de introdução e outros, de reforço. Mas o compromisso de todos foi produzir um capítulo de um livro da matéria que lecionam e editar texto e imagem com os recursos da informática. O esforço da turma foi grande, segundo Vera Olinda, coordenadora pedagógica do curso e consultora do Ministério da Educação. A maioria dos professores não tem computador na escola na qual trabalha.

    Exemplo deste esforço é o professor Júlio Kamêr Apinajé, de Tocantinópolis (Tocantins). Aos 20 anos, Júlio faz a segunda série do ensino médio e leciona artes para os alunos da quinta à oitava série do ensino fundamental em sua aldeia. Ele não tem computador na escola, mas mantém o sonho de registrar a vida cultural do povo apinajé — danças, pinturas, músicas — em livros, fitas e vídeos. “O mundo muda muito, e nós não queremos perder as nossas raízes”, disse. Júlio fez até a quinta série do ensino fundamental na língua materna e, depois, teve de estudar fora da aldeia porque ali não tinha as outras séries. Na cidade, precisou aprender a língua portuguesa, mas tem orgulho de dizer que voltou à aldeia, onde hoje é professor.

    José Luiz Poyanawa, 27 anos, leciona na Escola Estadual Indígena 13 de Maio, em Manso Lima, Acre. Professor de artes e de ciências naturais da quinta à oitava série do ensino fundamental, cinegrafista, aluno da Universidade Estadual Rural do Acre, ele levou para o curso de informática vários capítulos sobre o etnomapeamento da terra. No trabalho, José Luiz aborda o manejo sustentável dos recursos naturais praticado pelos poianauas e a história desse povo, que tem hoje uma população de 510 pessoas, das quais 229 estudam na educação básica e 12, no ensino superior.

    Em uma aula, por exemplo, ele ensina as crianças e jovens a manejar de forma sustentável a coleta de frutas na aldeia. No caso do buriti, que é uma palmeira, se tiver quatro cachos de frutos, três podem ser colhidos. O outro, explica o professor, fica para as aves e outros animais. Além de se alimentar dos frutos, aves e animais espalham as sementes pela floresta. “Então, alimentam-se, plantam e ainda servem de caça para o povo. Isso é manejo sustentável”, disse. Os poianauas, segundo o professor, ensinam os filhos a proteger a anta, mamífero de porte médio, para que a espécie se reproduza e volte a ser fonte de alimento.

    Os 40 professores que participaram do curso são de 11 aldeias de todas as regiões do País: seis ticunas, do Alto Solimões (Amazonas); 13 macuxis e uapixanas, de Roraima; um poianaua, do Acre; um guarani e quatro terenas, de Mato Grosso do Sul; um xoclengue e um caingangue, de Santa Catarina; um xacriabá, de Minas Gerais; um pataxó, da Bahia; um xucuru e um trucá, de Pernambuco; dois tapirapés, de Mato Grosso; um potiguara, da Paraíba; e um apinajé, do Tocantins.

    A falta do computador nas escolas indígenas de ensino médio deve ser resolvida em 2007, de acordo com Mônica Pechincha, antropóloga e assessora da coordenação de educação escolar indígena do MEC. O programa Diversidade na Universidade prevê atendimento prioritário a escolas indígenas de ensino médio com mais de 35 alunos e que ainda não têm computador. Equipar as escolas, diz Mônica, é parte da política de incentivo à produção de material didático diferenciado, na língua materna ou bilíngüe, para assegurar o direito à diversidade.

    Ionice Lorenzoni

  • Foto: Wanderley PessoaA Universidade Federal de Goiás (UFGO) é a quarta instituição pública de ensino superior a criar, em 2006, curso de licenciatura intercultural para formação de professores indígenas. As outras são as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG), e da Grande Dourados (UFGD), em Dourados (MS), e a Estadual do Amazonas (UEAM), em Manaus (AM).

    A primeira turma da UFGO será formada por 60 professores dos Estados de Goiás e do Tocantins pertencentes aos povos carajá, apinajé, javaé, xerente, guarani e timbira que habitam a região do Araguaia (TO). O curso foi organizado pelo Departamento de Letras da UFGO, mas ele será desenvolvido em parceria com a UFTO e com o apoio financeiro das secretariais de Educação dos dois Estados e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Entre os professores selecionados para a primeira turma, 11 são de Goiás e 49 do Tocantins.

