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  • As secretarias de Educação Básica (SEB/MEC) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), em parceria com as secretarias estaduais de educação, estão oferecendo, para 2006, cerca de 40 mil vagas na nova modalidade do ensino médio integrado à educação profissional. As vagas são oferecidas em 20 estados do país.

    As escolas interessadas na nova modalidade devem procurar suas respectivas secretarias estaduais de educação, que irão avaliar a estrutura escolar, as demandas locais de produção e selecionar as escolas que poderão ofertar a nova modalidade de ensino. Com o ensino integrado, milhares de jovens poderão concluir a educação básica com uma formação profissional.

    Desde 2004 está sendo implementada, gradativamente, nas áreas de saúde, informática, turismo, agroturismo, e outras demandas, a nova modalidade de ensino. Inicialmente, aderiram os estados de Santa Catarina e Paraná.

    Para 2006, a adesão já conta com 20 estados, no total de 40 mil vagas. O ensino médio integrado à educação profissional está sendo viabilizado com a participação das escolas técnicas federais, centros federais de educação tecnológica (Cefets) e o Sistema ‘S’, que envolve Sesi, Sesc e Senac.

    Especialistas – Segundo Lúcia Lodi, diretora do Departamento de Políticas do Ensino Médio, o MEC contratou, em 2005, especialistas para dar assistência aos estados na implantação do ensino médio integrado. Em 2006, serão intensificados esses trabalhos. Parte dos investimentos sairá do Programa de Acesso à Educação Básica (Prodeb), o chamado ‘Fundebinho’.

    “Esse movimento educativo é imprescindível para assegurar a continuidade dos estudos na graduação superior e viabilizar a inserção dos alunos do ensino médio no mercado de trabalho. Educação e trabalho são condições essenciais na formação das cidadanias participativas”, disse Lucia Lodi.

    Repórter: José Leitão

  • O debate sobre a implantação do ensino médio integrado à educação profissional tecnológica reuniu os coordenadores estaduais de ensino médio nesta terça-feira, dia 18, no Ministério da Educação. O encontro será encerrado na quarta-feira, 19.

    A diretora de políticas públicas do ensino médio do MEC, Lúcia Lodi, destaca que este é o momento de aprofundar conceitualmente a proposta de unir os dois níveis de ensino. Para a diretora de políticas e articulação institucional, Jaqueline Moll, a idéia é reinventar o ensino médio, de modo a integrar disciplinas da educação profissional e atender jovens e adultos que precisam melhorar a formação.

    Jaqueline lembrou que cerca de 67 milhões de adultos acima dos 18 anos não concluíram a educação básica (dados de 2001). O Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) pretende atender esse público. O objetivo do programa é dar capacidade cognitiva ao indivíduo. “Devemos treinar o estudante para ele poder sistematizar o conhecimento”, ressaltou Isaac Roitman, representante do Ministério da Ciência e Tecnologia.

    Jaime Biella, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), seguiu essa linha ao afirmar que o ensino deve preparar o estudante para exercer a cidadania. “Devemos inseri-lo no sistema, mas também dar subsídios para ele desenvolver a personalidade e a capacidade crítica, para que ajude na criação de uma nova sociedade”, afirmou.

    Experiências — Cada representante de estado relatou as experiências na implantação do ensino médio integrado e explicou a escolha do tipo de curso e do local de implantação da unidade escolar. Foram expostos também os avanços e os problemas surgidos nesse primeiro momento.

    No segundo e último dia, será apresentado o plano de trabalho nacional e haverá o relato das experiências do Programa de Equalização das Oportunidades de Acesso à Educação Básica (Prodeb), da Rádio Escola, que desenvolve práticas pedagógicas por meio do rádio nas escolas públicas e comunidades, e do Projeto Alvorada, que pretende reduzir desigualdades regionais com reforma ou construção de escolas públicas do ensino médio.

    Raquel Maranhão Sá

  • Estudantes da educação básica poderão optar pela formação profissional integrada ao ensino médio em 17 estados, a partir do próximo ano. Paraná e Santa Catarina já a oferecem desde 2004, ano de aprovação do Decreto nº 5.154, que regulamenta a educação profissional. Rondônia, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba iniciam em 2006.

    No primeiro dia da reunião nacional sobre políticas para o ensino médio, na segunda-feira, dia 19, no Ministério da Educação, outros 15 estados apresentaram planos para implementar o ensino integrado. O encontro, promovido pelas secretarias de Educação Básica (SEB/MEC) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), será encerrado na quarta-feira, dia 21.

    Este ano, o MEC promoveu seminários nos estados para discutir a integração. O próximo ocorrerá na quinta-feira, dia 22, em Goiânia. Segundo o secretário de educação básica do MEC, Francisco das Chagas Fernandes, os encontros ajudam na construção do ensino médio integrado e na troca de experiências.

    Estarão à disposição dos sistemas de ensino os recursos da segunda fase do Programa de Equalização das Oportunidades de Acesso à Educação Básica (Prodeb 2), o chamado Fundebinho. São R$ 400 milhões, que podem ser aplicados em despesas de custeio do ensino médio, como reformas e formação de professores, e para suprir a falta de docentes.

    Para a gestora de ensino médio de Mato Grosso do Sul, Veronice Lopes de Souza Braga, a preocupação é o financiamento para construção e aquisição de equipamentos de laboratórios. “Temos apoio do MEC e vamos aproveitar o que já temos, mas é preciso construir outros ambientes necessários que uma escola de ensino médio comum não tem”, explicou. Os participantes decidiram formar uma rede para estabelecer contatos e trocar experiências.

    Formação — No encontro de quarta-feira, 21, será discutida a formação em nível médio para professores de educação infantil e primeiras séries do ensino fundamental. Essa formação é oferecida em 19 estados e no Distrito Federal. A partir de 2006, o DF não mais oferecerá o curso em nível médio, acompanhando decisão já tomada no Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Roraima e São Paulo.

