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  • Um total de 880 professores indígenas ingressou em 2006 em cursos de licenciatura específica de sete universidades brasileiras. Além disso, dois conselhos de educação escolar indígena foram instaurados. Houve ainda um amplo debate sobre propostas político-pedagógicas de ensino médio articulado com a formação profissional para os índios.

    O coordenador-geral de educação escolar indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Kleber Gesteira, salienta que outras universidades devem iniciar os projetos de licenciatura em 2007. “Esperamos contar com pelo menos dois mil professores em formação”, projetou. Organizada em 225 sociedades, a população indígena no Brasil, hoje, é de aproximadamente 460 mil pessoas — 0,25% do total de brasileiros.

    A pauta tradicional da educação indígena também foi colocada em prática em 2006. Cresceram a oferta de cursos de magistério, a produção de material didático específico e a construção de escolas. A implantação e a consolidação do apoio às licenciaturas indígenas ganharam força.

    No Alto Solimões, Amazonas, é desenvolvido um curso específico para 250 professores ticunas, cocamas e caixanas, numa iniciativa da Organização-Geral dos Professores Ticunas Bilíngües (OGPTB), em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Em Minas Gerais, 150 professores de seis povos indígenas estudam em cursos oferecidos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em Mato Grosso, o apoio é dado a cem professores de 19 povos pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). A Universidade Federal de Roraima (UFRR) oferece cursos a 180 professores de seis povos do estado.

    Em Mato Grosso do Sul, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) promoveu vestibular para 60 professores indígenas. Uma articulação entre as universidades federais de Goiás (UFG) e do Tocantins (UFT) proporcionou vagas para 59 professores de Goiás, Tocantins e Mato Grosso. Também já está em funcionamento a licenciatura para 80 professores na Universidade de São Paulo (USP).

    Metas — Para 2007, segundo Gesteira, a meta é fortalecer os projetos em andamento e consolidar a licenciatura dos professores indígenas como uma política pública sustentável. Para isso, ressalta, é necessário haver mais pesquisas nas universidades, mais produção de material didático específico e mais interação da comunidade com as universidades. “O objetivo é proporcionar a oferta do ensino básico nas aldeias, com professores indígenas liderando o processo”, disse.

    Em 2006, também foi desenvolvido um intenso trabalho de criação de espaços entre instituições para que os índios participem da formulação, desenvolvimento e avaliação das políticas de educação escolar. Também este ano, foram instalados os conselhos de educação escolar indígena de Pernambuco e do Maranhão. O conselho do Tocantins foi consolidado. No âmbito do MEC, foi fortalecida a Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena.

    Outra frente de trabalho desenvolvida foi a de apoio à expansão da oferta de ensino médio em terras indígenas. Serão discutidas propostas político-pedagógicas e de formação profissional. De acordo com Gesteira, a implantação desse sistema favorece o desenvolvimento das terras indígenas e abre perspectivas para a juventude indígena no País.

    Apoio — O MEC manteve o apoio técnico, político e financeiro, além da oferta de cursos de magistério indígena. O investimento foi de R$ 2,2 milhões em 20 projetos de formação de professores indígenas de nível médio. Essa formação garante oferta de ensino para alunos da primeira à quarta série. Além disso, manteve-se a produção de material didático específico, por meio da Comissão Nacional de Apoio à Produção de Material Didático Indígena (Capema), para uso nas escolas indígenas. O investimento foi de R$ 700 mil, aproximadamente, para 20 novos projetos.

    Já nos projetos de construção de escolas em terras indígenas, estão sendo investidos R$ 2,6 milhões pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). Serão abertas 19 escolas. Outros R$ 2,8 milhões, do Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola), permitirão a criação de 27  instituições de ensino.

    Letícia Tancredi

    Confira as notícias do Balanço 2006

  • Os pais dos alunos brasileiros se preocupam com a segurança nas escolas, querem mais autoridade no ensino, uso de uniforme, eleição direta para diretores e esperam mais motivação, envolvimento e tempo de permanência diária dos alunos, além de atividades extraclasse. Essas conclusões preliminares integram o relatório da primeira etapa de pesquisa inédita realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC). Até o final de fevereiro, a Pesquisa Nacional Qualidade da Educação - A Escola Pública na Opinião dos Pais ouvirá dez mil pais de estudantes matriculados nas escolas públicas urbanas do país.

    O Relatório Analítico dos Grupos Focais indica uma convergência significativa em torno de pontos fundamentais, como nas percepções do ambiente do ensino público, imagem dos profissionais das escolas, participação dos pais e mães, papel do governo e outros aspectos. O objetivo é coletar opiniões das famílias sobre a qualidade das escolas, condições de ensino, trabalho dos professores, diretores e outros agentes escolares, além da visão sobre a relação entre a escolarização e perspectivas de futuro das crianças e jovens.

    Na primeira fase, foi realizado o levantamento de temas a serem pesquisados. Foram formados, em dezembro, dez grupos de discussão no Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Recife e Belém. A amostra possibilitará estimativas com nível de confiança de 95%. No total, serão entrevistados pais e mães de aproximadamente 162 cidades. Cerca de 19 escolas serão pesquisadas por estado. A seleção dos entrevistados nas escolas foi realizada por amostragem aleatória, proporcional ao número de alunos de cada série do ensino fundamental. Estão sendo entrevistadas, pelo menos, 20 famílias por escola. A elaboração do plano levou em conta as bases de dados do Censo Escolar de 2003.

    Satisfação - De um modo geral, pais e mães têm grau razoável de satisfação com a escola pública fundamental, principalmente em relação à rede física, condições de acesso, facilidade de obtenção de matrícula, oportunidades e distribuição de livros didáticos. A gratuidade do sistema é considerada importante.

    Os pais convergem na distinção entre escola pública e privada: consideram a última de melhor qualidade. Para o público, o melhor ensino das instituições privadas advém, basicamente, do fato de elas exigirem mais dos professores porque eles podem ser demitidos se não atenderem os requisitos. As particulares são vistas como mais disciplinadas, organizadas, respeitosas e seguras.

    Os pais concordam que só a escola privada garante preparação adequada para se chegar ao ensino superior. A sensação é de uma escola pública insegura, em crise de autoridade - pouca exigência para o estudante passar de ano. Segundo eles, há pouco compromisso dos professores, os alunos apresentam comportamento desregrado e as secretarias de educação mantêm-se distantes.