    De acordo com a coordenadora do curso, Maria do Socorro Pimentel da Silva, a licenciatura tem duração de cinco anos, de janeiro de 2007 a 2011, dividida em módulos que serão oferecidos em Goiânia (GO), sede da universidade, nos meses de janeiro/fevereiro e julho/agosto, e em pólos nas aldeias. Nas férias escolares os professores indígenas vão à UFGO e durante o ano letivo os professores da universidade vão às aldeias acompanhar a vivência da escola indígena. “Nosso curso foi construído para favorecer o diálogo entre as culturas e os conhecimentos, daí a importância da universidade ir à aldeia”, diz Socorro Pimentel da Silva.

    Cursos – O coordenador de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Kleber Gesteira, informa que 870 professores indígenas estão hoje em cursos de formação superior oferecidos por universidades públicas. Destas instituições, três são federais: a Universidade Federal de Roraima tem 180 professores em formação; UFMG, 140; UFGD, 60. Três são instituições estaduais: a Universidade do Estado de Mato Grosso tem 100 professores (e já formou 200); Universidade do Estado do Amazonas, 250; Universidade de São Paulo, 80. O curso da UFGO começa em janeiro de 2007 com 60 professores.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • A coordenação do Curso de Formação Intercultural de Professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) inicia na sexta-feira, dia 7, o primeiro de uma série de sete encontros com as comunidades indígenas do estado para apresentar o formato do curso superior. As aulas começam em 8 de maio e vão até 2 de junho, durante a etapa presencial no campus da UFMG. Depois se desenvolvem em fases a distância nas aldeias.

    Segundo a coordenadora do curso, Lúcia Helena Alvarez Leite, a universidade vai ao encontro do povo Xacriabá no município de São João das Missões, no norte de Minas, de onde vêm mais de 100 dos 141 alunos que iniciam o primeiro curso de graduação para professores indígenas. O objetivo é apresentar à comunidade e aos alunos o projeto e como ele se desenvolverá nos próximos cinco anos.

    A Formação Intercultural de Professores oferecida pela UFMG está estruturada em três eixos: multilinguagens, realidade socioambiental e escola indígena e seus sujeitos. A coordenadora explica que o currículo será flexível, mas que terá disciplinas obrigatórias e optativas. Duas vezes por ano, os alunos terão fases presenciais intensivas; depois, atividades em serviço nas suas escolas e comunidades. Nas etapas a distância, os estudantes serão acompanhados por 12 tutores, alunos de cursos da pós-graduação da UFMG, que terão sob suas responsabilidades grupos de dez a 12 professores cursistas.

    Os recursos para a formação vêm de três fontes: Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para Formação de Professores Indígenas (Prolind/MEC), Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria Estadual de Educação e a infra-estrutura física e de professores da UFMG. Do Prolind, a universidade terá R$ 500 mil; da Funai, R$ 372 mil; e da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, R$ 89 mil.

    Povos – O primeiro Curso de Formação Intercultural de Professores oferecido pela UFMG vai atender aos sete povos que habitam o estado: Xacriabá, Maxacali, Crenaque, Pataxó, Caxixó, Xucuru-Cariri, Pancararu e Aranã. Os povos que têm menor participação no curso, com um professor cada, são os Pancararu e Aranã.

    Ionice Lorenzoni

  • Foto: Wanderley PessoaA pedagogia e os direitos indígenas são os temas centrais do curso de licenciatura para professores indígenas do Alto Solimões, que começa esta semana, na Aldeia Filadélfia, em Benjamin Constant, Amazonas. A primeira turma do curso superior, que é oferecido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), reúne 220 professores ticunas e outros 30 dos povos cocama, caixana e cambeba, que vivem às margens do Alto Solimões.

    Com duração de cinco anos, divididos em dez etapas presenciais e nove intermediárias, o curso forma professores para trabalhar nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio nas aldeias. O primeiro módulo presencial do curso, explica o coordenador de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Kleber Gesteira, tem duração de três semanas.

    Na etapa seguinte, os professores desenvolverão pesquisas sobre temas de interesse de suas escolas e comunidades usando as metodologias ensinadas na fase presencial. A UEA oferecerá o segundo módulo presencial nas férias escolares, entre janeiro e fevereiro de 2007.

