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  • Começou na segunda-feira, 24, e segue até o dia 27, em Brasília, o seminário internacional Gestão Democrática da Educação e Pedagogias Participativas. O objetivo é trocar informações sobre políticas de gestão educacional de 11 países e levantar subsídios para um projeto de cooperação entre Brasil e Espanha, organizadores do evento. Dirigentes federais, estaduais e municipais de educação assistem a palestras e painéis sobre modelos implementados na Argentina, Bélgica, Chile, Colômbia, Espanha, Finlândia, Honduras, Japão, México, Portugal, Venezuela e Brasil.

    Maria Margareth de Lima faz parte do coletivo dirigente da Escola Municipal Djalma Maranhão, em Natal (RN), que desde sua fundação, em 1982, faz assembléias com alunos, funcionários e a comunidade. Todos têm direito a opinar sobre mudanças no cotidiano escolar. Ela vai contar a sua experiência no painel Gestão Democrática nas Escolas na quinta-feira, 27.

    A conferência de abertura teve a participação do professor Emir Sader, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade de São Paulo (USP), que ressaltou a importância do orçamento participativo – implementado em alguns governos estaduais – no fortalecimento da esfera pública. O primeiro painel teve como expositor Enrique Roca Cobo, representante do Ministério da Educação espanhol.

    Alfabetização – De acordo com Roca Cobo, a Espanha aumentou os índices de alfabetização e a expectativa educacional nos últimos anos. O segredo foi concentrar a atenção na diversidade cultural dos estudantes, atualizar o currículo e monitorar o desempenho dos alunos. “É fundamental que a educação seja de qualidade, mas ela deve ser democrática, participativa e repartida entre todos”, comentou.

    Para Horácio Reis, diretor do Departamento de Articulação e Desenvolvimento dos Sistemas de Ensino da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), o seminário aglutina tudo o que está sendo feito pelo ministério em relação à gestão democrática. “Ela está consolidada na Constituição, mas precisa ser aprofundada em todo o país.”

    Segundo ele, as políticas educacionais mais próximas do Brasil estão sendo desenvolvidas pelo Chile e Espanha. No Chile, há 15 anos os sucessivos governos tentam diminuir o papel do Estado na educação, de modo a descentralizá-la e tornar a gestão mais eficiente e de acordo com as necessidades de aprendizagem dos alunos.

    Raquel Maranhão Sá

  • Especialistas de diversos órgãos e entidades estarão reunidos em Brasília, na próxima semana, entre os dias 11 e 14, no Seminário Internacional Promovendo a Igualdade Racial: um diálogo sobre políticas. O evento tem o objetivo de debater políticas para a promoção da igualdade racial e compartilhar experiências internacionais de implementação de políticas afirmativas.

    O seminário vai discutir os aspectos gerais da ação afirmativa e outros temas, como o papel dos movimentos sociais e do contexto político; o papel da informação, das evidências e dos indicadores; implementação e garantias das políticas de ações afirmativas e o papel dos agentes do Estado; ações afirmativas no mundo do trabalho - os fundamentos de ações políticas voltadas para esse campo; o gerenciamento da diversidade na empresa; as experiências de negociações coletivas, de compras e fornecedores de bens e serviços, em capacitação econômica; e o papel da mídia e das artes na transformação social.

    Projetos - A iniciativa pretende fortalecer os projetos já existentes no Brasil e em outros países da América Latina. O seminário tem a realização da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Secretaria Especial de Políticas para Promoção de Igualdade Racial (Seppir/PR), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Governo Britânico (Dfid) e do Centro Internacional de Pobreza do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

    A abertura do encontro será no auditório Wladimir Murtinho do Palácio do Itamaraty, às 14h da próxima segunda-feira, 11, e as atividades dos outros três dias ocorrerão das 9h às 18h, no Hotel Lake Side. Informações com Fabiana Reis, pelo telefone (61) 323-2451 ou Néri Accioly, no telefone celular (61) 8153-6917.

    Repórter: Sandro Santos

  • Começa nesta quinta-feira, dia 31, no Rio de Janeiro, o Seminário Internacional sobre Políticas de Profissionalização Docente. O objetivo do encontro é disseminar estudos e pesquisas sobre políticas de carreira, avaliação e desenvolvimento profissional dos professores no Brasil e em países da América e da Europa. Será apresentado estudo relativo ao desempenho e à carreira profissional em 50 países da América e da Europa, coordenado por F. Javier Murillo Torrecilla, do Escritório Regional de Educação para a América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). 

    O seminário, que se estenderá até domingo, 2 de setembro, é promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Ministério da Educação, Oficina Regional de Educação para América Latina e Caribe (Orealc), da Unesco, e Ministério da Educação do Chile.

    O secretário de educação básica do MEC, Francisco das Chagas, participa do encontro nos dias 1º e 2. Ele falará sobre as políticas do MEC para a formação de professores da educação básica. A diretora da Orealc, Ana Luiza Machado, e o assessor especial da Unesco no Brasil, Célio da Cunha, falarão sobre o contexto educacional da América Latina e do Caribe. Magaly Robalino Campos, especialista em temas docentes da Unesco, debaterá sobre as novas perspectivas e desafios da profissão no contexto do século XXI.

    No final do encontro, será elaborada uma agenda conjunta entre MEC, Consed, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e Unesco. O documento conterá princípios e linhas prioritárias de ação sobre a política nacional de profissionalização docente.

    Repórter: Flavia Nery

  • Professores, membros dos comitês nacional e estaduais de educação em direitos humanos, gestores da administração pública, funcionários e consultores da Organização das Nações Unidas (ONU) constituem o público principal do seminário internacional Educação para a Paz e Direitos Humanos que será realizado em Brasília, nos dias 8 e 9. O seminário marca o Dia Internacional dos Direitos Humanos celebrado em 10 de dezembro.

    O evento, promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República, Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos da Universidade de Brasília e pela Universidade para a Paz da ONU, tem o apoio do Ministério da Educação. Nos dois dias de trabalho, os organizadores querem mostrar a experiência internacional da Universidade para a Paz e as potencialidades de parceria com o Brasil; expor as experiências dos núcleos e centros de pesquisas das universidades brasileiras; aprofundar a discussão sobre o estudo e a educação para a paz e sua inserção num projeto transformador da realidade violenta das periferias das grandes cidades.

