Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • A aula inaugural do programa Escola de Fábrica em Recife reuniu nesta sexta-feira, 30, representantes das entidades parceiras que irão desenvolver cursos de inciação profissional em oito municípios do Estado de Pernambuco. O Escola de Fábrica é executado pelo Ministério da Educação e tem como objetivo incluir jovens de baixa renda no mercado de trabalho. A diretora nacional, Jane Bauer, ministrou a aula inaugural para os 680 alunos do programa no estado .

    Para Jane, a expectativa é de abrir no próximo ano mais mil escolas para atender uma parcela mais significativa do público-alvo do programa. “Hoje, temos no país cerca de 17 milhões de jovens com idade entre 16 e 24 anos que não estão trabalhando e não possuem uma formação profissional. O Escola de Fábrica é mais uma via para preparar o jovem para o exercício de uma profissão”.

    Gleissiane Alves de Queiroz, estudante de 23 anos, selecionada para o curso de agroecologia no município de Carnaíba, está confiante de que a vida dos jovens agricultores do sertão irá mudar para melhor. “Todos os estudantes sertanejos estão honrados com o programa. Estamos engajados para darmos o melhor nesses próximos seis meses”, disse.

    Segundo o representante das gestoras de Pernambuco, Marco Antonio Pinho Alves, o Escola de Fábrica é um sonho concretizado. “O dia de hoje está marcando o início de um nova fase de produtividade na vida dos alunos selecionados para o programa”.

    Participaram, ainda, do evento, o coordenador das regiões Norte e Nordeste do programa Esola de Fábrica, André Luiz de Souza Costa, a secretária municipal de educação de Recife, Maria Luisa Alessio e autoridades locais.

    Mais informações, pelos telefones (61) 2104-8176, 2104-8171 e 2104-8122, na página eletrônica da Setec, no link do Escola de Fábrica – Ministério da Educação, Esplanada dos Ministérios, bloco L, sala 423, CEP 70.047-900, Brasília (DF).

    Repórter: Marco Aurélio Fraga

  • As aulas da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) começam no dia 18 nos campide Bagé, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Jaguarão e Santana do Livramento - todos ligados à Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A aula inaugural será realizada no dia 15, no campus de Bagé, onde funcionará a reitoria. As aulas dos outros cinco campida nova instituição, em Uruguaiana, São Borja, Itaqui, São Gabriel e Alegrete, ligados à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), começam no dia 16 de outubro.

    De acordo com o diretor de Política da Educação Superior do Ministério da Educação, Manuel Palácios, o calendário das universidades é decidido pelos conselhos universitários de cada instituição. No caso dos campiligados à UFSM, houve a decisão de conciliar o início das aulas com a Unipampa. "Não haverá prejuízo acadêmico aos alunos", disse.

    A previsão inicial da Unipampa era iniciar as aulas em agosto. No entanto, questões logísticas e administrativas, como a realização de concursos para contratação de professores e a distribuição de equipamentos, impossibilitaram o funcionamento da nova instituição no início do segundo semestre deste ano.

    Acompanhamento - Para acompanhar as obras dos prédios e a execução do convênio com a Unipampa, o MEC vai enviar esta semana uma equipe de técnicos e engenheiros à UFSM e à UFPel. A visita faz parte da implementação do plano de expansão das universidades federais. Até o fim deste mês, os técnicos terão acompanhado as obras de todas as universidades do plano de expansão.

    O Rio Grande do Sul terá 13 novas unidades de educação superior a partir da implantação da Unipampa (campi em dez municípios); da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); e de campi da UFSM em Frederico Westphalen e Palmeira das Missões.

    O projeto de expansão da educação superior e profissional no estado atinge diretamente 17 municípios, mas outros 150, aproximadamente, serão beneficiados pelas ações de novos campiuniversitários e escolas de educação profissional em fase de implantação. Os investimentos federais para a expansão do ensino superior em 2006 e 2007 somam R$ 73,8 milhões.

    Repórter: Flavia Nery

  • Termina nesta sexta-feira, 29, o segundo festival Dançado na Escola, em Vila Velha, Espírito Santo. O evento é uma iniciativa de projeto desenvolvido em 17 escolas do município com estudantes carentes de quinta à oitava série. Pelo projeto, os alunos têm aulas de dança no turno oposto ao da sala de aula.

    De acordo com a coordenadora do trabalho, Marissol Dezan, os professores verificaram uma melhora na concentração, na aprendizagem e na auto-estima dos alunos que participam do projeto. “Também conseguimos diminuir a evasão nas escolas porque os estudantes fazem questão de ter aulas de dança depois dos estudos”, comemora.

    A estratégia do programa é estimular o conhecimento musical das crianças. “Evitamos estilos musicais que estejam massificados na mídia”, salienta. Segundo a professora, a dança explora a música popular brasileira, bossa nova, música clássica, jazz, dança moderna e contemporânea, do ventre e hip hop. “Há um tempo, usamos Tom Jobim e Elis Regina. Muitos alunos nunca tinham ouvido falar e ficaram encantados com a música”, conta.

    Lançado em 2006, o Dançando na Escola surgiu por iniciativa da Secretaria de Educação de Vila Velha. Atualmente, atende mil alunos e trabalha com 18 professoras. A expectativa, segundo a coordenadora, é ampliar o projeto, em razão da grande procura de outras escolas.
    Bolshoi — No dia 15 de junho, cem crianças dançarinas assistiram ao Balé Bolshoi, em Vitória. “A apresentação foi um sonho para as crianças. Elas ganharam camisetas e muitas vão lembrar desse dia para o resto da vida”, diz a professora.

