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  • Criados 45.660 cargos efetivos de professor e de técnico administrativo em instituições federais de educação profissional, tecnológica e superior. (Foto: João Bittar)A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal aprovou na terça-feira, 17, o Projeto de Lei nº 91, deste ano,  que cria 45.660 cargos efetivos de professor e de técnico administrativo em instituições federais de educação profissional, tecnológica e superior. O dispositivo também abre 7.597 cargos em comissão e funções gratificadas para as mesmas instituições.

    O projeto, enviado pelo Ministério da Educação, tramita em regime de urgência e já foi aprovado pela Câmara dos Deputados. No Senado, o texto tramita simultaneamente nas comissões de Educação, Cultura e Esporte e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Deve, ainda, ser votado pelo Plenário.

    De acordo com o relator do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS), as universidades federais e os centros federais de educação tecnológica enfrentam fase difícil por estarem impedidos de repor recursos humanos com regularidade. “Em boa hora, o governo federal mudou a política que restringia o crescimento da oferta de cursos profissionais e de graduação em nível superior”, destacou.

    As vagas significam a efetivação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e do Plano de Expansão das Escolas Técnicas Federais.

    Assessoria de Imprensa da SESu

  • O plano estratégico para formação de professores em Mato Grosso deve ser concluído em 30 dias. Esta é uma das definições do encontro que reuniu dirigentes do Ministério da Educação responsáveis pelo desenvolvimento do Plano de Ações Articuladas (PAR) e representantes do governo do estado, de universidades, instituições nacionais e locais.

    Os representantes do MEC apresentaram programas e metas da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), além da reestruturação da rede técnica federal e estatísticas do sistema Educacenso.

    O secretário de Educação do estado, Ságuas Moraes, identificou dois problemas principais em Mato Grosso. A oferta de cursos de formação inicial e continuada para professores por parte de mais uma instituição e o reduzido número de professores em áreas como física, matemática, biologia e química. Para o secretário, o ideal é que os professores sejam concursados por área, não por disciplina, como ocorre, e tenham condições de ficar em uma única escola. “Isso possibilitará que estes professores tenham condições de conhecer bem o projeto pedagógico escolar e consigam melhores resultados na qualidade de ensino”, destacou.

    A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, também defendeu a necessidade de o professor ter dedicação a uma única escola. “Não adianta gastar milhões em cursinhos que o professor faça nos fins de semana, pouco produtivos”, afirmou. “Temos de garantir uma formação que integre o professor ao dia-a-dia da escola.”

    O secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Bielschowsky, destacou a importância de planejar a oferta dos cursos de licenciatura para suprir a necessidade de professores nas diferentes regiões do estado, além de procurar adequar os já existentes à realidade da escola. “É fundamental que não haja duplicidade e sobreposição na oferta dos cursos de formação.”

    Assessoria de Imprensa da Seed

  • “A saudade dói, mas temos de nos arriscar para garantir um futuro melhor para nós e para a nossa comunidade”, diz Lucimário do Carmo de Paula, de Formosa, Goiás. Ele é um dos 55 alunos do curso de licenciatura em educação do campo que teve início na última semana de outubro, no campus de Planaltina da Universidade de Brasília (UnB). Casado, 30 anos, dois filhos, Lucimário sabe que não será fácil ficar longe da família, mas está convicto de que o sacrifício vai valer a pena. “É difícil ter uma oportunidade igual a essa”, salienta.

    O curso, com duração de quatro anos (3.525 horas de aula), adota a estratégia de tempo-escola e tempo-comunidade. Ou seja, os alunos passam cerca de 60 dias na instituição, em regime de internato, com oito horas diárias de atividade, e 120 dias na comunidade onde vivem. No período de aulas, ficam hospedados na Escola Técnica de Planaltina. “Queremos garantir que o acesso à educação superior não seja condição que obrigue os estudantes a deixar de viver e morar no campo”, explica a coordenadora da licenciatura na UnB, Mônica Castagna Molina.

    Os estudantes são oriundos da área rural e querem atuar no campo. “Essa licenciatura é parte da estratégia do governo federal de criar táticas para possibilitar a expansão da oferta da educação básica no campo, formar mais educadores e garantir que tenham a titulação exigida pela legislação educacional brasileira”, salienta Mônica.

    Os integrantes da turma provêm de 20 comunidades rurais das cidades-satélites do Gama, Planaltina, Recanto das Emas e São Sebastião (DF); dos municípios de Cavalcante, Formosa e Planaltina (GO); Barra do Bugres e Tangará da Serra (MT) e Anastácio, Angélica e Ponta Porã (MS).

    O curso vai formar educadores para trabalhar nos anos finais do ensino fundamental e médio. A diferença é a formação para a docência multidisciplinar. O diplomado será habilitado para atuar como professor em uma das grandes áreas do conhecimento (artes, literatura e linguagens e ciências da natureza). Poderá, assim, lecionar em mais de uma disciplina da área que escolher.

    Oportunidade — Para Luernandi Alves de Miranda, 21 anos, de Barra do Bugres, fazer o curso é uma maneira de ajudar a desenvolver projetos dentro da comunidade onde reside. Morador de um sítio, com os pais e cinco irmãos, onde se cultivam bananas, ele é o único da família a ter a oportunidade de fazer um curso superior. “Meus pais acharam muito bom eu poder participar,” destaca.

    A expectativa de Rosana da Silva Moreira, 23 anos, casada, uma filha e novamente grávida, é, depois de formada, levar um ensino melhor a quem mora no campo. “Meu marido não gostou muito da idéia de eu ficar tanto tempo fora de casa, mas ele acaba se acostumando”, aposta Rosana, moradora do assentamento Antônio Conselheiro.

    “A zona rural precisa de professores que gostem de estar lá e que abracem mesmo a causa”, destaca Núria Renata Alves Nascimento, 27 anos, solteira, moradora da comunidade calunga de Engenho II, em Cavalcante. Professora concursada do estado, em caráter temporário, ela dá aulas na comunidade desde 2004. “Adoro dar aulas. É a minha paixão.”

    A licenciatura em educação no campo da UnB é um projeto do Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad). Além da UnB, participam do Procampo as universidades federais de Minas Gerais, da Bahia e de Sergipe.

    Saiba mais sobre educação no campo no Jornal do Professor.