    MEC - Das cinco mesas de trabalho, o Ministério da Educação tem participação direta em duas. No dia 8, das 10 às 13 horas, o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Ricardo Henriques, participa da mesa que vai discutir abordagens da educação para a paz e a segurança humana; e no dia 9, das 8h30 às 10h30, o diretor de programas da Capes, José Fernandes de Lima, coordena a mesa que vai apresentar os projetos de pesquisa e programas das universidades brasileiras e o lançamento de editais da Capes para a parceria com a Universidade para a Paz da ONU. Confira o programa completo.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

     

  • Começa nesta terça-feira, 20, o seminário internacional Ações Afirmativas nas Políticas Educacionais Brasileiras: O Contexto Pós-Durban. O evento será promovido pelas secretarias de Educação Superior (SESu/MEC) e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. O encontro será no Auditório Petrônio Portela do Senado Federal, em Brasília.

    Durante três dias os participantes do seminário vão comparar, discutir e analisar as ações políticas nacionais de igualdade racial na educação, antes e depois das medidas adotadas pelo Estado na Conferência de Durban, realizada na África em 2001, para enfrentar as desigualdades raciais no setor educacional.

    Os secretários Ricardo Henriques (Secad) e Nelson Maculan (SESu), participam do seminário na abertura e nas palestras Contexto Histórico de Desenvolvimento das Ações Afirmativas no Brasil e A Igualdade que Perturba a Justiça do Mundo Moderno: O Debate Normativo sobre as Ações Afirmativas, respectivamente.

    Debates – A expectativa dos organizadores do seminário, que termina na quinta-feira, 22, é reunir cerca de 300 pessoas, entre especialistas, autoridades políticas, governamentais e não-governamentais para os debates, palestras e mesas-redondas. (Assessoria de Imprensa da Secad)

  • Foto: Tereza SobreiraO ministro da Educação, Fernando Haddad, participou nesta sexta-feira, 25, da abertura do 2º Seminário Internacional de Educação Brasil Competitivo. Promovido pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), o evento reuniu em Brasília educadores, lideranças empresariais e representantes do setor público para discutir métodos de alcançar o desenvolvimento sustentável por meio do ensino.

    “Só investindo na educação, capacitando pessoas, é que teremos um país competitivo, que gerará empregos, justiça social e desenvolvimento”, disse Jorge Gerdau Johannpeter, fundador do MBC e presidente do grupo Gerdau, um dos patrocinadores do evento, ao lado da Petrobras e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

    Para o ministro, a solução é concentrar os investimentos em uma geração. “A experiência internacional demonstra que se você investir em educação, por 20 anos, o país não terá retrocesso educacional porque nenhum pai quer que o filho estude menos do que ele próprio”, afirma. Ele comentou que o Fundo da Educação Básica (Fundeb) – cujo projeto de lei está em tramitação no Congresso Nacional – vai organizar o ciclo educacional brasileiro e permitir aos filhos das famílias mais pobres o acesso à educação infantil, uma infância com mais qualidade e um melhor aprendizado escolar, se começarem a estudar antes dos sete anos.

    Estímulos – A educadora Cosette Ramos, doutora em educação pela Universidade do Estado da Flórida (EUA), proferiu a palestra Ciência da Aprendizagem – Que Pedagogia para o Século 21?. Ela comentou que o cérebro se cansa após 20 minutos de explanação e que professores devem fazer intervalos e brincadeiras para descontrair os alunos. “A aprendizagem é fisiológica, une corpo e mente. Pensar consome energia e causa fadiga, portanto deve-se deixar o corpo mais ativo e motivado para o aprendizado”, garante.

    Foram discutidos os temas Educação e Capital Humano na Agenda Econômica, com a participação do secretário executivo do MEC, Jairo Jorge, e Analfabetismo Funcional: Letramento e Enumeramento no Brasil. Logo depois, Heny Gabay, da McGraw-Hill, e Regina Nunes, presidente da Standard & Poor’s no Brasil, apresentaram pesquisas e dados internacionais de educação. Ambas são empresas de consultoria.

    Repórter: Raquel Maranhão Sá

  • Professores, membros dos comitês nacional e estaduais de educação em direitos humanos, gestores da administração pública, funcionários e consultores da Organização das Nações Unidas (ONU) constituem o público principal do seminário internacional Educação para a Paz e Direitos Humanos, que começa nesta quinta-feira, 8, e vai até sexta, 9, em Brasília. O seminário marca o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro.

    O evento, promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República, Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos da Universidade de Brasília e pela Universidade para a Paz da ONU, tem o apoio do Ministério da Educação. Nos dois dias de trabalho, os organizadores querem mostrar a experiência internacional da Universidade para a Paz e as potencialidades de parceria com o Brasil; expor as experiências dos núcleos e centros de pesquisas das universidades brasileiras; aprofundar a discussão sobre o estudo e a educação para a paz e sua inserção num projeto transformador da realidade violenta das periferias das grandes cidades.

    MEC - Das cinco mesas de trabalho, o Ministério da Educação tem participação direta em duas. No dia 8, das 10 às 13 horas, o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Ricardo Henriques, participa da mesa que vai discutir abordagens da educação para a paz e a segurança humana; e no dia 9, das 8h30 às 10h30, o diretor de programas da Capes, José Fernandes de Lima, coordena a mesa que vai apresentar os projetos de pesquisa e programas das universidades brasileiras e o lançamento de editais da Capes para a parceria com a Universidade para a Paz da ONU. Confira o programa completo.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Seminário Internacional Reforma e Avaliação da Educação Superior - Tendências na Europa e na América Latina

    Conferência:  A Reforma da Educação Superior no Brasil

    (sem revisão final do autor)

    Tarso Genro, Ministro da Educação do Brasil

    Giulio Carlo Argan , em Projeto e Destino, ilustrou de forma brilhante o significado histórico daquilo que chamamos "projeto", ao dizer:

    "o primeiro homem que fabricou um copo para beber e, depois de ter bebido, guardou-o para se servir dele novamente, tinha a memória da utilidade do copo e previa que voltaria a servir-se dele. Sobre uma experiência passada construiu um projeto para o futuro. Dos mínimos aos máximos fatos, o comportamento histórico se desenvolve num arco temporal que vai da experiência ao projeto: aquilo que é objeto no presente foi projeto do passado e é condição do futuro".

    A capacidade de construir um projeto é uma capacidade especificamente humana. Um exemplo não menos saboroso, historicamente conhecido, é aquele que menciona que o mais primitivo e vulgar dos arquitetos será sempre maior que uma laboriosa abelha, que reproduzirá infinitamente as mesmas formas de uma mesma colméia, já programada nos seus movimentos pela própria cadeia da naturalidade. No contexto de um debate ainda não terminado   - vamos publicar ainda um terceiro anteprojeto -   é que pretendo provocar algumas opiniões.

