"O Brasil Alfabetizado é um acontecimento emblemático do grande processo de alfabetização posto em prática no governo do presidente Lula e que está sendo realizado em todos os quadrantes do país." Com essas palavras, o ministro da Educação, Tarso Genro, definiu o sucesso do programa, durante a formatura de mil alunos em São Paulo, nesta quinta-feira, 5.
Os alunos concluíram com sucesso o programa Brasil Alfabetizado, numa parceria entre MEC, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Instituto de Trabalho Dante Pelacani, Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) e Confederação das Mulheres do Brasil (CMB). Ao todo, a parceria já possibilitou a alfabetização de 67.130 alunos de 11 regiões do Brasil.
A trabalhadora Edileusa Moura da Silva, 49, residente em um dos lugares mais pobres da capital paulista, o bairro Pantanal, na zona leste da cidade, formou-se por intermédio do Brasil Alfabetizado. Edileusa concluiu a alfabetização na associação de moradores do seu bairro, uma entidade parceira da CGTB. Para ela, ser alfabetizada significou voltar a ter esperanças: "Eu já tinha perdido a esperança de aprender a ler e escrever, mas, com o programa, isso se tornou realidade. Agora, pretendo continuar estudando. Minha vida já está mudando, depois disso, tanto que já arrumei um emprego, coisa que nunca teria chance, caso não fosse alfabetizada", conta Edileusa.
Brasil Alfabetizado - Os números mostram o sucesso do programa: em 2003, 1,6 milhão de pessoas passaram por ele e o orçamento foi de R$ 168 milhões. Em 2004, os recursos foram da ordem de R$ 172 milhões e 1,7 milhões de pessoas foram atendidas, superando a meta de beneficiar 1,6 milhão de brasileiros. Este ano, são R$ 220 milhões para atender 2,2 milhões de pessoas. De acordo com dados do Censo 2000 do IBGE, o Brasil tem 16 milhões de analfabetos.
Além disso, os alfabetizadores têm atuado como parceiros na divulgação da importância do registro civil, fortalecendo e estimulando a promoção dos direitos dos cidadãos. Outra novidade foi o acordo com estados e municípios, que hoje detêm 62% dos convênios. Até 2003, a participação de estados e municípios não era priorizada e a alfabetização era feita principalmente por ONGs, o que não garantia a continuidade de estudos na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A continuidade dos estudos é uma das principais preocupações da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), responsável pelo Brasil Alfabetizado e também pela EJA. "A alfabetização é a porta de entrada no mundo dos estudos", afirma o titular da Secad, Ricardo Henriques. "A articulação entre o Brasil Alfabetizado e a EJA é essencial para sanarmos a dívida histórica que temos com milhões de brasileiros que não tiveram a oportunidade de freqüentar as escolas na infância e adolescência", completa.
Repórter: Cristiano Bastos