    Fátima Schenini

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    Educação no campo: entre a casa e a escola

  • Nascida em Várzea Grande, Mato Grosso, Maria Auxiliadora de Oliveira é professora há 23 anos. Na família, as três irmãs também dedicaram a carreira à educação. “Lá em casa, é assim: todas as mulheres são professoras. Minha mãe, apesar de não ser professora, fez questão que estudássemos pedagogia”, conta. Segundo Maria Auxiliadora, quando tem almoço de família, a casa se transforma em uma sala de professores. As irmãs trocam experiências e discutem projetos e metodologias.

    Apaixonada pela profissão, ela já ganhou três prêmios nacionais. Entre eles, o Professores do Brasil de 2007. “Sempre procuramos inovar, trazendo um projeto diferente. Já estamos inscritas no concurso deste ano”, diz. Maria  Auxiliadora destaca a ajuda da professora Isabel Cristina Corrêa Ribeiro, com quem realiza os projetos há mais de 10 anos. “Sem ela, não teria conseguido.”

    Para a professora, trabalhar com projetos é a melhor forma de envolver alunos, pais e comunidade escolar. “Já chegamos a um patamar no qual as próprias crianças propõem as atividades”, afirma. Ela destaca, ainda, que os projetos ajudam as crianças a desenvolver o senso crítico e a ter opinião própria.

    O segredo para tanto sucesso é simples. Basta associar brincadeiras ao processo de ensino e aprendizagem. Em Cuiabá, na Escola Municipal de Educação Básica Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, onde leciona há 14 anos, Maria  Auxiliadora desenvolveu o projeto Cor e Som: Há Vida em suas Mãos. Aproximadamente 40 crianças de sete anos de idade foram alfabetizadas com música. “Nosso objetivo era estimular o interesse e a curiosidade das crianças, ampliando seu conhecimento e as situações de aprendizagem. Com os gêneros musicais, refletimos sobre as relações de respeito, amizade, auto-estima e propiciamos às crianças o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social”, explica.

    Com base no projeto político-pedagógico da escola, que prima pela interdisciplinaridade, Maria Auxiliadora elaborou inúmeras atividades. Os alunos produziram um CD e um DVD com músicas para o Dia das Mães,  conheceram danças de diferentes épocas, trabalharam com as letras de músicas de vários estilos, passearam pelo centro cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), conheceram um pouco sobre música e instrumentos musicais e pesquisaram a evolução da música, entre várias outras atividades.

    Além da premiação do ano passado, os projetos da professora mato-grossense renderam prêmios nacionais em 2001 e 2004. Para ela, isso significa que está trabalhando na direção certa. “É bom saber que estamos caminhando no rumo certo. Se queremos mudar o mundo, precisamos trabalhar com as crianças.” 

    Renata Chamarelli

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    Professor já foi mais respeitado
    Professor deve se manter atualizado
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    Matérias publicadas no Portal do Professor


  • O livro Atendimento Educacional Especializado para Deficiência Mental, de autoria da professora Maria Teresa Eglér Mantoan, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi lançado nesta quarta-feira, 13, em parceria com o Ministério da Educação. O lançamento ocorreu durante o 2º Seminário Nacional de Formação de Gestores e Educadores do Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, organizado pela Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC), realizado no Hotel San Marco, em Brasília, até a próxima sexta-feira, 15.

    Maria Teresa, que proferiu palestra sobre o atendimento educacional especializado para deficiência mental, garantiu que dentre as deficiências apresentadas, a mental requer um atendimento mais complexo, mas que esse aluno também pode ser incluído na escola comum. "O aluno com deficiência mental tem condições de ser incluído e a garantia dessa inclusão é o atendimento educacional especializado", afirmou a educadora.

    A inclusão de crianças em escola comum com outras deficiências como: surdocegueira, auditiva, cegos ou com baixa visão também foram temas discutidos nesta quarta-feira, no seminário. Shirley Rodrigues Maia, presidente do Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial, defendeu que para obter êxito no processo de inclusão de um deficiente com surdocegueira é necessário levar em consideração a importância do profissional guia-intérprete ou do instrutor-mediador, porque eles serão a conexão do deficiente com o mundo que o rodeia.

    Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), referentes ao Censo Escolar 2004, revelam que o país tem 470.561 alunos com necessidades especiais. Destes, 76.531 estão matriculados em classes especiais; 99.178 já foram incluídos em classes comuns e 294.852 estão matriculados em classes exclusivamente especializadas.

    Repórter: Sonia Jacinto

  • A professora de educação física do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet-BA) Claudete Blatt será a auxiliar técnica da seleção brasileira de basquete nos Jogos Pan-Americanos de Surdos, que vai ocorrer em setembro, na Venezuela. Com ela, vão para o campeonato quatro atletas integrantes do Centro de Surdos da Bahia (Cesba), organização não-govertitle_aliasntal que participa de um dos projetos de extensão que o Cefet-BA desenvolve na área do esporte.

    A parceria entre o Cefet e o Cesba acontece há um ano. Durante esse período, a professora Claudete dá aulas de basquetebol para surdos desta entidade. As aulas são nas segundas e quartas-feiras, à noite, no ginásio de esportes. São cerca de 20 alunos, todos homens, com 20 a 30 anos.

    Em recente participação no Campeonato Brasileiro de Surdos, realizado em Porto Alegre, a equipe treinada pelo Cefet-BA conquistou o título de vice-campeã. Com isso, surgiu a convocação de quatro atletas desta equipe para o campeonato da Venezuela e o convite para a professora Claudete compor o corpo técnico da seleção. (Assessoria de Comunicação do Cefet-BA)

  • Duas professoras brasileiras, Fabiana Ribas e Jerusa Garcia, aproveitaram a oportunidade de trabalhar no que gostam e conhecer outro país. Elas foram selecionadas em 2005 para auxiliar na formação em língua portuguesa de professores de escolas primárias do Timor Leste, país do sudeste da Ásia. Voltaram com muitas histórias para contar. Este ano a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC)  abriu novamente a seleção de bolsistas do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa. As inscrições terminam no dia 12 de janeiro.

    Diante de desafios como pobreza, doenças e conflitos políticos, as professoras relatam como contribuíram para a reconstrução do sistema educacional do Timor Leste. O compromisso de ajuda faz parte do acordo de cooperação internacional firmado entre o Brasil e o Timor Leste.