    Meu tema originário "A Reforma da Educação Superior no Brasil" será agregado de uma especificação que considero fundamental, para que esta medição de idéias torne-se, ao mesmo tempo, utópica e realista; ou seja, que, de uma parte, as teses não se rendam ao "objetivismo economicista", que tem perseguido a maioria das modificações institucionais no mundo de hoje, e, de outra, que elas versem sobre uma reforma concretamente realizável.

    Trata-se de costurar um projeto de "reforma" numa formação sócio-econômica determinada   - o Brasil -,  e num contexto histórico,   - o da globalização financeira -   totalmente avesso, não somente à afirmação das funções públicas do Estado, mas também a tudo que remeta para "igualdade", "justiça social" e "solidariedade". Estas categorias, ordinariamente são substituídas, hoje, por outras que evocam a ideologia da naturalização das desigualdades, o dogma da eficácia absoluta do mercado e a culpabilização dos "ineptos".

    Vou agregar, portanto, à proposição inicial "A Reforma da Educação Superior no Brasil", um complemento estrutural e vou titular esta conferência inaugural como: "A reforma da educação superior no Brasil, no contexto da globalização financeira, no qual a produção e o controle do conhecimento são vitais para a dominação global como para a construção da nação".

    Embora o título seja longo, a conferência não será pretensiosa. Ela irá tentar demonstrar, apenas, que as relações da Universidade com a nação, com o povo que constitui a nação, e com os direitos fundamentais inscritos em todas as Constituições modernas, são as únicas relações que dão legitimidade a um projeto de reforma.Sem estas relações integradas na concepção da reforma ela passa a ser mero jogo tecnocrático e organização de retalhos para a conformação de interesses.

    A construção de uma universidade renovada no país, a partir de tudo que ela já nos legou, neste novo contexto globalizado, não poderá ser o resultado de uma mímese empobrecida do que já foi feito nos países centrais. Não só porque estas universidades também já estão em crise, mas também porque são instituições de nações já realizadas. Não é o caso do nosso país, cuja modernização estrutural começa na Revolução de 30 e ainda não encontrou o seu desfecho estável relativamente consolidado.

    De outra parte, aqueles países já realizaram reformas institucionais e políticas democráticas  - progressistas ou conservadoras -   há muitos anos e, mesmo assim, as suas universidades já não respondem, hoje, aos desafios de um progresso científico-tecnológico, compatibilizado com os objetivos de justiça social e da paz mundial.

    Esta crise do ensino superior no "primeiro mundo" está refletida na estratégia definida pelo Conselho Europeu de Lisboa, de março de 2002  . Aquela estratégia "traduz com exatidão o duplo movimento de redução do poder dos Conselhos eleitos na universidade", com a implementação de novas práticas de avaliação que têm uma ótica meramente mercantilista das funções da universidade. Pela visão ali consolidada "a educação e a formação são consideradas fatores determinantes para construir a economia do conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo", sem que esta "competitividade" e esse "dinamismo" sejam concebidos como corretivos da integração assimétrica que a globalização tem balizado, de uma parte, e, de outra, sem qualquer referência concreta que a "competitividade" e o "dinamismo" sejam orientados por uma ética de responsabilidade com o futuro da humanidade.

    Na verdade, a universidade é assim apenas concebida como parte integrante de uma expansão indefinida do processo de acumulação, inclusive sem qualquer cautela em relação à já evidente finitude dos recursos naturais   - um limite concreto para o caminho econômico predatório em curso -   e mesmo com as conseqüências sociais do processo de acumulação ilimitado.

    O modelo de desenvolvimento americano é um exemplo dramático desta situação: a relação sócio-metabólica desde modelo de produção (para usar uma expressão de István Mèzaros) com os recursos naturais já se choca frontalmente com as possibilidades de preservação da existência futura da humanidade.

    O governo do Presidente Lula, no Brasil, está se propondo fazer a primeira reforma, fora do esquema ultraliberal adotado por uma série de outras reformas feitas nos anos 90. Esta iniciativa poderá sinalizar algo de novo para a América Latina, com a consciência de que este "novo" só pode ser construído através de um diálogo dotado da mais ampla universalidade.

    Deve ser um diálogo sem exclusões prévias, que esteja atento às grandes transformações financeiras, econômicas e políticas, que ocorreram nos últimos 40 anos. Estas transformações que foram, até agora, profundamente negativas para a América Latina, mas que, em função dos avanços técnicos, científicos e tecnológicos que estão na sua base, também abrem novas alternativas para o futuro, ao mesmo tempo que podem promover mais barbárie, descoesão e violência. As conquistas do conhecimento tanto permitem dizer que pela primeira vez na história humana é possível acabar com a carência dos bens necessários à reprodução da vida, mas também é possível extinguir os humanos da face da terra.

    José María Gómez  fez uma síntese clara dos dois fatores que desencadearam a globalização financeira e que estão no centro da crise que vem destruindo os patamares mínimos da estabilidade da modernidade madura. São eles: "a liberalização de intercâmbio de bens e serviços e a mobilidade praticamente ilimitada do capital".
     
    É óbvio que estes dois fatores são, na verdade, produtos de um largo processo histórico de desenvolvimento do capitalismo e da democracia, mas cuja concretude tanto poderia adotar a forma atual, como outra forma, arbitrada na esfera da política. Ora, basta lembrar que o capitalismo tanto é compatível com a escravidão como é, também, compatível com a democracia política plena. É compatível com o fascismo e também com a construção dos direitos subjetivos individuais e dos direitos públicos subjetivos, que já se expressaram fortemente no contraditório processo de construção do Estado Moderno.

    Neste sentido a universidade é, tanto um fator de criação de condições objetivas, culturais, científicas e sócio-políticas para afirmação da democracia e dos direitos humanos, como também pode ser um fator de reprodução indefinida das mesmas ou de piores condições de opressão social, na qual vive a maioria da humanidade.

    Gostaria, então, de manifestar-me de imediato contra uma visão alienada e pseudomoderna, de que a função da Universidade é só criar quadros dotados de conhecimentos "suficientes" para serem aproveitados como mão-de-obra, mais, ou menos especializada, seja para a indústria, para os serviços e para o setor financeiro. Não é só isso.

    A função da Universidade é a produção dos saberes através da "pesquisa", é a socialização da cultura e do conhecimento através do "ensino", é a capilarização do conhecimento e das tecnologias sociais através da "extensão", que irradia a Universidade para a totalidade do organismo social. Neste movimento é que ela cria quadros de qualidade para serem aproveitados na esfera privada e na esfera pública, segundo a formação técnico-científica e humanística de cada um.