    Parceria – A graduação de professores indígenas oferecida por universidades federais e estaduais recebe apoio financeiro do Ministério da Educação por meio do Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para a Formação de Professores Indígenas (Prolind). Os recursos do programa são repassados pela Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) e pela Secad.

    A UEA, por exemplo, recebeu R$ 500 mil para custear parte dos gastos com alimentação e hospedagem dos professores formadores e cursistas e para a aquisição de materiais didáticos das etapas presenciais de julho e agosto de 2006 e de janeiro e fevereiro de 2007. O curso superior da UEA conta, também, com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria de Educação do Estado do Amazonas, Organização Geral dos Professores Ticunas Bilíngüe (OGPTB) e do Fundo Indígena de Desenvolvimento, organização não-governamental com sede na Bolívia.

    Segundo Kleber Gesteira, recursos do Prolind também apóiam cursos de licenciaturas indígenas já implantados pelas universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de Roraima (UFRR) e pela estadual de Mato Grosso (Unemat), além de cursos em fase de elaboração nas universidades federais do Amazonas (Ufam) e de Campina Grande (UFCG) e das estaduais da Bahia (Uneb) e de Londrina (UEL).

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Os professores indígenas Iolanda dos Santos Mendonça e Raimundo Duarte Lima, do povo Potiguara da Paraíba, assumiram, esta semana, mandatos na estrutura da educação do estado. Iolanda Mendonça foi para o Conselho Estadual de Educação (CEE) para um mandato de três anos, e Raimundo Lima, para o Conselho Estadual de Alimentação Escolar (Ceae) para um período de dois anos.

    O CEE tem entre suas funções legislar sobre a educação estadual, analisar projetos e dar parecer. Já o Conselho Estadual de Merenda Escolar controla a aplicação dos recursos da merenda nas redes estadual e municipal. De acordo com o coordenador da Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), Kleber Gesteira, esta é a primeira vez que professores indígenas da Paraíba assumem cadeiras nos conselhos do estado. A abertura, explica, é resultado dos compromissos assumidos pela Secretaria de Educação durante o Seminário Estadual de Educação Escolar Indígena que aconteceu na Paraíba, no segundo semestre de 2004.

    O seminário da Paraíba foi um dos oito realizados pela Secad no ano passado. Esses eventos tiveram como objetivos mobilizar as lideranças e professores indígenas para avaliar a realidade local e apresentar propostas; promover o encontro do MEC com as secretarias estaduais e municipais de educação; e oferecer respostas para as reivindicações dos povos indígenas locais, especialmente a oferta do ensino médio nas escolas das aldeias.

    Potiguara - O povo Potiguara tem cerca de dez mil pessoas que habitam os municípios de Marcação, Rio Tinto e Baia da Traição, no litoral norte da Paraíba. Nos três municípios existem 29 escolas indígenas, das quais, 25 são municipais e quatro estaduais. Estão matriculados na educação infantil, 681 alunos; no ensino fundamental, 2.561; e na educação de jovens e adultos, 552. As primeiras escolas de ensino médio indígenas deverão ser abertas este ano, informa Kleber Gesteira.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • O município de São Gabriel da Cachoeira (AM) realiza a partir de segunda-feira, 18, o Magistério 2, curso de formação de professores indígenas organizado em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, com assessoria pedagógica e técnica da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC). A abertura do evento será nesta sexta-feira, 15, às 10h30, no salão nobre da prefeitura.

    São 297 futuros educadores que, inicialmente, participarão de dez dias de discussão sobre metodologia. Eles só deverão estar formados daqui a quatro anos, após passarem por nove etapas. O objetivo desse longo processo é “suprir a necessidade de cada escolinha ter um professor falante da língua local, para poder trabalhar a cultura de cada grupo”, explica a secretária de educação do município, irmã Edilúcia.

    Em São Gabriel, fala-se sete línguas pertencentes a quatro troncos lingüísticos: aruak, maku, tukano e yanomami. O curso será realizado em cinco regiões, obedecendo a esta divisão. Existem na cidade 23 etnias, que representam cerca de 90% da população total, 33.170 habitantes, segundo dados do IBGE de 2004. O município possui 8% dos indígenas do país, dos quais 8.156 são estudantes, distribuídos em 201 escolas.

