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  • O Sistema de Informações Gerenciais da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), criado para apoiar os gestores na elaboração de políticas públicas, foi pensado em conjunto com os usuários. A receita, diz o coordenador do projeto, Clédiston dos Santos Silva, permitiu que a migração da versão 1.8 para a 2.0, feita neste mês, não deixasse os usuários surpresos nem que o programa apresentasse muitos problemas.

    O SIG permite que gestores e diretores da Setec e da rede federal de escolas de educação profissional possam fazer planejamentos estratégicos, elaborar políticas e buscar soluções para que as 144 instituições que compõem a rede federal cresçam com solidez. O sistema permite o acompanhamento e a supervisão de atividades de interesse da Setec, principalmente as relacionadas às áreas de gestão, jurídica, parlamentar, internacional, de comunicação social e de controle interno.

    O diretor de Ensino do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefet-ES), Dênio Rebello Arantes, foi um dos usuários que se envolveram na construção do sistema. Ele diz que sua participação começou na Reunião dos Dirigentes de Instituições de Educação Tecnológica (Reditec), na Bahia, em outubro de 2004. “Lá, tomei conhecimento que os diretores de planejamento e os de ensino das escolas ainda não estavam integrados ao processo”, conta.

    Dênio e outros diretores começaram a articular a participação do Fórum de Diretores de Ensino do Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Concefet) na comissão que pensava a implementação do SIG. “Éramos os diretores dos Cefets do Espírito Santo, do Amazonas, da Bahia e de Goiás”, diz. Com integrantes do Fórum de Planejamento do Concefet – Cefet de Campos (RJ), do Ceará, de Goiás e do Rio de Janeiro –, eles discutiram o perfil do programa mais adequado às instituições. “Participamos da definição das funcionalidades do SIG e da definição dos indicadores.”

    Na reunião da Bahia, foi esclarecido que o SIG seria inviável se as instituições não tivessem um Sistema de Informações Acadêmicas (Siga) eficiente. “Não queríamos preencher mais um formulário”, diz Dênio. Foi criada outra comissão para a definição do Siga, com a participação de diretores de ensino e do Fórum da Tecnologia da Informação do Concefet.

    Siga – Dênio diz que o Siga tem problemas de financiamento e seu cronograma está em aberto, mas que a base será o sistema utilizado no Cefet-Santa Catarina. Amaro Falquer, coordenador do Fórum de Planejamento e Gestão (Forplan) do Concefet, foi consultado para criação do SIG. Segundo ele, o programa permitirá a coordenação de ações de interesse coletivo dos Cefets e subsidiará o conselho na adoção de suas políticas e estratégias.

    O sistema possibilitará o diagnóstico e dimensionamento das instituições. É que por meio do SIG pode-se pesquisar um curso de uma escola ou uma informação mais regional ou nacional, como, por exemplo, quais instituições oferecem um programa de ensino. Os filtros do sistema permitem o cruzamento de 31 indicadores. “Não conheço um programa elaborado com essa concepção de pensar as políticas públicas”, declara Falquer. A versão 2.0 do SIG está no ar, na página eletrônica da Setec, desde o início de agosto.

    Repórter: Rodrigo Farhat

  • Com a expansão universitária e o Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), mais brasileiros terão acesso a cursos superiores de qualidade. A meta é dotar as universidades federais das condições necessárias para ampliação do acesso e permanência na educação superior.

    A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é um dos exemplos de inovação. É a primeira assim denominada no Brasil e, por isso, tem uma história um pouco diferente das outras universidades. A instituição não foi criada e, sim, transformada a partir do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR). Como a origem deste centro é a Escola de Aprendizes Artífices, fundada em 1909, a universidade herdou uma expressiva trajetória na educação profissional.

    A UTFPR oferece cursos de graduação, pós-graduação e extensão. São 51 cursos superiores de tecnologia, bacharelados e licenciaturas. Com sede em Curitiba, a universidade tem onze campi no estado. Com o Reuni, a instituição pretende se posicionar entre as maiores universidades do país.

    Até 2012, deverão ser contratados 679 professores e 200 servidores técnico-administrativos. Na graduação, serão criados 32 novos cursos. A previsão é que as vagas oferecidas cheguem a 4.884. O número de alunos aumentará 3,6 vezes, passando de 6.868 matrículas para 24.734 estudantes regulares em 2012.

    O total de recursos previstos para serem aplicados em edificações nos 11 campi e na aquisição de equipamentos para toda a estrutura administrativa e acadêmica será em torno de R$ 91 milhões, parcelados nos quatro anos de vigência do Reuni. Deste total, R$ 45 milhões serão utilizados em obras e R$ 46 milhões em equipamentos e material permanente.

    Assessoria de Comunicação Social

  • A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) está recebendo inscrições, até o próximo dia 15 de abril, para o programa Cátedras Rio Branco, no Chile.

    O programa terá a duração de quatro meses e será realizado de maio a agosto de 2005. O professor selecionado deverá exercer atividades que tenham como objetivo estimular o estudo e a pesquisa sobre a realidade brasileira em instituições acadêmicas de renomado prestígio no Chile, no campo das ciências sociais.

    Para se candidatar, o interessado deverá comprovar ser doutor há, no mínimo, cinco anos, estar credenciado como docente, ser orientador em programa de pós-graduação reconhecido pela Capes, possuir atuação acadêmica qualificada na área e reconhecida competência profissional com produção científica consistente, além de ter fluência em espanhol.

    O selecionado receberá passagem aérea de ida e volta do Brasil ao Chile, e a importância de US$ 500,00 para despesas com seguro saúde, cuja contratação é obrigatória e deverá ser comprovada junto à Capes. Outros benefícios são o recebimento de US$ 3 mil, a título de manutenção mensal, e de US$ 2 mil para auxílio-instalação.

    Estratégia - De acordo com o coordenador-geral de Cooperação Internacional da Capes, Benício Schmidt, que participou do programa em 2002, no Chile, o exercício da Cátedra Rio Branco é estratégico para o Brasil, uma vez que difunde as conquistas e os procedimentos científicos e acadêmicos aqui praticados por seus pesquisadores e professores mais relevantes. "Além da difusão de conhecimentos gerados no Brasil, marca a nossa presença em grandes centros de referência acadêmica no exterior", destaca.

    Criado em 1999, por meio de convênio firmado entre a Capes e o Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, o programa visa, principalmente, contribuir para a difusão de informações objetivas sobre a dinâmica da sociedade brasileira, em centros universitários de excelência, no exterior. As edições anteriores do programa foram na Alemanha, Inglaterra, e Estados Unidos, além do Chile. Para informações acesse o edital.

    Repórter: Fátima Schenini

  • Reuni e Prouni: acesso à educação superior (Foto:Júlio César Paes) As vagas de ingresso nas universidades federais passarão de 113 mil para 227 mil em seis anos – de 2003 a 2009. Os números, citados pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista à NBR TV, ilustram a expansão do ensino superior nos últimos anos. “Se levarmos em conta que temos também o ProUni, com bolsas para alunos de baixa renda, vamos totalizar mais de 400 mil pessoas atendidas”, calculou o ministro.

    “Quadruplicamos o atendimento gratuito de ensino superior desde que o presidente Lula assumiu”, comemorou Haddad. De acordo com ele, a ampliação do acesso ao ensino superior permitirá alcançar a meta estabelecida no Plano Nacional de Educação (PNE), de atender 30% dos jovens entre 18 e 24 anos no ensino superior até 2011.