    Se a função da universidade fosse apenas responder aos interesses imediatos da indústria ou do processo produtivo em geral, ela seria só uma continuidade linear da vida econômica e não uma indutora estratégica do conjunto de movimentos   - científicos e humanísticos - necessários para os processos de desenvolvimento econômico, cultural e de coesão social que se articulem com a idéia de nação. Ora, a nação é, na verdade, não os processos objetivos de produção e reprodução social e econômica que ocorrem no seu território, mas é o conjunto de pessoas que constituem a sua cultura, que edificam o seu modo de vida e vivem no seu território.

    De outra parte, a produção do desenvolvimento científico e tecnológico, o ensino e a socialização dos saberes, devem estar orientados por objetivos éticos e políticos previamente definidos pelo sujeito. Estes objetivos só serão alcançáveis democraticamente se o sujeito pensa, anteriormente, o projeto de nação e constrói instrumentos para isso. Assim, o próprio "entendimento" da reforma como processo, de médio e longo curso, interage com a esfera da política, que define progressivamente a nação: utopia e realismo, portanto, interagem dialeticamente como o "sopro modela o vidro".

    O "sentido" do saber e da produção do conhecimento não são alheios à natureza da reforma. Os saberes das matemáticas tanto podem derivar para o cálculo econométrico, como para impulsionar as engenharias. A filosofia, tanto pode incidir sobre a bioética, como dar base à construção de novas teorias estéticas. E a pesquisa nuclear, tanto pode derivar para a produção de artefatos militares defensivos ou ofensivos, como pode ser voltada para construir máquinas complexas destinadas à produção de energia limpa e barata.

    A mediação existente entre a ciência e a técnica, a técnica e a economia, a economia e a sociedade, é sempre a mediação que dá conteúdo concreto à "polis" e que, portanto, determina como se desenvolve e em que sentido se desenvolve o próprio processo de produção e socialização do conhecimento que é arbitrado pela política.

    No documento preliminar, interno, que servirá de base para a exposição da segunda edição do texto do anteprojeto da Lei da Reforma, está registrado o seguinte:  "Nos últimos anos, vários países têm convocado sua capacidade crítica para um diagnostico das limitações e dos desafios enfrentados pelos sistemas universitários, gerando propostas de políticas nacionais. Da mesma forma estudos comparativos reforçam a avaliação de que 'o desenvolvimento e a qualidade de vida de uma Nação dependerão fundamentalmente do valor do seu ensino. Hoje a universidade brasileira está desafiada a exercer um papel de vanguarda na construção de um país que almeja ocupar o lugar valorizado na divisão internacional do trabalho, na chamada era da informação.

    Hoje, uma nova reforma universitária que signifique um novo pacto entre governo, comunidade universitária e sociedade, é uma necessidade urgente para salvar a educação superior brasileira.

    Essa valorização do papel da universidade contrasta com o quadro brasileiro em que o sistema de educação superior enfrenta, hoje, o maior desafio em termos latino-americanos: o nível de acesso é um dos mais baixos do continente; a proporção de estudantes nas instituições públicas reduziu-se a um terço do total; o peso da matrícula e das instituições privadas de educação superior tornou-se o mais alto da América Latina."

    Para que se tenha uma idéia da dimensão da tarefa que estamos nos propondo, gostaria de lembrar como exemplo, apenas alguns dados de um país importante, a Espanha, que passou, mais ou menos no mesmo período que o Brasil, por uma transição acelerada de modernização democrática depois de décadas de fascismo e que teve na Educação Superior um dos seus sustentáculos importantes. O exemplo não persegue a "adoção" de um "modelo espanhol" de reforma, mas apenas ilustra o gigantismo do trabalho que temos pela frente.

    Em 1973, a universidade espanhola dispunha de 404 mil estudantes. No ano 2000 esta cifra ascendeu para 1.583.000 estudantes. Foi quadriplicando, e com qualidade (em menos de 30 anos), o número de estudantes universitários, inclusive com uma grande ampliação da rede pública.

    Com esta evolução este país acompanhou o ritmo dos países da OCDE, agora com mais de 50% dos seus jovens entre 18 e 24 anos na universidade, mas ainda com números bem inferiores aos do Canadá, em torno de 88% e da Austrália, em torno de 76% .

    É dramático dizer que no Brasil de hoje somente 11% dos jovens nesta faixa etária estão na Universidade, e, destes 11%, em torno de 70% dos matriculados estudam em instituições privadas, jovens com famílias de baixo poder aquisitivo.

    Embora a rede não-estatal do ensino superior tenha cumprido uma importante função social ao disseminar o ensino superior no território nacional, não foi constituído um "sistema integrado de ensino superior", baseado em exigências de qualidade com critérios sociais para a sua expansão. Infelizmente uma parte considerável destas escolas não tem as mínimas condições de funcionamento, exigíveis para uma formação de nível superior condizente com as nossas necessidades históricas.

    Na verdade, os ajustes ultraliberais que se produziram na América Latina nos últimos 40 anos, geraram aquilo que Lester Thurow  chamou de "sociedade de soma zero", na qual "os benefícios obtidos por alguns, em virtude dos desenvolvimentos capitalistas, se produzem às expensas da deterioração na situação de outro". No caso do ensino superior restou para a maior parte dos jovens entre 18 e 24 anos uma educação de segunda categoria. Tal constatação não nos exime de reconhecer a excelência de várias instituições universitárias não-estatais espalhadas pelo país e a importância que elas terão para o nosso futuro.

    Estados que toleram passivamente semelhantes desequilíbrios colocam em perigo a sua própria função legitimadora e a sua própria estabilidade, inclusive a estabilidade econômica, que será sempre precária enquanto a dívida pública não estiver sob controle, independentemente das cartilhas ortodoxas aplicadas religiosamente .

    Nesta situação paralisante para a formação da nação, as "políticas compensatórias", importantes como mediações de uma transição planejada para outro modelo de desenvolvimento e coesão social, tornam-se políticas permanentes. Políticas de cristalização de profundas desigualdades sociais, de fragmentação dos sujeitos sociais e dos sujeitos políticos e, também, focos de reposição permanente da desordem econômica. Sempre reimpulsionada por conflitos sociais incontroláveis. São conflitos cujo desfecho tem sido, quase sempre, o reforçamento da autoridade repressiva do Estado e a redução dos direitos, tanto sociais como políticos da cidadania.

