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  • Escolas da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e governos estaduais têm até 30 de outubro para inscrever, junto ao Ministério da Educação, projetos para formação de professores e gestores do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja). Os cursos podem ser oferecidos por escolas da rede e pelos sistemas de educação estaduais e distrital em parceria com universidades federais ou estaduais.

    Os cursos de formação do Proeja deverão ser ofertados entre três e seis módulos de 40 horas cada, conforme a necessidade de cada projeto, na modalidade presencial ou semipresencial. Quando oferecidos por instituições das redes estadual ou distrital, 15% das vagas devem ser asseguradas a professores da rede federal. Nos cursos das escolas federais, igual porcentagem deverá ser destinada a docentes das redes estadual ou distrital.

    As propostas, contendo projeto de cursos e plano de expansão, devem ser encaminhadas para o endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.  e postadas nos Correios, mediante Aviso de Recebimento (AR). O envelope deve ser lacrado e estar identificado como Formação Proeja – Chamada Pública nº 002/2007 MEC/Setec. O endereço para envio é Ministério da Educação, Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, Departamento de Políticas e Articulação Institucional, Esplanada dos Ministérios, bloco L, Anexo 2 do edifício-sede, 1º andar, sala 119.

    Critérios — O projeto de curso será avaliado segundo sua concepção pedagógica e metodológica, critérios de avaliação de aprendizagem, a logística de implementação e a infra-estrutura alocada de acordo com as condições e as prioridades estabelecidas para o Proeja. Os planos de trabalho também serão examinados.

    Os projetos aprovados poderão receber financiamento para bolsas destinadas a professores, material de consumo, produção e impressão de material didático, passagens e diárias.

    Mais informações na página eletrônica da Setec.

    Rodrigo Farhat

  • Com o intuito de divulgar as novidades disponíveis no mercado educacional, o Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), está convocando empresas que trabalham com equipamentos e materiais didáticos para a educação profissional a participar da exposição que será montada no Encontro Nacional das Entidades Executoras do Proep. O evento será realizado em Brasília de 14 a 16 de março.

    O objetivo da exposição é compartilhar com os participantes informações sobre produtos ligados à promoção da educação profissional no país, de forma que as empresas se tornem potenciais fornecedoras destes materiais para as entidades conveniadas ao Proep. Será permitida a comercialização dos produtos

    Os interessados em expor devem se inscrever até o dia 18 de fevereiro, encaminhando um resumo escrito com a descrição dos equipamentos e materiais para a Caixa Postal 9903 – CEP 70040-976. Só serão aceitos envelopes enviados até o último dia da inscrição, sendo o envio comprovado pela data de postagem da correspondência.

    Cada expositor terá disponível um espaço de 2,5 x 2,5 m² para montagem do estande, ficando a seu encargo suportes e materiais usados, transporte, guarda, montagem e desmontagem. O edital está disponível na página eletrônica do FNDE. A relação dos selecionados será publicada no mesmo sítio, a partir do dia 24 de fevereiro. Mais informações com Paulo Marquês, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. (Assessoria de Comunicação do FNDE)

  • O Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep), do Ministério da Educação, vai beneficiar neste ano sete escolas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Além disso, promoverá o desenvolvimento sustentável no município gaúcho de Feliz, a partir de projeto comunitário pioneiro da Fundação de Educação Profissional do Vale do Rio Caí.

    A fundação faz parte de um projeto comunitário pioneiro. A construção do centro de escola técnica vai seguir critérios sustentáveis, com captação da água da chuva e tratamento do esgoto feito com flores e plantas. A água do esgoto será levada para uma área denominada “caminho das bananeiras”, onde passará por pedras, plantas, flores e arbustos. As raízes e pedras farão o processo de decantação da água. O processo é desenvolvido voluntariamente por um grupo de estudantes de mestrado e doutorado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

    Segundo a coordenadora do projeto, Maria da Glória Barcarollo Gauer, o objetivo é atender 20 municípios na região e uma população de 170 mil pessoas. “Vamos iniciar com três cursos na área de indústria e cerâmica, gestão de bens e serviços, e agricultura na agroindústria. Paralelamente, vamos desenvolver cursos de qualificação profissional de curta duração”.

    A Unidade de Educação Básica de Bagé vai integrar a rede pública de ensino na cidade de Porto Alegre. A instituição será construída em 451 metros quadrados de área na cidade, próximo à fronteira com o Uruguai. Segundo o diretor-geral Martim Saraiva Barboza, depois de pronta a obra vai abrigar cursos técnicos e de mecânica. “A previsão é ter aproximadamente 136 matrículas de formação inicial e continuada de trabalhadores e 60 matrículas de cursos técnicos”, disse.

    A Unidade de Educação Básica de Santa Rosa fica perto da fronteira com a Argentina, e tem características semelhantes às de Bagé. Os dois projetos estão orçados em R$ 1,3 milhão cada, sendo que o governo do Rio Grande do Sul aguarda a liberação do dinheiro para dar início à licitação das obras ainda este ano.

    Em Santa Catarina, dois colégios agrícolas, dos municípios de Água Doce e São José dos Serritos, foram beneficiados com o convênio. “Esses colégios serão reestruturados na parte física e de equipamentos. Com isso pretendemos ampliar o atendimento entre 20% e 30%”, explicou Edilson dos Santos Godinho, gerente da Educação Profissional do estado. Segundo Godinho, os benefícios do programa se estendem para aproximadamente outros 70 municípios da região, sendo que o estado pretende complementar os recursos do programa para atender à demanda. 