    Repórter: Heloisa d’Arcanchy

  • A implantação da educação profissional técnica de nível médio integrada ao ensino médio está sendo discutida pelas secretarias de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) e de Educação Básica (SEB/MEC) em 11 seminários nos estados. O primeiro ocorreu na última segunda-feira, dia 9, em Pernambuco. O ponto central da discussão é que sem vinculação com a educação básica, a educação profissional e tecnológica corre o risco de se tornar um treinamento em benefício exclusivo do mercado.


    Outros quatro seminários serão realizados ainda este mês, nos dias 17 (Tocantins), 20 (Paraíba), 23(Santa Catarina) e 31 (Piauí). Em 17 de junho, será a vez do Espírito Santo. Em 5 de julho, de Rondônia. Paraná, Mato Grosso, Goiás e Ceará ainda não definiram as datas. Nos seminários, são discutidos temas como a concepção do ensino médio integrado ao técnico, currículo, plano de implantação e articulação da modalidade com planos regionais de desenvolvimento.

    Participam representantes do MEC, das secretarias de educação e de ciência, tecnologia e meio ambiente, do Sistema S (Senai, Senac e Sesi) e de organizações não-governamentais. O MEC vai apoiar financeiramente os estados interessados em prestar assistência técnica e pedagógica. Segundo o Censo Escolar de 2004 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), há, naqueles estados, 2,7 milhões de alunos no ensino médio e 128 mil no ensino técnico de nível médio.

    Integração - A educação profissional técnica de nível médio pode ser desenvolvida, segundo o Decreto nº 5.154, de 23 de junho de 2004, de forma integrada, articulada, concomitante ou subseqüente ao ensino médio. Os cursos, na forma integrada, terão carga horária ampliada para três mil a 3,2 mil horas de aula. Devem durar quatro anos, a menos que seja oferecido em período integral. Um curso normal tem, atualmente, 2,4 mil horas.

    Na forma articulada, esses cursos podem ser desenvolvidos na mesma instituição de ensino ou em escolas diferentes, com unidade de projetos pedagógicos. Na forma concomitante, o aluno escolherá a alternativa de complementaridade entre o ensino médio e a educação profissional técnica. Na proposta de formação subseqüente, a profissionalização será oferecida a quem tenha concluído o ensino médio, que pode ser cursado em qualquer instituição de ensino.

    Repórter: Rodrigo Farhat

  • Com recursos orçamentários no valor R$ 1,4 milhão, a Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) inicia um projeto de qualificação do ensino médio público noturno. Edital publicado nesta quarta-feira, 14, abre inscrição de projetos para escolas públicas em todo o país. Serão escolhidos 10 projetos, dois por região, que receberão R$ 140 mil cada.

    Para concorrer aos recursos públicos, a escola deve oferecer ensino médio noturno e ter como objetivos melhorar a qualidade do ensino e os índices de rendimento dos estudantes. Para a diretora do departamento de ensino médio da SEB, Lúcia Lodi, o foco desta ação ministerial é o aluno trabalhador que vai para a escola à noite e, muitas vezes, encontra apenas a sala de aula e o professor, mesmo que tenha direito de ter acesso á biblioteca, à informática e à quadra de esportes. Para concorrer em condições de ganhar os recursos, diz, a escola precisa construir um projeto que leve em conta esse estudante.

    O edital fixa prazo até 10 de novembro para a inscrição de projetos; a seleção vai até 28 de novembro. A liberação dos recursos será feita após assinatura de convênios em 15 de dezembro de 2005. Os recursos serão repassados, em cota única, diretamente para a Caixa Escolar. Informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) relativas ao censo escolar de 2004 indicam que a rede pública noturna tem 4,1 milhões de alunos, o que corresponde a 49% das matrículas do ensino médio público. Para ver a íntegra do edital acesse a página eletrônica da SEB.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Melhorar o rendimento escolar e diminuir os índices de evasão dos alunos do ensino médio noturno foram os objetivos do projeto do Centro de Ensino Médio 2 do Gama (DF), premiado no concurso promovido pelo Ministério da Educação. Pelo projeto, a escola recebeu R$ 140 mil para desenvolver atividades que melhorem o aprendizado dos alunos do período noturno.

    A escola do Distrito Federal foi uma das premiadas da Região Centro-Oeste, ao lado da Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, de Campo Grande (MS). Concorreram ao prêmio 123 projetos da região. O concurso do MEC tem o objetivo de estimular os alunos do ensino médio que geralmente trabalham durante o dia, chegam cansados à escola e não têm bom rendimento escolar. Dez escolas das cinco regiões do país receberam R$ 140 mil, cada, para desenvolver as ações propostas. Os recursos serão usados para melhorar a infra-estrutura da instituição e capacitar professores.

    Segundo o coordenador do projeto do Centro de Ensino Médio 2 do Gama, Jairo Gonçalves Carlos, a proposta foi elaborada no fim de 2005 por professores e alunos do grêmio estudantil. O trabalho é baseado em ações administrativas e pedagógicas para atender o educando. “Como esses alunos trabalham durante o dia e muitos são chefes de família, vamos adotar medidas para facilitar a permanência deles na escola”, disse Jairo. Entre as ações a serem desenvolvidas, destacam-se a construção de salas-ambiente e a revitalização do laboratório de ciências e informática e da biblioteca.

    Nas ações pedagógicas, serão promovidas atividades nas seguintes áreas do conhecimento: linguagens e códigos; ciências da natureza, matemática e tecnologias; e ciências humanas. “Vamos realizar mostras de ciências, exibir filmes científicos, saraus poéticos e pesquisas de campo na comunidade, entre outras atividades”, enumera. Participarão do projeto todos os 590 alunos matriculados no ensino médio noturno da escola.

    Campo Grande – O outro projeto premiado na Região Centro-Oeste, da Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, de Campo Grande (MS), foi selecionado pela proposta de criar uma nova identidade para o ensino médio noturno. “A maioria dos alunos tem dificuldade de continuar na escola por causa do trabalho e da família”, diz a coordenadora do projeto, Ernângela Maria de Souza Calixto. Os recursos do prêmio serão usados para criar um ambiente mais agradável, com a compra de equipamentos como vídeos, televisões, computadores e retroprojetores.