    Não é demais relembrar que, nestas circunstâncias   - por exemplo, no âmbito do direito do trabalho -,  ao invés da modernização das tutelas, para buscar a "formalização da informalidade", gerando maior coesão social e por isso reforçando a credibilidade das instituições formais do Estado; ao invés da ampliação do âmbito protetivo da legislação do trabalho (barateando os custos da contratação pela desburocratização e pela desoneração do trabalho produtivo); ao invés de uma efetiva modernização do sistema legal, o que vem sendo promovido em escala global é o esmagamento de conquistas sociais mínimas daqueles direitos trabalhistas que emprestam dignidade mínima ao mundo do trabalho. A universalização da precariedade substitui o protecionismo residual do "welfare".

    Estas são reformas que só promovem  indeterminação,  insegurança e uma falsa "autonomia" dos trabalhadores, que se tornam, na verdade, autônomos em relação às redes de proteção social, construídas por dentro das reformas sociais-democratas. São as reformas que tornam a maioria dos "descartáveis" cada vez mais dependentes de ações compensatórias do Estado, o que mais amarra grande parte do povo na subcidadania e na subalternidade.

    A "categoria" político-social "reforma", registre-se, mudou de sentido. Já nas últimas décadas ela tem servido para designar as atuais contra-reformas que são a desmontagem das reformas da velha social-democracia, que aliás afastaram nos países ocidentais hoje desenvolvidos o "fantasma" da revolução.

    Assim, para o ultraliberalismo o "bem estar social" é substituído pela caridade, como ação meramente assistencial. E o legítimo apelo ao dever moral de exercer a caridade passa a impregnar as políticas do Estado com programas sociais "focalizados e temporais". Esta situação política foi introduzida, por exemplo, pelo Governo Collor no Brasil, pelo governo Carlos André Péres na Venezuela, pelo Presidente Menem na Argentina e pelo Presidente Salinas de Gortari no México .

    Libertar o conteúdo da reforma do compromisso com esta visão pequena e sujeita apenas aos desígnios da globalização tutelada pelo capital financeiro e integrar a reforma num outro sentido da globalização, denunciando a precária paz social conseguida pelo paternalismo de políticas que devem ser provisórias, implica em pensar a reforma da universidade no contexto de um novo modelo de desenvolvimento e de paz social duradoura pela inclusão e pelo crescimento econômico sustentado. Um modelo que combine a estabilidade macroeconômica com políticas públicas corajosas e ousadas de largo alcance histórico e de grande abrangência social.

    Lembremo-nos de outra parte que a contestação do ultraliberalismo, tanto pode ser feita através do nacionalismo, do fundamentalismo e do estatismo corporativo e desestruturador da sociedade civil, como pode ser feita a partir de uma visão moderna de democracia avançada, cuja síntese já foi orientado, aliás, até por sociais-democratas moderados, como Willy Brandt e Felipe Gonzalez.  No Manifiesto del Programa 2000 , eles apontaram, mesmo dentro de um contexto histórico hostil, a atualidade "das três universalizações: a saúde, o sistema educativo e as pensões que caracterizam o esforço do socialismo democrático na Europa, do ponto de vista dos serviços públicos e que foram conseguidos em muitos países europeus há décadas, (direitos que) foram logrados na Espanha nesta década". Referiam-se à década de 90, época ainda de forte expansão e legitimidade das idéias ultraliberais.

    Para que esta contestação democrática ao ultraliberalismo seja eficaz em países como o Brasil, devemos   - no plano da educação superior -   abandonar a idéia acomodada e genérica de que a universidade "faz a sociedade" sempre tendo como premissa a sociedade como ela está.

    Esta posição deve ser substituída pela visão dinâmica  de que a universidade é feita a partir do ideal de sociedade que queremos construir e, portanto, que a reforma que queremos está subordinada ao conteúdo e ao sentido da sociedade a ser pactuada num processo político de médio e longo curso.

    Isso implica numa dupla rebelião: em rebelar-se contra a visão estreita de que a universidade é simplesmente uma resposta das demandas da economia como ela está e que ela é um simples apêndice do processo de globalização financeira: se assim o fosse, tendo em conta que o modelo global atual vem é promovendo guerras, golpes, miséria, deserção radical de continentes inteiros como a África, a universidade atual deveria ser "contra-reformada" para dar sustentação a este processo perverso.

    De outra parte, no contexto político de discussão da reforma e na elaboração das suas regras formais, é necessário deixar claro que as atividades de pesquisa, ensino e extensão, não podem nem ser partidarizadas   - porque devem ser políticas de Estado -  nem politizadas de maneira falsa, porque perderiam o seu sentido universalista.

    O conteúdo da reforma não pode nem ser subordinado a visões "classistas", sejam elas quais forem  - pois elas são sempre falsas universalidades -   nem podem ser um desdobramento mecânico das "necessidades" do modelo econômico em curso, porque ele está em processo de esgotamento e portanto em processo de mudança.

    O processo econômico em curso, orientado pela globalização financeira, está duramente marcado pelos interesses dos "centros orgânicos" da economia mundial, que necessariamente respondem aos interesses dos países hegemônicos. Estes países necessitam, cada vez mais, apropriar-se dos recursos naturais e dos recursos (imateriais) oriundos dos saberes científico-tecnológicos, cujo uso produtivo não é pensado por eles a partir dos limites dos recursos naturais disponíveis. Por exemplo, a água existente no planeta, a nova capacidade de produzir energia limpa, assim como a enorme reserva de terras disponíveis para a produção de alimentos, são vantagens comparativas fundamentais nossas e que devem ser consideradas para fundamentar a nossa inserção no contexto global.

    Mas o contexto histórico mundial, de outra parte, não autoriza nem fundamenta a conformidade com uma suposta vocação de sermos nação do "segundo grupo", sob o argumento de que a globalização "já bloqueou" a mobilidade dos países que estão em posição secundária no cenário global: "O cenário indica que a abertura econômica, apesar dos traumas e reorganizações abruptas da produção, não necessariamente impede o desenvolvimento de inovações tecnológicas no Brasil. Os grandes exemplos estão na conhecida EMBRAER, no setor de hidrogeração da alemã Siemens, cujos centros de excelência mundial estão localizados no Brasil e no pólo cerâmico de Santa Catarina. Neste caso, houve aliança bem sucedida com produtores de insumos e design italianos ." São exemplos pontuais de uma enorme capacidade que temos de nos posicionar na vanguarda.

    Pensar nas reformas pensando no mundo, tanto a partir de uma "dialética positiva" como "negativa". O grande professor Milton Santos ao flagrar o fenômeno global da simultaneidade, hoje vigente no sistema-mundo, definiu-o assim: "o fenômeno da simultaneidade ganha, hoje, novo conteúdo. Desde sempre, a mesma hora do relógio marcava acontecimentos simultâneos, ocorridos em lugares os mais diversos, cada qual, porém, sendo não apenas autônomo como independente dos demais. Hoje cada momento compreende em todos os lugares, eventos que são independentes, incluídos em um mesmo sistema de relações" .