    Recursos - O Proep visa desenvolver ações integradas de educação com o trabalho, a ciência e a tecnologia, em articulação com a sociedade. Os recursos são originários de dotações orçamentárias do governo federal, sendo 25% do MEC, 25% de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e 50% de empréstimos da União junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

    Repórter: Sônia Jacinto

     

  • O Ministério da Educação vai investir R$ 5,8 milhões em escolas profissionalizantes da região Centro-Oeste com recursos do Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep). Segundo Carlos Robério Garay Correa, da Diretoria de Programas Especiais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), os recursos serão liberados com base em um cronograma. As escolas vão apresentar ao FNDE os projetos executivos. Após a aprovação, serão licitados os serviços para obras e aquisição de equipamentos. Depois, as instituições de ensino receberão os recursos parte este ano, e o restante em 2006.

    No Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França, de Goiânia, serão investidos R$ 2.499.701,00. Neste ano, serão liberados R$ 460 mil. Com parte dos recursos será construído um teatro-laboratório. “Vamos proporcionar aos quatro mil alunos a oportunidade de trabalhar no teatro. Hoje, eles fazem suas apresentações no pátio”, disse Fátima Valdimar Costa e Silva, superintendente de ensino profissional de Goiás. O centro oferece mais de 80 cursos nas áreas de teatro, dança, música e artes plásticas.

    Também em Goiás, serão investidos R$ 1.741.331,32 na unidade de ensino descentralizado (Uned) de Morrinhos, ligada ao Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Urutaí. “Com os recursos, vamos equipar a Uned. É uma escola nova, com carências”, explicou José Donizete Borges, diretor do Cefet de Urutaí. Segundo Borges, as duas escolas funcionam apenas com o orçamento do Cefet, que tem 1,1 mil alunos. Com o Proep, haverá investimentos na área de informática, ampliação de vagas e compra de equipamentos para a Uned, que atende 450 estudantes. Devem ser liberados, este ano, R$ 571.965,34.

    A Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento Integrado Rio Verde, de Lucas do Rio Verde (MT), terá investimentos, até 2006, de R$ 1.575.328,78. Com 16 anos de emancipação e crescimento da população de 14% ao ano, Lucas do Rio Verde, a 350 quilômetros de Cuiabá, é região de nova fronteira agrícola, que recebe muitos migrantes, a maioria mão-de-obra não-qualificada.

    Mais informações pelos telefones (61) 3212-5912 (FNDE); (62) 3201-3001 (Secretaria de Educação de Goiás); (64) 3465-1922 ou 1955 (Uned Morrinhos).

    Repórter: Susan Faria

     

  • O Programa de Extensão da Educação Profissional (Proep) vai investir R$ 59 milhões em projetos de 32 entidades, órgãos federais, estaduais e do segmento comunitário de ensino tecnológico espalhados pelo país. Para a Região Sudeste foram destinados R$ 15,9 milhões. Os recursos serão divididos, neste e no próximo ano, entre sete centros federais de educação tecnológica (Cefets) e fundações de ensino.

    Para o Cefet do Espírito Santo, por exemplo, o Proep vai liberar R$ 2,2 milhões. O dinheiro vai equipar a unidade de ensino descentralizada (Uned) de Cachoeiro do Itapemirim, pronta há cinco anos, mas ainda sem mobiliário e laboratórios. “Vamos aplicar o dinheiro na rede de informática e na compra de mobiliário e equipamentos de refrigeração”, disse Aloísio Carnielli, diretor de relações empresariais do Cefet-ES.

    A unidade abriu, neste semestre, os cursos de eletromecânica e rochas ornamentais, que só precisam de um laboratório. A meta é usar o dinheiro para oferecer os cursos de segurança do trabalho e informática.

    Enfermagem — A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) receberá R$ 1,9 milhão para a construção da sede da Escola de Formação Profissional, em Belo Horizonte. A instituição, que funciona desde 1993, sem sede própria, já formou mais de 1,2 mil técnicos e auxiliares de enfermagem. “Conseguimos o dinheiro para abrir a escola graças ao trabalho que fazemos há 12 anos”, comemorou a diretora Sandra Miramar.

    A escola da Fhemig atende 150 alunos nos cursos de biodiagnóstico, nutrição, higiene dental e gestão hospitalar de nível médio. A idéia é montar uma turma de gestão hospitalar em outros municípios. “A construção da sede vai possibilitar a ampliação dos cursos”, disse Sandra.

    Segundo o presidente do Cefet de Minas Gerais, Flávio Antônio dos Santos, o convênio vai permitir a consolidação da Uned de Divinópolis. “Há anos, pagamos aluguel. A unidade, que receberá R$ 2,2 milhões do Proep, terá sede própria, reforço no laboratório e abertura de cursos”, afirmou.

    O Proep desenvolve ações integradas de educação, tecnologia, trabalho e ciência. Os recursos têm origem nos orçamentos do MEC e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), além de empréstimos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinados em 1997, com vigência até 2006.

    Repórter: Flavia Nery

     

  • O convênio do Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep) trouxe benefícios para alunos de vários estados do Nordeste. Na Paraíba, por exemplo, resultou em maior segurança para aproximadamente 250 estudantes da zona rural, da Escola Agrotécnica Federal de Sousa. Acostumados a viajar em caminhonetes improvisadas, eles vão ganhar um ônibus escolar.

    Segundo o diretor-geral da escola, Francisco Tomaz de Oliveira, a instituição funciona com locais improvisados desde que foi criada. “Para se ter uma idéia, a secretaria da escola divide o espaço com a padaria, não há sala de diretoria ou de coordenadores. E não havia um transporte adequado para os alunos da zona rural. Nós improvisamos uma ‘mercedinha’ (caminhonete), colocamos bancos e cobrimos. Agora vamos comprar um ônibus escolar”, comentou.