    Flavia Nery

  • Neste sábado, 3, a programação da TV Escola abre com aulas de inglês, apresentando a série Look Ahead, de seis capítulos, que foram exibidos durante a semana, das 8 às 9h05. Depois é a vez de Es Español, curso de nível avançado produzido pela TVE da Espanha, com reprise de quatro capítulos apresentados na semana. Das 9h20 às 10h05.

    Às 10h20, geração do programa Salto para o futuro, para as emissoras brasileiras de radiodifusão, em acordo firmado entre o MEC e a Abert. Reapresentação, às 10h40.

    Na Escola Aberta são vários programas de assuntos variados. A série Viva legal 2 traz o capítulo Cuidados com a criança, em que profissionais de saúde ensinam a prevenir doenças e a melhorar as condições de vida nas comunidades. Às 11h05 e 19 horas. Depois, às 11h20, 17h25 e 20h45, é a vez de Austrália com Jesse, episódio da série Aqui no meu país, mostrando crianças de diferentes localidades, apresentando a cultura e os costumes de seus países.

    Imagens de uma imagem – Andy Warhol vem às 11h35 e 17h45. É um programa da série Paletas, que, por meio da análise do quadro Ten Lizes, apresenta a obra e revela o processo de criação e produção de um importante representante da arte pop norte-americana.

    A série O mundo contemporâneo mostra o capítulo Água, alertando para importantes questões e problemas que, nos últimos anos, têm desafiado governantes e populações em escala global, às 12h05, 16h10 e 19h40. Minha comunidade, da série Aula lá fora, será exibido às 12h35 e 16h40. Trata das atividades desenvolvidas na preparação, realização e comunicação de pesquisas em campo, realizadas por turmas da rede pública municipal de Santo André, em São Paulo.

    Em seguida, vem o episódio Alongamentos, da série Iniciação esportiva, que mostra as regras e principais características de várias modalidades esportivas, às 13h05 e 18h15. Às 14h50, compacto de vinte minutos do programa Salto para o futuro.

    No domingo, exibição dos programas da Escola Aberta de sábado. A TV Escola pode ser acessada pelos canais 27 (Sky), 237 (DirecTV) e 4 (Tecsat) e também por antena parabólica analógica e digital. As grades de programação estão disponíveis no portal do MEC. (Assessoria de Imprensa da Seed)

  • A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e o Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores (DC/MRE) recebem inscrições, até 8 de novembro, para a atividade de leitor brasileiro em instituições universitárias estrangeiras. Há vagas em Angola, Argélia, Bolívia, Eslovênia, Guiana, Jamaica e Paraguai. O candidato pode concorrer a mais de um leitorado.

    Os interessados devem ter nacionalidade brasileira e fluência na língua estrangeira do país para o qual pretendem se candidatar. É necessário ter experiência didática no ensino de língua portuguesa para estrangeiros, na variante brasileira, de literatura e cultura brasileiras, e de teoria literária e lingüística.

    O exercício do leitorado será de dois anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período. O leitor terá direito a passagens aéreas e auxílio financeiro mensal entre U$ 1,2 mil a U$ 4,2 mil, de acordo com o país de destino. A contrapartida das universidades é variável.

    As atividades serão exercidas nas seguintes instituições: Universidade Agostinho Neto, Luanda (Angola); Universidade de Oran, Argel (Argélia);  Universidade Autônoma Gabriel René Moreno, Santa Cruz de La Sierra (Bolívia); Universidade de Primorska, Koper (Eslovênia); Universidade da Guiana, Georgetown (Guiana); Universidade das Índias Ocidentais, Kingston (Jamaica); e Universidade Católica de Assunção, Assunção (Paraguai).

    Mais informações no sítio da Capes.

    Fátima Schenini

  • As aulas do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) para 3.500 alunos, com idades entre 18 e 24 anos, que não concluíram o ensino médio nas cidades de Recife, Salvador e Porto Velho, começam na próxima quarta-feira, 20. Eles representam 20% do total de participantes inscritos no programa, nestas cidades. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai proferir a aula inaugural, às 10h, no Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, e anunciar as datas em que o ProJovem terá início nas cidades de Fortaleza e Boa Vista.

    O programa, uma parceria dos ministérios da Educação, do Trabalho e do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, com a coordenação da Secretaria-Geral da Presidência da República, destina-se a jovens que terminaram a 4ª série, mas não concluíram a 8ª do ensino fundamental e estão fora do mercado formal de trabalho. Além de retornarem à escola, os estudantes vão receber um auxílio financeiro de R$ 100/mês e terão aulas de informática e de idiomas. A duração do curso é de 12 meses, com direito ao certificado do ensino fundamental.

    Segundo o secretário Nacional da Juventude, Beto Cury, até o final de 2005 o programa deve estar nas 27 capitais com 200 mil jovens em sala de aula. “Este é um programa para dar cidadania a estes jovens. Existe uma parcela significativa da juventude que está no limite de uma perigosa fronteira, a de ser capturado pelo tráfico de drogas. São jovens que estão extremamente vulneráveis”, enfatizou. O programa possibilita aos jovens melhores possibilidades de disputar uma chance no mercado.