    Formada em Biologia, mas com experiências em artes, meio ambiente e educação ambiental, Fabiana Ribas, de Caxias do Sul (RS), resolveu se candidatar a lecionar no Timor porque queria doar um pouco de tempo e conhecimento em favor de populações carentes.  O maior desafio foi a falta de material escolar. “A superação teve que ser feita com muita criatividade e dinamismo”, conta.

    Fabiana lembra que também enfrentou problemas com alimentação e  calor. E muitas vezes se viu sozinha na hora de resolver situações difíceis. “Para ultrapassar os obstáculos, é muito importante iniciativa, perseverança e  amor”, aconselha. “A satisfação no rosto do outro é a gratificação, o resultado do trabalho.” O crescimento profissional foi outro aspecto positivo. “Na ausência de apoio técnico, somos testados a desempenhar nossas funções, com o máximo de exigências”, afirma.

    Brasileiros – Segundo Fabiana, os timorenses têm um grande carinho e admiração pelos “irmãos brasileiros”, como são chamados os profissionais que saem do Brasil para trabalhar no Timor.  “Penso que os profissionais das licenciaturas tem uma responsabilidade muito grande para com o povo timorense; eles estão plantando as sementes que brotarão, não só em conhecimento científico, teorias e informações, mas também em virtudes, princípios e valores éticos”, conclui

    Ajuda à humanidade – Jerusa Garcia, de Embu das Artes (SP), foi para o Timor Leste com uma missão: ajudar a humanidade. Trabalhou na Universidade Nacional  e coordenou uma oficina teatral que resultou no espetáculo Planeta Luz, retratando uma proposta de reconciliação entre as facções que lutaram pelo poder no Timor nos últimos tempos, os Lorosaes e Loromonos. Participou de bancas de trabalho de conclusão de curso, foi orientadora de monografia, trabalhou em campos de refugiados com oficina de pintura para crianças e escreveu dois livros, que serão lançados em fevereiro.

    Em meio a tanto trabalho, Jerusa também se deparou com alguns desafios. Um deles era suportar a lentidão com que as coisas aconteciam por lá. “A maneira que encontrei para superar essa morosidade foi aprender a esperar, ter paciência, respeitar o ritmo deles e jamais comparar nada do que se vivencia lá com os referenciais que levamos conosco”, lembra. Outro grande desafio foi ter que driblar o medo de conflitos e brigas de gangues.

    Jerusa afirma que amadureceu muito com essa experiência e passou a valorizar cada detalhe do que deixou no Brasil. “Tudo agora tem um brilho diferente do que tinha antes”, diz.  “Mas é importante que estejamos lá no Timor, ao lado da população, a fim de que eles não se sintam sozinhos e desamparados”, pontua. “O povo timorense ama o Brasil, eles sabem que não estamos lá por dinheiro, mesmo porque as riquezas de que dispomos em nosso país são infinitamente maiores que as deles.”

    O novo edital do programa que envia professores brasileiros ao Timor Leste abriu 13 vagas em diversas áreas do conhecimento. A seleção dos candidatos, que devem comprovar formação mínima em licenciatura plena, será feita pela Capes.  O projeto terá duração de 12 meses e o trabalho começa já em fevereiro. Os selecionados receberão auxílio de US$ 1,1 mil para bolsista e US$ 2 mil para bolsista coordenador local da atividade e, ainda, seguro-saúde, auxílio-instalação e transporte aéreo.

    Letícia Tancredi

  • A professora Rosalinde de Almeida achou que seus alunos estavam desmotivados e sugeriu à direção da escola que organizasse uma gincana do conhecimento. Pró Rosa, como é chamada, é uma das oito professoras que compõem a equipe da escola municipal Primeiro de Maio, que fica numa das regiões mais carentes de Salvador. A idéia da professora foi tão bem acolhida que a direção resolveu incluir na competição todos os alunos, do pré à 4ª série.

    Chamadas de mães pelos pais dos estudantes, metade das pró —diminutivo usado no tratamento diário das professoras —, trabalha vinte horas, enquanto a outra metade dá aula nos turnos matutino e vespertino. Quatro professoras têm nível superior e outra está cursando letras na Universidade Estadual da Bahia. Pró Rosa dá aula para a 3ª série pela tarde, tem nível superior e duas especializações, uma em psicopedagogia e outra em psicomotricidade. “O estudo ajuda muito na hora de planejar as aulas” atesta a professora.

    Além de propor a competição, Rosalinde decidiu dar um estímulo a mais aos próprios alunos: gastou 5% do próprio salário — ela recebe R$ 600,00 por mês — ao comprar brindes educativos para os alunos, que estão se esforçando para participar da gincana. “Um dos brinquedos é um joguinho para formar palavras e o outro ajuda na coordenação. O aluno tem que acertar a bolinha no buraco. Comprei 31 brindes”, calcula Rosa.

    Dentro da gincana do conhecimento, os alunos da pró Rosa fizeram um campeonato de trava-língua e, para incrementar a elaboração de questões sobre as regiões do país, meninos e meninas construirão mapas, com papelão e lápis de cor. Com o incentivo da pró, eles vão desenhar as regiões, recortar os mapas e levar para casa, para ajudar nos estudos. Tudo é feito em grupos. “A gente sempre faz trabalho com equipes, que é bem animado”, entusiasma-se Rosa.

    A professora Creusa de Oliveira, que ensina as crianças da 3ª série à tarde, também incentiva o trabalho em equipe. Como alguns alunos têm mais dificuldades em aprender e a escola não tem sala nem pessoal disponível para dar aulas de reforço no contraturno, a pró Creusa conta com a ajuda dos alunos mais avançados. “Estou acertando com duas coleguinhas que moram próximas de uma aluna que está com dificuldades na leitura para dar um apoio a ela em casa. Como elas são vizinhas, fica mais fácil. Aí, eu contribuo com um presentinho para incentivar”, relata Creusa.

    A professora lembra ainda que deu aula aos mesmos alunos no ano passado. Quando estavam na 2ª série, eles elegeram um anjo, que ajudava os alunos mais fracos. “Busco o apoio do colega que sabe mais, porque é um grupo grande e as condições são muito precárias”, completa a professora, que precisa sair da sala várias vezes por causa do calor. As salas são pouco ventiladas e muito pequenas para comportar os alunos, que se espremem. Cada uma das cinco salas da escola tem entre 30 e 35 estudantes.