    Pela primeira vez, o governo federal incentiva financeiramente o ensino médio noturno, responsável por 49% das matrículas da rede pública neste nível de ensino.

    Flavia Nery

  • Diminuir a evasão de alunos no ensino médio noturno foi o objetivo do projeto da Escola Estadual de Educação Básica Cruzeiro, de Santa Rosa (RS), premiado no concurso promovido pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC). A Escola Estadual de Ensino Médio Emil Glitz, de Ijuí (RS), foi outra instituição da Região Sul que ganhou R$ 140 mil do Ministério da Educação pelo projeto desenvolvido para a melhoria do ensino médio noturno. Concorreram ao prêmio 201 projetos da região.

    O concurso pretende estimular alunos do ensino médio que trabalham durante o dia, chegam cansados à escola e não têm bom rendimento escolar. Dez escolas das cinco regiões do país receberam cada uma R$ 140 mil para o desenvolvimento das ações propostas. Os recursos serão usados para melhorar a infra-estrutura da instituição e capacitar professores.

    Segundo a coordenadora do projeto de Santa Rosa, Beatriz Vitorino Steffan, a reestruturação do projeto pedagógico do ensino médio noturno foi feita a partir de pesquisas na comunidade para conhecer a realidade do aluno. "A proposta é baseada na fala do educando e nas dificuldades que ele enfrenta no dia-a-dia", diz. O trabalho é desenvolvido na escola desde 2002 e este ano atende 130 estudantes, que têm entre 18 e 51 anos de idade.

    O objetivo era reduzir o alto índice de evasão, quando turmas iniciavam com 35 a 40 alunos e terminavam o ano com dez estudantes. A nova proposta pedagógica enfatiza questões relacionadas ao cotidiano do educando. "Na matemática, por exemplo, trabalhamos temas como economia e redução de custos para ajudar o estudante a cuidar das suas contas em casa", disse Beatriz.

    O outro projeto premiado na Região Sul, da Escola Estadual de Ensino Médio Emil Glitz, de Ijuí (RS), foi selecionado pela organização curricular e o trabalho pedagógico com 273 alunos do ensino médio noturno. "As aulas acontecem de segunda a quinta-feira. A sexta-feira é dedicada ao planejamento coletivo, com a realização de debates e encontros de estudo", diz a coordenadora do projeto, Ivete Stelita Renz.

    Apoio - É a primeira vez que o governo federal incentiva financeiramente o ensino médio noturno, responsável por 49% das matrículas da rede pública neste nível de ensino.

    Repórter: Flavia Nery

     

  • Mobiliar e aumentar o acervo da biblioteca, comprar equipamentos de informática e promover cursos de capacitação de professores estão no projeto da Escola Estadual Condessa Filomena Matarazzo, de São Paulo, premiado no concurso promovido pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) para a melhoria do ensino médio noturno. Pelo projeto, a escola recebeu R$ 140 mil do Ministério da Educação para desenvolver atividades que melhorem o rendimento escolar dos alunos do turno noturno.

    A escola paulista foi uma das premiadas da Região Sudeste – a outra é de Minas Gerais. O concurso do MEC tem o objetivo de estimular os alunos do ensino médio que trabalham durante o dia, chegam cansados para as aulas e, por isso, não têm bom rendimento escolar. Dez escolas das cinco regiões do país receberam, cada uma, R$ 140 mil para o desenvolvimento das ações propostas. Os recursos serão usados para melhorar a infra-estrutura da instituição e capacitar professores.

    De acordo com a coordenadora do projeto de São Paulo, Célia Maria Giglio, o projeto O Vôo da Fênix — Reconstruindo a Escola Noturna tem como objetivo melhorar o rendimento dos alunos, que tiveram desempenho inferior ao dos estudantes do curso diurno, de acordo com análise do aproveitamento acadêmico nos últimos cinco anos. “Para reverter esse quadro, passamos a estimular a participação dos alunos na sua avaliação, com o desenvolvimento de projetos que tratam de problemas da escola e da comunidade”, disse. Célia explica que momentos de conflito vividos pelos estudantes foram transformados em oportunidades de aprendizagem.

    Minas — O outro projeto premiado na Região Sudeste, da Escola Estadual de Melo Viana, de Esmeraldas, Minas Gerais, foi selecionado pela proposta de oferecer aos alunos opções culturais antes inexistentes no município. “Fizemos um projeto para oferecer minicursos de dança, música, esportes, artes e informática para os alunos do ensino médio noturno”, enumerou a coordenadora do projeto, Joelma Natália Peixoto.

    Segundo ela, os recursos do prêmio serão usados para a realização dos minicursos aos sábados, reestruturação da biblioteca, compra de equipamentos eletrônicos e criação de uma rádio e de um jornal escolar.

    Pela primeira vez, o governo federal incentiva financeiramente o ensino noturno, responsável por 49% das matrículas da rede pública no ensino médio.

    Repórter: Flavia Nery

     

  • As iniciativas destinadas a reduzir os índices de evasão e melhorar o rendimento escolar de alunos do ensino médio noturno da Escola Dona Maria Amélia Bezerra, em Juazeiro do Norte, Ceará, foram reconhecidas em concurso promovido pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC). Pelo projeto, desenvolvido desde 2003, a escola recebeu R$ 140 mil do Ministério da Educação para aprimorar e ampliar as atividades desenvolvidas.

    A escola cearense foi uma das premiadas da Região Nordeste -  concorreram ao prêmio 229 projetos. O concurso do MEC tem o objetivo de estimular os alunos do ensino médio que trabalham durante o dia, chegam cansados para as aulas e, por isso, não têm bom rendimento escolar. Dez escolas das cinco regiões do país receberam, cada uma, R$ 140 mil para o desenvolvimento das ações propostas. Os recursos serão usados para melhorar a infra-estrutura da instituição e capacitar professores.

    De acordo com a coordenadora do projeto de Juazeiro do Norte, Maria do Socorro de Souza, as atividades de reforço escolar, sessões de estudo aos sábados, aulas de informática e ações de integração de classes reduziram os índices de evasão do ensino médio noturno. Em 2003, a aprovação dos alunos era de 57%. Em 2005, passou para 71%. A evasão caiu de 32% em 2003 para 23% em 2005.