    Origem - Marco Antônio Dib, técnico da Diretoria de Educação de Jovens e Adultos (EJA/MEC), explicou a origem do projeto. “Ele nasceu a partir do grupo de estudo interministerial sobre juventude, o GT Juventude, do qual fazemos parte, assim como do comitê técnico e também da comissão gestora”. Para Dib, o Pro-Jovem vai possibilitar a muitos jovens participantes que caminhem sozinhos para o futuro. “O objetivo maior deste programa é fazer com que o aluno consiga, a partir da organização de sua experiência - mesmo em trabalhos informais -, desenvolver um pequeno projeto de um percurso formativo”, disse.

    Capitais - O Brasil tem aproximadamente 1,8 milhão jovens com o perfil exigido pelo programa. Destes, cerca de 1,04 milhão está nas capitais. De acordo com a assessoria do ProJovem, esta é uma das razões que fez o governo federal optar por começar o programa nas capitais, onde está a maior concentração do problema.

    Recursos - Os investimentos do ProJovem este ano são da ordem de R$ 311 milhões. O dinheiro vai custear o auxílio financeiro dos estudantes (R$ 100/mês), o salário de todos os profissionais - educadores, gestores e administrativos - além da compra de equipamentos, merenda e material didático. Serão comprados 14.800 computadores e impressoras (comuns e no sistema Braile), estabilizadores, maquinário e móveis. Também está previsto o gasto de R$ 0,50/alunos/dia, com a merenda. A contrapartida dos municípios é o espaço físico.

    O sistema de Monitoramento e Avaliação será implantado automaticamente nos pólos onde o ProJovem começar a atuar. Ele é operacionalizado por meio de uma rede composta por oito universidades federais: de Juiz de Fora (UFJF), de Minas Gerais (UFMG), Estadual de São Paulo (Unesp), da Bahia (UFBA), do Pará (UFPA), do Paraná (UFPR), de Brasília (UnB) e de Pernambuco (UFPE).

    Repórter: Sonia Jacinto

  • As aulas da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), no Rio Grande do Sul, começam na segunda-feira, 16, nos campi de Uruguaiana, São Borja, Itaqui, São Gabriel e Alegrete – todos ligados à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No mesmo dia, terão início também as aulas dos dois campi da UFSM que fazem parte do plano de expansão do ensino superior do MEC: Frederico Westphalen e Palmeira das Missões. O ministro da Educação, Fernando Haddad, dá aula inaugural na segunda, 16, às 15h horas, no prédio 18 da cidade universitária, em Santa Maria.

    Segundo o vice-reitor da UFSM, Felipe Martins Muller, o começo simultâneo das aulas foi decidido pelo conselho universitário da instituição. “Em virtude da última greve, nosso calendário estava diferente e por isso decidimos unificar o início das atividades em todos os campi ligados à UFSM”, explica.

    Nos campi da Unipampa de Bagé, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Jaguarão e Santana do Livramento, ligados à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), as aulas começaram no dia 18 de setembro. A nova universidade situa-se numa região composta por 105 municípios e cerca de 2,6 milhões de habitantes. A instituição abriu 1.550 vagas em 30 cursos que estão divididos entre os dez campi. Em 2008, quando a implantação da Unipampa for concluída, a universidade oferecerá 67 cursos e 13.250 matrículas de graduação. Os investimentos do MEC somam R$ 60 milhões – 50% este ano e o restante em 2007.

    Já as extensões da UFSM em Frederico Westphalen e Palmeira das Missões foram criadas em 2005 e oferecem cursos de jornalismo, engenharia florestal, agronomia, zootecnia, administração e enfermagem. O investimento nas duas unidades é de R$ 10 milhões, entre 2005 e 2007.

    O Rio Grande do Sul terá 13 novas unidades de educação superior a partir da implantação da Unipampa (campi em dez municípios); da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); e de campi da UFSM em Frederico Westphalen e Palmeira das Missões.

    O projeto de expansão da educação superior e profissional no estado atinge diretamente 17 municípios, mas outros 150, aproximadamente, serão beneficiados pelas ações de novos campi e escolas de educação profissional em fase de implantação. Os investimentos no Rio Grande do Sul para a expansão do ensino superior, em 2006 e 2007, somam R$ 73,8 milhões.

    Flavia Nery

  • Começaram nesta semana as aulas na nova unidade do Colégio Pedro II, em Niterói. Referência no ensino público no município do Rio de Janeiro, o Pedro II, autarquia federal ligada ao Ministério da Educação, tem agora uma unidade fora da capital do estado – que será inaugurada oficialmente em maio.

    Segundo o diretor-geral do colégio, Oscar Halac, o Pedro II caracteriza-se como escola experimental, a única de ensino básico vinculada ao MEC. “Assim, nos sentimos motivados para implementar as políticas educacionais do Ministério da Educação, como colaborar com o plano de expansão de vagas no ensino médio”, afirmou Halac.

    A grande meta do colégio, segundo o diretor, é difundir nacionalmente sua experiência educacional. “O Pedro II tem uma pedagogia de ensino que perpassa séculos. São 168 anos de ensino e aprendizado”, destacou. “A comunidade de Niterói recebeu de braços abertos a criação dessa unidade.”

    Histórico — Em 1837, o ministro do Império Bernardo Pereira de Vasconcelos apresentou ao regente Pedro de Araújo Lima proposta para a organização do primeiro colégio secundário oficial do Brasil. Pereira de Vasconcelos acreditava que a instrução pública seria melhor do que a particular, que se mostrava inadequada, por ser oferecida em salas precárias e por professores mal preparados.