    Em 2002, havia 43 universidades federais. Com a expansão, hoje são 55. “As 55 universidades federais estão em obras, sem exceção, porque criamos o Reuni, ao qual todas aderiram e isso deu (às instituições) acesso a um orçamento adicional de R$ 2,5 bilhões para investimentos, fora (os recursos para) contratações”, disse Haddad, em relação ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

    Por causa dos recursos previstos no Reuni as universidades federais oferecerão, em 2009, cerca do dobro de vagas de ingresso, se comparados os números aos de 2002. Já o Programa Universidade Para Todos (ProUni), apenas no primeiro semestre de 2009, ofereceu 156 mil bolsas a estudantes de baixa renda em universidades privadas.

    “Partimos de um percentual de jovens de 18 a 24 anos na universidade de 16%. Já estamos em 24%”, ressaltou Haddad. Além de Reuni e Prouni, o ministro destacou outras ações que ajudarão a alcançar a meta de oferecer atendimento a 30% dos jovens dessa faixa etária no ensino superior.

    “Acredito que cumpriremos a meta, simplesmente porque temos cinco programas de democratização e expansão do acesso. O Reuni, com expansão das federais; a UAB, com educação a distancia pública e federal gratuita; o Prouni, que em 2009 ofertou 156 mil bolsas; o financiamento estudantil, que pode cobrir 100% da mensalidade (universitária), e os institutos federais, que vão oferecer, sobretudo nas licenciaturas, cursos superiores”, enumerou.

    Reuni– Além de destinar recursos para a infra-estrutura das instituições de ensino, como na construção de mais instalações, bibliotecas e restaurantes universitários, o perfil do corpo docente e o projeto pedagógico das federais também sofrerão melhorias. “São 10 mil novos doutores contratados”, afirmou Haddad.

    Segundo o ministro, os projetos político-pedagógicos das instituições estão sendo revistos para cumprir as metas do programa, que prevê, além de mais vagas, aumentar a mobilidade estudantil e docente, o número de cursos noturnos, o aproveitamento de créditos, entre outras ações.

    “O que mais me fascina é a inclusão. As classes menos privilegiadas estão chegando à universidade. A universidade está mudando no ponto de vista do perfil do estudante e ficando mais plural e democrática”. Para Haddad, essa mudança no perfil discente se reflete positivamente na produção do conhecimento universitário, que se torna mais afinado com o desenvolvimento nacional.

    Até 2012, o Reuni destinará R$ 8,37 bilhões às universidades, sendo R$ 5,9 bilhões em custeio e pessoal e R$ 2,46 bilhões em investimento. Até o final de 2009, terão sido investidos R$ 2,29 bilhões. Para assegurar o atendimento aos alunos e o funcionamento das instituições, estão previstas as contratações de 8.239 técnicos e 9.982 docentes a partir deste ano. Devem ser abertos 1.248 novos cursos e criadas 93.420 novas vagas até 2012.

    Maria Clara Machado

  • A inclusão de pessoas com necessidades especiais é uma grande conquista da escola pública. Foi o que disse o ministro Fernando Haddad nesta segunda, 28, na visita que fez ao Centro Integrado de Educação Especial (CIES), em Teresina, Piauí.

    Inaugurado em abril, o CIES atende 200 alunos de 0 a 14 anos com deficiências mentais. “Essa escola precisava existir, porque, segundo dados do IBGE, 17% da população do Piauí tem algum tipo de deficiência”, afirmou Rejane Dias, primeira dama do Estado.

    O objetivo do Centro é preparar as crianças para serem incluídas em escolas regulares. As salas são multifuncionais, com recursos que facilitam o aprendizado. A instituição também conta com atendimento médico terapêutico.

    Até o final do ano serão abertas mais 200 vagas, alcançando a capacidade total da escola. A fila de espera já é superior ao número de vagas. O principal critério para ingresso no CIES é a condição socioeconômica do aluno.

    Os primeiros 200 estudantes da escola vieram de outra instituição estadual de educação especial, o colégio Ana Cordeiro, que agora vai se dedicar à profissionalização de estudantes com necessidades especiais e idade a partir dos 14 anos.

    Letícia Tancredi

    Confira outras notícias da Caravana da Educação

  • As inscrições para o concurso público do  Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), que oferece 191 vagas, estarão abertas entre 16 de outubro e 1º de novembro. São 78 vagas para especialista (nível superior) e 113 para técnico (nível médio), incluídas as vagas para deficientes. Os interessados podem se inscrever pela internet ou nas agências dos Correios das 26 capitais dos estados e no Distrito Federal, listadas no edital.

    O valor da inscrição é de R$ 65,00 para especialista e de 43,00 para técnico. As provas serão realizadas em Brasília (DF), sede do FNDE, no dia 25 de novembro para especialistas e no dia 2 de dezembro para técnicos. Os salários são de R$ 3.547,86 para especialista e R$ 1.789,97 para técnico.

    Os candidatos a Especialista em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais serão submetidos à prova discursiva e à prova de títulos. Os candidatos a Técnico em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais devem comprovar que possuem nível médio.

    Os 191 classificados vão passar por um curso de formação de 120 horas (especialista) e 80 horas (técnico) antes de assumir o cargo. Durante essa etapa, receberão uma ajuda de custo correspondente a 50% da remuneração do cargo. Mais informações na página da Fundação Getúlio Vargas ou pelo telefone (21) 2539-2940.

    Lucy Cardoso

  • Um balanço parcial feito pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) aponta o registro de 56 candidatos às dez vagas oferecidas pelo programa Professor Visitante Sênior nos Estados Unidos. O programa, resultado de parceria entre a Capes e a Comissão Fulbright (Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos e o Brasil) acontece pela primeira vez no país.

    As inscrições foram encerradas em 31 de maio, mas a Capes considera como válida a data de postagem do documento, por isso o número de candidatos pode crescer. Os candidatos têm entre 36 e 57 anos e são, na maioria, da região Sudeste, mas também há candidatos das regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste. As áreas mais representadas são engenharia, ciências biológicas e medicina.

    Segundo Fátima Bataglin, coordenadora-geral substituta da Capes, o número de inscrições para a primeira edição do programa superou as expectativas do MEC, que objetiva incrementar as relações bilaterais no meio acadêmico e a divulgação da ciência, tecnologia e cultura brasileiras nos Estados Unidos. “Foram muitas inscrições para um programa que tem alto nível de exigência. Os profissionais vão divulgar a ciência brasileira em centros estrangeiros de excelência, por isso pedimos vivência e bagagem pessoal e de pesquisa”, disse Fátima.


    As vagas são para professores de diversas áreas, com doutorado, para dar aulas em universidades e fazer pesquisas com atividades de orientação técnica e científica.

    Os candidatos devem ter o título de doutor há, no mínimo, cinco anos, ter nacionalidade brasileira, fluência em inglês e estar credenciado como professor orientador em programa de pós-graduação reconhecido pela Capes. Os selecionados receberão, por quatro meses, mensalidade no valor de US$ 4 mil (cerca de R$ 11 mil), auxílio-instalação também de US$ 4 mil, seguro-saúde no valor de US$ 500 e passagem aérea (classe econômica).

    Perfil– As instituições que representam os candidatos são a Universidade de São Paulo (USP), as federais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e Rio Grande do Norte; Universidade de Brasília (UnB); Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC/SP); e Universidade Estadual Paulista (Unesp). As áreas têm o mínimo de três e o máximo de sete candidatos, A preferência dos candidatos é ir para as universidades da Califórnia, Illinois, Washington ou Yale.

    Repórter: Sonia Jacinto

  • Cinco unidades federais de ensino de Santa Catarina estão promovendo, de forma conjunta, concurso público para a contratação de professores para atuarem nos ensinos fundamental e médio.

    São 24 vagas em diversas especialidades. A carga horária é de 40 horas semanais, em regime de dedicação exclusiva, e a remuneração inicial está estipulada em R$ 2.266,16. As inscrições podem ser feitas até o dia 10 de junho, na página eletrônica do cefet Fesag.