    É comum as professoras se cruzarem com alunos e pais no caminho da escola. Todos moram próximos. “Demora meia hora de casa até aqui, porque sempre encontro algum pai querendo conversar sobre o filho, ou então a gente é que pergunta sobre o aluno”, explica a diretora Simone. Os pais mais ligados à escola partilham com as professoras a tarefa de educar os filhos. “Eu digo a meu filho que em casa eu sou a mãe e, na escola, a mãe é a professora. Minha mãe me ensinou assim. O mesmo respeito que ele tem comigo, deve ter com a professora”, ensina Clotilde Santana, mãe de Silas, de 9 anos.

    Para a pró Rosa, o professor precisa assumir a responsabilidade junto com os pais na formação dos meninos e meninas. “A gente tem que tomar essa responsabilidade e fazer alguma coisa, porque senão a própria sociedade se torna vítima — quando deixa de intervir no momento correto. É aí que se criam os bandidos da vida. A gente não pode pensar que a responsabilidade não é nossa. Eu não vou deixar para amanhã ou depois para ajudar meu aluno a encontrar um futuro melhor.”

    Maria Clara Machado

    Confira outras notícias da Caravana da Educação

  • Aos poucos, professores universitários utilizam as tecnologias do Portal Mundo Acadêmico e apresentam suas páginas virtuais no programa do Ministério da Educação. A professora Margarete Axt, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é um exemplo. Na página eletrônica, utilizada pela Universidade de Brasília (UnB) e ligada ao Portal, o usuário pode conhecer projetos da professora, como o Pró-Vida, e comunidades virtuais de aprendizagem.

    Margarete, que ministra a disciplina laboratório de estudos em linguagem, interação e cognição (prática de pesquisa I e II), apresenta textos de sua autoria, como A produção textual de alfabetizandos jovens e adultos em ambientes informatizados: identificando transformações no sentido e na atividade escrita. Já o professor da UnB, Emiliano Faria, diz na sua página que é pesquisador na área de desenvolvimento de software educacional, com base em inteligência artificial. Emiliano divulga notícias e eventos que ocorrerão em Bamako (Mali), Caracas (Venezuela) e Karachi (Paquistão). O professor Paulo Mendonça, também da UnB, colocou só um pôr-do-sol em sua página. E Lúcio Teles preferiu colocar sua foto na página e dizer quem é, quais cursos possui e opiniões sobre a vida em Brasília.

    Objetivos – Ao acessar o Portal, o internauta verá o que é o programa e poderá ir para as instituições federais de educação superior. No sítio de cada instituição há a página principal, a página do professor, notícias, boletins, disciplinas e acervo virtual. Os 15 portais ligados ao Mundo Acadêmico têm links para chats, Universidade Aberta e Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). O objetivo do portal é apoiar ações de inclusão educacional no Brasil que contribuam para tornar acessíveis cursos, materiais didáticos, estudos e pesquisas utilizando as tecnologias digitais.

    Por meio do Portal Mundo Acadêmico, lançado no último dia 15, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, usuários da internet têm acesso, gratuitamente e de forma otimizada, a conteúdos desenvolvidos pelas universidades públicas. Segundo a professora Maria Rosa Abreu, coordenadora do portal da UnB, o Mundo Acadêmico é uma contribuição do MEC e do Fundo das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com apoio de especialistas de software livre e do governo eletrônico, para o professor ter espaço seguro de publicação da sua produção de ensino, pesquisa e extensão.

    “Estamos em fase de testes. É um programa importante, onde o sistema está descentralizado nos CPDs das universidades e é gerenciado com autonomia”, disse. A seu ver, o programa tem uma filosofia que se baseia na sociedade de conhecimento e inclusão social. Maria Rosa entende que o Portal Mundo Acadêmico terá alcance para o bem público e compartilhamento de conhecimentos.

    A consultora da Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), Irla Bocianoski Rebelo, diz que a primeira oficina do Portal Mundo Acadêmico, realizada no 4º Congresso Brasileiro de Educação Superior a Distância (Esud), na semana passada, em Brasília, foi um sucesso. Além das universidades federais ligadas ao projeto-piloto do programa, outras instituições participaram da oficina. Irla estima que em três meses o portal poderá cadastrar outras instituições, além das 15 participantes.  “Pudemos divulgar o programa com mais detalhes e trocar idéias para estratégias de divulgação. Há interesse das universidades em colaborar no desenvolvimento do programa e empenho para instalar o sistema”, afirmou.

    Inicialmente, 15 universidades federais – de Brasília, Paraná, Rondônia, São Carlos (SP), Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pelotas (RS), Goiás, Santa Maria (RS), Amazonas, Piauí, Amapá, Rural do Rio de Janeiro, Pará e Fluminense (RJ) – participam do portal. O portal vinha sendo desenvolvido há dez anos pela Unesco e UnB em ambiente de teste. Está sob a coordenação da SESu, Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC) e Unesco.

    Módulos – O Portal Mundo Acadêmico será constituído, em sua versão final, por três módulos: Sistema de Publicação, que está funcionando; Portal de Busca; e Padrão de Indexação. O Sistema de Publicação fornece infra-estrutura que permite a professores a criação de páginas acadêmicas, tornando disponível, para acesso livre, sua produção de conhecimento na esfera da pesquisa, ensino e extensão, no campo da experimentação, nas aplicações das tecnologias da informação e da comunicação, com vistas à excelência da aprendizagem e avanço na pesquisa de novas linguagens.

    O Padrão de Indexação permitirá às instituições com sistemas de publicação tornar o conteúdo disponível a partir do Portal de Busca, que é um serviço que permitirá ao usuário fazer pesquisas de conteúdos desenvolvidos em qualquer instituição.

    Repórter: Súsan Faria

  • O Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Campos (RJ) está recebendo uma delegação de 33 professores angolanos, para participar, até 26 de outubro, de curso de qualificação na área da construção civil. Posteriormente, eles vão atuar como multiplicadores nos cinco centros de formação profissional em construção em Angola, sob a supervisão da instituição brasileira. As ações integram acordo de cooperação técnica e científica firmado com o Ministério de Obras Públicas (MNOP) de Angola.

    Após a guerra civil, o governo do país africano passou a investir na área da construção civil, mas enfrentava sério problema de qualificação de mão-de-obra. A construtora brasileira Odebrecht, que realiza obras no país, sugeriu ao MNOP que enviasse comitiva ao Brasil para conhecer instituições que oferecem formação nas áreas carentes de profissionais. A instituição de Campos acabou sendo a escolhida para o acordo.