    O colégio, cuja primeira sede foi a da Avenida Marechal Floriano, no Centro do Rio, originou-se do Seminário dos Órfãos de São Pedro, criado em 1739, por Frei de Guadalupe. Teve diversos nomes, como Seminário de São Joaquim e Imperial de São Joaquim, até receber a denominação de Colégio Pedro II. As aulas tiveram início em 25 de março de 1838. Em 1874, o prédio passou por reforma. O salão nobre, inaugurado em 1875, sedia, desde então, solenidades de entrega de diplomas de bacharéis em letras, de doutores em medicina e das turmas de graduados do próprio colégio.

    O último ato público de Dom Pedro II, em 14 de novembro de 1889, ocorreu no colégio, quando presidiu concurso para professores de inglês. Nos primeiros tempos republicanos, o colégio passou a se chamar Ginásio Nacional, mas posteriormente retomou o nome atual.

    Cristiano Bastos

  • A procura e a oferta de cursos de administração em agronegócios têm aumentado. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), o número de cursos em todo o país subiu de quatro, em 2000, para 18, em 2004, e as matrículas passaram de 206 para 1.509.

    “A expansão da educação superior foi liderada por instituições que passaram a ofertar vagas nas áreas em que havia maior expectativa de demanda, como o agronegócio, que passou a ser importante na economia nos últimos anos”, avalia Jaime Giolo, coordenador-geral de Estatísticas de Avaliação da Educação Superior do Inep. 

    Na última década ocorreu também a expansão da educação tecnológica. Em 1994, existiam 261 cursos superiores de tecnologia no país. Em 2004, o número tinha subido para 1.804. Entre 2000 e 2004, o crescimento dos cursos tecnológicos foi superior ao dos demais cursos superiores. Para Giolo, a intenção era abreviar a duração dos cursos e otimizar custos de manutenção. Os cursos de bacharelado devem ter, no mínimo, 2.400 horas, enquanto os tecnológicos variam de 1.600 horas a 2.400 horas. Entretanto, do total de vagas oferecidas (200.458), apenas 19 mil estavam nas instituições públicas, apesar da procura ter sido bem maior (120.304 inscrições). As privadas tiveram a inscrição de aproximadamente 164 mil pessoas (para 181 mil vagas) e apenas 75.754 matrículas efetuadas.

    “A população quer estudar nas instituições públicas, nos cursos dos centros federais de tecnologia e nas universidades. Se a expansão da oferta continuar apenas nas instituições privadas, vai aumentar o número de vagas ociosas”, acredita Giolo. No fim de 2005, o governo revogou a Lei nº 9.649/98, que proibia a expansão da rede federal de educação tecnológica.

    Raquel Maranhão Sá

  • O Brasil e o Líbano definiram nesta terça-feira, 28, último dia do seminário acadêmico Brasil-Líbano, um mapa de interesses comuns de cooperação acadêmica e cultural. O primeiro passo será aprofundar as relações das duas nações, que começou no século 19 com o imperador Pedro II, do Brasil.

    Foi o professor Roberto Khatlab, da Notre Dame University, que contou um pouco da história. Ela começa quando Pedro II visita o Líbano, em 1876, para divulgar o Brasil no Oriente Médio. Desde então, seis milhões de libaneses emigraram e iniciaram o que o professor Khatlab chamou de acordo entre as pessoas. “Nossos países são famosos pela hospitalidade. Precisamos estender a afinidade e a cooperação que existem entre os indivíduos para o grupo.”

    Já Boutros Labaki, da Université Saint Joseph, apresentou as propostas libanesas. A questão principal, além de eventos temáticos e tradução da literatura e ensino das línguas entre as nações, está na mobilidade acadêmica. “Precisamos instituir um programa para que nossos estudantes possam estudar no Brasil e os brasileiros no Líbano.” O secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, defendeu a mobilidade desde o primeiro dia do seminário. Mota anunciou que o governo tem interesse em garantir o intercâmbio já em 2008.

    O assessor internacional do MEC, Alessandro Candeas, apresentou as propostas do lado brasileiro e refletiu sobre a sinergia de pensamentos. As propostas são muito semelhantes e mostram a “grande química e afeto dos dois países”. Candeas disse que o seminário não é um ato isolado, mas o início de um processo de aproximação acadêmica e intelectual que já existe. “A partir da visita do ministro Haddad ao Líbano, em 2006, foi reforçado o compromisso de cooperação. Temos todo o amparo normativo, só precisamos efetivar essa aproximação”, explicou.

    A mobilidade acadêmica para alunos, professores e pesquisadores aparece na proposta brasileira. Candeas lembra que o programa PEC-PG, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e a Capes, oferece bolsas de pós-graduação para estrangeiros e abre, desde 2006, vagas para libaneses. “Precisamos divulgar nas universidades do Líbano.” Candeas anunciou que pretende estender também um programa de graduação semelhante ao PEC-G para o Líbano. “Vamos propor ao Itamaraty que, a partir de 2008, os alunos do Líbano possam vir ao Brasil.”

    O encontro terminou com a proposta de um segundo seminário no Líbano, no primeiro semestre de 2008.