    Preocupados com a segurança, os pais compreendem que são necessárias medidas como maior distanciamento físico na convivência entre as faixas etárias, instalação de câmaras de vigilância e implantação de policiamento nas cercanias e dentro das escolas. A surpresa da pesquisa fica por conta do Rio de Janeiro. Estigmatizada como palco principal da violência no país, a cidade registrou a menor preocupação com a segurança.

    A percepção do ensino público fundamental é de relativa satisfação. Não é o que aparece, porém, quando se trata da escola em que o filho estuda. Nos casos concretos, são poucos os aspectos de satisfação e numerosos os pontos de descontentamento. Os segmentos mais pobres da população, moradores de áreas carentes, têm o pior atendimento escolar. Nesses locais, as escolas são simples, pequenas e sem infra-estrutura. As áreas da classe média têm escolas de boa qualidade e com infra-estrutura adequada.

    Diretores - Os diretores são vistos pelos pais como os "guardiões da ordem e da moral", responsáveis pela qualidade de ensino. Na maioria dos casos, os pais depositam neles esperança e confiança. Quanto mais firmeza demonstram na administração da impulsividade e manutenção da disciplina, maior é sua aprovação.

    Os professores são os responsáveis diretos pela qualidade do ensino e pelo sucesso ou fracasso escolar, na visão dos entrevistados. A avaliação deles, no entanto, é difusa e difícil de resultar em consenso. Os pais consideraram os professores da rede pública mais capacitados, por terem passado em concurso, e entendem que os salários são insuficientes ou injustos. Mas criticam esses professores por faltas às aulas, abonos e greves. Mencionam, ainda, a precariedade na formação dos professores.

    Entre os demais funcionários, a mais conhecida é a merendeira, considerada responsável por um setor de importância estratégica para a escola. Quando a merenda é boa, essa funcionária desperta grande simpatia.

    Filhos - Os pais consideram os filhos motivados para o ensino e para freqüentar a escola. Esse fator depende, porém, do relacionamento com o professor, apontado como um dos principais responsáveis pelo envolvimento do aluno com a aprendizagem. O professor competente e dedicado, com apoio da escola, é visto como capaz de despertar a motivação em crianças menos propensas ao estudo.

    A ênfase no papel do professor vem acompanhada da diminuição das responsabilidades dos pais na educação do filho. A média dos entrevistados reconhece a importância de um estreitamento entre a família e a escola, mas não parece muito empenhada nisso. Quando esse estreitamento significa presença mais constante dos pais na escola, uma parcela razoável se protege com a incompatibilidade de horários e compromissos.

    A pesquisa indica que a presença dos pais na escola declina à medida que o aluno deixa as séries iniciais. Na adolescência, os contatos se tornam cada vez mais eventuais. Enquanto a maioria dos responsáveis aponta o trabalho como principal obstáculo a um maior acompanhamento, algumas mães pobres, separadas, que trabalham como faxineiras ou domésticas, dão exemplo de superação de dificuldades e acompanham ativamente a vida escolar dos filhos, caso específico do Rio de Janeiro.

    Na classe mais pobre, é comum o pai que tem dois ou mais filhos considerar um deles menos dotado para os estudos. A baixa tolerância com o rendimento inferior se traduz num processo de desvalorização. O trabalho não é visto por muitos dos pais como empecilho para o sucesso na escola. Eles acreditam que o trabalho ajuda no crescimento e no amadurecimento dos jovens.

    A aspiração dos pais é ver os filhos na universidade pública, em área que lhes assegure o tratamento de doutor. Muito embora considerem aceitável a qualidade do ensino médio e fundamental público, essa qualidade não é considerada suficiente para assegurar o sucesso. Vale ressaltar que, ao aproximar-se a conclusão do ensino médio, aumenta a angústia. Sem condições financeiras, o estudante precisa se voltar para o campo da formação técnico-profissional. Em linhas gerais, segundo a pesquisa, este é o processo que origina a velha demanda das camadas mais pobres.

    Repórter: Jeferson Assunção

  • Apenas 19,4% das escolas públicas do ensino fundamental têm uma biblioteca. As que possuem, em sua maioria, reservaram uma sala pequena e sem atrativos para construir ali o espaço que deveria servir de incentivo à leitura. Os profissionais que cuidam do acervo costumam ser os que não gostam ou não se identificam com as salas de aula. Os dados são da Avaliação Diagnóstica do Programa Nacional Biblioteca da Escola, pesquisa desenvolvida, em 2005, pela Associação Latino-Americana de Pesquisa e Ação Cultural em 196 escolas de ensino fundamental localizadas em 19 municípios de oito estados brasileiros.  

    A pesquisa motivou a Política de Formação de Leitores do Ministério da Educação. “Para além da distribuição de livros didáticos e literários, o foco das ações do ministério é a criação de leitores e o incentivo à leitura entre os estudantes.” Quem garante é a  coordenadora-geral de Estudos e Avaliação do MEC, Jane Cristina da Silva. A especialista esteve reunida, nesta quinta-feira, 8, com 150 gestores educacionais dos municípios com mais de 163 mil habitantes. O fórum Política de livro e leitura: acervo de obras pedagógicas complementares fez parte da programação do 6º Grupo de Trabalho das Capitais e Grandes Cidades que está sendo realizado na Academia de Tênis, em Brasília, e vai até a próxima sexta-feira, 9.

    Vinda de Carapicuíba (SP), a secretária interina de educação Maria Izaura contou que em sua cidade já existem práticas de incentivo à leitura. “Temos dois profissionais em cada escola que são responsáveis exclusivamente pelas salas de leitura”, relatou. No município, que fica no interior de São Paulo, as escolas têm salas de leitura e bibliotecas. As salas de leitura recebem as turmas de alunos uma vez por semana. Juntos, estudantes e professores lêem e contam histórias. “Eles podem até mudar o final dos livros se quiserem”, explicou Maria Izaura.

    Entretanto, o exemplo de Carapicuíba é raro. As práticas de incentivo à leitura ainda não são uma constante no Brasil. O Retrato da Leitura no Brasil, estudo feito em 2000 por entidades de livros e fabricantes de papel, trouxe dados importantes como o fato de 53% dos compradores de livros estarem na região Sudeste. A pesquisa demonstrou, ainda, que o hábito da leitura está diretamente ligado ao índice de escolaridade e às condições de acesso ao livro. 