    O acordo de cooperação prevê a montagem de cinco centros de formação profissional, nas províncias de Luanda, Benguela, Huambo, Malanje e Zaire. As plantas arquitetônicas foram elaboradas pelos professores Regina Coeli Martins Paes Aquino e Octavio Fernandes, do Cefet de Campos. Além de supervisionar a construção dos centros, que ficará a cargo da construtora brasileira, a equipe do Cefet terá que listar os equipamentos necessários para a montagem das escolas.

    “Neste primeiro momento, professores e técnicos angolanos serão qualificados no Brasil e, posteriormente, professores do Cefet viajarão para Angola para dar continuidade ao processo de formatação dos centros”, esclarece o coordenador do projeto Angola-Brasil, Synthio Vieira de Almeida. 

    Ana Júlia Silva de Souza

  • Professores da quinta à oitava série do ensino fundamental da rede pública vão receber informações, debater e aprofundar temas como gênero, sexualidade e igualdade étnico-racial. A partir do próximo ano, segundo a secretária especial de políticas para as mulheres, Nilcéa Freire, eles farão o curso semipresencial Gênero e Diversidade na Escola. A aplicação do projeto-piloto do curso está sendo avaliada em Brasília, em encontro que será encerrado na quinta-feira, dia 30. A iniciativa é do Ministério da Educação, do Conselho Britânico, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM).

    O projeto-piloto, com 30 horas presenciais e 170 a distância, foi executado entre maio e setembro, com apoio na plataforma e-Proinfo, ambiente colaborativo de aprendizagem da Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC). A coordenação coube ao Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (Clam), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

    O objetivo principal do curso é oferecer aos professores elementos para mudar as práticas de ensino, desconstruir preconceitos e romper o ciclo de sua reprodução pela escola. Com a formação, os profissionais terão instrumentos para refletir e conviver com atitudes e comportamentos que envolvam relações de gênero e étnico-raciais, além de sexualidade.

    No total, 1.054 professores da quinta à oitava série de Dourados (Mato Grosso do Sul), Maringá (Paraná), Niterói e Nova Iguaçu (Rio de Janeiro), Porto Velho e Salvador participaram do projeto-piloto. Destes, 865  concluíram o curso. Os organizadores receberam mensagens de correio eletrônico, respostas de questionários aplicados a cursistas e relatórios de orientadores temáticos. Para fazer uma radiografia completa do projeto, porém, foi promovida uma oficina, em Brasília,  com cem professores cursistas e orientadores temáticos.

    “Queremos saber o que deu certo e o que deu errado e acrescentar o que for necessário”, explicou Leila Araújo, gerente de projetos do Clam. Após avaliação de conteúdo, metodologia e gestão, será formatado o curso a ser oferecido aos professores.

    Mais informações na página eletrônica do Clam.

    Susan Faria

  • Os professores Israel Mariano (E) e Rosalvo Costa concluíram a especialização em tecnologias educacionais junto com colegas de todo o país. (Foto: Seed divulgação)Eu usava o computador em sala de aula, mas não do jeito mais adequado, diz o professor Israel Mariano, do Gama, Distrito Federal, um dos 1,2 mil professores que concluíram o curso de especialização em tecnologias da educação oferecido pelo Ministério da Educação. “Agora sei um pouco melhor como usar as tecnologias educacionais de forma pedagógica”, diz.

    Iniciativa da Secretaria de Educação a Distância (Seed) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o curso de pós-graduação lato sensu começou em abril de 2006. O objetivo da iniciativa é formar professores multiplicadores para atuar nos núcleos de tecnologia educacional das escolas públicas em todo o país. Ministrado a distância no ambiente e-Proinfo, desenvolvido pelo MEC, o curso teve 46 turmas com representantes das 27 unidades da Federação. Os professores estudaram 15 disciplinas em dois módulos, num total de 420 horas.

    Integração – O curso abordou a integração das diferentes mídias – televisão, rádio, informática, material impresso – na prática dos educadores. “Os professores estão capacitados para fazer uma aproximação dos laboratórios de informática com a sala de aula e com a realidade dos alunos”, explica a professora Gilda Bernardino, responsável pela coordenação central de educação a distância da PUC-Rio.

    Professora do ensino fundamental no município de Nova Bassano, no Rio Grande do Sul, Marli Dagnese confirma: “O curso nos deu uma visão abrangente sobre o que são as tecnologias da educação e como elas podem ser usadas no processo educacional”. Marli diz que o curso ajudou a repensar a prática e a usar as tecnologias de forma integrada e cooperativa, o que enriquece muito a construção do conhecimento junto com os alunos.

    Para a coordenadora do programa mídias na educação da Seed, Ângela Martins, os professores multiplicadores têm um papel importante para a melhor utilização das tecnologias educacionais nas escolas públicas. “Ele é um agente de mudança, pois, como especialista, sensibiliza e motiva os professores quanto à integração e utilização pedagógica das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino e de aprendizagem”, explica.

    Esta é a 35ª edição do curso de especialização oferecido pela Seed. Os anteriores foram presenciais e tiveram como tema a informática na educação e formaram cerca de 1,3 mil professores. O curso integra um conjunto de ações da Seed que investe na inserção das tecnologias de informação e comunicação (TICs) na educação pública brasileira, na perspectiva de elevar o seu padrão de qualidade. Uma nova turma de professores está prevista para o segundo semestre de 2008.

    Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação a Distância

  • Com o objetivo de enfocar a natureza do racismo na sociedade brasileira e difundir a cultura afrodescendente na escola, o Ministério da Educação promove oficinas pedagógicas sobre "Racismo e Educação". As aulas são dirigidas a 405 professores e coordenadores das 24 instituições operadoras do Programa Diversidade na Universidade, Projetos Inovadores de Cursos (PIC). As aulas iniciaram dia 15 de abril e vão até maio nos Estados do RJ, SP, MA, MG e BA.

    As oficinas pedagógicas têm o objetivo de demonstrar a importância da temática racial no PIC, pois é um importante elemento de formação da consciência de pertencer a um grupo étnico, válido tanto para professores quanto para alunos. Os educadores debaterão a necessidade da inclusão do olhar acerca das diferenças raciais e do racismo, no tratamento com alunos desses cursos, produzindo diretrizes mínimas e propostas de atividades de abordagem da temática racial como conteúdo transversal e inovador dos cursos.