    A compressão desta totalidade aponta que, de uma parte, os projetos nacionais são absolutamente necessários para compartilharmos de forma adequada também do novo "sistema-mundo" que deverá advir do processo atual, e, de outra parte, esta visão ensina que ele   - projeto de nação -  hoje só poderá existir combinando interdependência e soberania, construção de novos paradigmas e reordenamento das funções republicanas do Estado. A universidade é um instrumento constituinte fundamental da melhor possibilidade.

    A produção de conhecimentos para a implementação de novas tecnologias sociais, para a criação de novas tecnologias, para a pesquisa biogenética, para o desenvolvimento da bioética, para a geopolítica e defesa é o que pode nos colocar, com soberania e autonomia, no contexto desta simultaneidade. Esta simultaneidade  é um outro nome do novo espaço mundial no qual o sentido nacional se realiza e comunga.

    Recorro novamente ao documento que estamos produzindo, para a apresentação do segundo esboço do projeto-de-lei da Reforma:
             
    "A educação como direito e como bem público" sintetiza os fundamentos de uma política educacional que é base de um projeto de nação soberana numa sociedade democrática, solidária e justa.
              
    Esta é uma lição da experiência histórica de construção nacional, que desde a Revolução Francesa passando por várias experiências históricas na Europa e nas Américas, revelou a importância da educação pública para a cidadania republicana e a legitimidade democrática.
                <

  • O Ministério da Educação está realizando até esta quinta, 30, o seminário interno Agricultura Familiar e Sustentabilidade. Um evento realizado pelo Grupo de Trabalho (GT) composto por representantes da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que elaboram em conjunto o projeto político-pedagógico da Escola Agrotécnica Federal de Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul. O seminário começou nesta quarta-feira, 28.

    O projeto é considerado inovador no país, e está sendo estruturado a partir dos diferentes contextos socioambientais da região. “Um dos objetivos é a formação de profissionais capacitados e fazer com que esses estudantes tenham a intenção de contribuir para a promoção de um processo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente responsável”, explicou Francisco Luiz Danna, coordenador-geral de Políticas da Educação Profissional e Tecnológica da Setec/MEC.

    O seminário aborda a questão da sustentabilidade em termos gerais e a sustentabilidade da agricultura familiar e regional no contexto nacional e mundial. Participam do evento representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA); da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA); Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado de Mato Grosso do Sul e da Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

    Instituído pela Portaria Conjunta nº 93, em abril deste ano, o GT Setec/MEC/Ibama recebeu um prazo de atuação de 120 dias para apresentar resultados conclusivos de trabalho. O coordenador, Francisco Danna, acredita que os trabalhos tenham de ser prorrogados por mais 30 dias.

    “Não é somente elaborar uma proposta. Temos, também, de apresentar a redação de um anteprojeto de lei para a criação da nova instituição. Essas propostas vão sinalizar uma experiência inovadora e podem ser um marco de uma escola agrotécnica federal para o país, totalmente diferenciada das que hoje existem”, disse o coordenador.

    O GT já realizou audiência pública em Nova Andradina e região e se reuniu com todos os movimentos sociais de Mato Grosso do Sul, envolvidos com a questão da terra.

    Censo 2000 – De acordo com o Censo 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Nova Andradina (MS), possui cerca de 36 mil habitantes. Desses, 30 mil compõem a população urbana. A principal atividade produtiva da região é a agropecuária, sendo que o rebanho local possui aproximadamente 460 mil cabeças.

    Repórter: Sonia Jacinto

     

  • Foto: João OhanesDurante a primeira parte do Seminário Educação e Investimento, na Bovespa, em São Paulo, nesta terça-feira, 28, foi elaborado um documento político “Carta de São Paulo – Parceria pelo Desenvolvimento: Educação é Investimento”. Assinado por todos os parceiros do evento (MEC, Bovespa, Unesco, OEI e FGV), o documento será usado pelo Brasil e outros países do Mercosul para argumentação junto a seus credores.

    Repórter: Myrian Pereira

     

  • Florianópolis — Guilherme Ribeiro, de cinco anos, nasceu com um tipo de paralisia cerebral que limita, principalmente, sua capacidade motora. Mas isso não o impede de freqüentar uma escola regular, onde convive com crianças que não têm deficiência. Guilherme é protagonista de um dos seis episódios da série da TV Escola que aborda a inclusão na educação infantil.

    O episódio que narra o êxito da experiência de inclusão escolar vivida por Guilherme, os pais dele e educadores da Creche Idalina Ochôa, onde ele estuda, em Florianópolis (SC), foi exibido na quarta-feira, 12, durante o 4º Seminário Nacional de Formação de Gestores e Educadores do Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, que ocorre em Florianópolis, até o dia 14.

    Conviver com crianças não deficientes, brincando e aprendendo juntas, traz muitas possibilidades de desenvolvimento lingüístico, cognitivo e social, não só para a criança com deficiência, mas principalmente para as crianças não-deficientes, afirma a pesquisadora e professora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Marilda Bruno.

    O pai de Guilherme, Tiago Ribeiro, conta que procurou instituições da rede particular de ensino para matricular o filho e foi vítima de preconceito. Quando conheceu o trabalho de inclusão escolar desenvolvido na creche municipal onde o filho estuda descobriu que a rede pública conta com melhores práticas de inclusão educacional. Além de Guilherme, outras três crianças com deficiência estão matriculadas na Creche Idalina Ochôa, que desde 1993 trabalha com inclusão educacional.

    No filme, Guilherme aparece brincando no escorregador do parque da escola, amparado por sua professora, Cristiane Ferreira, e auxiliares da escola. O mobiliário, jogos e material didático foram adaptados para atender às necessidades dele, que se comunica apenas com o olhar e o sorriso, quando gosta de uma atividade ou brincadeira. Para Cristiane, o planejamento e a troca de experiências com outros professores da creche sobre a convivência com as crianças com deficiência são fundamentais para a realização de um trabalho de inclusão.

    Segundo a diretora da creche, Márcia da Silva, além da formação teórica, os professores adquirem formação também na prática. “A Cristiane pode estudar tudo sobre paralisia cerebral, mas para atender às necessidades de Guilherme ela precisa conhecê-lo, observar cada reação dele”, diz a diretora. Já a coordenadora de educação especial de Florianópolis, Rosângela Machado, destaca o papel da diretora, que cobra os recursos solicitados, cuja distribuição é da competência do poder público.