    Estratégias – As táticas adotadas pelo MEC para garantir a formação de leitores vão além da aquisição e distribuição de acervos. A formação continuada de profissionais da escola e da biblioteca é uma dessas estratégias. A intenção é garantir que os docentes sejam também leitores e não apenas profissionais que ensinam a ler. “Não conseguiremos incentivar os alunos a ler sem que os professores sejam também bons leitores”, esclareceu Jane Silva. Desde novembro de 2006, o ministério edita a Revista Leituras, que traz discussões sobre o tema e fornece instrumentos e práticas pedagógicas para os professores.

    A ampliação do acesso às obras literárias também surge como parte da política de formação de leitores.  Este ano, acervos do Programa Nacional Biblioteca da Escola passaram a ser entregues em escolas de educação infantil e ensino médio. Todas as escolas públicas brasileiras de ensino médio devem receber, no mínimo, 139 livros.

    Ana Guimarães

  • Um estudo do Ministério da Saúde, realizado em parceria com as universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pelotas (UFPel), Minas Gerais (UFMG), Bahia (UFBA) e Universidade de São Paulo (USP), apresentado nesta quarta-feira, 27, aos membros da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), mostra que o país tem um déficit de cerca de cinco mil especialistas em diferentes áreas e que essa carência é acentuada nas regiões Norte e Nordeste.

    O trabalho indica que faltam médicos para trabalhar nas unidades de tratamento intensivo (UTI) em todos os estados das regiões Norte e Nordeste e em parte do Centro-Oeste. Nestes locais, informa a coordenadora-geral de ações estratégicas de educação em saúde, do Ministério da Saúde, Laura Feuerwerker, não há profissionais para atender às necessidades da população e nem programas de formação de residentes.

    As regiões Norte e Centro-Oeste precisam também de anestesistas e, em todo o país, faltam psiquiatras e especialistas em saúde da família. O estudo do Ministério da Saúde revela, ainda, que há excesso de pediatras, porque os programas de residência médica continuam formando esses profissionais sem verificar que o número de nascimentos vem caindo nos últimos 20 anos.

    Para o presidente da CNRM, Antônio Carlos Lopes, o estudo é uma contribuição importante e vai orientar a definição de programas de residência médica no Ministério da Educação. Antônio Carlos Lopes constituiu uma subcomissão para trabalhar a criação de residências a partir das carências apontadas no trabalho do Ministério da Saúde.

    Aumento - Laura Feuerwerker destacou que a discrepância entre as necessidades de especialistas e a formação de residentes ocorreu porque nos últimos 15 anos "houve pouca conversa entre as áreas de saúde e educação, mas que isso hoje está mudando". Ela também informou que nos últimos dez anos os cursos de graduação em medicina passaram de 80 para 138, mas que a expansão dos programas de residência não acompanhou esse aumento, por isso o déficit de cerca de cinco mil especialistas. A CNRM é um órgão da Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) que define as políticas e orienta a formação de médicos residentes.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

     

  • Quarenta e um professores visitantes de elevado conceito internacional vieram ao país para ministrar cursos de excelência a estudantes de pós-graduação stricto sensu. Criada em 2006, a escola de Altos Estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) destinou R$ 1,3 milhão para a realização de 19 cursos, em que o aproveitamento acadêmico corresponde a créditos no curso ou programa de pós-graduação em que o aluno está matriculado.

    A iniciativa busca estimular a cooperação acadêmica a fim de elevar a formação de recursos humanos qualificados e fomentar a produção acadêmica no país. Estão previstos mais 17 cursos até o final do ano e outros três estão em análise pela Capes. No total, terão sido destinados, entre 2006 e 2008, R$ 3 milhões 362 mil para a realização de cursos. A Capes repassa recursos de até R$ 150 mil a cada projeto aprovado.

    Vieram ao Brasil professores de instituições de ensino de excelência, como das Universidades Sorbonne, de Colúmbia e Oxford, entre várias outras. Já foram ministrados cursos, inclusive intensivos, nas áreas de medicina, medicina legal, direito, física, comunicação, matemática, biologia, arquitetura e urbanismo, arquitetura, engenharia, lingüística, zootecnia, história, ciências sociais e educação.

    Podem participar universidades que ofereçam cursos e programas de pós-graduação stricto sensu de mestrado, doutorado e pós-doutorado, preferencialmente, com nota igual ou superior a cinco, nos processos de avaliação da Capes, e as sociedades de pesquisa científica credenciadas junto à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

    As instituições devem encaminhar propostas que incluam, entre outros pontos, os currículos do professor convidado e do professor responsável na instituição brasileira, justificativa do convite, programa do curso a ser ministrado, infra-estrutura logística disponível, número máximo de matrículas presenciais e estimativa de orçamento, além do número de créditos que o programa de pós-graduação stricto sensu responsável pelo curso vai atribuir pelo aproveitamento acadêmico.

    As inscrições podem ser feitas durante todo o ano, em fluxo contínuo. Outras informações podem ser obtidas na página eletrônica da Capes.

    Maria Clara Machado

  • Foto: Júlio César PaesO ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 31, que o país tem espaço para o crescimento da educação superior tecnológica e citou as áreas de turismo, informática, agronegócio e cooperativismo como as que apresentam as maiores demandas. Haddad falou sobre a importância da formação profissional no lançamento do Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia, que reúne, sob 96 denominações, mais de 3.500 cursos oferecidos no país.

    Com o catálogo, o Ministério da Educação pretende dar visibilidade aos cursos e atender melhor a estudantes, instituições de ensino e empresas, além de organizá-los para que participem da série completa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) a partir de 2007. Hoje, os cursos superiores de tecnologia (CST) passam pelos processos de autorização e reconhecimento, mas os alunos não participam do Exame Nacional de Avaliação dos Estudantes (Enade), que é um dos pilares do Sinaes.

    Outro objetivo do MEC é aumentar a oferta de cursos, a exemplo do que ocorre nos países desenvolvidos. Segundo Haddad, os CST no Brasil respondem por 4% das matrículas da educação superior, enquanto nos países desenvolvidos eles representam 40%. Já a ociosidade das vagas é diferente entre as escolas públicas e privadas de educação profissional e tecnológica. Na rede pública é de 8%, enquanto no setor privado é de 40%.

    Projeto Sintonia – Entre as explicações encontradas pelo Ministério da Educação para a ociosidade, estão cursos com perfis desatualizados em relação às demandas do mercado de trabalho e às novas tecnologias. O Projeto Sintonia, recém-criado pelo MEC, visa atualizar os centros e escolas técnicas federais para a remodelação dos cursos que estão com vagas ociosas.