    Manoela Frade

  • A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica terá R$ 330 milhões para gastos de custeio e investimento em 2006. O valor é 15% superior aos recursos deste ano. O índice de reajuste é o mesmo concedido às instituições federais de ensino superior (Ifes) para o próximo ano. A previsão inicial era de um aumento de 7,5% nos recursos. “É um valor importante e que atende à demanda das instituições”, afirma o ministro da Educação, Fernando Haddad.

    A rede abrange 144 instituições em 23 estados, mas estão excluídas do valor de R$ 330 milhões as 30 escolas técnicas vinculadas às universidades federais. Essas terão o mesmo aumento, já previsto na verba de custeio das instituições federais de ensino superior para 2006. Do montante, R$ 155 milhões são para os 34 Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e a Escola Técnica Federal de Palmas.

    Servidores – Além de mais recursos, o atual governo voltou a contratar servidores para as instituições federais de educação profissional e tecnológica. Segundo o presidente do Conselho Nacional dos Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Concefet), Sérgio Gaudêncio Portela de Melo, o grande problema dos Cefets é o quadro de pessoal, que passou anos sem renovação.

    De 1995 a 2001, não houve concursos para contratação de técnicos e professores para a rede federal de educação profissional e tecnológica, o que só voltou a ocorrer em 2002, com a liberação de 562 vagas. De 2003 a 2005, foram contratados 2.548 servidores, sendo 1.453 docentes e 1.095 técnicos. “Em dois anos e meio, o governo atual contratou quase cinco vezes mais pessoal para a educação profissional e tecnológica do que o governo passado em sete anos”, destaca o coordenador-geral das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica, Gleisson Cardoso Rubin. Segundo ele, o número de vagas ainda não é suficiente para suprir o longo período sem renovação de pessoal, mas representa o esforço do governo para recuperar o quadro de servidores dessas instituições. (Assessoria de Comunicação Social)

  • Vinte e oito instituições de educação superior de todas as regiões do País vão receber R$ 1,1 milhão para garantir o acesso de pessoas com deficiências. O número de estabelecimentos de ensino que tiveram seus programas aprovados aumentou em mais de 100% em relação a 2005. No ano passado, 13 instituições captaram recursos liberados pelo Ministério da Educação por intermédio do programa Incluir.

    De acordo com a coordenadora do programa, Tatiana Tannús, esse crescimento é resultado dos esforços da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) e da Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC) para garantir o acesso e a permanência dos alunos no ensino superior de qualidade. “Houve uma divulgação maior, e a primeira edição do programa facilitou esse esforço”, avaliou Tatiana. “Esse crescimento também é fruto de uma adesão maior por parte da comunidade acadêmica.”

    Este ano, segundo Tatiana, o programa recebeu mais projetos e pôde atender a um número maior de instituições. De acordo com a coordenadora, a grande novidade é a possibilidade de contratação de intérpretes ou tradutores de libras, a língua brasileira de sinais. “A contratação desses profissionais é extremamente importante para os alunos com deficiência”, afirmou.

    Dentre os projetos que concorreram aos incentivos foram beneficiados os apresentados por instituições que comprovaram ter alunos com deficiência. Por isso, tiveram que atender o edital do programa, que previa a acessibilidade à comunicação dos alunos em todas as atividades acadêmicas, a aquisição de equipamentos e materiais didáticos específicos.

    Mais informações sobre os classificados do Incluir podem ser obtidas na página eletrônica do programa. Sobre a política de inclusão do MEC, nas páginas da Seesp e da SESu.

    Ana Guimarães

  • Haddad e Margaret Spellings anunciam ampliação do intercâmbio de estudantes brasileiros e norte-americanos a partir de 2008. (Foto: Júlio César Paes)Os governos brasileiro e norte-americano vão estreitar as relações entre os dois países para aumentar o intercâmbio de estudantes. Nesta quinta-feira, 23, a secretária de Educação dos Estados Unidos, Margaret Spellings, anunciou que seu país vai quadruplicar o fundo de financiamento de intercâmbio para levar estudantes brasileiros a centros comunitários americanos. O recurso passará, a partir de julho de 2008, de US$ 500 mil para US$ 2 milhões.

    Um projeto-piloto, iniciado em 2006, levou 12 estudantes brasileiros para estudar na Universidade da Pensilvânia. O investimento americano foi de US$ 500 mil. Com a ampliação do projeto, a partir de julho de 2008, 50 alunos brasileiros ganharão bolsas de estudo, moradia, alimentação e toda ajuda necessária para fazer o intercâmbio durante um ou dois anos. O investimento subiu para US$ 2 milhões.

    O ministro da Educação, Fernando Haddad, avalia que o intercâmbio contribui para melhorar a qualidade da educação brasileira. “Esses alunos poderão vivenciar outra língua, outra cultura e outras políticas pedagógicas, enriquecendo o universo de seus conhecimentos”, disse. Temos hoje alunos de graduação e pós-graduação nos Estados Unidos, explicou Haddad, mas, agora, vamos estimular o intercâmbio de alunos de nível médio, de 15 a 17 anos, para preparar o terreno para projetos mais ambiciosos no futuro.

    De acordo com Haddad, junto à rede federal de educação profissional e tecnológica, será criado um novo modelo de intercâmbio voltado para os cursos técnicos de nível médio e tecnológicos de nível superior. “Representantes dos Cefets (centros federais de educação tecnológica) já visitaram os Estados Unidos e estão encarregados de desenhar um programa de intercâmbio mais ambicioso do que temos hoje”, informou.

