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  • Para medir o impacto do Programa de Educação Tutorial (PET) na sociedade e analisar a contribuição acadêmica e social dos atuais profissionais que participaram do programa, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Superior, elaborou formulário para ser preenchido pelos egressos. É a primeira vez que o MEC faz este tipo de estudo com o PET, que disponibiliza atualmente cerca de R$ 27 milhões para execução de atividades de ensino, pesquisa e extensão de instituições públicas e privadas.

    O formulário eletrônico deverá ser preenchido pelos egressos no sítio do PET. Para isso, a participação das instituições de ensino superior, dos atuais interlocutores, tutores e alunos participantes do programa é fundamental na busca e contato com os ex-integrantes dos grupos PET.

    O coordenador do programa, Edson Norberto Cáceres, destaca que este estudo deve demonstrar o diferencial que a participação no PET proporciona à vida profissional dos alunos participantes. “A expectativa é que o estudo confirme que o PET também proporciona a formação cidadã dos estudantes de graduação que participaram do programa, além da excelente formação acadêmica. Assim, será possível identificarmos a real contribuição do programa para a sociedade”, explica Cáceres.

    A data para preenchimento, consolidação e validação das informações é até 10 de maio.

    Assessoria de Imprensa da Sesu

  • O estudo Aprova Brasil, o Direito de Aprender, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), identificou fatores comuns a 33 escolas que, apesar de todas as condições desfavoráveis, conseguiram causar um forte impacto positivo sobre a vida e a aprendizagem dos alunos. O impacto se refletiu nos excelentes resultados que essas crianças alcançaram na Prova Brasil 2005.

    Durante três meses, 12 pesquisadores visitaram as 33 escolas, tendo em mãos um questionário-padrão que foi aplicado aos chamados atores da escola: direção, coordenação pedagógica, professores, alunos, pais, funcionários e membros do conselho escolar.

    Todos responderam qual seria o motivo do desempenho na Prova Brasil acima da média das escolas públicas brasileiras. As respostas mostraram três fatores comuns: o papel central e fundamental do professor; o projeto pedagógico da escola e a participação dos alunos.

    Seleção − As 33 escolas foram escolhidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Unicef, levando em consideração o contexto de cada uma. Não se trata de escolas com maior nota na Prova Brasil, mas sim daquelas que agregam mais aos seus alunos, possuindo os melhores Indicadores de Efeito Escola (IEE).

    O IEE mede o impacto que a escola tem na vida e no aprendizado dos alunos. O índice é determinado a partir de um critério científico: são considerados dados socioeconômicos dos alunos, perfil do município onde está a escola e o desempenho médio na Prova Brasil 2005.

    Nas instituições analisadas, o desempenho médio dos alunos, tanto da 4ª como da 8ª série, estavam acima do valor médio esperado para escolas de perfil semelhante. A maioria atende a crianças de baixa renda. Em casa não há livros infantis e a maioria dos pais tem baixa escolaridade.

    A estrutura física das escolas também é precária. A maior parte fica em comunidades carentes, não é equipada e não possui computadores. A realidade social dos alunos é complexa e cheia de desafios. Alguns até mesmo falam outra língua, como as crianças que pertencem a povos indígenas.

    Nessas escolas, os alunos estão mais vulneráveis à exclusão social, mas mesmo assim têm um bom aprendizado, como foi demonstrado na Prova Brasil. Portanto, acredita-se que o processo educacional se deve principalmente à ação da escola como agente de transformação da realidade dos alunos.

    Essa transformação foi avaliada em sete dimensões consideradas fundamentais para a aprendizagem:

    1.  ambiente educativo – respeito, solidariedade e disciplina na escola;

    2.  prática pedagógica – proposta pedagógica da escola, planejamento,  autonomia dos professores e trabalho em grupo de professores e alunos;

    3.  avaliação – (além das provas e das formas tradicionais de avaliação) processos de auto-avaliação, por participação dos alunos em projetos especiais, etc;

    4.  gestão escolar democrática – compartilhamento de decisões e informações com professores, funcionários, pais e alunos e participação dos conselhos escolares;

    5.  formação e condições de trabalho dos profissionais da escola – habilitação dos professores, formação continuada e estabilidade da equipe escolar;

    6.  ambiente físico escolar – materiais didáticos, instalações, existência de bibliotecas e espaços de prática de esportes, condições da sala de aula;

    7.  acesso, sucesso e permanência na escola – índices de falta, abandono e evasão escolar, defasagem idade-série.