    O passo seguinte será partir para a abertura de cursos de acordo com as necessidades profissionais das cidades e regiões onde centros e escolas públicas atuam. A busca da qualidade dos cursos, diz Haddad, será outro caminho para quebrar o ciclo da baixa procura.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

     

  • Ministro anuncia construção de 70 escolas técnicas em 2008 (Foto: Júlio César Paes)O Brasil ganhará, no próximo ano, 70 escolas técnicas. As obras devem começar em janeiro, quando também serão realizados os concursos, e as aulas, no segundo semestre. O Ministério da Educação vai investir R$ 750 milhões na construção de escolas, até 2010, em 150 municípios. Todos os estados e o Distrito Federal serão contemplados na segunda fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Haverá ainda a destinação de mais R$ 500 milhões, por ano, para custeio e salários de professores e funcionários.

    O secretário de educação profissional e tecnológica, Eliezer Pacheco, anunciou nesta sexta-feira, 31, uma mudança, para 2008, na projeção inicial de implantação de 50 unidades a cada ano até chegar a 150 em 2010. “Identificamos 35 municípios com edificações prontas”, salientou. Segundo Pacheco, o Ministério da Educação vai concentrar esforços para implantar 70 unidades em 2008, outras 50 em 2009 e deixar apenas 30 para 2010.

    Para que isso ocorresse, os municípios apresentaram contrapartidas ao MEC, que exigiu apenas a doação do terreno. A partir daí, especialistas em diversas áreas analisaram as propostas e criaram um ranking por estado para definir o cronograma de implantação. Quanto maior e mais qualificadas as contrapartidas, mais rapidamente o município vai receber a nova unidade.

    A partir de segunda-feira, dia 3 de setembro, as prefeituras terão 120 dias para discutir as áreas nas quais serão oferecidos cursos e concretizar as propostas. Em 31 de dezembro, será encerrado o prazo para que as contrapartidas dos municípios sejam apresentadas aos centros federais de educação profissional e tecnológica (Cefets), aos quais caberá a implantação das escolas. A medida vai favorecer o controle da aplicação dos recursos pelo MEC e dinamizar a entrada em operação das unidades.

    Fortalecimento — A expansão da rede está prevista no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O ministro da Educação, Fernando Haddad, considera a criação das 150 escolas até 2010 uma das ações estratégicas mais importantes do plano. “Vamos construir pelo menos um instituto federal de educação, ciência e tecnologia por estado. Uma das missões é fortalecer a educação pública no País, sobretudo no que diz respeito ao ensino médio”, afirmou. “Sem o apoio da rede federal, o ensino médio não vai se estruturar adequadamente.”

    O ministro lembrou da importância dessas escolas para o desenvolvimento e o crescimento das regiões beneficiadas. “A participação da comunidade na definição dos cursos é oportuna porque ela vai indicar para os futuros institutos federais quais as áreas de maior sinergia com o desenvolvimento local”, afirmou.

    O MEC pretende fortalecer o vínculo de cada unidade com sua região. “Com a fixação dos jovens nessas regiões, não será necessário que eles migrem para os grandes centros em busca de oportunidades educacionais”, destacou o ministro. Ao final de 2010, haverá 500 mil vagas e 354 escolas técnicas no Brasil.

    Manoela Frade

    Veja o cronograma de instalação das escolas técnicas federais por regiões:

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    Escolas técnicas para 150 cidades

  • O ministro da Educação, Tarso Genro, participou ontem, 14, de um
    jantar/reunião com o Conselho dos Embaixadores dos Países Árabes, no Hotel Carlton, em Brasília. Na pauta do encontro, os diplomatas,
    sediados em Brasília, abordaram a vontade de promover o ensino do
    idioma árabe no Brasil. A idéia é introduzir o estudo da língua em
    escolas e universidades.

    Os embaixadores dos 13 países árabes propuseram ao ministro que a
    integração entre o Brasil e as nações árabes pela educação seja tema de discussão na reunião da cúpula dos presidentes dos países da América Latina e dos países árabes que ocorrerá em maio próximo.

    Tarso disse que a integração entre as nações, por meio do idioma, faz
    parte das ações do ministério e que já está em andamento o programa
    Escolas Bilíngües, realizado com estudantes brasileiros e argentinos,
    de 1ª série, em escolas de fronteira que recebem aulas em português e em espanhol.

    Sandro Santos

  • O Brasil participa do 2º Congreso Internacional de Alimentación Escolar para América Latina, promovido pela Red de Alimentación Escolar para América Latina (LA-Rae), desde esta segunda-feira, 4, até 7 de setembro, em Cancún, no México. O encontro definirá as linhas estratégicas de promoção e consolidação das redes nacionais de combate à fome, especialmente de crianças em idade escolar.

    O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), Daniel Balaban, e a coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Albaneide Peixinho, representam o governo brasileiro no congresso. A LA-Rae congrega todos os programas e projetos e experiências de alimentação escolar na América Latina e o congresso é uma oportunidade para a troca de experiências na área entre todos os países latino-americanos.

    "Pretendemos formar no país uma rede de alimentação escolar, buscando integrar as diversas experiências dos municípios, o que possibilitará uma importante troca de conhecimento e cultura na administração e elaboração da alimentação escolar", afirma Daniel Balaban, que vai aproveitar a ocasião para propor que o Brasil sedie o próximo congresso internacional da rede, em 2007. A participação brasileira é uma oportunidade para conhecer a LA-Rae e desenvolver uma forma de implantá-la no país.

    Na assembléia geral de Cancún, Balaban vai relatar os avanços obtidos pelo Brasil desde a criação da entidade, em 2004. No encontro, haverá relatos de experiências de alguns dos 34 países participantes da rede.

    A exposição do programa brasileiro de alimentação escolar ficará a cargo de Albaneide Peixinho, na mesa em que serão discutidas as melhores práticas, no penúltimo dia do encontro. "Os pedidos de assistência técnica que temos recebido de outros países demonstram que nosso programa conseguiu atingir as metas", diz. Também serão relatadas as experiências do México, dos Estados Unidos e do Chile.

    O Brasil se destacou no desenvolvimento do programa nacional de alimentação escolar e fez acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês) para ajudar países em desenvolvimento como Haiti, Angola, Moçambique e Cabo Verde na implantação dos seus programas.