    Cáceres – Educadores do Mato Grosso também podem concorrer, até 10 de junho, às vagas do concurso público de provas e títulos para o cargo de professor dos ensinos fundamental e médio, na área de informática, da Escola Agrotécnica Federal de Cáceres (MT).

    A jornada é de 40 horas semanais e o salário varia de R$ 1.521,07 a R$ 2.976,93, conforme a titulação do professor. Confira o edital e a ficha de inscrição.

    Repórter: Maurício Caleiro

  • Foto: Tereza SobreiraO valor diário per capita do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) para alunos da pré-escola e do ensino fundamental passará de R$ 0,18 para R$ 0,22 a partir de maio. Com o aumento, o ganho acumulado no atual governo chega a 69,23% para os alunos do ensino fundamental e a 266,66%, para a pré-escola, conforme a tabela. Em 2003, o valor do repasse permanecia congelado, havia dez anos, em R$ 0,06 para a pré-escola e R$ 0,13 para o ensino fundamental.

    O orçamento do programa para 2006 passa de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,5 bilhão. “A recuperação da alimentação escolar é uma política de Estado. Compõe o guarda-chuva do Fome Zero, com o Bolsa-Família e outras políticas de apoio”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad. “O aumento garante a melhoria das condições nutricionais para 37 milhões de crianças da rede pública, demonstrando o compromisso com a educação”, afirmou Rafael Torino, diretor de ações educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC).

    O repasse para escolas em comunidades indígenas e em áreas remanescentes de quilombos, ampliado de R$ 0,34 para R$ 0,42 no início do ano, passou para R$ 0,44. “O valor é o dobro do que é repassado aos alunos das demais escolas para garantir, no mínimo, 30% das necessidades nutricionais dos alunos”, afirmou Torino.

    Conselhos — Para receber recursos, estados e municípios precisam manter em funcionamento o Conselho de Alimentação Escolar (CAE), que fiscaliza a aplicação do dinheiro transferido e zela pela qualidade dos produtos da merenda, desde a compra até a distribuição nas escolas. Atualmente, 188 municípios estão sem receber recursos do programa porque os mandatos de seus conselheiros venceram e não foram nomeados novos representantes.

    O CAE também analisa a prestação de contas dos recursos, que deve ser apresentada ao FNDE até o dia 28 de fevereiro do ano posterior ao do repasse. Ainda não chegaram à autarquia ou estão com documentação insuficiente as prestações de contas de diversos municípios, os quais, por isso, estão com repasses suspensos. A listagem dos municípios que não estão recebendo os recursos do Pnae por falta de prestação de contas ou por problemas com o CAE está disponível na página eletrônica do FNDE. (Assessoria de Imprensa do FNDE)

  • O ministro da Educação, Tarso Genro, anunciou hoje, 9, aos prefeitos que participam, em Brasília, da 8ª Marcha Nacional em Defesa dos Municípios,que a merenda escolar dos alunos da pré-escola e do ensino fundamental vai passar de R$ 0,15 para R$ 0,18 a partir de abril. Com esta medida, em menos de um ano, o governo está promovendo um aumento de 38,5% no repasse da alimentação escolar. "Nós sabemos que ainda é insuficiente, que ainda é pouco, mas é, sim, um indicativo em relação ao congelamento de aproximadamente nove anos", disse Tarso Genro.

    Em agosto de 2004, o valor da merenda dos alunos da pré-escolar e do ensino fundamental passou de R$ 0,13 para R$ 0,15. Durante quase nove anos, o valor per capita/dia da merenda não teve qualquer aumento e permaneceu em R$ 0,13. O governo Lula vem se empenhando na recuperação desse valor e na expansão do benefício para mais alunos. Em 2002, foram atendidas 36,9 milhões de crianças, com um orçamento de R$ 848,6 milhões. Em 2004, foram beneficiados 37,8 milhões de estudantes, com um orçamento de R$ 1,025 bilhão. O orçamento para 2005 é de R$ 1,140 bilhão.

    O Programa Nacional de Alimentação Escolar é considerado um dos maiores programas mundiais na área de alimentação escolar e é o único com atendimento universalizado. Ele transfere recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos da educação infantil (creches e pré-escola), do ensino fundamental e das escolas indígenas matriculados em escolas públicas e filantrópicas. (Assessoria de Comunicação Social do FNDE)

     

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    O Ministério da Educação determinou o aumento de 10% no valor mínimo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) em relação ao ano passado. O crescimento real medido entre 2003 e 2006 foi de 26%, considerando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A título de comparação: entre 1997 e 2002, houve queda de 2% no valor do Fundef.

    Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o desafio do governo em aumentar o valor mínimo do Fundef será complementado a partir da aprovação do Fundo da Educação Básica (Fundeb) pelo Congresso Nacional. “A aprovação do Fundeb quase por unanimidade em dois turnos na Câmara demonstra a importância do novo fundo, que vai financiar toda a educação básica”, enfatiza.

    Com o reajuste determinado pelo MEC, o valor mínimo anual por aluno da 1ª à 4ª séries do ensino fundamental será de R$ 682,60, para escolas urbanas, e de R$ 696,25, para as rurais; de 5ª a 8ª série, de R$ 716,73, para as urbanas, e de R$ 730,38, para as rurais. Para alunos da educação especial, o repasse será de R$ 730,38. Em 2005, o fundo distribuiu R$ 32,7 bilhões. Naquele ano, o governo federal complementou os recursos repassados a quatro estados (eles não atingiram o valor mínimo determinado pela lei): Alagoas, Piauí, Maranhão e Pará, beneficiando 4,4 milhões de estudantes.

    Histórico – Implementado em janeiro de 1998, o Fundef é constituído por alíquotas de 15% do Fundo de Participação dos Estados (FPE), do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Imposto sobre Produtos Industrializados sobre Exportações (Ipiexp) e da desoneração das exportações, prevista na Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996 (Lei Kandir).

    O total arrecadado em cada estado é distribuído de acordo com o número de alunos matriculados nas redes públicas de ensino fundamental, apurado pelo Censo Escolar do ano anterior. Do total de recursos repassados, pelo menos 60% devem ser destinados à remuneração de professores. Confira a evolução do valor por aluno ao ano desde a instituição do Fundef.

    Repórter: Flavia Nery

     

  • O Ministério da Educação determinou o aumento de 9,91% no valor mínimo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) em relação ao ano passado. Pela primeira vez, haverá valores diferenciados para alunos de escolas urbanas e rurais. O crescimento real medido entre 2003 e 2005 foi de 20,1%, contra queda de 2% verificada entre 1997 e 2002.

    Entre 2003 e 2005, o reajuste nominal do Fundef, sem o desconto da inflação medida no período, é de 48,5%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE. "O aumento do Fundef, aliado ao reajuste da merenda escolar, à distribuição de livros didáticos para o ensino médio e ao repasse de R$ 200 milhões para o ensino médio em dez estados, no ano passado, incidem no compromisso do governo de valorizar a educação básica", disse o secretário-executivo do MEC, Fernando Haddad.

    O valor mínimo anual por aluno da primeira à quarta série será de R$ 620,56 para escolas urbanas e R$ 632,97 para as rurais; da quinta à oitava série, de R$ 651,59 para as urbanas e R$ 664,59 para as rurais. Para alunos da educação especial, R$ 664,00. A previsão para 2005 é repassar R$ 30,5 bilhões por meio do Fundef.

    Bahia, Maranhão, Piauí, Alagoas, Pará e Ceará, que não atingiram o valor mínimo determinado pela lei, vão receber complementação da União. Esses estados, que têm 8,8 milhões de alunos no ensino fundamental, incluindo a educação especial, receberão mais recursos para a escola pública. Alagoas tem 686.155 alunos matriculados; Bahia, 2.886.960; Maranhão, 1.475.516; Pará, 1.554.285; Piauí, 663.490; Ceará, 1.585.366.