    A escola também vai investir na construção dos blocos pedagógico e agroindustrial, em uma biblioteca e num abatedouro, além de oferecer um número maior de vagas – anualmente, há cerca de 50 para uma demanda superior a 100. A escola tem mais de 400 alunos e recebe estudantes de outros estados, como Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco.

    Em Alagoas, o Proep vai beneficiar estudantes de mais de 20 municípios, com a construção de dois centros de educação profissional, que passarão a oferecer cursos antes só encontrados na rede privada. Eles serão construídos na região central de Maceió e no município de Coruripe, interior do estado. Cada instituição vai oferecer dois cursos técnicos. O centro de Coruripe também vai criar outros 21 cursos de qualificação e requalificação profissional. E o de Maceió, 16, em áreas correlatas aos cursos técnicos, conforme a demanda da região.

    No Piauí, o município de Bom Jesus, localizado numa vasta região de cerrado, recebeu sinal verde para expandir toda infra-estrutura e ofertar um número maior de vagas no único colégio público da região que oferece ensino médio e profissionalizante, o Agrícola de Bom Jesus.

    A instituição vai construir dois laboratórios, uma área administrativa e um estábulo. Segundo o diretor Raimundo Falcão Neto, a área de abrangência do colégio é de aproximadamente 30 municípios. “Anualmente, abrimos cerca de 70 vagas para 300 a 400 candidatos, e ficamos com uma lista de espera que também é grande. A idéia é melhorar a infra-estrutura e provocar o crescimento da região”, disse Falcão.

    Esta é a última reportagem de uma série que abordou realizações e planos do Proep em todas as regiões do país.

    Repórter: Sonia Jacinto

  • Os projetos financiados pelo Programa de Educação Especial (Proesp), do Ministério da Educação, começam a mostrar resultados. Durante o 1º Encontro Nacional do Proesp, realizado nos dias 12 e 13 de junho, em Porto Alegre, foram apresentados os trabalhos selecionados pelo programa em 2003 e 2005.

    Segundo a assessora técnica da Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC), Marlene Gotti, as pesquisas realizadas pelo projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) resultaram na abertura do primeiro curso superior de letras em libras, que será inaugurado nos próximos meses.

    Já o trabalho da Universidade de São Paulo (USP) foi outro destacado durante o encontro. A partir das pesquisas feitas pelos alunos da USP sobre recursos para compra de material destinado aos surdos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) comprou dicionários trilíngües (português/inglês/libras) para alunos com necessidades especiais do ensino básico. “Graças às pesquisas financiadas pelo Proesp, a inclusão de alunos especiais na educação básica e no ensino superior está sendo atendida”, explica Marlene Gotti.

    Programa - O Proesp é uma parceria da Seesp e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), que tem como objetivo atender as diferenças dos alunos com necessidades especiais, a partir de projetos desenvolvidos por universidades.

    Ao todo, o programa financiou 20 trabalhos em 2003 e 2005. Os dez projetos selecionados em 2005 e que ainda serão desenvolvidos receberam uma verba de custeio de R$ 30 mil, mais o valor da bolsa da Capes (R$ 855 para mestrado e R$ 1.267 para doutorado).

    Flavia Nery

  • A democratização da gestão e qualidade social da educação foi o tema abordado na manhã desta quarta-feira, 16, na Conferência Nacional da Educação Básica. O professor Luiz Fernandes Dourado, da Universidade Federal de Goiás (UFG), e secretário-adjunto da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), defendeu a construção de uma política de Estado para a educação e afirmou que é preciso superar alguns desafios para que a gestão participativa possa acontecer de fato.

    Para Dourado, é fundamental que os sistemas federal, estadual e municipal trabalhem em conjunto, em regime de colaboração. “Isso é crucial para pensarmos uma política de Estado, que seja construída com a participação das sociedades civil e política, e que seja de fato um norte para além das políticas de governo”, afirmou. Nesse sentido, acredita, há o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que para ser viabilizado, necessita a derrubada de vetos, inclusive os que se referem ao financiamento.

    Segundo o palestrante, existem enormes desafios, mas também um conjunto de perspectivas promissoras. “Vejo a realização desta conferência nacional como uma grande perspectiva. Ela foi precedida de conferências estaduais, que abordaram temas extremamente importantes, como gestão democrática e qualidade da educação”, disse.

    Entre os desafios, cita a questão da avaliação. Para ele, é preciso avançar, de fato, para a construção de um Sistema Nacional de Avaliação que inclua toda a educação nacional. “Esse sistema deverá ser amplo, entendendo a avaliação como contínua e dinâmica, que não se reduza à avaliação pura e simplesmente do rendimento escolar”, observou.

    Dourado argumenta que a avaliação é imprescindível, mas deve possibilitar processos de avaliação institucional, de auto-avaliação e de avaliação externa. “Devemos avançar na construção de processos de avaliação que contribuam para o dinamismo educacional e para a melhoria da educação”, salientou.

    A autonomia na escola foi outro ponto abordado. Para Dourado, essa questão significa a escola cumprindo seus papéis, com autonomia financeira, didática e administrativa, para pensar seu projeto de política pedagógica, conforme a própria Lei de Diretrizes e Bases preconiza, que é o seu norte, e por ser autonomia na escola e não da escola, o que significa também a sua articulação aos sistemas de ensino. “A questão da autonomia vai se vincular à construção da identidade social de cada escola pública, mas sem perder de vista a identidade do sistema e a identidade nacional. Esse é o grande desafio.”