    Segundo o diretor executivo da Fullbright, que executa o projeto, Luiz Loureiro, quando chegarem aos Estados Unidos os estudantes farão um curso intensivo de dois meses. “O nível de exigência de domínio do inglês é baixo, porque buscamos atingir alunos que não fazem parte desse universo internacional.”

    As bolsas de estudo serão distribuídas pelas regiões do Brasil. As inscrições começam neste sábado, 25, e devem ser feitas na página eletrônica da Fullbright.

    O projeto segue a lógica de pensar a educação para todos, compromisso do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e do programa americano No Child Left Behind (nenhuma criança será esquecida). A secretária Spellings falou das semelhanças entre as políticas dos dois países para garantir uma educação de qualidade para todos.

    Manoela Frade

    *Republicada com correção de dados

  • Estabelecer um instituto de estudos europeus no Brasil e disseminar centros de estudos brasileiros em universidades européias são as principais ações previstas no Programa Bilateral de Cooperação 2007-2013. O programa foi assinado nesta quarta-feira, 4, em Lisboa, Portugal, pelo ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e por representantes dos países da União Européia.

    A cooperação tem duas prioridades. A primeira, além do instituto e dos centros de estudos, prevê iniciativas com foco na inclusão social, no meio ambiente e no desenvolvimento regional. E ainda a promoção da imagem e da cultura de cada parceiro, por meio dos programas de bolsas de estudos para graduação, pós-graduação e intercâmbios acadêmicos para alunos, professores e pesquisadores de ambas as partes. A segunda prioridade prevê a promoção do desenvolvimento sustentável, com estímulo às políticas ambientais, ao gerenciamento florestal e ao uso sustentável da biodiversidade.

    Para o financiamento do Programa Bilateral, a Comunidade Européia disponibilizou 61 milhões de euros, sendo 42,7 milhões para intercâmbio e 18,3 milhões para o desenvolvimento sustentável. Instituições de ensino brasileiras, inscritas no programa, poderão acrescentar contribuições financeiras.

    Gláucia Magalhães

  • Em um ano, o percentual de crianças de quatro e cinco anos que ingressaram na educação infantil aumentou de 67,6% para 70,1%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 18. A pesquisa mostra que a região Nordeste é a que tem mais crianças nessa faixa etária estudando: 76,8%, sendo que o Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte têm percentuais de cobertura de 80% ou mais.

    “Essa é a melhor notícia da Pnad em relação à educação”, afirma o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro. “Todos os estudos mostram que, se a criança começa mais cedo, permanece mais tempo na escola.” Lázaro destaca o trabalho dos municípios como um dos fatores que levaram ao índice.

    A pesquisa também mostra que há no Brasil 56,3 milhões de estudantes. "É mais do que a população de muitos países do mundo. Esse número ajuda a entender um pouco as dificuldades que o país tem", afirma Lázaro. Por isso, segundo ele, não há como fazer comparações entre a educação no Brasil e em outros países da América do Sul. A Argentina, por exemplo, tem 39 milhões de habitantes.

    Na faixa etária de seis a 14 anos, 97% da população está na escola. Essa taxa, segundo o secretário, já incorpora o ensino fundamental de nove anos. “O Brasil está escolarizando mais cedo suas crianças e criando uma geração escolarizada. É isso que vai mudar o perfil educacional brasileiro, porque as ações na educação são de longo prazo”, sinaliza André Lázaro.

    O secretário explica que as políticas públicas para a educação infantil combatem uma das dimensões do analfabetismo de jovens e adultos: ingresso de jovens analfabetos com 15 anos nesse universo. Para ele, o Plano de Desenvolvimento da Educação, a Prova Brasil e a Provinha Brasil são instrumentos que ajudam a identificar problemas no domínio da leitura e da escrita desde cedo, permitindo ações imediatas.

    Já em relação à segunda dimensão — a população de 15 anos ou mais — o percentual de analfabetismo caiu em relação a 2006: era 10,4% e passou para 10%. Segundo André Lázaro, o analfabetismo é um fenômeno adulto, ou seja, os jovens estão tendo mais acesso ao ensino. Isso porque, de acordo com os dados da Pnad, a taxa de analfabetismo da população de 15 a 24 anos é de 2,2%, enquanto a da população de 25 anos ou mais é de 12,5%. Ambas decresceram em relação a 2006, quando eram de 2,4% e 13% respectivamente.

    Com o programa Brasil Alfabetizado, o atendimento aos jovens e adultos analfabetos cresceu. A meta para 2008 é atender a 1,3 milhão de pessoas, mas o número pode ser maior, de acordo com o secretário. O MEC investiu R$ 300 milhões no programa em 2007. A novidade foi a criação do teste cognitivo para os alunos que entram e para os que se formam nas turmas de alfabetização, na mesma escala que outros testes de aferição, como a Provinha Brasil.

    Letícia Tancredi

  • A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) recebeu 29 propostas para o programa de intercâmbio entre Brasil e Cuba. As inscrições foram encerradas no último dia 31. Houve um aumento comparado à edição do ano passado, quando foram encaminhados à Capes apenas quatro projetos.

    A assessora técnica da Coordenação-Geral de Cooperação Internacional (CGCI/Capes), Ivana Ferreira, acredita que a reestruturação do programa foi o motivo do crescimento. Antes, as inscrições permaneciam abertas o ano todo; nesta edição foi preparado um calendário para apresentação das propostas. Outra novidade foi o preenchimento dos dados, que passou a ser on line. “A procura surpreendeu as nossas expectativas. A troca do fluxograma possibilitou um maior número de candidatos”, afirmou Ivana.