    Nutrição - A La-Rae foi criada em 2004 por iniciativa do Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) e da School Nutrition Association (Associação de Nutrição Escolar), com o objetivo de promover o trabalho conjunto e apoiar programas de nutrição de instituições públicas e privadas, acadêmicas e da sociedade nos países da América Latina e Caribe. (Assessoria de Comunicação Social do FNDE)

  • A interação da educação com outras áreas sociais, o financiamento e a troca da dívida externa por projetos educacionais foram debatidos na 1ª reunião do comitê intergovernamental do Projeto Regional de Educação para a América Latina e Caribe (Prelac). O comitê reuniu-se em Santiago, Chile, na semana passada.

    De acordo com o diretor de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Timothy Ireland, que representou o MEC na reunião, os países e agências governamentais reafirmaram o papel da educação na superação dos problemas sociais, mas reconheceram que sozinha não dará conta da tarefa. Entre as saídas, propuseram intensificar a integração com outras áreas sociais, tais como saúde, justiça, direitos humanos, além de aumentar os investimentos.

    Além de discutir como a educação pode potencializar sua atividade a favor do desenvolvimento dos países, os membros do comitê intergovernamental indicaram que é necessária maior coordenação e articulação entre os organismos internacionais, para melhorar o alcance e desempenho dos programas, muitas vezes superpostos. Os órgãos internacionais que mais atuam na educação são a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

    Agenda – A 1ª reunião do Prelac também indicou dois temas que deverão ser trabalhados pela Unesco para a agenda da reunião dos ministros da educação da América Latina e Caribe, marcada para junho de 2007, em Buenos Aires, Argentina: a avaliação da educação básica e a definição de indicadores de qualidade para os sistemas educacionais. Para Timoty Ireland, o Brasil pode contribuir com sua experiência em avaliação, especialmente na educação básica e superior. Ele lembra que o país já iniciou a avaliação do programa Brasil Alfabetizado, que é coordenada pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), mas ainda precisa construir instrumentos capazes de avaliar a pré-escola e a educação de jovens e adultos.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • A experiência brasileira no ensino técnico, científico e profissionalizante será apresentada até esta sexta-feira, 1º de setembro, na sede do Ministério da Educação, em Brasília, para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Representantes dos nove países que compõem a CPLP participam de painéis e recebem informações sobre a estrutura da rede federal de educação brasileira. A apresentação faz parte da reunião Desafios no Ensino Profissional e Agenda de Cooperação Técnica da CPLP. 

    O evento é organizado pela Secretaria de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Setec) e pela Assessoria Internacional do MEC, em parceria com o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). O objetivo do encontro é criar uma carta de recomendações para os ministros da Educação dos países membros da comissão com estratégias que promovam o ensino técnico e profissionalizante.

    "A nossa expectativa é que essa reunião técnica gere insumos para que os ministros possam discutir as estratégias para a educação dentro dos seus países”, explica a secretária de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eline Nascimento.

    O próximo passo será a realização da 10ª Reunião de Ministros da Educação da CPLP em março de 2018, também em Brasília, que coloca em operação o eixo 2 do Plano de Ação de Cooperação Multilateral no Domínio da Educação da CPLP (2016-2020).

    "Pela primeira vez temos uma orientação política que vem da reunião ministerial da educação, e hoje nós estamos vendo ganhar corpo uma reunião técnica que vai impulsionar o trabalho em conjunto em prol do desenvolvimento da educação profissional e tecnológica dos estados membros da CPLP. A agenda é até 2020 e nós já estamos muito avançados", observou a técnica do secretariado executivo da CPLP, Arlinda Cabral.

    Dentro os eixos discutidos na reunião técnica estão o empreendedorismo, as tecnologias e a promoção da inclusão social na educação profissional, científica e tecnológica e a relação de gênero. O presidente do Conselho dos Institutos Federais de Educação (Conif), Francisco Roberto Brandão, destacou a importância de contribuir com as experiências brasileiras e também conhecer a experiência dos países participantes.

    História – A CPLP foi criada em 1996, em Portugal. Fazem parte Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Com países situados em quatro continentes – África, Europa, Ásia e América – tem o intuito de promover o desenvolvimento econômico e social dos seus povos e a difusão língua portuguesa.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Moçambique, país situado no sudeste da África, manifestou nesta quarta-feira, 27, em Salvador, interesse em renovar projetos de cooperação com o Brasil. Com 33 línguas locais e cerca de cem línguas maternas, Moçambique adota o português como idioma oficial. O analfabetismo atinge 52% de sua população. O país quer que o Ministério da Educação brasileiro continue fazendo formação de professores para a alfabetização de jovens e adultos e transfira sua experiência na produção de materiais didáticos.

    Representantes da área da educação e especialistas de sete países de língua portuguesa – Cabo Verde, Brasil, Angola, Guiné-Bissau, Timor Leste e São Tomé e Príncipe, além de Moçambique – participam em Salvador da 2ª oficina de Cooperação Sul-Sul. Até sexta-feira, 29, eles vão avaliar acordos de cooperação sobre educação de jovens e adultos e programar novas atividades para 2008 e 2009. Segundo a coordenadora de educação de jovens e adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Carmem Gatto, os interesses dos países são múltiplos e as possibilidades de continuar as parcerias estão sendo reafirmadas.

    Guiné-Bissau, por exemplo, quer a participação do Brasil na temática da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente HIV/Aids. Carmem Gatto diz que a Guiné quer colocar o tema no currículo da educação de jovens e adultos como forma de ampliar as possibilidades de prevenção. Guiné-Bissau fica na costa ocidental da África.

    Os representantes dos países também discutiram hoje questões de interesse comum da comunidade de língua portuguesa que devem integrar a 6ª Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea), que acontecerá no Brasil, em maio de 2009. A preocupação, explica Carmem Gatto, se concentra na pós-alfabetização de adultos, que significa que os sistemas de ensino devem oferecer a continuidade dos estudos; a qualidade da educação; formação continuada de alfabetizadores; articulação da alfabetização com programas sociais; multilingüísmo.

    Indicadores - Dados divulgados na 2ª oficina apontam altas taxas de analfabetismo de jovens e adultos entre os países presentes ao encontro. Na Guiné-Bissau, a taxa é de 63% da população; Angola, 58%; Moçambique, 52%; Timor Leste, 40%; Cabo Verde, 25%; São Tomé e Príncipe, 20%. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2006, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que a taxa de analfabetismo no Brasil é de 10,2% da população com 15 anos ou mais.

    Nesta quinta-feira, 28, os especialistas em educação e os representantes dos sete países vão definir os programas prioritários de 2008 e o calendário de execução; e na sexta-feira, 29, visitarão salas de educação de jovens e adultos para conhecer a experiência brasileira na área.