    Dourado acredita que a eleição de diretores é crucial para o processo de gestão democrática, sendo elemento fundamental na democratização dos processos de poder da unidade escolar. “A eleição deve ser cada vez mais aprimorada e articulada a outros mecanismos, de modo que tenhamos o partilhamento do poder, a compreensão do poder como exercício de paz, de estudantes, funcionários, professores, e gestores.” Em sua visão, isso é o grande diferencial e aliado a isso é preciso lutar pela criação e fortalecimento dos grêmios estudantis e conselhos escolares, para que tenham uma visão ampla e discutam questões pedagógicas e financeiras.

    A conferência foi coordenada por Sônia Maria Seadi Veríssimo, presidente do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (SNCE), e pelas senadoras Fátima Cleide (PT-RO) e Ideli Salvati (PT-SC).

    Fátima Schenini

  • DivulgaçãoO Brasil vai enviar mais profissionais para a formação em língua portuguesa de professores de escolas primárias do Timor-Leste. Dessa forma, dá continuidade ao compromisso de auxiliar na reconstrução do sistema educacional daquele país do sudeste da Ásia. O novo edital do Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa abriu 13 vagas em diversas áreas de conhecimento.

    A seleção dos candidatos, que devem comprovar formação mínima em licenciatura plena, será feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), responsável também pela avaliação de currículos e pelas entrevistas.

    O início das atividades está previsto para a primeira quinzena de fevereiro. O projeto terá duração de 12 meses, durante os quais os selecionados receberão auxílio de US$ 1,1 mil para bolsista e US$ 2 mil para bolsista-coordenador local da atividade. Também serão oferecidos seguro-saúde, auxílio-instalação e transporte aéreo.

    O Timor-Leste foi colônia portuguesa até 1975, quando as Nações Unidas o reconheceram como independente. No mesmo ano, foi anexado pela Indonésia, que impôs o idioma bahasa e proibiu a utilização da língua portuguesa. Recuperada a independência em 2002, o país voltou a ter o português como língua oficial, mas o idioma ainda é pouco falado pela população, que usa mais o tétum.

    Cooperação — Um dos objetivos do acordo de cooperação internacional com o Brasil é reverter esse quadro. Em 2005, 50 professores brasileiros ministraram aulas para os educadores em exercício nas escolas primárias timorenses.

    Para Inês Amarante, ex-bolsista do programa, apesar das dificuldades sociais e políticas do Timor-Leste, o trabalho com os professores é gratificante. “Fizeram-me sentir muito bem-vinda durante as capacitações. Todos são idealistas e lutam contra o que chamam de obscurantismo, que para eles é não saber ler nem escrever”, destacou.

    As inscrições no programa podem ser feitas até o dia 12 próximo.

    Cíntia Caldas

  • Os professores da rede pública da educação básica que não têm curso de licenciatura, que desejam continuar no magistério e que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2005, têm a oportunidade de começar uma faculdade no segundo semestre deste ano. Para ter esta chance, eles têm prazo até o dia 16 para se inscrever no Programa Universidade para Todos (ProUni) e concorrer a 47.059 bolsas de estudos oferecidas em 834 instituições particulares de ensino em todo o país.

    Diferente dos outros concorrentes às bolsas do ProUni, o professor não precisa comprovar renda. Basta que lecione na rede pública, pertença ao quadro permanente, esteja no exercício do magistério na educação básica e tenha obtido nota mínima de 45 pontos no Enem/2005. Os candidatos podem concorrer a bolsas de estudos integrais ou parciais (50% da mensalidade), em cursos de pedagogia, normal superior e nas licenciaturas de matemática, química, física, biologia, história, geografia, português (com opções de formação em inglês/francês/espanhol).

    Já os professores que preenchem os requisitos, mas não fizeram o Enem em 2005, podem se inscrever, até esta sexta-feira, 2, para a prova do Enem que será aplicada no próximo dia 27 de agosto. Para quem concluiu o ensino médio, a inscrição deve ser feita nas agências e postos dos Correios. A inscrição será gratuita para os que estudaram em escolas públicas. Para os demais, a taxa é de R$ 35,00. A nota do exame de 2006 será usada para ingresso no ProUni nos primeiro e segundo semestres de 2007.

    Segundo o diretor do Departamento de Modernização e Programas do Ensino Superior do MEC, Celso Ribeiro, no primeiro processo seletivo do ProUni deste ano ingressaram 1.182 professores. Entre os estados com maior ingresso de professores na universidade por meio do ProUni, destacam-se São Paulo (373), Rio Grande do Sul (201) e Minas Gerais (119). Na avaliação de Celso Ribeiro, a participação dos professores no programa ainda é pequena, mas, à medida que o ProUni se torna conhecido, a procura será ampliada. O importante, ressalta, é o professor estar atento, fazer a prova do Enem e, se não obtiver uma boa nota, repeti-la no ano seguinte.

    História – Criado no fim de 2004, o ProUni concluiu seu primeiro processo seletivo no início de 2005, quando aderiram ao programa 1.142 instituições de ensino superior que ofereceram 112.275 bolsas: 71.905 integrais e 40.370 parciais. No primeiro semestre de 2006, a adesão das instituições subiu para 1.233 com a oferta de 91.609 bolsas de estudo: 63.536 integrais e 28.073 parciais. No segundo semestre, participam 834 instituições que oferecem 47.059 bolsas. São 35.162 bolsas integrais e 11.897 parciais, no valor de 50% da mensalidade.