    Segundo a coordenadora do PIC, Renata de Melo Rosa, muitos professores ainda não têm a compreensão da natureza do racismo na sociedade brasileira. "É importante que os professores construam um olhar mais atento quanto às questões de racismo", destaca a coordenadora. Renata explica, ainda, que um dos principais motivos da evasão escolar dos afrodescendentes é justamente a falta de identificação cultural dos alunos. "Os estudantes sofrem com a carência de representatividade e compreensão dos seus valores, em sala de aula, religiosidade etc".

    As oficinas servem para sensibilizar e mostrar aos professores a existência de um movimento negro organizado e que deseja ser ouvido pelo Estado. "Os seminários têm como objetivo firmar a posição de um povo que existe e quer se fazer ser ouvido", observa Renata.

    Além de Campo Grande, São Carlos (SP) e Viçosa (MG), que realizaram o seminário no último final de semana, estão agendadas as oficinas de Caxias (MA), nos dias 23 e 24. Em maio, serão realizadas oficinas nos estados da Bahia e Rio de Janeiro, e em cidades de São Paulo e Minas Gerais, que ainda aguardam definição das datas.

    Repórter: Sandro Santos

  • Os professores brasileiros que participam da Missão Brasileira de Cooperação Técnico-Educacional na República Democrática do Timor Leste começam a deixar as primeiras marcas positivas na sociedade timorense. Bem recebidos, graças principalmente ao bom conceito que a música e o futebol brasileiros têm por lá, os 47 docentes que participam, desde o início de abril, do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), procuram se integrar aos hábitos e costumes locais, ao mesmo tempo em que promovem cursos, oficinas, seminários e outras atividades.

    O Brasil é um dos países que participa do projeto de reconstrução da identidade do Timor Leste, liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), após 24 anos sob domínio da Indonésia. Os brasileiros vão reforçar o aprendizado da língua portuguesa, falada por cerca de 5% da população. O português é uma das línguas oficiais do país, bem como o tetum, utilizado por aproximadamente 23% dos habitantes; os outros 72% dos timorenses falam diversos idiomas locais. Até março de 2005, eles ministrarão aulas, em português, de disciplinas como matemática, química e biologia, com o objetivo de qualificar docentes dos diversos níveis de ensino. Também vão participar de projetos e atividades de planejamento, em conjunto com representantes da Universidade Nacional do Timor Leste e do Ministério da Educação, Juventude e Desporto daquele país.

    Um dos resultados já concretizados pela missão é a elaboração de livros didáticos de física, biologia, história, geografia e educação física, utilizando a realidade local. Os livros de história e geografia foram ilustrados com fotos do país e seu povo. Outros produtos são os programas de Qualificação de Professores e Ensino da Língua Portuguesa em Timor Leste; e Formação Continuada de Professores em Exercício (o Proformação do Brasil). Na primeira quinzena de agosto, os professores brasileiros darão treinamento a mil professores de nível médio, no interior do país, utilizando material adaptado à realidade do povo e em língua portuguesa.

    Trabalho voluntário – De acordo com Cleonice Terezinha Fernandes, da Secretaria de Educação do estado do Paraná, que integra a missão, o perfil do grupo é de pessoas que já desenvolviam atividades voluntárias no Brasil, além de terem conhecimento em duas ou mais áreas de atuação profissional. Ela conta que algumas pessoas estão trabalhando junto com a Pastoral da Aids, coordenada por uma freira brasileira e ela própria está engajada em inúmeras atividades. Uma delas é a Pastoral da Criança, também administrada por religiosas brasileiras.

    Cleonice ainda dá aulas de dança e participa de um projeto que ensina a língua portuguesa, por meio da música, a adolescentes pobres da periferia. “Adolescência será o grupo de referência, porque é aquele que, durante o domínio indonésio, não teve contato efetivo com a língua portuguesa”, explica. Ela acrescenta que a maior recompensa de sua estada no Timor é o seu crescimento pessoal e profissional, pelo fato de ter uma experiência internacional em uma cultura absolutamente diferente.

    Para Lúcia Lopes Pinheiro Rocha, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o povo timorense precisa muito do conhecimento e experiência dos brasileiros. “Na minha opinião, o Brasil pode e deve oferecer, a esse e a outros povos, a vivência amadurecida das suas instituições. Tenho orgulho de falar da nossa cultura, das nossas leis e do quão amadurecido se encontra o nosso sistema educacional. Foi bom ter saído do Brasil e poder observar a distância”, diz. Entre os trabalhos de que participa está a criação de um sistema de acreditação de cursos semelhante ao processo de reconhecimento utilizado no Brasil, mas adaptado à realidade timorense.

    Jovem nação – A República Democrática do Timor Leste foi constituída em 1975 e restaurada em 2002. Localizada no lado oriental da ilha de Timor, no sudeste asiático, é a mais jovem nação do mundo. Ex-colônia portuguesa, foi invadida e teve seu território anexado pela Indonésia no período de 1975 a 1999. Segundo dados do Ministério da Educação timorense, o país possui 749 escolas primárias, 126 pré-secundárias, 57 secundárias, 13 profissionalizantes e 58 pré-escolas. O número total de professores é de 6.460, sendo 4.408 do primário, 1.155 do pré-secundário, 613 do secundário, 214 do profissionalizante e 70 da pré-escola.

    Repórter: Fátima Schenini

  • As equipes pedagógicas brasileiras e argentinas do Projeto Escolas de Fronteira estão reunidas nesta quarta e quinta-feira, 5 e 6, em Brasília, para avaliar as dificuldades e avanços da implementação do programa. Desde o ano passado, municípios brasileiros e argentinos que ficam na fronteira entre os dois países estão realizando experiências de intercâmbio de professores para o ensino de português e espanhol nas primeiras séries do ensino fundamental.

    De acordo com a coordenadora do projeto na Argentina, Lia Lopez, a idéia é avaliar o trabalho desenvolvido até o momento para aprimorar as atividades. “Queremos complementar o trabalho para dar cada vez mais solidez teórica, técnica e política ao programa”, explicou.