    Ionice Lorenzoni

    Repubicada com alteração de informações

  • Representantes de sete nações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão se reunir para falar, pela primeira vez, sobre a educação de jovens e adultos. De segunda-feira, dia 14, até quinta, 17, no Naoum Plaza Hotel, em Brasília, cerca de 40 representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Brasil estarão reunidos para debater a Cooperação Sul-Sul.

    A proposta, segundo o professor Timothy Dennis Ireland, diretor do departamento de educação de jovens e adultos (EJA) do Ministério da Educação, é criar um espaço para o debate construtivo, incluindo as práticas em alfabetização, escolarização e educação continuada entre as nações da comunidade, de forma a possibilitar uma troca de experiências para melhorar o trabalho realizado em cada país, respeitadas as especificidades culturais.

    No encontro, promovido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), serão respondidas  questões sobre as demandas que o Brasil recebe de outros países de língua portuguesa para a cooperação técnica em alfabetização e educação de jovens e adultos. Também serão identificados os principais esforços governamentais para esse segmento. Uma das propostas, segundo o Ireland, é formar uma rede de parcerias, com uma agenda articulada para atingir as metas da Década da Alfabetização da Unesco.

    Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 33 milhões de analfabetos funcionais — pessoas com menos de quatro anos de estudo — e 16 milhões de pessoas com mais de 15 anos ainda não alfabetizadas. Um dado relevante aponta que a taxa de analfabetismo é maior entre os mais velhos (34% têm mais de 60 anos) e também entre as pessoas com menor rendimento familiar (28% ganham até um salário mínimo).

    Indicadores — Em Moçambique, o índice de analfabetismo atinge 56,2% da população. Mesmo tendo o português como idioma oficial, a população convive com mais de 25 línguas nacionais e 33 dialetos.

    Em fase de reestruturação política após a guerra civil, a Guiné-Bissau tem um quadro crítico em relação à alfabetização e à educação de jovens e adultos. Os dados do Ministério da Educação Nacional apontam, em algumas regiões do país, índice de analfabetismo superior a 91%. Na capital, Bissau, o percentual é de 48%.

    O arquipélago de Cabo Verde, no Oceano Atlântico, tem como língua oficial o português, mas quase todos os cabo-verdianos falam o crioulo. Lá, a  taxa de analfabetismo atinge 25% da população.

    Depois da guerra, que durou 41 anos, Angola apresenta 58,3% da população analfabeta. O português é a língua oficial, mas o país tem inúmeros dialetos e 20 línguas nacionais.

    Em São Tomé e Príncipe, duas ilhas do Golfo da Guiné, a taxa de analfabetismo chega a 20%. O pedagogo brasileiro Paulo Freire (1921-1977) foi o responsável pela implementação de um método de erradicação do analfabetismo no país, com grandes resultados.

    Localizada a noroeste da Austrália, a pequena ilha de Timor-Leste já foi colônia portuguesa. Dos 800 mil habitantes, mais de 40% são analfabetos. Apesar de a língua portuguesa ter sido declarada oficial, apenas homens e mulheres com mais de 40 anos falam o idioma. A língua nacional é o tetum. (Assessoria de Comunicação da Secad)

  • Seis das oito nações que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) recebem este mês exemplares da coleção Literatura para Todos, composta de dez livros escritos especialmente para jovens com mais de 15 anos e adultos recém-alfabetizados. As obras brasileiras vão para os ministérios da Educação e para as principais bibliotecas públicas da Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, Angola, Timor Leste e São Tomé e Príncipe. Portugal e Brasil também participam da CPLP.

    Para o diretor do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Timothy Ireland, o Brasil dá partida a uma experiência de troca de livros de literatura para novos leitores de língua portuguesa entre os países da CPLP.

    A próxima etapa será construir uma coleção com dois ou mais volumes contendo textos literários de autores de cada um dos países da comunidade. “Com a iniciativa pretendemos vencer preconceitos, buscar e conhecer nossas raízes e interagir com os povos que falam nossa língua”, explica Timothy. Na avaliação deles, este projeto começa pequeno, mas é viável porque contribui para fortalecer a articulação Sul/Sul que tem problemas comuns, entre os quais se destacam os altos índices de analfabetismo de jovens e adultos.

    Distribuição – O mês de janeiro marca o início da distribuição da coleção Literatura para Todos aos alfabetizadores brasileiros que estão em sala de aula. Cada alfabetizador receberá uma ou duas coleções, dependendo do número de alunos que tenha na sala. Se tiver, por exemplo, 20 a 25 alunos, receberá duas coleções. Será função do educador fazer circular os livros entre os alunos, de forma que possam ler todas as obras. A coleção será enviada também para as bibliotecas públicas para que outros leitores tenham acesso aos livros.

    A segunda etapa de distribuição será feita pelos carteiros e tem como alvos jovens e adultos alfabetizados em 2004 e 2005. Cada carteiro receberá uma coleção e o cadastro dos jovens e adultos que residem na sua área de trabalho. O professor Timothy diz que o carteiro será o agente de leitura. “O carteiro entrega um livro e combina com o jovem ou adulto quando virá recolhê-lo e trazer outro”, diz. O objetivo é fortalecer o aprendizado da leitura entre os que concluíram a alfabetização nos primeiros anos do programa Brasil Alfabetizado.

    A primeira tiragem da coleção tem 1,1 milhão de exemplares, sendo 110 mil a tiragem de cada obra. A coleção abrange sete gêneros literários: teatro, novela, conto, crônica, biografia, tradição oral e poesia.

    Ionice Lorenzoni

  • Foto:Júlio Cesar PaesRepresentantes das oito nações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) se reúnem nos dias 25 a 28 (terça a sexta-feira), em Fortaleza, para o 1º Encontro de Literatura da CPLP. Durante o evento, serão listados autores da comunidade cujos livros serão adotados no ensino básico de todos esses países e utilizados para a formação de professores. A idéia é fortalecer as relações culturais e promover o intercâmbio a partir da leitura.

    De acordo com o professor Godofredo de Oliveira Neto, diretor do Departamento de Políticas da Educação Superior do MEC, cada país vai apresentar uma lista de sugestões que, após uma seleção, serão aprovadas pela Executiva de Educação da CPLP. “O Brasil vai levar o Guia Conciso de Autores Brasileiros, publicado pela Biblioteca Nacional, em 2002, a partir de uma consulta popular”, disse. Entre os autores que constam do guia estão Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa e Machado de Assis.