    Ionice Lorenzoni

  • O professor Emídio Cantídio de Oliveira Filho, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é o novo diretor de programas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior  (Capes/MEC). Engenheiro-agrônomo com mestrado e doutorado pela Universidade da Califórnia, em Davis, Estados Unidos, ele foi reitor da UFRPE por dois mandatos e pró-reitor de pesquisa.

    Cantídio foi também presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Na Capes, foi membro do Conselho Superior e integrou a comissão responsável pela elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2005-2010).

    Em suas novas funções, Cantídio pretende dar continuidade e fortalecer os programas em execução, de acordo com as diretrizes do presidente da Capes, Jorge Guimarães. “Uma atenção especial será dada aos novos programas, como o Pró-Defesa, Amazônia Azul, Acelera, Amazônia e outros, no âmbito do PNPG”, salientou.

    Fátima Schenini

  • Garantir a qualidade pedagógica e operacional dos exames supletivos é o objetivo da primeira etapa do curso de capacitação do programa Serie Exames que a Secretaria da Educação e Inovação de Santa Catarina realiza a partir de hoje, dia 1o, até quinta-feira, 3, em Camboriú. Participam do treinamento cerca de 70 educadores, dentre os quais 56 atuam diretamente nas inscrições dos exames nas 29 gerências regionais de educação. Serão discutidas as temáticas que abrangem tecnologias aplicadas à educação, o relacionamento humano nas tecnologias, exames supletivos de 2005 e aproveitamento de estudos.

    No estado, os exames supletivos são oferecidos anualmente, em duas etapas. A secretaria está abrindo as inscrições para a primeira etapa, de 4 a 18 de abril. "O objetivo principal é oferecer certificação ao jovem e ao adulto que não tiveram condições de concluir seus estudos no ensino regular", destacou o secretário Jacó Anderle.

    A gerente de educação de jovens e adultos da secretaria, Elisabete Paixão, explica que com o avanço tecnológico, todo o processo está informatizado, em parceria com o Centro de Informática e Automação de Santa Catarina (Ciasc). A informatização abrange a inscrição de candidatos, a emissão de cartões-resposta, material de apoio à realização dos exames, compilação de notas e emissão de certificados, armazenamento de dados cadastrais e históricos por aluno, distribuição dos candidatos nas salas, cálculos automáticos dos resultados e apuração de provas. "Tudo isso com rapidez e confiabilidade", garantiu Elisabete.

    A informatização dos dados dos exames foi viabilizada pelo Sistema Estadual de Registros e Informações Escolares (Serie), que oferece, também, o histórico de todos os exames realizados em Santa Catarina, a relação dos aprovados por área no estado, o comparativo de acertos e o atestado de aprovação parcial. (Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação e Inovação de Santa Catarina)

  • Professores da rede pública de ensino básico de Tocantins participarão  do seminário História da África, da Cultura Negra e do Negro — Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. O encontro será realizado de 23 a 26 de agosto, em Palmas e Porto Nacional.

    A iniciativa é do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Universidade Federal de Tocantins (UFTO), em parceria com o Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior (Uniafro). O seminário conta ainda com a participação das secretarias de Educação Superior (SESu/MEC) e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e das secretarias de educação estadual e de Palmas.

    O encontro reunirá professores de história, literatura, artes e áreas afins. “Temos um corpo docente especializado em variadas temáticas relacionadas aos estudos sobre os negros”, disse o professor Antônio Liberac Pires, coordenador do núcleo de estudos. Durante o seminário, Liberac lançará a coletânea Comunidades Remanescentes, Escravidão e Cultura, em co-autoria com Rose Oliveira, e o livro As Associações dos Homens de Cor e a Imprensa Negra Paulista.

    Curso — O seminário é parte de um programa de especialização em história da África, realizado pela parceria do MEC com o Neab, da UFTO. Iniciada em fevereiro, a atividade conta com a participação de 125 professores da rede pública de Palmas e de cidades do interior do estado. O curso tem 17 módulos e é realizado a cada 15 dias, nos finais de semana.

    “Estudamos desde a história da escravidão na África até arqueologia”, explicou Antônio Liberac. Segundo ele, os participantes são preparados não só com base no conteúdo didático. Os professores mantêm contato com comunidades negras e com especialistas em história da África.

    Como parte das atividades, os participantes conhecerão, por exemplo, as idéias de Mãe Beata de Iemanjá, baiana radicada no Rio de Janeiro. Os professores assistirão e poderão reproduzir vídeos sobre as comunidades Kalunga, de descendentes de quilombolas, e da Barra da Aroeira, remanescente da Guerra do Paraguai. O material poderá ser utilizado para exibição em sala de aula.

    Liberac entende que o Uniafro permitirá às universidades dar um salto de qualidade no ensino sobre a cultura e história da África. Ressalta, ainda, que os professores participantes do curso serão multiplicadores de informações. "Na UFTO, 70% dos estudantes são negros". 

    Mais informações pelos telefones (61) 2104-9309, 2104-9221, (63) 3363-6664, 3363-2973 e 3363-5500, no endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e na página eletrônica do Uniafro.

    Repórter: Susan Faria

  • De acordo com o Censo Escolar 2005, o Brasil possui 205 mil educadores que atuam na área rural. Do total, cerca de seis mil têm apenas o ensino fundamental, 154 mil concluíram o ensino médio e somente 44 mil cursaram o ensino superior. A falta de formação motivou o anúncio, na última quinta-feira, 24, de edital de chamada pública, que convoca as universidades públicas a abrirem cursos para estes professores.

    “As universidades públicas devem ajudar a formar professores que estejam prontos para a realidade do campo”, explica André Lázaro, secretário da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. O edital está no âmbito do Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo).