    Localizado no noroeste do Amazonas, na fronteira com Colômbia e Venezuela, São Gabriel é a maior cidade do estado e uma das maiores do país, com 109.185 quilômetros quadrados.

    Repórter: Julio Cruz Neto

  • Professores indígenas de cinco estados chegam a Santa Catarina neste final de semana para participar da terceira etapa presencial do Programa de Formação Escolar Guarani da Região Sul e Sudeste, que a Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia inicia na segunda-feira, 25, em Governador Celso Ramos, no Palmas Park Hotel.

    Um grupo de 30 educadores da etnia de escolas catarinenses recebe o secretário de Educação Jacó Anderle e os participantes de fora com um ritual de boas-vindas, às 8h. Das 9h às 12h e das 14h às 18h, os professores participam da oficina Alfabetização em Língua Guarani e Diferença da Fala e da Escrita Guarani. O objetivo é habilitar professores guaranis no magistério, para atuarem nas escolas, como forma de ampliar o acesso da população indígena à educação básica. Os educadores são formados em nível médio para a prática de educação diferenciada, bilíngüe e intercultural, que contemple a realidade sociocultural do povo Guarani.

    Participam 83 professores guaranis de escolas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Estarão presentes representantes do Ministério da Educação e da Fundação Nacional do Índio (Funai). "Uma das finalidades é dar aos professores condições de promover em sala de aula um processo educativo fundamentado na cultura Guarani e voltado para a melhoria de suas condições de vida", explica Jacó Anderle.

    Pesquisa - A partir de domingo, 24, a secretaria promove capacitação com professores que desenvolverão pesquisa com os participantes. Cada grupo de alunos escolherá um tema para conclusão do curso em forma de monografia, vídeo ou livro. "Queremos intensificar a formação dos educadores das escolas indígenas", diz a coordenadora do Núcleo de Educação Indígena da secretaria, Jane Motta. Em 1o de maio, os professores se reúnem com a consultora Cássia Ferri para definir os rumos da pesquisa.

    A primeira etapa presencial do programa, conhecido como Brasil Kuaa - MBO E, que significa conhecer e ensinar, foi em novembro de 2003, com 204 horas, e a segunda em agosto de 2004, com 219 horas de trabalho escolar, no total de 423 horas presenciais para os professores guaranis. Em março e abril, a secretaria promoveu outra capacitação em Governador Celso Ramos para os educadores de Santa Catarina. (Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia de SC)

     

  • As 2.228 escolas indígenas do país receberão em 2006, CDs, DVDs, vídeos, mapas, jogos e cartazes, como parte do material didático a ser utilizado durante as aulas para os 147 mil alunos do ensino básico. Setenta e um projetos, com vários títulos, estão sendo analisados até esta sexta-feira, 26, no Bittar Plaza Hotel, em Brasília, pela Comissão de Apoio à Produção de Materiais Didáticos (Capema), que tem 16 membros, entre oito professores indígenas e especialistas em educação indígena. A reunião foi aberta nesta quarta-feira, 24, com o professor Joaquim Mana entoando o “canto do cipó”, segundo ele, para dar concentração no trabalho de seleção.

    No dia 30, a Coordenação-Geral de Educação Escolar Indígena (CGEEI) do MEC divulga o resultado. Os projetos selecionados serão financiados pelo ministério. São materiais que valorizam a cultura, a história e a oralidade dos povos indígenas. Segundo Kleber Gesteira, coordenador-geral de Educação Escolar Indígena, após a seleção, será feita a licitação para confeccionar os materiais. Alguns estarão prontos em novembro.

    “A produção envolve uma mobilização, principalmente dos professores indígenas”, disse Kleber. Segundo ele, ao receber formação, com apoio do MEC, os professores pesquisaram em aldeias e aprofundaram conhecimentos para os novos materiais didáticos. O material será direcionado a cada povo, conforme sua língua materna. Poucos serão em português.

    O MEC tem R$ 668 mil, em 2005, para financiar a confecção do material didático para estudantes e professores indígenas e já destinou R$ 1 milhão do Programa Brasil Alfabetizado para fazer obras literárias indígenas, selecionadas, e que serão distribuídas nas escolas. Hoje, 7.500 professores trabalham nas 2.228 escolas indígenas do país, mas, destas, só 42 são do ensino médio. Já entre os professores, 90% são índios.