    Em São Borja, no Rio Grande do Sul, a experiência começou neste ano e envolve três turmas de 1ª série. A secretaria municipal disponibiliza carro para que os educadores atravessem a fronteira e dêem aulas de conteúdos diversos, em português, no município de Santo Tomé, na Argentina. Em Uruguaiana (RS), são atendidas duas turmas de 1ª série e duas turmas de 2ª série durante o próprio turno. Para facilitar a integração com o outro idioma, os professores brasileiros realizam atividades em espanhol, além das aulas com os professores de Paso de los Libres, na Argentina.

    Os demais municípios envolvidos no projeto bilíngüe Escolas de Fronteira são Foz do Iguaçu, no Paraná, e Itaqui, no Rio Grande do Sul, que iniciaram as atividades neste ano, e Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, que começou o trabalho no ano passado. Na avaliação do chefe da Assessoria Internacional do MEC, Alessandro Candeas, a região de fronteira normalmente é vista como um espaço de demarcação territorial e não de integração. “Este projeto tem o objetivo de integrar as populações e acabar com a visão de fronteira como afirmação de soberania de um país”, disse.

    Segundo Candeas, a meta do MEC é ampliar o projeto para os outros países que fazem fronteira com o Brasil. “O trabalho é tão importante que está incluído na agenda de discussões do Mercosul”, informou. O objetivo do MEC é que até o final do ensino fundamental os alunos entendam, falem e escrevam em espanhol. As cidades fronteiriças foram escolhidas para a experiência porque são zonas de interação entre as duas línguas.


    Flavia Nery

  • Professores brasileiros embarcam para o Timor Leste, esta semana, dias 29 e 30. Os 47 selecionados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) vão participar do programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa no Timor Leste. O programa resulta de acordo firmado entre o ministro da Educação do Brasil, Tarso Genro, e o ministro da Educação, Cultura, Juventude e Esportes do Timor Leste, Armindo Maia.

    Os brasileiros permanecerão naquele país pelo período de um ano, ministrando aulas, em português, de disciplinas como matemática, física e química, entre outras, visando à qualificação de professores de diversos níveis. Também vão trabalhar em atividades de projetos e planejamento com representantes da universidade e do Ministério da Educação timorenses.

    Segundo o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, trata-se de uma nova visão sobre a cooperação internacional, em que o Brasil pode dar contribuições positivas para recuperar os padrões culturais que o povo timorense perdeu ao longo de sua história recente. "Os professores terão uma tarefa gigantesca para o ensino de português e de ciências, preparando professores e jovens daquele país para retomar o curso de sua história."

    Participantes - Há participantes de todas as regiões. Do total de 47 professores, o maior número é da região Sudeste, 19, seguido pela região Nordeste, com 14 representantes. Para Denílson da Silva, professor de física em Osório (RS), o fato de ter assistido, em 2004, a um documentário sobre o Timor, despertou sua solidariedade. "Estar do outro lado do mundo, com outra cultura, é um desafio. Mas esses entraves serão superados", diz.

    Cultura - Para Tatiana Rodrigues Brommonschenken, professora de química em Montes Claros (MG), a viagem vai lhe proporcionar experiência profissional e cultural, além de novos relacionamentos. "Vou com o coração aberto, com carinho pelos timorenses. Estou louca para chegar", diz Jerusa Guijen Garcia, coordenadora de oficinas artístico-culturais na periferia de São Paulo. Ela acredita no saldo positivo de ações desse tipo.

    Amanhã, 29, embarcam 17 professores. Os demais irão quarta-feira, 30. O embarque, nos dois dias, será feito no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, às 17h30. Antes da viagem, os professores serão vacinados contra encefalite japonesa. A vacina será aplicada por membros do Exército, no aeroporto. 

    Fátima Schenini

  • O programa Professor Visitante Sênior nos Estados Unidos, uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) e a Comissão Fulbright, recebeu 44 inscrições. O programa tem o objetivo de estreitar as relações entre o Brasil e os EUA no meio acadêmico norte-americano, por meio da divulgação da ciência, tecnologia e cultura brasileiras.

    Segundo informações da coordenadora adjunta de Cooperação Internacional, Fátima Battaglin, o número de inscritos poderá aumentar, uma vez que as inscrições são feitas via Correios e serão aceitas desde que as correspondências dos interessados tenham sido postadas até a data limite: 31 de março. Até esta terça-feira, 11, a área que apresentou o maior número de candidatos foi a das engenharias, com seis inscritos.

    As candidaturas serão avaliadas por uma comissão formada por representantes das duas instituições. Serão analisados aspectos como o currículo do candidato, o plano de atividades e a instituição em que deseja desenvolver suas atividades nos Estados Unidos. "A avaliação deve ocorrer até o fim de abril, em Brasília, e a divulgação dos resultados está prevista para maio", diz a coordenadora.

    Pesquisas - Battaglin explica que os selecionados para as dez vagas oferecidas deverão dar aulas, realizar pesquisas e proporcionar orientação técnica e científica com o objetivo de divulgar a produção científica brasileira em instituição de ensino superior norte-americana de renome. As atividades dos professores selecionados seguirão o calendário do ano acadêmico americano: de setembro de 2006 a junho de 2007.

    Fátima Schenini

  • Os cerca de 20 mil professores de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e do ensino médio, que participam do 1º Curso de Prevenção de Drogas, têm prazo até dia 15 para enviar à Universidade de Brasília (UnB) o projeto de conclusão. Com 120 horas de duração, o curso a distância é promovido pelo Ministério da Educação e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), em parceria com a UnB.

    De acordo com a coordenadora Carla Dalbosco, do Centro de Educação a Distância (Cead), da Universidade de Brasília, a avaliação preliminar indica que a forma de abordagem do tema, considerado tabu, foi boa e que os materiais didáticos foram compreendidos pelos professores. No projeto-piloto desenvolvido em 2004 com cinco mil professores e gestores, diz, muitos educadores tinham uma visão repressora e de identificação do usuário. “Agora os projetos sinalizam para a compreensão da necessidade de atenção primária ao estudante, que é o objetivo do curso.” Outro dado positivo foi o acesso dos cursistas à plataforma do Cead para participar de discussões, trocar experiências, analisar vídeos. Segundo Carla Dalbosco, entre fevereiro e abril, 13 mil educadores acessaram a plataforma.

    Marlúcia Amaral Delfino, técnica pedagógica da Secretaria de Educação Básica (SEB), informa que o Ministério da Educação estuda a oferta de um novo curso de prevenção de drogas para o segundo semestre e a possibilidade de abrir vagas para integrantes de associações comunitárias que têm atuação direta na escola. Dos 20 mil professores que iniciaram o curso a distância em 15 de janeiro deste ano, a UnB estima que 60% devem concluí-lo e receber certificado.