    "O dinheiro que recebemos do MEC será usado para aprimorar essas atividades, reformar a infra-estrutura do colégio, criar uma radioescola e oferecer lanche para os alunos que vêm diretamente do trabalho", disse Maria do Socorro. O trabalho desenvolvido na instituição atende 498 estudantes, que têm entre 16 e 42 anos de idade, e envolve 17 professores. Na avaliação de Maria do Socorro, o mais importante dessa iniciativa é dar oportunidades iguais de participação nas atividades escolares aos alunos que trabalham durante o dia e estudam à noite.

    Alagoas - O outro projeto premiado na Região Nordeste, o da Escola Estadual Pedro Joaquim de Jesus, de Teotônio Vilela, Alagoas, foi selecionado pela proposta de oferecer o ensino médio noturno integrado à educação profissional. Segundo o coordenador do projeto, Cícero da Trindade, a idéia surgiu para atender a maioria dos alunos que trabalham na agroindústria açucareira e estudam à noite. "Com o prêmio, vamos implementar um novo currículo que vai correlacionar o conhecimento produzido na escola com o saber exigido no mundo do trabalho", disse. Os 540 alunos matriculados no ensino médio noturno ainda farão um estágio supervisionado para concluir os estudos.

    Pela primeira vez, o governo federal incentiva financeiramente o ensino médio noturno, responsável por 49% das matrículas da rede pública neste nível de ensino.

    Repórter: Flavia Nery

     

  • Premiados da Região Norte. Foto: Wanderley PessoaDuas escolas da Região Norte que propõem mudanças na forma de ensinar foram premiadas em concurso promovido pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) para a melhoria do ensino médio noturno. A Escola Estadual Professora Esther da Silva Virgolino, de Macapá, e a Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, de Belém, receberam na quinta-feira, dia 16, um cheque de R$ 140 mil, cada uma, para desenvolver os dois projetos vencedores, entre os 87 inscritos na região.

    O concurso tem o objetivo de estimular os alunos do ensino médio noturno, os quais geralmente trabalham durante o dia e chegam cansados à escola. Os recursos serão usados para melhorar a condição dos prédios escolares, capacitar professores e dar aos jovens aulas dinâmicas e adequadas à sua realidade.

    A coordenadora do projeto premiado no Amapá, Antonice de Melo, está otimista com a perspectiva de mudanças. Em 2005, ela sentiu a desmotivação dos alunos em razão das dificuldades que enfrentam. A maioria trabalha para sustentar a família e não tem muita disposição para estudar. Há, ainda, a falta de infra-estrutura da escola. “Há apenas um computador e mesmo assim ele está doente, não serve pra nada”, disse. A localização da escola também não ajuda. “Os alunos têm que andar muito e por um caminho isolado”, afirmou Antonice. Mesmo com as dificuldades, a professora ajudou a promover os Jogos Escolares, com campeonatos esportivos e jogos didáticos. Conseguiu animar a turma e aumentar a freqüência.

    Com o dinheiro recebido, a diretora da escola de Macapá, Arlene Favacho, pretende reformar o auditório, comprar 50 computadores e um aparelho projetor, equipar o laboratório de ciências e investir nas aulas de artes.

    Belém — Baixa freqüência, presença oscilante em determinados dias da semana e desinteresse na realização das atividades propostas. Esse era o quadro do ensino médio noturno na escola de Belém. No ano passado, numa única turma de primeira série, 32 alunos, dos 41 matriculados, apresentaram rendimento abaixo da média. Muitos foram considerados desistentes.

    Para estimular os 190 estudantes, entre 14 e 43 anos — a maioria sobrevive do trabalho informal —, a escola apresentou um projeto de pesquisa com enfoque interdisciplinar, aliado à qualificação profissional, de acordo com a realidade local. Durante o período de planejamento das ações, de outubro a dezembro de 2005, a escola mostrou os primeiros resultados. Segundo a coordenadora do projeto, Luiza Pereira da Silva, os alunos passaram a freqüentar a escola até mesmo fora do horário de aula para uso da biblioteca, do laboratório de informática e orientação com os professores. “Tínhamos mais de 50% de evasão. Com o projeto, a freqüência e o aproveitamento aumentaram em 70%”, disse Luiza.

    Em 2006, os estudantes vão pesquisar a história e a cultura da Ilha de Caratateua. No trabalho, usarão a internet, realizarão entrevistas com as pessoas mais antigas do lugar e organizarão seminários para apontar perspectivas. As atividades contribuirão para o desenvolvimento geral dos alunos, que também terão oportunidade de participar de cursos básicos de informática, eletro-hidráulica, inglês, confecção de bijuterias e reciclagem de materiais diversos para ampliar as chances no mercado de trabalho.

    Repórter: Heloisa d'Arcanchy

     

  • O ministro da Educação, Fernando Haddad, assina na próxima sexta-feira, 26, convênio com a Secretaria de Educação do estado de São Paulo no valor de R$ 23.684.169,83, no âmbito do Programa de Melhoria e Expansão do Ensino Médio (Promed). A solenidade será às 10h, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e contará com a presença do governador Geraldo Alckmin.

    O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), gestor do Promed, vai transferir os recursos em uma única parcela, cuja maior parte irá para a capacitação de docentes. O dinheiro será utilizado em programas de formação continuada de professores nas áreas de ciências humanas e de projetos escolares e na aquisição de 3.373 livros para atualização e complementação de bibliotecas de escolas de ensino médio.

    Os recursos também servirão para o desenvolvimento, pela Secretaria estadual de Educação, de softwares para implementação e gerenciamento do sistema de auto-avaliação das escolas de ensino médio, além de ferramentas para auto-avaliação, como estratégia de melhoria da qualidade do ensino médio. Parte do dinheiro será destinada à contratação de consultorias para a especificação e aquisição de material pedagógico, assessoria às ações do Promed em São Paulo e apoio aos estudos e projetos dirigidos ao aperfeiçoamento deste nível de ensino.