    O encontro também vai debater a criação do Instituto Machado de Assis, que funcionará nos moldes dos institutos Goethe (Alemanha), Cervantes (Espanha) e Camões (Portugal). O projeto do novo instituto deve ficar pronto em dezembro e terá como objetivo difundir a cultura brasileira e o português fora do espaço lusófono. As discussões serão realizadas no Seara Praia Hotel (Avenida Beira Mar, 3080, Meireles, Fortaleza).

    Intercâmbio – Criada em 1986, a CPLP é composta por Angola, Brasil, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste – este último aderiu em 2002.

    A Comissão Executiva de Educação foi criada em 2004 durante a reunião anual dos ministros da Educação da CPLP. O MEC foi eleito para presidir a comissão no biênio 2004/2005. Para estimular a integração a partir de temas educacionais, o trabalho foi dividido entre os países. O Brasil ficou encarregado de coordenar a parte de literatura; Portugal, as áreas de história, ensino técnico e superior; e Moçambique, os setores de estatísticas e pesquisas educacionais.

    Repórter: Flavia Nery

  • A educação de jovens e adultos (EJA) nos países de língua portuguesa será o tema principal da oficina que o Ministério da Educação, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão do Ministério das Relações Exteriores, e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) realizam de 15 a 18 de maio, em Brasília. O outro tema da reunião é a cooperação Sul/Sul.

    De acordo com o diretor do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Timothy Ireland, a oficina visa construir um plano estratégico de cooperação entre os países para troca de informações, experiências e programas na área. Participam do encontro coordenadores de EJA, agências de cooperação, fóruns de universidades da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste – e o ministério da educação da África do Sul, que vêm conhecer detalhes do Programa Brasil Alfabetizado e da educação de jovens e adultos.

    Brasil Alfabetizado – De 26 e 31 de março, Timothy Ireland participou em Libreville, no Gabão, centro-oeste da África, da reunião anual da Associação para o Desenvolvimento da Educação na África. Lá, o diretor apresentou o Programa Brasil Alfabetizado e as ações do MEC de promoção da educação de jovens e adultos. Ao contrário do Brasil – que, em 2006, vai aplicar R$ 212 milhões na alfabetização de jovens e adultos e repassar R$ 548 milhões aos estados e municípios que oferecem EJA – os países africanos dependem de recursos de agências internacionais para promover a alfabetização.

    Os participantes da reunião, disse Timothy, elogiaram o formato descentralizado do Programa Brasil Alfabetizado – que trabalha em parceria com estados, municípios e ONGs –, a coordenação do governo federal e o sistema de avaliação do desempenho dos alunos.

    Foi consenso na reunião, explicou Timothy, que as campanhas periódicas de alfabetização de adultos, os materiais didáticos improvisados e a baixa formação de alfabetizadores devem ser evitados porque não produzem resultados. A alfabetização se consolida, disse, com cursos mais longos e, especialmente, com a oferta de educação de jovens e adultos nos sistemas de ensino. Também no encontro, o MEC manifestou interesse em publicar no Brasil romances, poesias e contos de autores africanos para os leitores de EJA e relatos de experiências feitas em países da África sobre a educação de jovens e adultos.

    Ionice Lorenzoni

  • Sete países da América Latina, da África e da Ásia estarão na Universidade de Brasília (UnB), de 1º a 3 de junho, para conhecer a experiência brasileira sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, ao uso de drogas e à gravidez precoce, desenvolvida pelos ministérios da Educação e da Saúde.

    Nesses três dias, será realizada na UnB a 2ª Mostra Nacional Saúde e Prevenção nas Escolas, que traz experiências do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), desenvolvido desde 2003 nas escolas das redes públicas. A mostra apresenta 66 trabalhos selecionados nas modalidades oral, pôster e expressões artístico-culturais. “São experiências inovadoras na maneira de fazer prevenção com jovens no espaço escolar”, diz o diretor do Departamento de Desenvolvimento e Articulação Institucional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Francisco Potiguara.

    A seleção de projetos será apresentada ao Paraguai, Bolívia Nicarágua, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, países- membros da Rede de Laços Sul-Sul, iniciativa que os une ao Brasil no compromisso de assegurar o acesso universal à prevenção, ao tratamento do HIV/Aids e aos cuidados para quem vive com o vírus. O SPE tem um olhar voltado aos professores e educadores e seu objetivo é promover a integração entre os serviços municipais e estaduais de educação e saúde, tendo a escola como espaço de articulação das políticas de prevenção para adolescentes e jovens.

    Integração — As experiências são exemplos de gestão integrada entre os ministérios da Educação e da Saúde, programa que tem o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), organizações não-govertitle_aliasntais e da comunidade escolar nos estados e municípios. “A gestão integrada e descentralizada do governo federal fortalece os grupos locais. Todas as ações nas escolas são decididas em grupo e os jovens também participam”, afirma Maria de Fátima Malheiros, técnica de assuntos educacionais da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC).

    Os jovens recebem formação e se tornam multiplicadores do conhecimento. Francisco Potiguara explica que o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas incorporou a valorização do protagonismo juvenil. “Hoje, os jovens são multiplicadores de informações e de ações de prevenção.” Pela participação no conselho gestor do Movimento de Adolescentes do Brasil e no comitê consultivo do SPE, a adolescente brasileira Fernanda Winter vai participar da Cúpula Júnior 8, na Alemanha, de 1º a 8 de junho. A cúpula ocorre paralelamente ao encontro dos líderes dos países mais ricos do mundo, o G8. Durante o evento, adolescentes de vários países vão discutir propostas e buscar soluções para problemas que afetam e violam os direitos de crianças e adolescentes.

    Censo Escolar — Em 2005, pela primeira vez, o Censo Escolar trouxe dados sobre ações de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DST)/Aids realizadas em escolas da educação básica. Segundo Potiguara, “os dados permitem uma visão geral do tratamento da temática no sistema educacional. Agora temos bases científicas para o desenvolvimento do projeto. A 2ª Mostra será um encontro para troca de tecnologias.” De acordo com o censo de 2005, das 161.679 escolas públicas da educação básica, 97.600, o que corresponde a 60,4%, trabalharam o tema DST/Aids; e 9.200 escolas que debateram o assunto também ofereceram preservativos aos estudantes.

    Manoela Frade

  • Experiências sobre a oferta de informações científicas de países ibero-americanos foram apresentadas na Conferência Internacional de Acesso à Informação Científica e Tecnológica, promovida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) na semana passada.