    Os outros cinco episódios da série da TV Escola, Toda Criança é Única: a inclusão da diferença na educação infantil, contam as dificuldades e sucessos da inclusão de cinco crianças com deficiência que estudam em escolas de Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Vitória (ES), Brasília (DF) e São Luís (MA). Lançada no dia 8 de agosto, no MEC, a série será exibida pela TV Escola nos dias e 2 de outubro.

    Maria Pereira Filha

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    Salas de recursos dão qualidade à inclusão

  • Nos dias 23, 24 e 25 de novembro, acontece no Rio de Janeiro, na Fundação Getúlio Vargas, o 2º Seminário Nacional de Tecnologia da Informação e da Comunicação Aplicada à Gestão dos Negócios e Programas Sociais.

    O evento tem o objetivo de discutir os avanços da tecnologia e do impacto da internet nos negócios e na sociedade, tendo como pano de fundo os desafios da gestão e do planejamento estratégico empresarial, segundo a visão de especialistas, com diferentes formações e experiências, num confronto de idéias em ambiente democrático e transparente.

    Empresas – O seminário vai discutir como as empresas brasileiras estão utilizando a TI, o processo de digitalização dos sistemas de TV pago no Brasil, programas nacionais de inclusão digital, entre outros.

    Mais informações sobre o evento no endereço eletrônico da Ebape.(Assessoria de Imprensa da Seed)

  • O campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre, sedia, nos dias 21 e 22 de março, o Seminário Nacional de Educação a Distância no Ensino Superior(SNEADES 2005). O evento é organizado pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SESu/MEC), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com a PUC-RS.

    O objetivo do seminário é fazer a apresentação pública do documento produzido pelo Grupo de Trabalho de Educação a Distância (GTEADES), visando sua ampliação por meio das contribuições dos participantes. A cerimônia de abertura contará com a presença do ministro da Educação, Tarso Genro, e de secretários e diretores da SESu e da Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC), além de outras autoridades.

    Na programação do seminário estão previstas conferências, painéis temáticos e visitas guiadas à PUC-RS Virtual. No dia 21, o evento terá início com a conferência Ações Estratégicas em Educação Superior a Distância em âmbito nacional, ministrada pelo professor Fernando José de Almeida (PUC-SP).

    Aprendizagem - Destaca-se, também, a temática Os problemas de aprendizagem e de formação pedagógico-didática em educação a distância, que será apresentada pela professora Beatriz Franciosi (PUC-RS), com o objetivo de mostrar que é possível uma educação a distância com qualidade.

    No dia 22, os professores Sérgio Franco, diretor de Políticas em Educação a Distância da Seed, e Rubens Martins, representante da SESu, vão abordar o tema Processo de submissão, autorização, avaliação e certificação de cursos em educação a distância. Além disso, ocorrerão atividades paralelas e reunião plenária, concluindo o seminário. (Assessoria de Imprensa da Seed)

  • A educação profissional e tecnológica está em expansão. Uma importante estratégia do Ministério da Educação, além da construção de mais centros federais de educação tecnológica, é investir no fortalecimento da rede de escolas que oferecem a educação profissional a distância.

    Com o objetivo de discutir as experiências da educação profissional a distância e construir estratégias para a utilização desta modalidade, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), em conjunto com a Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC), promove o Seminário Nacional de Educação Profissional a Distância. O encontro ocorre nos dias 4, 5 e 6 de junho, no auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba.

    O Programa Nacional de Formação Técnica de Nível Médio (TecMed) será um dos pontos discutidos no evento. O TecMed tem por objetivo formar uma rede de educação profissional nas instituições públicas de ensino (federais, municipais e estaduais), por intermédio da modalidade educação a distância.

    “Pretendemos estabelecer uma rede nacional de formação de professores, com equipes técnicas de orientação escolar voltada para a educação profissional de nível médio, utilizando recursos e metodologias da educação a distância”, ressalta o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Eliezer Pacheco.

    Objetivo — O secretário afirma, ainda, que o objetivo do Ministério da Educação é que em cada um dos mais de cinco mil municípios brasileiros exista pelo menos uma escola ofertando a educação profissional. “Hoje, temos um total de 700 mil matriculados no ensino profissionalizante. A nossa meta é que esse número chegue a dois milhões nos próximos quatro anos”, disse.

    Mais informações sobre o seminário nos telefones (41) 3310-4448/4509 ou pelo endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

    Sophia Gebrim

  • O Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação (CNE) vão realizar em Brasília, na próxima segunda-feira, 21, o Primeiro Seminário Nacional Interfaces: Formação Acadêmica e Exercício Profissional, com o objetivo de discutir as conexões entre a formação acadêmica e a prática nas áreas de atuação. O encontro será na Academia de Tênis Resort, no Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 4, Conj. 5, Lote 1B, das 9h às 19h.

    O ministro da Educação, Fernando Haddad, e o secretário de Educação a Distância do MEC, Ronaldo Mota, farão a abertura do evento às 9h30. A seguir, a programação traz a formação da primeira mesa do encontro – A Visão Profissional – com participação de representantes dos conselhos federais de Medicina, Odontologia, Administração e Engenharia, Arquitetura e Agronomia, além de instituições como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC).

    Representantes de instituições de ensino superior vão debater o tema A Visão Educacional. No encerramento, Fernando Haddad e Roberto Cláudio Frota Bezerra, presidente do CNE, falarão sobre o tema Construção de Estratégias e Perspectivas. A programação pode ser conferida no Portal do MEC. (Assessoria de Imprensa da Seed)

  • O 1º Seminário Nacional de Coordenadores de Pólos de Apoio Presencial do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) teve cerca de 320 participantes, entre coordenadores de pólos da UAB, prefeitos, secretários municipais de educação e representantes de secretarias estaduais de educação e de universidades federais. Uma das principais recomendações para os gestores envolvidos com a UAB é a de garantir, por meio de leis estaduais ou municipais, personalidade jurídica ao pólo como instituição educacional, inclusive caracterizando-o como Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE), que possibilitará recebimento de maior volume de recursos federais.

    Durante um dia e meio, os participantes conheceram o sistema Universidade Aberta do Brasil, os programas de Educação a Distância (EAD) desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC) e receberam orientações sobre o funcionamento dos pólos de apoio presencial.