    Promed – Com um orçamento de US$ 220 milhões, dos quais 50% são provenientes de contrato de empréstimo firmado entre o Ministério da Educação e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a outra metade oriunda de contrapartida nacional – sendo US$ 39,3 milhões do Tesouro Nacional e US$ 70,7 milhões dos estados –, o Promed tem por objetivo melhorar a qualidade e a eficiência do ensino médio, expandir sua cobertura e garantir maior eqüidade social. O acordo entre o MEC e o BID termina em janeiro de 2007.

    Com os recursos do programa, as secretarias estaduais de educação podem promover a formação continuada de docentes e gestores de escolas de ensino médio, construir, reformar, ampliar prédios escolares e equipar as escolas com bibliotecas, laboratórios de informática e ciências e aparelhos de recepção da TV Escola. (Assessoria de Comunicação Social do FNDE)

  • As 16.773 escolas públicas de ensino médio e profissionalizantes vão receber, no primeiro semestre de 2007, duas novidades: os livros Antártica e O Brasil e o Meio Ambiente Antártico, enviados pelo MEC. As obras fazem parte da coleção Explorando o Ensino e servem de apoio ao trabalho do professor, ao permitir o aprofundamento e novas formas de abordagem dos conteúdos em sala de aula.

    Antártica, volume 9 da coleção Explorando o Ensino, tem tiragem de 72 mil exemplares − quatro para cada escola e reserva técnica para as secretarias estaduais de educação. O livro tem capítulos sobre atmosfera, clima, manto de gelo, oceano austral, vida na Antártica, cuidados com o meio ambiente e presença humana no continente.

    Já o volume 10 da coleção feita pelo MEC, O Brasil e o Meio Ambiente Antártico é uma edição de tamanho maior, com fotos do continente antártico, de autoria de Armando Haddano. Apresenta iniciativas ambientais brasileiras e as mudanças ambientais no mundo, como o aquecimento global na Antártica, integração atmosfera e gelo, clima impresso nas rochas, buraco na camada de ozônio e efeito do Sol no meio ambiente terrestre.

    Monitoramento − Aborda, também, o monitoramento ambiental da Baía do Almirantado, onde está a Estação Ferraz, próxima à Península Antártica, na Ilha Rei George, a maior do arquipélago das Shetlands do Sul. Na estação, funciona uma rede de pesquisa, formada por 15 grupos, que estuda os diferentes tipos de impacto ambiental.

    A região da Baía do Almirantado, incluindo terra e mar, foi classificada como Área Antártica Especialmente Gerenciada. Brasil, Peru, Polônia, Estados Unidos e Equador administram a área em um plano de manejo. O Brasil e o Meio Ambiente Antártico tem tiragem de 25 mil exemplares. Cada escola do ensino médio e profissionalizante receberá uma unidade.

    Os volumes 9 e 10 da coleção Explorando o Ensino, além de visualmente interessantes, têm textos objetivos, leves e específicos sobre uma região pouco conhecida pela população brasileira. As edições foram produzidas em parceria com o Ministério da Marinha. Os próximos volumes da coleção são Fronteira Espacial e Mudanças Climáticas. A elaboração é em parceria com a Agência Espacial Brasileira, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A coleção Explorando o Ensino, lançada em 2004, traz nos volumes 1, 2 e 3, conteúdos de matemática; volume 4 e 5, química; 6, biologia; 7, física; e 8, geografia. Eles podem ser acessados na página eletrônica da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC).

    Súsan Faria

  •  O ensino médio brasileiro será reformulado. Novo currículo e modelo pedagógico, aliado à expansão das matrículas, permitirá a oferta de uma educação atrativa e de qualidade a todos os jovens. O Programa Ensino Médio Nacional, nova ação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), pretende unir as ações do Brasil Profissionalizado – que incentiva a expansão de matrículas no ensino médio integrado nas redes públicas estaduais – e do Plano de Ações Articuladas (PAR), por meio do regime de colaboração.

    O grupo de trabalho composto por técnicos do Ministério da Educação e da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República apresentou nesta terça-feira, 16, um estudo sobre a reestruturação e expansão do ensino médio no Brasil. O documento, a ser debatido pela sociedade, mostra uma concepção inovadora do ensino médio: a formação integral do estudante, estruturada na ciência, cultura e trabalho.

    “O ensino médio brasileiro vive um momento não de renascimento, mas de nascimento”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, a expansão da rede federal de escolas que ofereçam essa etapa educacional, o apoio à reestruturação impetrado pelo Brasil Profissionalizado e a reforma no Sistema S vão possibilitar a construção de um ensino médio mais diverso e mais aderente, que dê aos jovens perspectivas de desenvolvimento intelectual e humano.

    O estudo feito pelo grupo de trabalho aponta uma política de médio e longo prazo para consolidar o ensino médio de qualidade no Brasil, que atenda à diversidade e aos anseios da juventude e da população adulta que volta à escola, além de preparar para o mercado de trabalho. As ações serão baseadas na superação do dualismo entre o ensino regular e o profissional e na expansão da oferta de matrículas. De acordo com o documento, mais de 50% dos jovens de 15 a 17 anos não estão matriculados no ensino médio.

    Outros princípios dispostos no estudo se referem à obrigatoriedade do ensino médio e ao aumento no valor investido por aluno por ano. “Não há como universalizar o ensino médio com qualidade investindo menos do que R$ 2 mil por aluno por ano”, ressaltou Haddad. Hoje, esse investimento é de R$ 1,4 mil aluno/ano.

    Ifets– O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, destacou que o novo ensino médio começa com os institutos federais de educação, ciência e tecnologia (Ifets), que já nascem com uma oferta de ensino médio diferenciada, aliada à educação profissional. “Os Ifets representam uma revolução de ideais e práticas na maneira de ensinar e aprender”, acredita. A lei que cria os institutos foi aprovada na Câmara e no Senado e aguarda a sanção presidencial.

    O segundo momento da reestruturação do ensino médio, segundo Unger, é o engajamento com estados. Isso porque a maioria das escolas que oferecem ensino médio é estadual. “É necessário transformar as escolas e capacitar os professores, daí a importância do regime de colaboração.”