    Método – André Lázaro explica que os cursos de formação de docentes para o campo devem englobar duas premissas: o regime de alternância e a divisão entre áreas de conhecimento. O regime de alternância prevê aulas teóricas e práticas para os professores. Primeiro, eles recebem formação geral sobre os princípios da educação, entre outros. Depois, optam por uma área específica e desenvolvem pesquisas sobre as necessidades das comunidades onde eles irão lecionar. Assim, a preparação dos professores fica dividida entre a escola e a comunidade e eles já saem preparados para enfrentar desafios específicos de suas zonas rurais.

    Já a divisão em áreas de conhecimento impede que ocorra um problema comum na educação básica brasileira: a falta de professores para áreas como química, física e biologia. A licenciatura incentivada pelo Procampo é inovadora e multidisciplinar, com abordagens em quatro áreas. A primeira é chamada de linguagens e códigos e forma docentes em português, artes e literatura. A segunda, ciências da natureza e matemática, capacita para lecionar matemática química, física e biologia. A terceira, ciências humanas e sociais, forma professores em filosofia, sociologia, história e geografia. A quarta, ciências agrárias, traz conteúdos específicos para o campo.

    Além disso, os cursos de formação para docentes do campo também trazem um resgate da identidade dos moradores da região. “É comum a associação dos moradores da zona rural com pessoas com pouco conhecimento e isso é ignorar a riqueza cultural presente no interior do país”, explica André Lázaro. Assim, os professores aprendem a citar exemplos em sala de aula que façam parte da realidade dos estudantes do campo. Parece ser simples, mas a medida é fundamental para que os estudantes graduados do campo valorizem sua cultura e permaneçam em suas cidades depois de formados. “Queremos manter as pessoas capacitadas na zona rural e não fazer com que elas migrem para a cidade”, destaca.

    Ana Guimarães e Ionice Lorenzoni

  • O Ministério da Educação lançará, em setembro, o programa-piloto Mídias na Educação, desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC). O programa, que reúne projetos isolados implementados pela secretaria, será lançado com a plataforma do e-ProInfo, programa da Seed que utiliza a tecnologia da internet e permite a concepção, administração e desenvolvimento de ações, como cursos a distância.

    “A internet une rádio, som, TV, imagem texto. Na escola, procuramos fazer com que o professor tenha uma visão bastante ampla dos programas e possa escolher, de modo mais consciente, esta ou aquela mídia”, disse Leila Medeiros, coordenadora-geral de capacitação da Seed.

    A secretaria espera que o programa tenha início com aproximadamente dez mil bolsistas. “A primeira idéia é atender professores das redes municipal, estadual e federal que estejam atuando no ensino básico”, disse Leila. A primeira versão do programa é oferecida em módulos, com conteúdos de TV, rádio, internet e impresso. O curso, a distância, terá certificação de extensão com operacionalização de universidades públicas que aderirem ao programa.

    É intenção do MEC que o Mídias na Educação cresça de acordo com as possibilidades do professor. “Ele começa como extensão, mas temos negociado com as universidades para que o aluno, à medida que amplie seu percurso, possa pleitear um aperfeiçoamento ou uma especialização”, afirmou Leila. “As universidades vão decidir quantos créditos ou quantas horas serão necessárias, além da definição por lei.”

    O curso será oferecido gratuitamente pelas instituições públicas de ensino superior.

    Repórter: Sonia Jacinto

  • Leitura de uma hora diária nas escolas, para começar, foi o que sugeriu o professor das universidades Autônoma de Madri, La Laguna e Salamanca, da Espanha, Álvaro Marchesi, em palestra nesta segunda-feira, 30, no Ministério da Educação, em Brasília. Marchesi foi um dos responsáveis pela reforma educacional na Espanha, entre 1990 e 2000, no governo de Felipe González, onde foi vice-primeiro-ministro. Convidado para falar sobre Qualidade do Ensino e Mudanças na Educação, ele considera a promoção da leitura entre professores, pais e alunos uma das ações mais urgentes e possíveis de se realizar para diminuir as diferenças entre escolas públicas e privadas. “A estrutura narrativa para o ensino é essencial. É importante que os pais leiam com os filhos. Para isso, o programa de alfabetização de adultos é fundamental”, afirmou.

    O educador sugeriu aos secretários do MEC, diretores e coordenadores a elaboração de um documento com estratégias para a educação básica ao longo de 10, 15 ou 20 anos. “A reforma pode ser parcelada, mas não parcial. Não dá para mudar tudo ao mesmo tempo, mas dá para planejar o que mudar a cada ano. A escola pública deve ter como objetivo competir com a escola privada, para as diferenças não aumentarem ainda mais.” Segundo Marchesi, ao se priorizar uma etapa da educação, as primeiras séries do ensino fundamental deveriam ser as escolhidas. “O mais importante é a educação primária. Se o aluno termina bem essa etapa, pode terminar o ensino médio. Mas para terminar bem a educação primária, ele precisa da educação infantil.”

    A avaliação pedagógica das escolas do país, o aumento do tempo de permanência dos alunos em sala de aula, o trabalho do professor em dedicação exclusiva e o ensino em ciclos só para as primeiras séries foram as principais sugestões para a reforma do ensino básico. “A primeira coisa é a avaliação das escolas. É preciso avaliar as estratégias de aprendizagem, o que pensam os pais, alunos e professores. Se avaliarmos só matemática e línguas, estaremos valorizando só matemática e línguas. Isso também acontece na Europa”, comparou.

