O Ministério da Educação está oferecendo formação de magistério a 72 professores indígenas guaranis, que vivem no litoral brasileiro. O curso, de longa duração — são dez etapas de ensino presencial —, beneficiará, em setembro, em Santa Catarina, professores da etnia Guarani de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo, com apoio das secretarias estaduais de educação com as quais o MEC assinou protocolo de intenções, o Protocolo Guarani.
Em São Paulo, os professores já receberam formação, mas a Secretaria de Educação firmou o protocolo, que prevê avaliação de currículo do ensino básico, produção de material didático, intercâmbio de informações, promoção de seminários e eventos de educação indígena, projetos e ações, além da formação de professores. O Protocolo Guarani atribui às secretarias estaduais obrigações como supervisão do curso, despesas com alimentação e hospedagem e apoio na aquisição de material para as fases da formação.
No litoral, vivem 12 mil índios guaranis. A maioria das crianças fala apenas a língua materna. A formação dos professores é importante para melhorar a qualidade do ensino, principalmente nas escolas das aldeias. A alfabetização é dada em guarani e, depois, em português, a segunda língua na região. O curso de formação começou há um ano e meio. A cada semestre, durante um mês, os professores têm aulas presenciais, ministradas por especialistas.
Aldeias — “Depois, os professores vão para as aldeias, onde continuam trabalhando e estudando”, disse Kleber Gesteira, coordenador de educação escolar indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC). “O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) está recebendo propostas das secretarias para a edição de material didático em guarani. Se viabilizado, o material será distribuído às escolas indígenas”, afirmou Gesteira. À Fundação Nacional do Índio (Funai) cabe o transporte e o apoio ao planejamento e treinamento de professores e técnicos.
Nesta sexta-feira, dia 22, das 8h às 12h e das 14h às 18h, Gesteira terá reunião, em Porto Alegre, com dirigentes de organizações não-governamentais, universidades e da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, além de representantes da Funai, para avaliar a formação dos professores indígenas no estado.
Mais informações pelo telefone (61) 2104-6064.
Repórter: Susan Faria