    Letícia Tancredi

    Ouça também entrevista dos ministros Fernando Haddad e Mangabeira Unguer

  • O Colégio Técnico Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, inicia no dia 11 de outubro, em oito cidades do estado, os dois primeiros cursos de ensino médio articulado à educação técnica para jovens e adultos e um curso técnico para quem já terminou o ensino médio. Os cursos abrem as atividades da Escola Técnica Aberta do Brasil (E-Tec Brasil), que é uma iniciativa do Ministério da Educação.

    Os três cursos terão 900 alunos que foram selecionados entre 3.050 candidatos inscritos no vestibular realizado em 23 de agosto. Os cursos a distância da E-Tec Brasil são oferecidos numa parceria entre o MEC, escolas técnicas federais, centros federais de educação tecnológica (Cefets) com os municípios. O objetivo do governo federal com esta ação, é qualificar jovens e adultos sem o ensino médio ou com ensino médio incompleto nos municípios onde vivem e trabalham. Os que concluírem o curso receberão certificado de técnico na área de estudo, emitido pelo Colégio Técnico Universitário da UFJF.

    Dos 900 estudantes, 600 estão divididos entre os cursos de segurança do trabalho e gestão pública, na modalidade ensino médio articulado à educação técnica, e outros 300 farão o curso técnico de enfermagem, pós-ensino médio. Eles estão distribuídos entre as cidades de Alfenas, Almenara, Boa Esperança, Cataguases, Juiz de Fora, Porteirinha, Três Pontas e Timóteo, onde o Colégio Técnico Universitário, em parceria com as prefeituras, montou pólos para receber os alunos e os 36 professores e tutores nos próximos dois anos, que é o prazo de duração dos cursos.

    O diretor do colégio, Paulo Rogério Guimarães, explica que a formação teórica e prática está dividida em quatro módulos. O primeiro módulo vai de 11 de outubro à metade de dezembro, período em que os alunos serão acolhidos pela instituição, vão conhecer os recursos da plataforma Moodle (que será um instrumento do curso), estudar o que é e como se desenvolve a educação a distância.

     Um tema deste módulo merece destaque, na avaliação do coordenador do curso, professor Paulo Roberto Rufino Pereira. Ele diz que é importante ao aluno da educação a distância desenvolver a capacidade de ler e compreender o material impresso que dá suporte à formação. “Ler, interpretar, responder as questões, fazer as tarefas propostas, procurar o tutor são chaves para a aprendizagem”, aconselha. Também o diretor Paulo Guimarães faz recomendações aos futuros alunos do Colégio Universitário: muita dedicação, força de vontade e disciplina são fundamentais. “A educação a distância não é mais fácil e nem mais difícil que o ensino presencial. É diferente e por isso exige empenho.”

    Estrutura – Os alunos dos três cursos técnicos terão à disposição uma estrutura completa para as aulas teóricas e práticas. Nos pólos, cada grupo de 25 alunos terá um tutor presencial; e no Colégio Universitário, em Juiz de Fora, um tutor a distância, um professor orientador e um professor pesquisador. Ainda nos pólos, eles farão as aulas práticas. No curso de enfermagem, por exemplo, terão 50% da carga horária em aulas práticas, divididas em três partes: as primeiras práticas serão feitas nos laboratórios móveis, tipo uma carreta montada com os equipamentos básicos de saúde; a segunda parte será nas unidades básicas de saúde do município onde o aluno estuda; e a terceira etapa do estágio será nos hospitais da cidade, onde terá contato com todas as especialidades médicas ali oferecidas.

    Os laboratórios móveis sobre carretas, diz o coordenador Paulo Pereira, servirão para o estudante manusear seus futuros instrumentos de trabalho e entrar em contato com a profissão. Estes laboratórios vão passar em todos os municípios onde os cursos estarão acontecendo. De acordo com Sílvia Helena Rodrigues, da diretoria de regulação e supervisão da Secretaria de Educação a Distância (Seed), os laboratórios móveis serão desenhados por técnicos e engenheiros da Universidade de Brasília, numa parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que é o órgão do MEC responsável pelo repasse de recursos. Para receber os laboratórios, a escola ou o Cefet deve apresentar ao ministério um projeto pedagógico de uso dos equipamentos nos cursos técnicos que vai ministrar.

    Pólos – A Escola Técnica Aberta do Brasil selecionou no primeiro edital, este ano, 193 pólos que estão autorizados a fazer vestibulares nos próximos 12 meses. Os 193 pólos estão distribuídos em sete municípios do Acre; 13 do Amazonas; 23 da Bahia; nove do Ceará; três do Distrito Federal; um do Espírito Santo; 16 de Goiás; oito do Maranhão; nove de Minas Gerais; 17 do Mato Grosso do Sul; cinco do Pará; 16 de Pernambuco; quatro do Piauí; 34 do Paraná; cinco do Rio de Janeiro; quatro do Rio Grande do Norte; sete do Rio Grande do Sul; dois de Santa Catarina; cinco de São Paulo; e cinco do Tocantins.

    Ionice Lorenzoni

  • Na zona rural brasileira, 60% dos estudantes que concluem a oitava série do ensino fundamental não se matriculam no ensino médio. Dados do Censo Escolar demonstram que, dos alunos matriculados nessa etapa do ensino, mais de 92% deslocam-se para a área urbana. Além do número de escolas rurais ser muito pequeno, o ensino raramente leva em consideração as especificidades do campo. Desde ontem, técnicos do Ministério da Educação estão reunidos com professores universitários e representantes de movimentos sociais para discutir a questão.

    O objetivo do encontro é a elaboração de uma proposta de oferta, no campo, de ensino de nível médio integrado ao profissionalizante e à educação de jovens e adultos. A 2ª Oficina sobre Ensino Profissional Integrado do Campo, coordenada pelas secretarias de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), apresentará novos métodos a serem adotados a partir do segundo semestre deste ano.