    Ciclos – Segundo ele, o sistema de ciclos não funciona nas séries finais do ensino fundamental, com mudança freqüente de professores. “Na Espanha, a partir dos 11, 12 anos não funcionou. O professor deve ser o mesmo para avaliar o aluno ao final do período. Não acredito em ciclos de mais de dois anos”, disse. O ensino médio também foi tema do debate. Para Marchesi, “o currículo do ensino médio no Brasil é bonito, mas é uma utopia. Só um país muito igual socialmente resiste a um ensino médio igual para todos. Num país como o Brasil é complicado. Corre-se o risco de perder alunos que não podem estudar matemática, biologia. Deveria ser flexível”.

    Segundo o titular da Secretaria de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas, várias sugestões já são trabalhadas no Brasil. Entre elas, a formulação de um programa de formação de professores e alunos leitores, a valorização dos professores, a ampliação do ensino – com a inclusão de crianças a partir dos seis anos no ensino fundamental –, a ênfase na educação infantil e mudanças no ensino médio.

    Chagas entende que a realização de mudanças na educação está condicionada à aprovação do Fundo da Educação Básica (Fundeb). “O Fundeb é a reforma da educação básica. Com ele, vamos ter condições de fazer política de educação e formar professores.” Ele considerou importante a interação com um profissional que fez reforma educacional em outro país. “Não que devamos seguir o exemplo da Espanha, porque temos nossas realidades. Mas eles têm propostas e desafios que precisamos abrir para discussão”, concluiu.

    Repórter: Heloisa d’Arcanchy

     

  • Castro (PR) — Com um poema sobre a vegetação e o povo do Paraná e do pequeno município de Castro — há 70 mil habitantes e fica a 140 quilômetros de Curitiba — o aluno Sílvio Castanho da Silva comoveu a população da cidade onde nasceu. Ele foi um dos finalistas da última edição do prêmio Escrevendo o Futuro, organizado pela Fundação Itaú Social. O prêmio deu origem à Olimpíada de Língua Portuguesa, que ocorrerá pela primeira vez este ano.

    O resultado do trabalho do aluno, com auxílio da professora, foi o poema premiado Fuxico, apresentado pelos dois nesta sexta-feira, dia 7, a 1,3 mil professores da rede estadual do Paraná e da rede municipal de Castro. No encontro, os dirigentes municipais anunciaram a adesão do município à olimpíada.

    Orgulhosa, a professora do menino, Vitória Batista, conta que Sílvio ganhou a etapa municipal, a estadual e a da região Sul e chegou à final nacional, com sua ajuda. Para preparar o aluno, Vitória contou com material didático específico para desenvolver atividades de leitura e escrita, e passou por oficinas de formação. Aluno e professora são da escola estadual Jardim das Araucárias, em Castro.

    Na hora de apresentar o poema, que trata do lugar onde vivem, os dois ficaram emocionados. Cada um apresentou uma estrofe e juntos, como foi todo o percurso até a final do concurso, finalizaram a leitura:

    Fuxico

    Pinheirinho que bate
    Tac tac toc toc
    Caingangue que se assusta
    Tec tec tec tec
    O mato vira vento
    Vum vum vum
    Japonês colhe batata
    Trr trr trr
    Italiano corta couve
    Chic chic chic
    Holandês cria vaca
    Muu muu muu
    Castro derrama leite no Paraná
    Chuá chuá chuá
    Tudo termina com o leite derramado no fogão

    O exemplo mostrou como o trabalho do professor pode estimular o potencial do aluno. Para a secretária de Educação Básica (SEB/MEC), Maria do Pilar Lacerda, os bons professores ficam para sempre na memória dos alunos. “O Sílvio nunca se esquecerá desse momento”, disse. A secretária pediu aos professores que se dediquem a fim de melhorar a qualidade do ensino e que participem da Olimpíada de Língua Portuguesa. “A leitura e a escrita ampliam os horizontes”, acredita Pilar. “Por causa do poema do Sílvio, fiquei sabendo que Castro produzia leite e que tinha imigrantes holandeses.”

    A iniciativa investe na formação de professores a partir de metodologias de ensino e aprendizado capazes de desenvolver e aprimorar as habilidades de leitura e escrita de alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio das escolas públicas. A inscrição da escola depende da adesão da rede à qual está vinculada. As inscrições se encerram no dia 14 de abril.

    Maria Clara Machado

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  • O professor francês Claude Carpentier, da Universidade de Picardie, Jules Verne (cidade de Amiens), é o convidado desta segunda-feira, 18, do ciclo de palestras Diversidade, Cultura e Africanidade, promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) do Centro de Ciências da Educação (CCE/Faed) da Udesc, às 18 horas.

    Ele dividirá com os alunos do mestrado em educação e cultura, da instituição, a sua experiência sobre "A educação na África do Sul", país onde desenvolveu um programa de cooperação científica sobre o sistema escolar e as heranças do apartheid e da mundizalização (globalização) para o setor. A palestra será aberta, também, à comunidade em geral.

    Claude Carpentier visitará o Neab e conversará com bolsitas e professores sobre os projetos que a Universidade de Picardie desenvolve no Centro de Ciências Humanas e Sociais, vinculado à Faculdade de Filosofia. O Neab, por sua vez, vai mostrar ao professor os projetos de pesquisa e extensão que vem desenvolvendo.

    Ciclo de palestras - O ciclo de palestras Diversidade, Cultura e Africanidade é realizado desde o ano passado e, nesse período, trouxe à Udesc diversos estudiosos brasileiros e estrangeiros que pesquisam assuntos ligados à cultura afro-brasileira, africana e multiculturalismo na educação. Entre eles, Acácio Almeida, vice-coordenador da Casa das Áfricas e professor doutor pela Universidade de São Paulo (USP), que falou, em junho, sobre ancestralidade em países da África do oeste. Em agosto, foi a vez do professor e educador popular chileno Fernando Burrows, diretor do Centro Interdisciplinar de Estudos para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Chile, que trouxe seus conhecimentos à Udesc sobre "Educação e Diversidade na América Latina".