    A parceria entre a Capes e o Ministério da Educação Superior de Cuba (MES) apóia a formação de doutores, pós-doutores, o aperfeiçoamento de docentes e pesquisadores. A qualificação é feita por meio de projetos conjuntos de cooperação científica, de instituições de ensino superior e pesquisa dos dois países nas diversas áreas do conhecimento.

    As propostas apresentadas devem estar vinculadas a um programa de pós-graduação avaliado pela Capes, preferencialmente com conceito cinco, seis ou sete. Outro critério importante é a concordância do curso de pós-graduação e da pró-reitoria respectiva, em que apontam o interesse institucional no projeto. A equipe deve ser composta de, pelo menos, dois doutores, e ter sob sua coordenação docente ou pesquisador brasileiro com título de doutor há, pelo menos, quatro anos.

    Os dois países oferecerão hospedagem, passagens e auxílio financeiro para o desenvolvimento dos projetos. Para outras informações acesse a página eletrônica da Capes. (Assessoria de Imprensa da Capes)

  • Dez universidades e 48 campi estão sendo criados. A iniciativa amplia o número de vagas e leva o ensino superior ao interior do país. O programa Expandir, realizado pela Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), tem a participação da comunidade e a parceria das prefeituras municipais, que cedem áreas para a edificação das obras e opinam sobre quais cursos querem e de que forma serão ofertados. O Expandir começou em 2004.

    O Ministério oferece os investimentos para pagar os serviços licitados, a contratação de trabalhadores da construção civil e professores e técnicos administrativos, a aquisição de equipamentos e laboratórios. Só para atender à demanda das novas instituições, foram criados 3.840 cargos, dos quais 2.365 para professores e 1.475 para técnicos, além de 120 de direção e 420 funções gratificadas. Na primeira etapa do programa, até 2007, serão oferecidas 30 mil vagas.

    O MEC – depois de negociar com o Ministério do Planejamento – já autorizou a realização de concursos destinados à contratação de 24.776 professores e técnicos. Foram liberadas, desde 2003, 9.008 vagas para professores universitários, 1.780 para professores de primeiro e segundo graus e 13.988, para técnicos administrativos.

    Até 2010, a expansão deve gerar 125 mil matrículas nas instituições federais, um crescimento de 21,75% sobre 574.584 matrículas (Censo de 2004) da rede federal de ensino superior. Com a expansão e interiorização dessa área de ensino, 17.410 novos alunos já ingressaram nas universidades federais e, até o final de 2007, R$ 712 milhões terão sido investidos no programa. Os primeiros convênios foram assinados em 2005 e o primeiro campus construído pelo Expandir foi o de Garanhuns, em Pernambuco.

    “Após dez anos de estagnação, o Plano de Expansão da Rede Federal de Ensino Superior se consolida aliando necessidades e vocações econômicas de cada região”, observa o diretor do Departamento de Desenvolvimento, Manuel Palácios.

    Repórter: Susan Faria

  • Dos 5.564 municípios brasileiros, 3.602 têm Conselho Municipal de Educação, 2.582 criaram por lei o Sistema Municipal de Ensino e 2.393 implantaram o Plano Municipal de Educação. Esses dados constam do relatório preliminar do Sistema de Informações dos Conselhos Municipais de Educação (Sicme) relativo a 2007. O Sicme, que é um banco de dados da Secretaria de Educação Básica (SEB), tem cadastrados 4.481 municípios, o que representa 85% das prefeituras.

    Na avaliação do diretor do Departamento de Fortalecimento Institucional de Gestão Educacional da SEB, Arlindo Queiroz, esses números, quando comparados com a realidade dos municípios em 2006, indicam que o Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PDE) já produziu “boas surpresas”. De acordo com Queiroz, os indicadores do Sicme revelam que os gestores deram atenção diferenciada em 2007 para a estrutura da área educacional. “O crescimento acentuado de conselhos e sistemas municipais se deve ao clima de mobilização deflagrado pelo PDE e às caravanas da educação”, explica.

    Para justificar a importância dessas estruturas nos resultados da educação municipal, o diretor cita o estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Prova Brasil 2006. Segundo o Unicef, municípios com Conselho Municipal de Educação (CME) apresentaram desempenho superior no aprendizado dos alunos. “Isso significa que as redes de ensino participativas contribuem diretamente com a qualidade do ensino”, diz. O CME é um órgão de controle social e de regulação da oferta do ensino no âmbito municipal. Tem entre suas atribuições a função de fiscalizar a aplicação das políticas públicas e dos recursos da educação.

    Já o Plano Municipal de Educação (PME), que deve ser criado por lei pela Câmara de Vereadores, define objetivos, diretrizes e os rumos da educação do município e deve ser elaborado com a participação da comunidade. Os municípios com PME, diz Arlindo Queiroz, traçam suas ações e têm prazos para executá-las e a comunidade tem como fiscalizar e cobrar. Embora o número de municípios com PME tenha crescido de 1.830 em 2006 para 2.393 em 2007, ainda há muito que fazer para cumprir o Plano Nacional de Educação, que prevê a instalação de planos em todos os municípios. Também nesse caso, a adesão ao PDE vai ajudar as prefeituras a aprimorar a estrutura da educação, acredita o diretor.