    A intenção é elevar a taxa de escolarização em áreas rurais e, a longo prazo, promover a emancipação do campo em relação à área urbana. Dentre as propostas apresentadas, está a de ensino médio profissionalizante de quatro anos voltado para a produção agropecuária, com ênfase em agroecologia. De acordo com Ana Laurenti, consultora da coordenação-geral de educação no campo do MEC, essa opção atende a demanda dos pequenos produtores rurais.

    “Historicamente, as escolas técnicas agrícolas preparam técnicos com conhecimentos aplicáveis a grandes fazendas e agroindústrias”, explicou. De acordo com a especialista, a nova modalidade é mais adequada à agricultura familiar, por ensinar técnicas que exigem menos insumos e equipamentos para o plantio.

    Estão previstas, ainda, opções de ensino profissionalizante não necessariamente voltadas para atividades agrícolas. “Queremos formar pessoas para atender às necessidades da área rural, mas isso não significa que elas tenham de atuar no campo”, disse Ana Laurenti. As áreas podem ser as de turismo e saúde, por exemplo.   

    Até o fim da tarde desta terça-feira, 19, será elaborado documento que norteará as ações educacionais do ensino médio em área rural. Participam da oficina professores e técnicos de instituições, organizações e movimentos sociais com experiência em projetos de escolarização, técnicos da Secad, da Setec e da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC).

    Ana Guimarães

  • Fazer com que o jovem na faixa dos 15 aos 17 anos se interesse pela escola e que a escola permita ao jovem descobrir suas potencialidades. Estes são desafios discutidos por um grupo de trabalho formado por especialistas da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. As discussões buscam delinear um projeto pedagógico para que o ensino médio se torne mais atrativo ao estudante e leva em conta, entre outros aspectos, a organização curricular, formação docente e o ingresso no ensino superior.

    O ensino médio tem sido definido pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, como o elo frágil da educação básica. O diretor de concepções e orientações curriculares da SEB, Marcelo Pereira da Silva, concorda com o ministro e acredita que, atualmente, o ensino médio deixa de cumprir sua função principal – formar a juventude para um mundo em descoberta – na medida em que é orientado especialmente para o ingresso ao ensino superior.

    A intenção do grupo de trabalho é que esta etapa de ensino ofereça ao estudante diversas perspectivas de futuro. “Isso significa pensar o ensino médio que garanta ao aluno sólida formação, e possibilite a ele conhecer o mundo da ciência, da cultura, do trabalho e da tecnologia”, afirma Marcelo. Para isso, os membros do grupo resolveram envolver a comunidade na discussão e reativaram o fórum nacional de coordenadores do ensino médio, com representantes de todas as secretarias estaduais de educação.

    Também tomam parte dos debates membros do Conselho Nacional de Educação (CNE) e de entidades dos trabalhadores da educação, entre outras categorias. Na pauta de discussões está a formulação dos indicadores de qualidade do ensino médio, que incluem informações sobre o modelo de gestão, os projetos pedagógicos, o desempenho do aluno, perfil do corpo docente e condições de trabalho. A discussão passa também pelos componentes curriculares básicos que devem ser assegurados no ensino médio, além da forma como tem se operado a transição da educação básica para a superior.

    Segundo Marcelo, o currículo escolar no país é tradicionalmente organizado por disciplinas, mas poderia ser flexibilizado. “O volume de informação que o jovem recebe hoje é muito grande”, avalia. Sobre o ingresso na educação superior, Marcelo diz que a transição entre educação básica e superior tem ocorrido fundamentalmente sob orientação do vestibular. “Isso faz com que, em muitas redes, o currículo do ensino médio passe a ser pautado pelos processos seletivos de ingresso em instituições de ensino superior”.

    Ensino médio integrado – Uma das possibilidades de oferta do ensino médio discutidas é a integração entre ensino médio regular e formação profissional. “Queremos aprofundar esse modelo pedagógico de modo que não se reduza à profissionalização do ensino médio”, explica. Segundo Marcelo, a intenção não é que toda a oferta de ensino médio seja voltada à formação profissional, mas oferecer perspectivas ao aluno interessado em inserção no mercado de trabalho. O ensino médio integrado, já ofertado em centros de formação profissional e tecnológica (cefets) e escolas técnicas, atrela a formação propedêutica à profissional.

    De acordo com Marcelo, o que diferencia o ensino médio de caráter profissionalizante do ensino médio regular não é a natureza desta etapa de ensino, mas a ênfase em determinada formação, no caminho profissionalizante ou não. “O aluno pode ir para outros campos, da cultura, das artes, da ciência”, exemplifica. Na visão dele, o fundamental é que esta etapa tenha como norte “uma formação que possibilite aos jovens descobrirem suas possibilidades”.

    Maria Clara Machado

  • Em continuidade a ação em 2004, quando todos os estados e o Distrito Federal receberam recursos suplementares para aplicar no ensino médio, o Ministério da Educação, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), iniciou a preparação de convênios para o repasse gradativo de R$ 400 milhões, em 2005. Esses recursos serão obrigatoriamente aplicados na manutenção e no desenvolvimento do ensino médio.

    O critério utilizado para o repasse será a necessidade dos estados e do Distrito Federal de garantir a matrícula no ensino médio, considerando o grau de desenvolvimento socioeconômico estadual, a diferença entre a matrícula potencial e a efetiva nesse nível de ensino e a capacidade financeira dos estados e municípios.

    Além dos estados das regiões Norte e Sul, que receberão uma parcela considerável dos recursos. Os do Sul, Centro-Oeste e Sudeste também serão beneficiados, com base em projetos inovadores na área educacional voltados ao ensino médio.

    Assessoria de Comunicação Social do FNDE

  • O presidente da República, em exercício, José Alencar, sanciona nesta segunda-feira, 2, às 16h, no Palácio do Planalto, a lei que torna obrigatório o ensino das disciplinas de sociologia e filosofia nas escolas de ensino médio, públicas e privadas. A lei foi aprovada primeiro na Câmara dos Deputados, onde o projeto começou a tramitar em 2003, e no dia 8 de maio deste ano, no Senado.

