Da experiência de atleta de jiu-jítsu, a professora de educação física Rafaela Silva Brício Rezende levou a disciplina e o amor pelo esporte para a parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, campus Muzambinho, localizado na cidade de mesmo nome. Surgido em maio de 2014, o projeto Tatame do Bem, da equipe do Mestre Paulo Rezende, é umas das experiências bem-sucedidas do instituto com a comunidade de Muzambinho.
O projeto surgiu para beneficiar os alunos internos do instituto, que também atende semi-internos e externos. O objetivo era reduzir o tempo ocioso que tinham entre as aulas.
De família de praticantes de jiu-jítsu, Rafaela aprendeu a luta com o pai, o Mestre Paulo Rezende. Foi com seu pai também que aprendeu a fazer o projeto Tatame do Bem ir além dos ensinamentos das técnicas do jiu-jítsu, também conhecido como luta suave, por ter como prioridade a defesa pessoal.
Ao fundar o projeto, a coordenadora do Tatame do Bem já vislumbrava a possibilidade de transformação, por intermédio do esporte, das vidas dos jovens que dele participassem. Seu grande objetivo era a formação de cidadãos de bem. “A gente não ensina só as técnicas do jiu-jítsu: há os ensinamentos morais de respeito recíproco, que ajudam o ser humano a ter uma conduta, uma disciplina, não apenas no tatame, mas também na vida”, afirma Rafaela.
Aberto a interessados a partir de 4 anos de idade, o projeto tem cerca de 70 alunos. Entre eles, o mais experiente, Sérgio Silva, 46 anos, afirma que a idade e os ensinamentos do projeto são compartilhados por todos da mesma forma. “O que nós aprendemos lá dentro é a disciplina, o respeito pelo próximo, a não necessidade de violência, o equilíbrio”, relata. Pai de um aluno do campus Muzambinho, Sérgio está no projeto desde a primeira semana e já era praticante do esporte. Por isso, acredita que o grande diferencial do projeto é a possibilidade de troca de experiências entre os membros da equipe. Ele incentivou a participação de dois sobrinhos.
O bom rendimento escolar é uma exigência para os alunos que frequentam o projeto. Segundo o professor Márcio Luiz Bueno, ter boa nota é a condição para a participação em competições. “Se não tiver nota boa, ninguém vai; eles já estão cientes disso”, explica. Até agora, todos os alunos têm mantido o desempenho escolar.
Segundo o diretor-geral do campus Muzambinho, Luiz Carlos Machado Rodrigues, a parceria com o projeto Tatame do Bem reforça o trabalho que vem sendo feito pelo instituto na comunidade de Muzambinho. “Dentro dessas condições, atendemos toda uma comunidade externa a Muzambinho, fazendo com que nossas estruturas sejam utilizadas e o campus seja útil a toda uma comunidade que está ao redor.”
Rodrigues salientou a importância da integração entre comunidade e escola. “Isso faz com que a comunidade venha para dentro da escola. São crianças, jovens e pessoas da terceira idade que utilizam a estrutura física, integrando-se com nossos alunos e nossos professores.” O campus Muzambinho atende atualmente mais de 2,8 mil pessoas da comunidade em várias modalidades.
Assessoria de Comunicação Social
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