    Histórico - Implementado em janeiro de 1998, o Fundef é constituído por alíquotas de 15% do Fundo de Participação dos Estados (FPE), do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Imposto sobre Produtos Industrializados sobre Exportações (Ipiexp) e da desoneração das exportações, prevista na Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996 (Lei Kandir).

    O total arrecadado em cada estado é distribuído de acordo com o número de alunos matriculados nas redes públicas do ensino fundamental estadual e municipal apurado pelo Censo Escolar do ano anterior. Do total de recursos repassados, pelo menos 60% devem ser destinados à remuneração de professores. Confira a evolução do valor por aluno ao ano desde a instituição do Fundef.

    Flavia Nery e Adriana Maricato

  • Foto: Wanderley PessoaA abertura de oportunidades para que as comunidades indígenas tenham seus próprios professores e a ampliação do espaço para os afrodescendentes nas universidades são dois fatores que contribuem para a construção de um novo cenário da educação no Brasil e para o aumento da capacidade de produção do País. Para o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Ricardo Henriques, “é possível produzir mais quando se valoriza a diversidade”.

    Educação, eqüidade e desenvolvimento serão temas de debate no Seminário Nacional Diferentes Diferenças, de 4 a 8 de dezembro, em Brasília. Segundo Ricardo Henriques, o encontro será uma oportunidade para a reflexão sobre diferentes políticas inclusivas no enfrentamento dos problemas que geram as desigualdades.

    O objetivo do seminário é a troca de experiências sobre a diversidade na educação. Na pauta, discussão sobre ensino indígena e sustentabilidade, educação, gênero e diversidade sexual, atuação pedagógica na educação de jovens e adultos (EJA), gravidez na adolescência, educação com foco na diversidade étnico-racial e educação no campo.

    Participam do seminário diversos segmentos e parceiros institucionais de educação e diversidade nas três esferas de governo e sociedade civil, para debater a implementação de políticas públicas educacionais e analisar os trabalhos da gestão atual.

    O evento é uma promoção da Secad e será realizado na Academia de Tênis de Brasília.

    Fabiana Gomes

     

  • A valorização dos direitos humanos pressupõe transformações em várias áreas da sociedade. Uma delas é a formação de juristas mais conscientes e preparados para lidar com questões sociais. Segundo Marcos Silva, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro   (UFRJ), nas escolas de direito há uma cultura conservadora que dificulta a relação da área com os problemas sociais. “Essa posição teórica, abstrata e distante da realidade contradiz a necessidade crescente da sociedade de interação com o direito em questões práticas individuais e principalmente coletivas” afirma.

    Para fortalecer a formação cidadã de professores e estudantes, sobretudo na área de direitos humanos, foi criado o programa Reconhecer, uma parceria entre o Ministério da Educação e o Ministério da Justiça, por meio do Departamento Penitenciário Nacional. “É um projeto dinamizador, que fortalece ou funda as atividades de direitos humanos dentro das faculdades. Funciona também como um elemento de conexão com as comunidades, mediante projetos de extensão, pesquisa e ensino”, explica.

    Segundo Marcos, o diálogo com as comunidades, leva para as universidades a perspectiva de novas práticas sociais, causando um impacto positivo nas escolas de direito. “A movimentação que o Reconhecer gerou nos alunos e nas comunidades demonstra um sucesso imenso. Precisamos agora aprofundar e ampliar o alcance do programa”, considera.

    Um projeto de sucesso do Reconhecer é o estudo sobre o processo de ressocialização de ex-detentos de Manaus (AM), desenvolvido por Fabíola Ghidalevich. A professora leva seus alunos para trabalhar com um grupo de 84 pessoas que saíram do cárcere e estão retornando para a sociedade. Com isso, os estudantes identificam os principais problemas que os egressos vivenciam e fazem um estudo voltado para três perspectivas: família e moradia; educação, lazer e cultura e emprego; e trabalho e renda.

    Fabíola acredita que essa é uma forma de valorizar a educação em direitos humanos nas faculdades e criar profissionais mais conscientes de sua atuação na sociedade. “A verdade é que nós temos um curso absolutamente tecnicista, esvaziado de conteúdo humanista e a gente está tentando mudar esta situação. Agora promovemos a educação em direitos humanos nas universidades, mas nosso objetivo também é levar isso para as escolas e comunidades”, afirma.

    Cíntia Caldas

  • Profissionais do magistério discutem em Brasília o piso salarial, a carreira e a formação (Foto: João Bittar)A aprovação de um piso nacional para os professores, a definição de diretrizes para a carreira do magistério e um sistema público de formação constituem o tripé básico da valorização dos profissionais da área, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, aos participantes do Seminário Nacional Desenvolvimento da Educação com Qualidade Social e Valorização Profissional. O evento reúne em Brasília educadores de todo o país, representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), para discutir a valorização dos profissionais no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

    Para o ministro, a valorização e a qualificação dos professores brasileiros não pode ser resolvida apenas com uma medida, mas com a conjugação desses três fatores. Haddad defendeu também a ampliação gradativa do financiamento da educação para que, em 2010, o Brasil já possa investir 4,8% do seu Produto Interno Bruto (PIB) no setor. “Nossa meta é preparar o terreno para que, em 2010, possamos aprovar no Congresso Nacional um repasse de 6% do PIB para a educação”, explicou. Esse é o percentual mínimo recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para os países em desenvolvimento.

    Para Haddad, o aumento dos recursos deve ser feito com cautela para que os sistemas educacionais possam se preparar. “Aumentar repasses sem apoio técnico e orientação do MEC não surtiria o efeito desejado”, ressaltou.

    Participação — Os trabalhadores presentes ao seminário fizeram perguntas e discutiram vários pontos do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação com o ministro e com o secretário-executivo adjunto, Francisco das Chagas. José Donizete Fernandes veio de São Paulo, como representante do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal. Para ele, a discussão com o ministro foi muito boa, mas veio tardiamente. “Ele deveria ter nos consultado antes de lançar o plano”, reclamou.

    Haddad salientou que o PDE é um processo em constante modificação e que, desde o pré-lançamento, sofreu modificações importantes, recebeu e incorporou sugestões de amplos setores da sociedade. “Se eu pudesse resumir o plano em uma frase, eu diria que o nosso objetivo central é transformar a educação em um valor social para o povo brasileiro”, afirmou.

    O seminário estende-se até esta quarta-feira, dia 7.

    Ana Guimarães

  • Nesta terça-feira, 1º, a programação da TV Escola irá falar sobre arte com dois episódios da série Paletas – As Cores da Paixão: Pablo Picasso, às 7h40, 9h40, 13h40, 17h40 e 21h35, e depois O Alto Tom Amarelo – Vincent Van Gogh, às 8h15, 10h15, 14h15, 18h15 e 23h10. A série analisa as diferentes técnicas e simbologias empregadas por diferentes artistas em suas obras. Às 7h, vai ao ar a série de animação Tudo Sobre Arte, que mostra como crianças entendem e utilizam a linguagem artística. Reprises às 9h, 13h, 17h e 22h.

    O Salto para o Futuro traz a série Integração das Instituições de Educação Infantil, discutindo temas como a proposta pedagógica das instituições e a regulamentação da educação infantil, às 11h, 15h e 19h.

    Para o ensino médio Sala de Professor – A Partida, com o episódio Ásia: Passado e Presente, comentado por professores de sociologia, geografia e história. A série tem como foco o aeroporto de Jacarta, na Indonésia, que analisa o impacto sofrido pelas novas tecnologias na Ásia contemporânea. Às 12h, 16h e 20h.

    A faixa especial é dedicada a alunos e professores de espanhol com a série És Español, curso de 39 aulas produzido pela TVE da Espanha, nível intermediário. De Refuerzo está marcado para às 21h e 21h30 e Sospechas para às 21h15, com reapresentação às 21h45.