    Inédito – “Pela primeira vez, nós, índios, analisamos os projetos de material didático que vamos usar”, disse Joaquim Mana, professor indígena em Praia do Carapanã, a três dias de barco de Tarauacá, e mais uma hora de avião até Rio Branco (AC). Já o professor Francisco Sousa Santos, índio e secretário de Educação de São João das Missões (MG), destaca que o material didático indígena tem especificidades e daí a importância dos professores das aldeias fazerem parte da comissão que analisa o material.

    Segundo a indígena Francisca Novantina, do Conselho Nacional de Educação (CNE), entre os critérios na escolha do material está a vinculação ao interesse dos professores e alunos e a filosofia voltada para o contexto da comunidade. “A reivindicação das comunidades indígenas era antiga.” Ela acrescenta que pesquisa nas escolas verificou que a maior demanda é por material didático específico e de boa qualidade. Os 71 projetos em análise vieram das cinco regiões e de várias etnias indígenas, como Ashaninka, Ticuna, Tuyuka, Macuxi, Tembé, Pataxó, Xokó, Guarani, Bororo, Paresí e Yanomami. Mais informações pelos telefones (61) 2104-6237 e 2104-9382.

    Repórter: Susan Faria

  • O programa de formação de professores indígenas guaranis em magistério de nível médio, desenvolvido conjuntamente pelas secretarias estaduais de educação do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro, com o apoio do Ministério da Educação e da Fundação Nacional do Índio (Funai), será avaliado nos dias 9 e 10, em Brasília.

    A formação, que realiza a quarta etapa de 13 de setembro a 9 de outubro, reúne cerca de 80 professores dos cinco estados. O curso completo terá 1.920 horas de aulas presenciais, em duas etapas por ano, e 480 horas descentralizadas para pesquisa, acompanhamento e para tirar dúvidas pontuais dos professores. De acordo com a coordenadora do programa e do núcleo indígena da Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina, Jane Mota, entre as dúvidas destaca-se a questão da língua guarani que estava ausente das escolas nessa região.

    O encontro de avaliação e de programação da próxima etapa vai reunir em Brasília os coordenadores das cinco secretarias estaduais de educação, cinco professores em formação, um por estado, a Coordenação de Educação Escolar Indígena do MEC e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai).

    Protocolo – O programa de formação em magistério de nível médio do povo Guarani foi formalizado em 30 de setembro de 2004, em protocolo de intenções subscrito pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Funai e pelos cinco estados que estão no programa. A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo assinou o protocolo, mas não enviou professores indígenas guaranis para fazer a formação. O protocolo tem duração de cinco anos, 2004/2007, e prevê programas, projetos, extensão, estudos e pesquisas sobre a educação guarani na faixa litorânea que se estende do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Professores brasileiros de nível médio e superior começam no próximo domingo, 15, um curso a distância sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) no ensino oferecido pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) em parceria com a Universidade de Oviedo, na Espanha, e com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

    O curso, desenvolvido pelo Grupo Argo de Astúrias, da Espanha, e pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Tecnológica (Nepet) da UFSC, tem duração de sete meses e é dirigido a professores em exercício, especialmente para as áreas de ciências e matemática. É constituído de quatro módulos comuns a todos os professores onde serão tratados os temas: o que é ciência, tecnologia e CTS; um módulo de fundamentação onde os cursistas vão escolher um entre quatro temas: conflitos na gestão da água; as vacinas; a educação e as novas tecnologias; e o problema dos resíduos sólidos. O último módulo será um estudo de caso escolhido pelo professor entre quatro assuntos: água: problemas de contaminação; Aids 2000: vacina; a escola na rede; a gestão dos resíduos urbanos: o que fazemos com o lixo.

    Além do livro Introdução aos Estudos de CTS que traz os quatro primeiros módulos e um CD com todos os conteúdos do curso, o professor terá direito a dois tutores: um tutor acadêmico com quem vai discutir e tirar dúvidas sobre os assuntos e outro para a parte de informática. O curso custa 210 euros, o equivalente a R$ 672,00 em valores de hoje.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

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