    Na avaliação do diretor do Departamento de Políticas em Educação a Distância, Hélio Chaves, o evento superou as expectativas. “Tivemos 98% de presença dos coordenadores de pólos da UAB (são 297 coordenadores) e conseguimos esclarecer muitas dúvidas.” A continuidade da discussão sobre a UAB e o papel dos coordenadores se dará via internet, por meio de fórum eletrônico. O seminário foi encerrado na tarde desta quarta-feira, 17, no Hotel Blue Tree Alvorada, em Brasília.

    Para Cleuza Maria Hehr, coordenadora do pólo de Domingos Martins (ES), que fica a 45 quilômetros de Vitória, foi muito oportuna a realização do seminário. “A gente percebe que o processo de criação e implantação da UAB é bastante transparente. Teve um ponto de partida e agora toda uma teia de relações vai sendo construída”, elogiou.

    Maria Pereira

  • A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) apresentou na quinta-feira, dia 15, no seminário Diferentes Diferenças, em Brasília, os eixos que sustentam as políticas afirmativas da educação. O encontro, que reúne cerca de 200 dirigentes e gestores municipais, é promovido pela Secad em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

    A Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte apresentou  experiência com o projeto Escola Plural. O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), organização não-governamental de São Paulo, mostrou um painel das atividades que desenvolve e lançou o 3º Prêmio Educar para a Igualdade Racial.

    De acordo com a coordenadora de diversidade e inclusão educacional da Secad, Eliane Cavalleiro, as políticas públicas afirmativas da educação formam um conjunto de ações que abordam desde o currículo escolar, a formação dos professores e a construção de materiais didático-pedagógicos até o universo semântico pejorativo, a distribuição desigual de estímulo e afeto e a negação da diversidade racial na composição das equipes.

    Eliane apresentou também os projetos inovadores de cursos (PIC), criados em 2002 com o propósito de preparar estudantes negros para o ingresso em cursos de graduação. Por meio dos PICs, a oferta de cursos pré-vestibulares para afrodescendentes passou de 800 vagas em 2002 para cinco mil em 2005. A Secad destaca também o trabalho com remanescentes de quilombos. Hoje, explicou a coordenadora, 800 comunidades recebem apoio direto do MEC.

    Escola Plural — A secretária de Educação de Belo Horizonte, Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, fez um relato sobre as ações afirmativas na rede pública municipal por meio do projeto Escola Plural. A secretaria tem também um núcleo de relações étnico-raciais e de gênero, responsável pela  formação dos professores. O município forma professores e prepara materiais didáticos para a implementação da Lei nº 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas.

    Marly Silveira, do Ceert, apresentou painel das atividades desenvolvidas pela ONG e sua experiência em políticas afirmativas acumulada em 15 anos de trabalho com os movimentos sociais. Ela apresentou aos dirigentes e gestores municipais da educação o 3º Prêmio Educar para a Igualdade Racial, dirigido aos professores da educação infantil, fundamental e média.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Começou nesta segunda-feira, dia 24, o 2º Seminário Pró-Funcionário, que reunirá coordenadores, professores e técnicos escolares dos cinco estados que adotarão o programa Pró-Funcionário este ano. O encontro se estenderá até quarta-feira, dia 26, no Hotel Nacional, em Brasília. No mesmo dia, às 14h, o programa será lançado no auditório do edifício-sede do MEC.

    O programa, parceria do Ministério da Educação com a Universidade de Brasília, oferta curso técnico profissional de nível médio aos funcionários das escolas da rede pública nas modalidades alimentação escolar, multimeios didáticos, infra-estrutura e meio ambiente e gestão. O curso terá 1.260 horas, com aulas a distância e presenciais e 300 horas destinadas à prática profissional supervisionada. Serão abertas cinco mil vagas nesta primeira fase, em Tocantins, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. A meta é ampliar o programa para os demais estados em 2006.

    Os coordenadores dos módulos explicarão, durante o seminário, a organização e a estrutura de cada curso, de modo a adaptar as questões gerais para as peculiaridades de cada região.

    “O programa é extremamente importante porque os funcionários não tinham identidade profissional. Agora, estarão capacitados para o trabalho”, afirmou Joyce Cintra, coordenadora do Departamento Administrativo da Federação dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul. “Eles educam também porque ficam em contato direto com os alunos. Quanto mais habilitados estiverem, melhor.”

    Durante a cerimônia de lançamento do programa, no dia 26, o ministro da Educação, Fernando Haddad, homologará a resolução que cria a 21ª Área Profissional sobre os Serviços de Apoio à Educação, já aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC).

    Repórter: Raquel Maranhão Sá

  • Participantes do Seminário Nacional de Avaliação do Uniafro apresentaram proposta, nesta sexta-feira, 8, de inclusão da bolsa-auxílio no edital do Uniafro de 2007, para estudantes afro-brasileiros que fazem parte do programa.

    A bolsa-auxílio dará condições para a permanência dos estudantes afrodescendentes no Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior (Uniafro). A bolsa fortalecerá, também, um dos objetivos do programa, que é reduzir as desigualdades étnico-raciais e regionais.

    Outras propostas, como o aumento de cursos de aperfeiçoamento, especialização e extensão voltados para a história da África, da cultura negra e do negro no Brasil, foram aprovadas. Estes cursos são incentivados pelo  Uniafro nas universidades federais e estaduais.

    A maior participação dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (Neabs) no programa também foi uma das sugestões aprovadas. Segundo uma das organizadoras do seminário, a técnica em assuntos educacionais da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) , Bárbara Rosa, essa abrangência aumentará a integração entre os núcleos universitários, gerando o fortalecimento dos projetos apoiados pelo Uniafro.

    As ações aprovadas ainda serão avaliadas pela Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), pela Secad e a Consultoria Jurídica do Ministério da Educação, em conformidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. As propostas aprovadas farão parte do próximo edital.

    Fabiana Gomes

     

  • Coordenadores de 28 projetos de pesquisa em educação reúnem-se em Brasília, nos dias 2 e 3 de julho, para apresentar os trabalhos que vêm realizando há cerca de dois anos dentro do programa Observatório da Educação. O programa é uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que fomenta pesquisas em educação que utilizem os bancos de dados do Inep em programas de mestrado e doutorado.

    Criado em 2006, ano em que foi lançado o primeiro edital, o observatório  selecionou 28 projetos, dentre os 84 inscritos. O principal objetivo do encontro é mostrar o andamento e os resultados parciais das pesquisas, bem como a troca de experiência entre os diversos grupos.

    O seminário será realizado no auditório da Capes, em sua sede do Setor Hoteleiro Sul, no dia 2, das 9 às 18h; e no dia 3, das 9 às 16h30. Confira a programação.

    Mais informações sobre o evento podem ser obtidas na página eletrônica do Inep.

    Assessoria de Imprensa do Inep

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