    A TV Escola pode ser acessada pelos canais 27 (Sky), 237 (DirecTV) e 4 (Tecsat) e também por antena parabólica analógica e digital. As grades de programação estão disponíveis no portal do MEC. (Assessoria de Imprensa da Seed)

  • Armados com pedaços de ferro e pedras, manifestantes destruíram móveis, computadores, cadeiras, vidraças, divisórias e outros bens públicos. Atearam fogo em pneus e em lixo tóxico; quebraram vidraças das entradas do ministério, câmeras de segurança e caixas eletrônicos. (foto: Rafael Carvalho)O ministro da Educação, Mendonça Filho, condenou de forma veemente os fatos ocorridos hoje na Esplanada dos Ministérios, particularmente no MEC, que nesta terça-feira, 29, foi invadido por mascarados. Armados com pedaços de ferro e pedras, destruíram móveis, computadores, cadeiras, vidraças, divisórias e depredaram outros bens públicos.

    "Os servidores do MEC viveram clima de terror. Isso é inaceitável. Como democrata que sou, entendo o direito de protesto, mas de forma civilizada, respeitando o direito de ir e ir. O que vimos hoje foram atos de violência e vandalismo contra os servidores públicos e contra o patrimônio", afirmou Mendonça.

    O MEC foi invadido e depredado por um grupo de 50 a 100 pessoas, algumas encapuzadas. Os manifestantes atearam fogo em pneus e em lixo tóxico; quebraram vidraças das entradas do ministério, câmeras de segurança e caixas eletrônicos. Segundo a Polícia Militar, alguns usavam artefatos como coquetel molotov. No momento da invasão, alguns servidores saíam do prédio e foram surpreendidos com os ataques, o que causou pânico a centenas de pessoas.

    Os manifestantes subiram até o segundo andar do prédio e destruíram a Secretaria de Regulação do Ensino Superior (Seres) e parte da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). A PM evacuou o prédio e prendeu algumas manifestantes.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira a cobertura fotográfica da depredação do MEC.

    Confira os vídeos da depredação do MEC:

    Vídeo 1

    Vídeo 2

  • Programa Caminho da Escola: estados e municípios podem adquirir ônibus zero quilômetro ou embarcações para transportar os estudantes (Foto: Júlio César Paes)O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acaba de liberar R$ 300 milhões, além dos recursos iniciais, no mesmo valor, para atender a demanda por veículos escolares. Por meio do Programa Caminho da Escola, estados e municípios podem adquirir ônibus zero quilômetro ou embarcações para transportar os estudantes. Os ônibus  são adaptados para trafegar na área rural e certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).

    Ao todo, 2.302 municípios entregaram termos de adesão ao programa e 619 já foram habilitados para o empréstimo pelo BNDES. O próximo passo é a aprovação dos candidatos pela Secretaria do Tesouro Nacional. Caso todos os 619 municípios tivessem as demandas atendidas — a secretaria recebeu, até agora, a documentação de 335 prefeituras —, os recursos iniciais já estariam esgotados. Daí a ampliação em mais R$ 300 milhões.

    De acordo com o coordenador do programa, José Maria Rodrigues, a liberação de novos recursos já era esperada. “Nossa intenção é manter uma linha de financiamento sempre aberta para garantir a renovação da frota”, explicou. Em dezembro de 2007, foi divulgado o pregão eletrônico de registro de preços para a compra dos ônibus. Todos os preços ficaram abaixo dos valores mínimos orçados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). O pregão para as embarcações deve ser concluído ainda neste semestre. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, o Inmetro e o Comando da Marinha definirão especificações de segurança para os barcos. 

    O Caminho da Escola foi desenvolvido com base no resultado de pesquisa feita pelo FNDE, em parceria com a Universidade de Brasília, em 2005 e 2006. Foi constatado que 27% dos veículos utilizados — caminhões, caminhonetes e outros — são inadequados para o transporte de pessoas. Em algumas cidades do Nordeste, o percentual chega a 60%. Além disso, a idade média da frota é de 16 anos e meio.

    Padrão — Com a certificação do Inmetro, os ônibus e embarcações adquiridos com recursos do programa terão cor padronizada em todo o país (amarelo e preto). Também devem estar equipados com suspensão do tipo metálica e mais alta em relação aos veículos convencionais para circulação em terrenos acidentados, com filtros de ar próprios para o funcionamento do motor em estradas empoeiradas e com pneus de uso misto, em estradas de terra e no asfalto. Também estão previstos ônibus com mecanismos de acessibilidade — plataforma elevatória — e espaço reservado para cadeiras de rodas, com o sistema de retenção das cadeiras, para o transporte de portadores de necessidades especiais.

    Com a criação da linha especial de crédito do BNDES, o financiamento para a aquisição dos veículos pode ser pago em até seis anos, com carência de seis meses e taxa de juros de 4% ao ano. Para pleitear o empréstimo, estados e municípios devem aderir ao programa do FNDE e ao pregão eletrônico de registro de preços, que garante a transparência do processo.

    Ana Guimarães

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  • Excelentíssimo senhor presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, excelentíssimo senhor presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, excelentíssimo senhor presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, excelentíssima ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, em nome de quem cumprimento e homenageio os meus colegas de ministério presentes, sobretudo pela generosidade que tiveram em somar esforços junto ao MEC para o anúncio dessas medidas, uma boa parte das quais interministeriais como vocês puderam constatar, senhores senadores, senadoras, deputados, deputadas, educadores, reitores, diretores de Cefets, de escolas técnicas e agrotécnicas, secretários estaduais e municipais de educação, prefeitos e governadores presentes:

    Eu vou tentar em trinta ou quarenta minutos, foi o prazo destinado para essa apresentação, provavelmente fazer aquilo a que vou dedicar toda a minha vida. Que é explicar e ajudar a executar em qualquer circunstância, como professor ou como ministro o PDE. Para facilitar a exposição, eu gostaria de inicialmente fazer referências a uma série de medidas interministeriais que foram tomadas, nas quais eu não vou me deter por muito tempo, ao longo da apresentação, mas sem as quais este plano de desenvolvimento não seria o mesmo. Faço referência, por exemplo, ao esforço do Ministério da Ciência e Tecnologia e ao Ministério das Comunicações. E se somar o Ministério da Educação que põe a tarefa de implantar nas escolas públicas os laboratórios de informática, que sem a conectividade que o Gesac vai propiciar, sem os conteúdos educacionais digitais que essa parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia vai propiciar, não teria a mesma serventia que terão em função desse arranjo de forças. Faço referência às portarias que foram assinadas com o Ministério da Saúde. Se queremos educação de qualidade, precisamos integrar as escolas públicas ao programa Saúde da Família, precisamos deflagrar, como fizemos com o Brasil Sorridente, o programa Olhar Brasil que vai garantir exames oftalmológicos para as crianças das escolas públicas e para os jovens e adultos do Brasil Alfabetizado.

    Se queremos a escola pública de tempo integral, temos que somar esforços com o Ministério da Cultura, o Ministério do Esporte, o Ministério do Desenvolvimento Social, para que possamos integrar as ações do governo federal e ajudar os municípios e os estados a integrarem as suas ações no âmbito local, para fazer com que a criança permaneça por mais tempo sob a responsabilidade da escola, em atividades extraclasse.

    Se queremos melhorar a infra-estrutura das escolas, precisamos somar esforços com o Ministério do Esporte e elencar critérios objetivos para construção de quadras poliesportivas, sobretudo naquelas localidades onde a infra-estrutura para a prática do desporto deixa muito a desejar.