    Nascido no Congo Belga (atual República Democrática do Congo e ex-Zaire), o professor doutor Pierre Kita Masandi, da Universidade Católica de Louvain (KU Leuven), na Bélgica, participou da conferência "História da Educação na África: Perspectivas Atuais" dentro do programa organizado pelo Neab. (Assessoria de imprensa do Centro de Ciências da Educação, da Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc)

  • Quase 700 professores indígenas de 15 povos e de seis estados estarão nas salas de aula fazendo cursos de graduação ou de ensino médio nas férias escolares de janeiro e fevereiro de 2007. Nas licenciaturas oferecidas por universidades públicas do Mato Grosso do Sul, Amazonas, Goiás e Tocantins eles são 369. Outros 329 professores do Amazonas, Paraná e Amapá fazem etapas de cursos de magistério de nível médio.

    Na avaliação do coordenador de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação, Kleber Gesteira, ao abrir mão das férias escolares para se qualificar, os professores indígenas mostram o compromisso que têm com suas comunidades e com o futuro de seus filhos. Kleber lembra que os cursos em serviço duram entre quatro e cinco anos, o que representa de oito a dez períodos de férias dedicados à formação, além do afastamento da família, que é difícil para qualquer povo que vive em comunidade.

    A licenciatura intercultural equivale a um curso de graduação e prepara o professor para trabalhar da 5ª à 8ª série do ensino fundamental e ensino médio. Essa modalidade de formação em serviço foi construída por universidades públicas federais e estaduais, com o apoio do MEC e em parceria com as comunidades e representações dos professores indígenas em cada estado da Federação.

    A primeira licenciatura intercultural foi criada pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) em conjunto com os 37 povos do estado. Hoje, as licenciaturas são oferecidas por oito instituições públicas de ensino superior, onde estudam 870 professores indígenas de 49 povos. Outras oito universidades estão construindo cursos com apoio do Ministério da Educação e mais três já sinalizaram ao MEC que desejam abrir licenciaturas interculturais.

    Licenciatura − Nas próximas férias escolares, 59 professores dos povos de Goiás e Tocantins e 60 guaranis-kaiuá, de Mato Grosso do Sul, fazem a primeira etapa intensiva de formação nas universidades federais de Goiás (UFGO), em Goiânia, e da Grande Dourados (UFGD), em Dourados (MS). No mesmo período, 250 professores ticuna do Alto Solimões, no Amazonas, cursam a segunda etapa presencial em Benjamim Constant. Esse curso é ministrado pela Universidade Estadual do Amazonas (Ueam).

    Mais 329 professores estarão em cursos de magistério de nível médio, onde recebem formação para lecionar de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. Destes, 177 estão em três pólos de formação − Alvarães (rio Solimões), Borba (rio Madeira) e Pauini (rio Purus) − no Amazonas; 87 guaranis-kaiuá, de Dourados (MS), fazem a segunda etapa do ensino médio; 40 kaingangs de Faxinal do Céu, Paraná, cursam a terceira etapa intensiva; e 25 wajãpis, do Amapá, fazem a nona e última etapa de formação de nível médio.

    Ionice Lorenzoni

  • O Programa de Formação de Professores em Exercício (Proformação) chegou a várias aldeias indígenas do País. Agora, é ministrado especificamente a 140 professores indígenas de Pernambuco. Os participantes, das etnias xucuru, cambiuá e capinauá, vão se formar em dezembro.

    Criado em 1999, o Proformação destina-se a professores em exercício que não completaram o ensino médio. Para fazer o curso, de dois anos, cada participante recebe 32 livros auto-instrucionais, editados pelo Ministério da Educação, que abordam áreas temáticas como linguagens e códigos, vida e natureza, identidade, sociedade e cultura, matemática e lógica, fundamentos da educação e organização do trabalho pedagógico.

    No início, os participantes assistem às aulas durante dez dias. Depois, levam um livro para casa, com textos, ilustrações e exercícios. A cada 15 dias, encontram-se com o tutor, no município onde vivem. Ao final do semestre, fazem provas no pólo ou na agência formadora do programa. Para cada grupo de dez cursistas há um tutor.

    O Proformação já formou 33.993 professores, vários deles indígenas. Pela primeira vez, porém, o curso está estruturado exclusivamente para indígenas. Em Pernambuco, os cursistas estão ligados aos pólos de Floresta, Pesqueira, Ouricuri e Arcoverde. “É um curso casado. O MEC oferece o Proformação básico e a Secretaria de Educação de Pernambuco trata dos temas específicos indígenas, com apoio da Universidade Federal de Pernambuco”, explica Luciane Sá de Andrade, coordenadora nacional do Proformação. Segundo ela, o Proformação tem estratégia e metodologia para chegar ao professor e permite que ele faça o curso enquanto está trabalhando. “Um dos grandes desafios da educação indígena é formar professores ao mesmo tempo em que eles continuam nas aldeias”, destacou

    Luciane ressalta que um dos eixos do programa é o fortalecimento dos aspectos culturais da comunidade na qual o professor vive. “Colocamos à disposição dos educadores indígenas o acesso ao conhecimento acumulado, mas ao mesmo tempo respeitamos a cultura desses professores”, disse.

    Ligado à Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC), o Proformação conta com cerca de 2,5 mil professores cursistas em Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Maranhão. Mais informações na página eletrônica do programa.

    Súsan Faria

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