    Ações Até 2006 Total em 2007
    Adesão ao Sicme 4.052 4.481
    Municípios com CME 3.127 3.602
    Municípios com SME 2.072 2.582
    Municípios com PME 1.830 2.293

    Ionice Lorenzoni

  • No período de 1995 a 2004, cresceu 1.490% o número de matrículas de adultos em cursos supletivos de ensino médio no estado de São Paulo — de 29.944 para 466 mil alunos. Só na rede estadual, são 127 mil estudantes acima de 30 anos. Os demais estados seguem a tendência. Há no país cerca de seis milhões de pessoas que aproveitam o tempo livre à noite ou nos fins de semana para recuperar o tempo perdido.

    De acordo com dados de 2003, 74% dos jovens paulistas entre 18 e 24 anos têm ou tiveram acesso ao ensino médio. Entre os 20% mais pobres, a taxa é de 47%. Dez anos antes, era de apenas 16%, o que representa um aumento de 200%. Dados unificados de matrículas escolares e populacionais mostram que esse patamar sobe para 85% na cidade de São Paulo. No Brasil, no período de 1993 a 2003, houve aumento de 55% no número de matrículas de jovens naquela faixa etária. Dentre os 20% mais pobres, de 27%. A mesma pesquisa mostra que, no ensino fundamental, os índices são ainda melhores. No estado de São Paulo, o acesso dos adolescentes de 15 a 17 anos ao estudo é de 93%. Em todo o país, de 85,2%.

    “O aumento do número de alunos adultos é uma realidade em todo o país. É uma questão de conscientização das pessoas”, afirmou Cláudia Veloso Guimarães, coordenadora-geral da educação de jovens e adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC). “Quem não cursa o ensino fundamental e o médio na idade certa, tem o direito de fazer isso na idade adulta. Não é um favor dos estados e municípios. É essa política que tentamos desenvolver.”

    Segundo Cláudia, o Ministério da Educação considera o programa Brasil Alfabetizado um momento fundamental de mobilização e sensibilização para a continuidade do estudo. “Não é um programa de campanha. É uma porta de entrada de um processo contínuo para toda a vida”, disse.

    O Ministério da Educação investe na educação de jovens e adultos (EJA) por meio do Brasil Alfabetizado, que ensina pessoas acima de 15 anos a ler e a escrever, e do Fazendo Escola, que dá apoio técnico e financeiro aos estados e municípios para melhorar a qualidade do ensino fundamental de jovens e adultos. O primeiro já alfabetizou 3,3 milhões nos últimos dois anos e pretende atender 2,2 milhões de pessoas este ano. O segundo vai beneficiar, ainda em 2005, todos os alunos cadastrados no Censo Escolar de 2004 (3,3 mil estudantes) de mais de quatro mil municípios do país.

    Repórter: Raquel Maranhão Sá

  • Foto: divulgação MECO Ministério da Educação, em conjunto com 26 universidades federais, vai ampliar em 2007 a participação dos estudantes universitários do projeto Conexão de Saberes nas atividades de fim de semana do programa Escola Aberta. A maior participação, que passa de 629 bolsistas para 850, se deve ao sucesso do trabalho desenvolvido pelos universitários desde julho de 2006.

    A cada sábado e domingo, os bolsistas dedicam oito horas em dois tipos de atividades nas escolas: dirigem oficinas de leitura para crianças, jovens e adultos, onde o objetivo é ler por prazer; e criam com a comunidade peças de teatro, vídeos e musicais com temas que abordam o respeito às diferenças, princípios éticos, tolerância, preocupação com bem-estar dos outros e exercício da cidadania.

    Para o diretor do Departamento de Desenvolvimento e Articulação Institucional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Francisco Potiguara, nas oficinas de leitura, a comunidade descobre a riqueza dos clássicos da literatura nacional e internacional e, ao ler por prazer, o estudante da escola pública amplia sua cultura e ainda melhora o aprendizado da língua portuguesa.

    Ao abordar os direitos humanos em atividades que envolvem música, teatro e cinema, diz o diretor, os bolsistas incentivam a comunidade à prática de valores fundamentais na vida de todo o cidadão, especialmente porque o programa Escola Aberta está nas regiões metropolitanas onde a situação de risco social e a violência são constantes.

    Conexão de Saberes — O projeto é desenvolvido pelo MEC com as universidades federais, em parceria com a ONG Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro. O Conexão de Saberes apóia estudantes de graduação de baixa renda, moradores ou oriundos de favelas e comunidades das periferias urbanas. O aluno recebe uma bolsa mensal vinculada a um projeto de pesquisa da universidade e à permanência do estudante na instituição. Em 2004, o projeto foi testado por cinco universidades. Em 2005, expandiu-se para 14 instituições e, em 2006, foi para 32. Em julho de 2006, além da pesquisa, uma parte dos alunos do Conexão de Saberes vinculou-se às atividades do programa Escola Aberta.

    A seguir, a ampliação do número de instituições e de alunos do Conexão de Saberes nas atividades de fim de semana do programa Escola Aberta e o reajuste das bolsas mensais:

     
      2006 2007
    Bolsistas 629 850
    Universidades federais 13 26
    Nº de estados atendidos 9 22
    Escolas atendidas 1.258 1.700
    Valor da bolsa R$ 300,00 R$ 350,00

     

    Ionice Lorenzoni

Fim do conteúdo da página