    Se queremos uma educação de qualidade, precisamos contar com o BNDES, que acaba de aprovar créditos no valor de R$ 600 milhões, para, sendo generoso, renovar a frota de veículos escolares do Brasil. Eu digo sendo generoso, porque alguns veículos que estão deslocando as crianças das suas residências para as escolas são absolutamente inapropriados para isso. Nós precisamos e fizemos isso com a ajuda do Ministério das Cidades, com o Ministério do Desenvolvimento Econômico, a quem agradecemos a especificação de um veículo seguro para o transporte de crianças que vai possibilitar, com esses créditos do BNDES, a renovação de toda a frota circulante hoje no país em dez anos. Permitindo que ao final desse período, a frota que estiver sendo comprada agora tenha recursos de financiamento para sua contínua renovação.

    Nós não podemos conviver mais com crianças sendo transportadas em carroceria de caminhão, sendo transportadas em veículos sem a menor segurança para transporte de pessoas, quanto mais de crianças. Veículos que deveriam transportar cargas, muitas vezes sendo utilizados para fazer a criança chegar à escola. Isso tem que mudar, e mudar rapidamente no nosso país, se quisermos, como fizeram os países desenvolvidos, estabelecer um novo marco na educação brasileira, que inclui, evidentemente, a questão da locomoção, do acesso e da permanência das crianças na escola.

    Se nós pudéssemos sintetizar numa palavra, numa expressão o Plano de Desenvolvimento ora enunciado, eu diria que ele é a tradução legítima daquilo que eu e o ministro Tarso Genro, atual ministro da Justiça, e a nossa equipe que se mantém nos últimos três anos, fez questão, junto com os educadores de todo o país, de secretários municipais a reitores, defender como conceito estrutural do sistema educacional brasileiro, que vem a ser a visão sistêmica da educação.

    A visão sistêmica da educação que se traduz no compromisso do poder público, com todo o ciclo educacional, da creche à pós-graduação. E agora, neste dia, até mesmo com o pós-doutoramento nós estamos comprometidos, porque o Brasil perdia talentos para países desenvolvidos, porque formava doutores e não havia um programa de manutenção desses quadros de elevada competência técnica em território nacional. E graças ao ministro Sérgio Resende a ao presidente da Capes, Jorge Guimarães, nós estamos estabelecendo um programa que visa manter, mediante concessão de bolsas, o doutor colaborando com as instituições de ensino superior do país.

    Visão sistêmica que também se estabelece quando, pela primeira vez, nós anunciamos um programa para construção e expansão da rede de educação infantil, o Proinfância. No Brasil, nós ajudamos a construir escolas de ensino fundamental, de ensino médio, às vezes escolas técnicas, mas hoje  sabemos por todos os estudos internacionais, que se nós quisermos oferecer eqüidade no sistema de ensino, essa eqüidade se garante com a educação infantil. Essa eqüidade se garante fazendo a criança, sobretudo os filhos das famílias mais pobres do país, ter acesso à educação em tenra idade, para que as oportunidades sejam absolutamente equivalentes, e nós possamos oferecer a todos os brasileiros, rigorosamente, as mesmas condições e as mesmas oportunidades.

    Cito o Proinfância e o Programa de Pós-Doutorado da Capes e do NCT, para explicar o conceito de visão sistêmica que deve perpassar níveis, fases, modalidades e níveis de ensino.

    Nós também não abdicamos da intervenção do poder público em nenhum eixo que estrutura a educação. Da alfabetização de jovens e adultos, passando pela educação básica, profissional e tecnológica, até a educação superior, nós temos que estruturar o nosso sistema de ensino, de tal maneira a ampliar o horizonte educacional de todo brasileiro e de toda brasileira.

    Os pilares de sustentação desse projeto passam por financiamento adequado, passam por avaliação e responsabilização dos agentes públicos que comandam o sistema educacional, passam pela formação de professores e valorização do magistério e pela gestão e mobilização das comunidades.

    No campo da educação básica, o decreto mais importante que o presidente da República assina hoje é aquele que estabelece o plano de metas Compromisso Todos pela Educação. O que vem a ser esse plano de metas? Graças ao trabalho técnico elaborado pelo nosso instituto de pesquisas, o Inep, nós conseguimos conjugar dois indicadores que medem a qualidade da educação. O primeiro de fluxo e o segundo de desempenho nos exames nacionais de avaliação.

    Sobre fluxo, senhor presidente, eu gostaria de dizer que nós temos que desmontar duas indústrias que se criaram no país. De um lado a indústria da repetência, e de outro, a indústria da progressão automática. Nenhuma das duas nos interessa. Nós temos que criar um sistema desenvolvido de educação, pelo qual todos os alunos progridam, mas progridam aprendendo. Obtendo competências e habilidades compatíveis com a sua idade, para que nós não observemos mais o que tem sido a regra da criança chegar ao quarto ano, à quarta série do ensino fundamental sem aquelas competências mínimas para a sua idade, como saber ler e escrever, saber as operações matemáticas próprias da sua idade. Situação com a qual nós não podemos conviver mais. Queremos a progressão dos alunos, mas aprendendo de acordo com as suas possibilidades. Respeitada a sua idade, respeitado o seu sistema educacional, respeitadas até a cultura e a tradição da sua escola, mas sem perder de vista que o foco da escola é o aprendizado. É lá que se ensina, é lá que se aprende. E o resgate simples desse conceito talvez seja o conceito mais revolucionário desse plano de desenvolvimento da educacional. Fazer da escola o que ela nunca poderia deixar de ter sido, que é a igreja do saber. O local onde as crianças vão aprender, e vão se emancipar como indivíduos. É na escola, com ajuda das famílias, com a ajuda inestimada dos professores e dirigentes educacionais, com apoio dos governos locais e regionais, que essa construção se tornará possível.

    Eu gostaria de fazer uma referência à questão do financiamento. Nós estabelecemos um indicador de desenvolvimento da educação básica para todos os sistemas municipais do país. E o que se constata, senhores, é que não se encontra uma única cidade pobre, dentre aquelas com melhores indicadores de qualidade, não se encontra uma única cidade rica, dentre aquelas com os piores indicadores da qualidade. Portanto, àqueles que insistem em dizer que o volume de investimento na área da educação é o suficiente, a eles eu convido: estudem o trabalho e a radiografia feita pelo Ministério da Educação, pelo seu instituto de pesquisa, e vocês vão verificar que os municípios mais pobres desse país dependem, vigorosamente, da ação do governo estadual e do governo federal para promoverem a qualificação dos seus sistemas.

    O fato que nos chamou a atenção, é que dos mil municípios com os piores indicadores de qualidade, praticamente nenhum teve acesso a transferências voluntárias do FNDE. O que significa dizer que esses municípios muitas vezes sequer têm a capacidade técnica de responder a uma resolução do Ministério da Educação. E eu tenho dito, presidente, que se esses municípios não vêm a Brasília, se esses municípios não vêm ao MEC, é o MEC que tem que ir a esses municípios.

    Graças ao apoio da Unesco, oitenta consultores estão sendo contratados, e serão capacitados pelo Ministério da Educação, e farão uma verdadeira caravana da educação neste país, visitando cada um desses mil municípios, que o ministério quer ver atendidos daqui a doze meses. Nós estamos às vésperas do Dia Nacional da Educação, que é o dia 28 de abril. Nós estamos assumindo um compromisso de que no dia 28 de abril de 2008, daqui a um ano, no Dia Nacional de Educação, nós estaremos comemorando a assinatura de pelo menos mil planos de ação articulada plurianual com os municípios mais pobres deste país.

    Além disso, cada escola pública deste país também terá o seu indicador de qualidade. Esse indicador que vai variar de zero a dez, vai estabelecer metas para cada escola e para cada sistema educacional.