    Para participar do curso, cada escola teve que constituir um grupo misto de cinco a dez membros, entre professores, gestores, diretores e orientadores. Além de estudar e participar das discussões, a equipe deve montar um projeto de prevenção ao uso de drogas para a escola e a comunidade onde atua. A UnB vai avaliar a qualidade do projeto antes de certificar o grupo. Os 20 mil cursistas pertencem a 2.287 escolas públicas de todas as regiões do país.

    Ionice Lorenzoni

  • Entre dezembro deste ano e janeiro de 2007 entram no mercado de trabalho 1.500 professores capacitados para lecionar em classes do ensino médio integrado à educação profissional para jovens e adultos (EJA). Esses professores, que são da rede federal de educação profissional, estão terminando o curso de especialização em EJA oferecido por 14 centros federais de educação tecnológica (Cefets) e pela Universidade Tecnológica do Paraná e o Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, da Paraíba.

    Com a qualificação, explica a coordenadora-geral de Políticas da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Caetana Rezende Silva, a rede federal de 22 estados está em condições de dobrar a oferta do ensino médio integrado, conforme prevê o Decreto nº 5.478, de 24 de junho de 2005, que criou o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).

    O público principal do ensino médio integrado são os jovens e adultos que concluíram o ensino fundamental, mas que estão fora da escola. O curso para os alunos tem carga horária de 2.400 horas, das quais 1.200 horas destinadas à formação geral. Além desta modalidade de ensino, os professores com especialização em EJA também vão trabalhar em cursos de formação inicial e continuada para jovens e adultos. Os cursos de curta duração têm carga horária máxima de 1.600 horas, sendo, no mínimo, 1.200 horas para formação geral e 200 horas para formação profissional.

    Ampliação — Ao concluir a primeira turma de especialização em EJA, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica e os Cefets estão criando novas turmas que farão curso intensivo de janeiro a março de 2007. Caetana Rezende Silva diz que a expansão permite abrir mais 1.265 vagas para professores. As novas turmas serão oferecidas em seis cidades: o Cefet do Pará vai abrir uma turma em Palmas (TO) para professores da rede federal dos estados de Tocantins e Maranhão e do sistema estadual de ensino de Tocantins; o Cefet Mato Grosso abre uma turma em Cuiabá, que vai reunir professores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia; o Cefet São Paulo abre duas turmas em São Paulo e uma em Sertãozinho; o Cefet de Minas Gerais abre uma turma em Goiânia (GO) e outra em Contagem (MG). Em Contagem, o Cefet fez convênio com a prefeitura para oferecer especialização aos professores da rede municipal.

    A especialização em EJA forma dois tipos de profissionais: o professor para trabalhar na sala de aula ou na capacitação de outros colegas; e o gestor que vai propor projetos, tendo em conta a realidade social, cultural e econômica da região onde a escola atua. A especialização tem duração de 360 horas presenciais, ministradas nas sedes dos Cefets e dos pólos ou fora destes de forma intensiva. Os cursos, que encerram em dezembro deste ano ou janeiro de 2007, têm 1.500 vagas. Participam os Cefets de Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Santa Catarina; Universidade Tecnológica do Paraná; e os consórcios dos Cefets do Rio (Rio de Janeiro, Campos e Química), do Sul (Pelotas, Bento Gonçalves e Universidade Federal do Rio Grande do Sul); e o Colégio Agrícola Vidal de Negreiros (PB).

    Ionice Lorenzoni

  • A troca de saberes na escola e a interação entre professores e alunos são pontos em destaque da coleção Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos que o MEC começa a distribuir na próxima semana. Escolas das redes públicas estaduais e municipais receberão um conjunto de cinco cadernos, elaborado pela educadora, escritora e especialista em educação de jovens e adultos Vera Barreto, a pedido da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC).

    Os materiais, diz a coordenadora-geral de educação de jovens e adultos da Secad, Cláudia Veloso, servirão de apoio a professores no desenvolvimento de tarefas na sala de aula. Para Cláudia, os cadernos abrem aos educadores uma série de possibilidades, entre elas, de subsídio para discussões e estudos individuais e coletivos e estímulo à troca de saberes na escola. Ela lembra que jovens e adultos trazem consigo experiências que devem ser consideradas no desenvolvimento do aprendizado, o que pode gerar rica convivência escolar. Apesar da educação de jovens e adultos ser atividade especializada e com características próprias, diz Cláudia Veloso, no Brasil são raros os cursos de formação de professores, daí a importância do material chegar às escolas.

    O MEC vai distribuir 240 mil volumes em 48 mil kits. O conteúdo dos cadernos está em 6.100 CD-Rom, que o ministério enviará aos 27 coordenadores estaduais de educação de jovens e adultos (EJA), aos 3.513 secretários municipais de educação que têm oferta de educação de jovens e adultos em suas redes e aos 2.051 municípios que não têm EJA. Os 3.513 municípios com EJA, além do CD-Rom, recebem uma coleção dos cadernos, e os fóruns estaduais e regionais de EJA, a coleção impressa e um CD-Rom. Os cadernos, explica Cláudia Veloso, são para os professores e os CD-Rom, para as secretarias multiplicarem o material e oferecê-lo às suas escolas.

    Conteúdos — Alunas e Alunos da EJA é o título do primeiro caderno. Traz informações, estratégias e procedimentos que ajudam o educador a conhecer seus alunos. Aborda itens como o perfil deste público, porque procuram os cursos, o que querem saber, o que já sabem e o que não sabem, relações com o mundo do trabalho e na sociedade em que vivem. O segundo volume – A Sala de Aula como um Grupo de Vivência e Aprendizagem – apresenta estratégias capazes de gerar, desenvolver e manter a sala de aula como um grupo de aprendizagem com interação professor/aluno e os alunos entre si. Os cadernos 3 e 4 – Observação e Registro, Avaliação e Planejamento – cuidam da prática pedagógica. No último volume, Processo de Aprendizagem dos Alunos e Professores, estão orientações e discussões relativas à teoria do conhecimento: como os alunos aprendem e como os professores aprendem ensinando.

    Ionice Lorenzoni

    Republicada com correção de informações

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