    O diretor de Programas da Capes, José Fernandes de Lima, falou sobre a forma de gestão do Portal de Periódicos brasileiro. Ele explicou que as bases de dados científicas são disponibilizadas por meio da internet para todas as instituições federais, estaduais e municipais com programas de pós-graduação recomendados pela Capes.

    A agência faz a negociação com as editoras internacionais e financia o serviço. Os acessos podem ser feitos por computadores instalados em laboratórios e bibliotecas das instituições. Em 2004, foram 27 milhões de acessos, um aumento de 35% em relação a 2003. Em 2005, de janeiro a agosto foram 19,2 milhões de acessos. “Uma das nossas prioridades é ampliar cada vez mais o acesso”, destacou Lima. No Brasil, cerca de 1,3 milhão de professores, pesquisadores, estudantes de graduação, pós-graduação e técnicos utilizam o serviço.

    O representante da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) de Portugal, José Joaquim Gomes Fernandes, disse que o consórcio de periódicos português ainda é novo – possui dois anos de existência – mas, de um ano para outro, foi ampliado de 3.500 textos completos para 16.750. Segundo Fernandes, 330 mil acessam o serviço, o que significa 80% da comunidade científica portuguesa.

    Experiência – Quando iniciaram o processo de instalação, uma comissão veio ao Brasil. “É muito importante ver a experiência de outros países e no ano passado tivemos aqui para conhecer o Portal de Periódicos brasileiro”, afirmou. Ao contrário do Brasil, onde o portal é totalmente financiado pelo governo federal, o consórcio de Portugal é uma parceria entre o governo e as instituições que solicitam o uso. “O governo paga uma parte, as que querem usar pagam a outra metade, no entanto, há uma questão de dimensão, as maiores contribuem com mais recursos financeiros”, explicou.

    A manutenção financeira é uma preocupação em todos os países que apresentaram suas experiências. Para a presidente da Comissão Nacional de Investigação Científica e Tecnológica do Chile (Conicyt), Anna Maria Prat Trabal, o país também optou por criar em 2001 uma parceria entre o governo chileno e as instituições. “Não há nenhuma universidade ou instituto de pesquisa que consiga adquirir sozinha estes artigos científicos, mas acreditamos ser importante envolver todas as instituições para que nunca haja descontinuidade do programa.”

    De acordo com Anna Maria, as instituições contribuem financeiramente de acordo com seu tamanho e necessidade de acesso. Segundo ela, o portal brasileiro é excelente e representa uma evolução, mas o Chile não teria recursos para adotar o mesmo modelo.

    O diretor do Consórcio de Bibliotecas Universitárias da Catalunha, Espanha, Luís Anglada de Ferrer, explicou que no seu país existem seis consórcios. Cada estado financia 10% dos custos e as instituições de ensino superior financiam 90% do total. A maioria é de universidades públicas.

    Para ele, o sistema de consórcio tem muitas vantagens porque, além das instituições usuárias terem noção do custo do serviço, é possível realizar outras ações. No caso da Catalunha, foi comprado um sistema de automatização para as bibliotecas, com montagem de um catálogo de dados de livros e um local para armazenamento de obras antigas, tudo para uso coletivo. Ferrer acredita que um único financiador é muito difícil de ser mantido e defende que o estado pague 50% e as universidades o restante.

    Repórter: Adriane Cunha

  • São Paulo — Os 13 países participantes do 2º Seminário de Consórcios de Bibliotecas Ítalo-Ibero-Latino-Americanas (CBIILA) decidiram intensificar as ações conjuntas para a contratação de novas bases de dados de artigos científicos. O encontro, que termina nesta quinta-feira, 13, em São Paulo (SP), discute os avanços dos consórcios de periódicos científicos para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação dos países.

    A coordenadora do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Elenara Chaves, disse que existem iniciativas entre os países e isso contribui nas negociações com as editoras. Citou como exemplo a parceria com a Argentina. “Estamos em constante troca de informação principalmente sobre os detalhes dos contratos de aquisição de bases”, disse. Além disso, o Brasil adota uma postura de constante avaliação do serviço oferecido, do uso e dos valores investidos.

    Os representantes da Itália, Espanha e Portugal afirmaram que podem contribuir na questão tecnológica. “Evoluímos em plataformas e softwares, além de modelos de estatísticas de uso”, disse a representante da Itália, Paola Gargiula. Para a coordenadora da Biblioteca Virtual do Centro de Documentação e Informação da Fapesp, Rosaly Fávero, pioneira no avanço da ciência da informação no país, a intenção é tornar o CBIILA um encontro de referência sobre o tema na América Latina. ”Com a contribuição da Itália, Espanha e Portugal, queremos que esta reunião seja reconhecida, a exemplo de encontros de consórcios que ocorrem nos Estados Unidos e Europa”, disse. Rosaly integra o Conselho Consultivo do Portal de Periódicos da Capes.

    Entre as propostas do encontro estão a criação de grupos de trabalho para discutir questões específicas relativas ao desenvolvimento da coleção de periódicos, a contratação dos conteúdos adquiridos pelos países e os dados estatísticos de utilização desse material. Uma nova reunião está prevista para a primeira semana de março de 2008, em Bogotá, Colômbia.

    Adriane Cunha

  • Teve início nesta segunda-feira, 22, a 66ª Reunião do Comitê Coordenador Regional do Setor Educacional do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR). A reunião técnica, que vai até a próxima quinta-feira, 25, é uma das previstas nas atividades do comitê e tem a participação de representantes e autoridades em educação dos países membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) e países associados (Bolívia, Chile e Venezuela).

    O Brasil sedia o encontro por ter assumido em julho a presidência pro-tempore do Mercosul por seis meses. Durante a reunião, serão apresentados informes sobre as ações desenvolvidas em cada país no âmbito da educação. A pauta também inclui a viabilidade de implementar essas ações em outros países e a cooperação entre eles.

    A novidade desta edição é a inclusão da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) nas apresentações do Ministério da Educação. Já na abertura do encontro, serão abordados temas como educação ambiental, educação integral e educação do campo. As ações dos níveis básico e superior também serão incluídas na agenda, no decorrer da semana.

    A próxima reunião técnica – o encontro Mercosul de educação ambiental – está prevista para os dias 5, 6 e 7 de novembro. Até o fim do ano, ocorrerão mais 15 reuniões, incluindo a de ministros da educação e a I Jornada Científica de Educação Tecnológica do Mercosul, em Caracas, na Venezuela, encerrando as atividades do período.

    Letícia Tancredi

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