    Nós sabemos pela experiência que quanto pior a situação é relativamente mais fácil melhorar. Quem sai de um patamar muito elevado precisa fazer um esforço muito grande para conseguir uma melhora adicional. Quem sai de um patamar muito inferior, se contar com apoio técnico e financeiro da União, consegue despertar o seu sistema para a qualidade. Nós queremos, nos valendo do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), premiar as escolas que cumprirem as suas respectivas metas. De maneira que a escola, se tem um indicador de zero a dez em um ponto e a sua meta de um e meio para o ano de 2007, essa escola vai receber um adicional, não é punição, um adicional no seu PDDE, a partir de 2008, de 50% do valor.

    E se a escola for rural, não tendo feito a Prova Brasil, que é o exame aplicado em escolas públicas urbanas, todas receberão esse adicional. Porque no caso da educação no campo, antes de cobrar, senhor presidente, nós temos que estender as mãos. Nós temos que fazer chegar a essas escolas, por um bom tempo, os recursos financeiros necessários para equipá-las, para tornar a sua infra-estrutura digna do recebimento de professores e alunos, para garantir as condições mínimas e adequadas para que aquele estabelecimento receba digtitle_aliasnte o nome de escola pública. Nós precisamos garantir isso, independentemente de metas, porque a educação no campo será uma das prioridades do Ministério da Educação. E não é por outra razão que o Proinfo, que é o programa de laboratórios de informática, está sendo modificado e criado o Proinfo Rural. Se estamos falando em inclusão digital, temos que falar de inclusão digital também no campo, e não só na cidade. O transporte escolar com a ajuda do BNDES; o Brasil Alfabetizado, que vai recrutar professores da rede pública para se tornarem professores alfabetizadores, sobretudo no campo, onde está o brasileiro não- alfabetizado; e a parceria com o Ministério das Minas e Energia que se comprometeu a priorizar, no âmbito do programa Luz para Todos, a conexão de todas as escolas públicas à rede elétrica. O que vai ser possível com essa mudança e priorização que foi acatada pelo ministro Silas Rondeau. Nós temos ainda 1,5% das nossas crianças em escolas sem energia elétrica. São 18 mil escolas, o número assusta, mas é 1,5 % da matrícula. Mas nenhum aluno pode permanecer numa escola que não esteja minimamente equipada para receber equipamentos que o Ministério da Educação passa a destinar, como é o caso tanto dos laboratórios como do programa TV Escola e DVD Escola.

    Eu já me referi ao programa Mais Educação, que tem a intenção de aumentar a jornada, sob a responsabilidade da escola, das crianças das escolas públicas.

    A Provinha Brasil, que já foi discutida na imprensa no último mês. A idéia de que nenhum aluno possa chegar aos oito anos sem saber ler e escrever. Portanto, nós estamos rompendo com o ciclo que não tem solução. Um ciclo que apura as competências adquiridas pelo aluno só aos 10 ou 11 anos de idade, situação em que há pouco a se fazer. Nós temos que acompanhar o processo de alfabetização com todo respeito à idade da criança, mas a partir dos seis anos, para garantir que aos oito todos estejam alfabetizados, e aos dez todos sejam capazes de atender aos requisitos mínimos de qualidade, expressos nas matrizes dos exames de avaliação nacional.

    Dentro desse contexto, entra também em parceria com o Centec e o Itaú Cultural uma encomenda do presidente de muito tempo, a olimpíada Escrevendo o Futuro da Língua Portuguesa.

    A implantação, já referida pelo presidente, dos mil pólos da Universidade Aberta. Eu gostaria de divulgar, senhor presidente, que o segundo edital foi respondido por nada menos do que 800 municípios. Ou seja, no primeiro edital, nós tivemos 400 propostas, 300 das quais aprovadas e com previsão de início de atividade em 2007. No segundo edital, nós obtivemos a resposta de 800 municipalidades, para selecionar 200 pólos a cada ano. Daqui, até o final do seu mandato, para que nós tenhamos os mil pólos instalados. E cada professor de educação básica deste país filiado a uma universidade pública federal, estadual ou municipal. Garantindo a formação inicial e continuada permanente para o nosso magistério. O que evidentemente se soma à iniciativa de fixação do Piso Nacional do Magistério, que já se encontra no Congresso Nacional, e que certamente será aperfeiçoado pelos deputados e pelos senadores.

    O presidente também fez referência às ações no âmbito da educação especial, na construção das salas de equipamentos adequados para recepção desses alunos. Que são as salas de recursos multifuncionais. São 400 salas multifuncionais por ano. A eletrificação das escolas públicas, a que eu já me referi. A Gesac, a que eu já me referi.

    Editais de conteúdos digitais. Sobre isso eu gostaria de um breve esclarecimento. Muitas vezes um pesquisador faz um estudo e chega à conclusão de que um computador na escola não ajuda o desempenho, o que muito provavelmente é verdade. Mas nós temos hoje segurança em dizer que a inclusão digital na sua inteireza inclui o laboratório de informática, a conexão com a internet e o acesso a conteúdos digitais educacionais. Nós não temos mais a menor dúvida de que se impacta muito favoravelmente à qualidade da educação básica, como vai ser constatado a partir da divulgação de um estudo, que já está pronto, do Inep, demonstrando essa correlação. O Proinfância, que são as creches financiadas pelo governo federal. O programa A Caminho da Escola, que eu também já falei. O PDDE.

    No caso da alfabetização, nós estamos fazendo uma mudança muito significativa no desenho do Brasil Alfabetizado. O que nós queremos daqui para frente é que os professores da rede pública sejam os professores alfabetizadores.

    Do nosso magistério na zona rural, 62% estão em regime de 20 horas. É na zona rural que se encontra o público por excelência do Brasil Alfabetizado. Se nós conseguirmos recrutar esses professores da rede pública, e no contraturno formar uma turma de jovens e adultos de alfabetização, nós vamos garantir várias coisas simultaneamente. Pelo menos três. A primeira delas: fazer o Brasil Alfabetizado chegar àquele que mais necessita do programa. Em segundo lugar: remunerar mais adequadamente os professores que vão ser bolsistas da União, a partir da sua adesão ao programa. E em terceiro lugar, nós vamos permitir a capacitação desses professores, não apenas para a alfabetização de jovens, mas também para a alfabetização das crianças. Uma vez que é nessas mesmas localidades que a taxa de analfabetismo de crianças de 10 a 15 anos é superior a de todo o país. São três subprodutos importantes desse redesenho do Brasil Alfabetizado.

    A meta do Brasil Alfabetizado é credenciar 100 mil professores bolsistas, que receberão, em conta corrente própria desses professores, a bolsa prevista no programa.

    Na hora da educação profissional, presidente, o senhor fez menção a 150 cidades-pólo que serão anunciadas hoje. Eu quero lhe dizer, presidente, com toda a segurança, serão sete ministérios envolvidos na definição dessas cidades. Governadores, secretários estaduais, secretários municipais consultados para definição dessas cidades. O senhor poderá até ser, injustamente, acusado de ter esquecido algum município. Mas eu quero dizer que jamais alguém vai poder dizer que o senhor esqueceu do Brasil na área da educação profissional.

    O senhor assume a Presidência da República em 1° de janeiro de 2003, com 140 escolas técnicas instaladas. E eu lembro ao senhor que a primeira foi instalada em 1909 por Nilo Peçanha. De 1909 a 2002, o governo federal instalou 140 escolas técnicas no país. O senhor deixará como legado do seu segundo mandato, contando com o plano de expansão do primeiro, 354 escolas técnicas federais. São 64 escolas técnicas que ficarão prontas até 2007, e de 2008 até 2010, outras 150 escolas técnicas. Não, são 140 mais 214. Não estou tão bom na tabuada.

    Ainda no que diz respeito à educação profissional, nós estamos relançando o Proep, o Proep 2, que mantém o nome, mas muda o caráter do Proep 1. Que é o fato de estarmos apoiando as redes estaduais de educação profissional, sobretudo no que diz respeito à integração da educação de ensino médio com a educação profissional.