    Para tornar obrigatório o ensino de sociologia e filosofia no currículo do ensino médio, o Congresso Nacional alterou o artigo 36 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. A obrigatoriedade, segundo a lei, entra em vigor a partir da sua publicação no Diário Oficial da União.

    Resolução – A inclusão de sociologia e filosofia no currículo do ensino médio não é novidade para os sistemas estaduais. Em 21 de agosto de 2006, a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou uma resolução orientando as redes estaduais de educação, que são responsáveis pelo ensino médio, sobre a oferta das duas disciplinas. A Resolução nº 4/2006, da Câmara de Educação Básica/CNE, ofereceu aos sistemas duas alternativas de inclusão: nas escolas que adotam organização curricular flexível, não estruturada por disciplinas, os conteúdos devem ser tratados de forma interdisciplinar e contextualizada; já para as escolas que adotam currículo estruturado por disciplina, devem ser incluídas sociologia e filosofia. A resolução deu aos sistemas de ensino um ano de prazo para as providências necessárias.

    Ionice Lorenzoni

    *Republicada com alterações

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    Novas disciplinas promovem o pensamento

  • Pela primeira vez, alunos do ensino médio recebem livros do programa biblioteca na escola (Foto: João Bittar)O Ministério da Educação dobrou a distribuição de livros do Programa Nacional Biblioteca da Escola para o Ensino Médio (Pnbem). Até esta terça-feira, 16, as escolas teriam que escolher 40 obras de sua preferência da lista e receberiam 80 títulos selecionados entre os mais votados de cada estado. Agora, as 17.049 escolas irão receber os 160 títulos divulgados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC).

    A ampliação foi possível graças ao aporte de recursos adicionais do Plano de Desenvolvimento da Educação. São livros de física, química, matemática, biologia, filosofia, geografia, história, sociologia, artes, educação física, literatura e quatro opções de gramáticas.

    As obras listadas no Diário Oficial da União do dia 15 de outubro foram definidas em uma seleção feita pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A lista dos livros selecionados pode ser vista na página eletrônica do FNDE.

    Com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação, em abril, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação instituiu o Pnbem. Pela primeira vez, esses alunos serão beneficiados pelo programa.

    O FNDE vai comprar cerca de cinco milhões de exemplares, que serão distribuídos para 17.049 escolas e beneficiarão 7.788.593 estudantes. Serão adquiridos 160 títulos, sendo 12 para cada um dos oito componentes curriculares listados, além de 40 títulos de literatura brasileira e portuguesa, dez para artes, dez para educação física e quatro gramáticas de língua portuguesa. As escolas receberão o acervo no primeiro semestre de 2008.

    PNBE — O Programa Nacional Biblioteca da Escola foi instituído em 1997 para democratizar o acesso de alunos e professores à cultura, à informação e aos conhecimentos socialmente produzidos. O programa distribui acervos formados por obras de referência, de literatura e de apoio à formação de professores de educação básica.

    Manoela Frade

  • Buenos Aires – Entre os 34 milhões de jovens, de 15 a 24 anos, dez milhões estão em idade correspondente à esperada para se cursar o ensino médio – 15 a 17 anos. Mas nem todos estão matriculados nesta etapa de ensino, que atende 8,9 milhões de pessoas. A idade dos alunos, muitas vezes, ultrapassa os 17 anos esperados para os concluintes. Apenas 44% dos matriculados no ensino médio têm idade adequada à sua série.

    O panorama da oferta do ensino médio, os desafios que esta etapa de ensino precisa superar e propostas para melhorar a qualidade do ensino foram apresentados pelo coordenador-geral do ensino médio da Secretaria de Educação Básica, Carlos Artexes Simões, nesta quinta-feira, 4, durante o último dia de debates do Seminário Internacional Ensino Médio – Direito, Inclusão e Desenvolvimento, em Buenos Aires.

    Artexes mostrou que outra grande parte dos jovens está fora da escola, por ter de procurar trabalho ou já estar trabalhando. Dos 34 milhões de jovens, 18 milhões trabalham. A maioria não tem carteira assinada e ganha menos de um salário mínimo por mês.

    “Precisamos universalizar o atendimento e garantir a permanência dos jovens entre 15 e 17 anos”, disse Artexes. O Brasil, como revelam os dados, busca respostas para desafios já superados pelo Chile e Argentina. Nestes países, o ensino médio é obrigatório e a maioria dos jovens têm acesso a esta etapa da educação.

    “Perdemos 50% dos jovens durante o ensino médio, da entrada para a saída”, afirmou Artexes, em referência a dados de 2006, em que 1,8 milhão de jovens concluíram esta etapa, contra 3,8 milhões que haviam ingressado três anos antes.

    De outro lado, segundo o coordenador, o país está tomando medidas para ampliar o acesso e a permanência dos jovens no ensino médio com resultado positivo comprovado. Os dados também mostram que, em dois anos, o número de matrículas deu um salto de mais de um milhão. Em 2006, 4,7 milhões de alunos ingressaram no ensino médio; em 2007, foram seis milhões.

    Entre as ações do governo federal que influenciaram no resultado, Artexes destacou o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) que financia toda a educação básica e não apenas o ensino fundamental, além do ensino médio integrado, em que o jovem recebe formação regular articulada à profissional. Em relação às novas ações, destacou a ampliação de benefícios como o bolsa-família para alunos de 16 e 17 anos e a destinação de livros didáticos também para esta faixa de estudantes das escolas públicas.

    Entre as propostas para melhorar a qualidade do ensino médio, levando-se em conta o cenário em que se encontra o jovem brasileiro, o coordenador acredita ser imprescindível redefinir o papel da educação e do trabalho. Para ele, hoje tem-se a idéia de que a educação deve se adequar ao mundo do trabalho, que por sua vez não é visto em sua dimensão humana. “A educação deve ter a tarefa de formação integral do ser humano como sujeito, cidadão e trabalhador e não simplesmente como uma formação que se adapte à realidade”, destacou. Artexes também se preocupa com a atual visão do trabalho. Na opinião dele, é preciso relembrar que a organização do trabalho é feita por seres humanos educados nas escolas e que o trabalho também é lugar de aprendizado.

    Maria Clara Machado

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