    Nós estamos remetendo para o Congresso Nacional o aperfeiçoamento da LDB. Nós queremos fortalecer o ensino médio propedêutico, mas por outro lado, o ensino médio integrado à educação profissional. Para isso, o Proep vai ajudar, mas o edital, lançado pela Seed, que cria uma espécie de universidade aberta do Brasil de nível médio integrada à educação profissional, vai permitir às escolas de ensino médio das periferias das grandes metrópoles um apoio da União que nunca tiveram. E nós vamos poder, nessas regiões metropolitanas, nas mesmas escolas de ensino regular, nos valermos desse equipamento, para à noite, à tarde, ou de manhã oferecer um complemento aos estudos da juventude, que vão permitir a ela uma formação geral, como é obrigação do ensino médio regular, mas também um acesso a uma profissão.

    E nós vamos, com isso, presidente, com toda certeza, verificar que os índices de desemprego dessa faixa etária vão cair drasticamente, porque tudo o que o jovem quer é trabalhar e para isso ele precisa de uma profissão.

    Além disso, nós estamos encaminhando, 30 anos depois de criada a Lei de Estágio, que é de 1977, do então ministro Ney Braga, uma reformulação completa das normas regulando o estágio. Gostaria de agradecer ao ministro Marinho, ao ministro Lupi, que assinam o projeto de lei, junto com o Ministério da Educação, encaminhado ao Congresso Nacional.

    Estágio é ato educativo. Estágio não é expediente de precarização de mão-de-obra no país, senhor presidente.

    Há vários projetos tramitando no Congresso Nacional, já fizemos uma compilação de todos os projetos, agregamos o trabalho feito pela comissão instituída pelo MEC e o Ministério do Trabalho e conseguimos chegar a um projeto de lei consensual para remetermos ao Congresso Nacional. Nós queremos promover o estágio, mas nós não queremos que o estágio seja um expediente de substituição dos trabalhadores. Nós queremos que os estudantes tenham a oportunidade de ingressar numa fábrica, num escritório, num hotel, aprender turismo, aprender contabilidade, aprender gestão, mas nós temos que tratar esses estudantes como tal. E as atividades do estágio têm que estar minimamente integradas aos currículos do ensino médio, se nós quisermos que esses alunos saiam com uma qualificação profissional.

    Nós estamos avançando muito na educação profissional ao integrá-la ao ensino médio, ao expandirmos a rede federal de educação profissional e, sobretudo, regulamentando a lei de estágio.

    Eu queria, antes de passar para a educação superior, finalizando a minha apresentação, fazer um agradecimento aos três conselhos Concefet - Conselho Nacional dos Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica, Coneaf - Conselho das Escolas Agrotécnicas e Condetuf - Conselho das Escolas Técnicas vinculadas às universidades federais, que representam todas as escolas técnicas, Cefets e escolas agrotécnicas do país, inclusive aquelas vinculadas às universidades. Nós, a muitas mãos, criamos um novo conceito pedagógico da educação profissional que é o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Nós queremos, senhor presidente, que essas 150 novas escolas tenham um novo perfil acadêmico, um perfil que atenda à educação básica, um perfil que forme professores, sobretudo nas áreas de física, química, biologia e matemática para a rede pública de ensino regular e que tenha um compromisso com a educação tecnológica de nível superior, mas montada para os novos arranjos produtivos locais.

    Eu agradeço a participação dos diretores aqui presentes na formatação do decreto que cria um novo modelo de educação profissional que é o Ifet, e que eu tenho certeza que vai ser saudado por especialistas em educação profissional e por cientistas de todo o país que reclamam há muitos anos de um apoio mais enfático do governo federal na área da formação científica e da divulgação científica.

    Na área da educação superior, os desafios não são menores, nós, em parceira com a Andifes, eu cumprimento o reitor Paulo Speler, presidente da Andifes aqui presente, resolvemos encarar um desafio enorme, reitor, que é o de reestruturar do ponto de vista acadêmico as nossas instituições para que possamos cumprir esse desafio colocado pelo presidente da República de acolher um número muito maior de jovens brasileiros nas nossas universidades.

    Nós estamos criando um colchão orçamentário para cada instituição de 20% de seu orçamento total para financiar esses projetos de reestruturação e expansão, cujos objetivos centrais são flexibilidade curricular, aproveitamento de créditos, mobilidade estudantil, cursos noturnos, assistência estudantil para garantir a permanência dos jovens de baixa renda nas nossas universidades, uma visão mais larga do que é a graduação, evitar a profissionalização precoce dos nossos jovens para que eles possam ter uma formação geral robusta antes de escolher uma profissão.

    A Andifes teve um papel destacado na formatação desse decreto e eu tenho a certeza de que nos próximos anos nós vamos poder ampliar e muito o acesso à educação superior pública de qualidade da nossa juventude que vai contar, além da expansão da universidade pública federal, com mais bolsas do programa Universidade para Todos por uma simples modificação da lei do Fies.

    Eu quero esclarecer isso com alguma calma. Muitas instituições de ensino superior não aderiam aos inúmeros programas de refinanciamento de dívidas e nós fomos investigar a razão disso, por que instituições devedoras não aderiam a programas de refinanciamento de dívida ativa. E nós encontramos a resposta, é relativamente simples, essas instituições não podiam usar os títulos que recebem do financiamento estudantil para o pagamento de dívida passada, mas apenas de tributo corrente. O que essa lei encaminhada ao Congresso Nacional fará é permitir que as instituições possam usar os títulos que recebem do governo federal do Fundo de Financiamento Estudantil também no pagamento das suas dívidas pregressas que serão consolidadas a partir desse programa.

    Então, temos aí dois importantes programas que vão ampliar e muito o acesso à educação superior que será qualificada por esses dois programas como nós podemos verificar no último Enade, que demonstrou que os alunos do ProUni têm desempenho superior em todas as áreas analisadas do que o dos alunos pagantes, o que comprova a regra, clara ao Ministério da Educação, de que é possível, sim, compatibilizar acesso e qualidade na área educacional.

    Eu gostaria de dar em primeira mão, e agradeço aos ministros Guido Mantega e Paulo Bernardo por esse ato corajoso de confiança nas universidades federais. A área econômica resolveu reunir esforços junto com o Ministério da Educação para caminharmos um tema que é caro a nossa universidade, que é a questão da autonomia universitária. Presidente, reitor Paulo Speler, assinar um decreto que durante dois anos foi discutido no âmbito do governo, que é um decreto que recebeu a alcunha apropriada de faxina da Andifes, um decreto que remove uma série de penduricalhos que inibia o exercício da autonomia por parte das nossas instituições. E no bojo desse decreto um dado muito importante é de que todas as universidades federais vão contar, a partir de hoje, com um banco de professores, um banco de professores à prova de sucateamento, porque quando um professor se exonera ou quando um professor se aposenta nós criamos os mecanismos necessários para a reposição automática do corpo docente, evitando que as universidades passem pelo constrangimento sofrido no passado.

    Senhoras e senhores, é um conjunto de mais de 40 medidas, todos têm uma agenda, a hora do almoço se aproxima. Nós teremos a oportunidade de discutir detalhes pela imprensa, na Comissão de Educação do Senado, na Comissão de Educação da Câmara e no próprio Ministério da Educação de todas as questões que foram levantadas e argüidas por todos vocês que ajudaram na construção desse plano. O MEC, como sempre esteve, continuará aberto a sugestões e se nós pudermos aperfeiçoar o nosso trabalho, nós não relutaremos em admitir eventuais falhas para que esse plano possa ser abraçado por todo o país como um plano de Estado ou um plano de uma geração e não um plano de partido ou um plano de um governo. Muito obrigado, bom dia a todos.

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