    Resultados − Em 32 escolas, o êxito na prova foi atribuído ao professor. O empenho, a competência, a capacitação, o interesse, a dedicação e a abertura para criar, inventar atividades e estimular os alunos foram os aspectos mais destacados. Relata-se o compromisso dos professores em relação à escola, aos alunos e à comunidade, que se concretiza na forma de relacionamento, na busca por capacitação, na disponibilidade ao diálogo. O fato de serem exigentes e cobrarem responsabilidade dos alunos foi destacado fortemente pelos alunos e pais.

    Outro aspecto destacado é a atitude do professor em relação ao processo da aprendizagem, como a paciência, a calma, a forma divertida de ensinar, a capacidade de dialogar e a disposição de manter a disciplina na base de regras acordadas entre todos. Foram identificados também aspectos afetivos da relação entre professores e alunos, destacando o carinho, a dedicação, a amizade e o cuidado para com as necessidades de cada um.

    Muitas referências foram feitas aos processos de capacitação dos professores. Participação em cursos, formação continuada, busca de especialização e a própria escola desenvolvendo atividades de capacitação. Na maioria das escolas os professores têm nível superior completo.

    Em 25 escolas, os alunos foram reconhecidos como os principais responsáveis pelo bom êxito na prova. Expressões como 'a qualidade dos alunos', 'alunos interessados em aprender', 'maturidade dos alunos e compromisso em aprender', 'porque os alunos são exigentes', 'o próprio esforço dos alunos', 'crença no potencial das crianças', 'os alunos são inteligentes', 'a capacidade dos alunos', 'o empenho e a dedicação dos alunos' são exemplos de uma visão majoritariamente positiva em relação às crianças.

    Em 21 escolas, o bom desempenho na Prova Brasil está relacionado à proposta pedagógica, que inclui o desenvolvimento de projetos especiais. É o caso das aulas de artes que ensinam conceitos de geometria, dos projetos de estímulo à leitura, do incentivo ao jogo de xadrez para ajudar no raciocínio matemático, da horta comunitária, do jornal mural e do rádio na escola.

    As expressões utilizadas constituem uma lista bem diversificada: 'pedagogia do amor', 'projeto horário-aula', 'projeto político-pedagógico', 'trabalho de pesquisa e projetos', 'planejamento estratégico', 'projetos que envolvem a comunidade', 'mercantil', 'educação integral' e 'educação de tempo integral'.

    Além disso, há muitas referências à utilização de múltiplos recursos, como livros de leitura, oficinas de leitura e escrita, textos poéticos, revistas, trabalhos em equipe, mercadinho de compras com objetos reciclados, atividades baseadas na melhoria da auto-estima, tarefas escolares que envolvem os pais, planejamento avaliado e monitorado pelos diferentes atores da escola, teatro, pesquisa, grupos de estudo, estímulo ao raciocínio e à leitura, gincanas, olimpíadas de matemática, jogo de xadrez, aulas de reforço ou recuperação e oficinas pedagógicas.

    Cíntia Caldas

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  • Uma das teses premiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) chamou a atenção de uma indústria do setor de alimentos. A empresa está interessada no sistema de concentração de suco de laranja, sem prejuízo do sabor e do aroma, desenvolvido pelo engenheiro químico Cláudio Patrício Ribeiro Júnior, da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ). O pesquisador foi um dos ganhadores do Grande Prêmio Capes de Tese deste ano. A aproximação da indústria com a academia é uma das prioridades da política de ciência e tecnologia do governo federal.

    Na quinta-feira, dia 7, a Capes e a Fundação Conrado Wessel (FCW) entregaram prêmio de US$ 15 mil a cada um dos três vencedores. Além do engenheiro químico, foram premiados o doutor em clínica médica Cláudio Teodoro de Souza, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e a historiadora Maraliz de Castro Vieira, também da Unicamp. “É um reconhecimento. Com esse dinheiro e com o interesse da indústria, pretendo acelerar meu trabalho de pesquisa”, disse Cláudio Júnior.

    “Criamos este prêmio para incentivar e reconhecer o trabalho desses jovens. E já temos resultados importantes, como a aproximação da indústria com a pesquisa”, ressaltou o presidente da Capes, Jorge Guimarães, ao destacar a importância da parceria entre a agência e a fundação, que distribui, anualmente, mais de R$ 1 milhão com o Prêmio FCW de Arte, Ciência e Cultura. “A parceria com a Capes permitirá que nossa atuação seja ampliada e contribua para o desenvolvimento da pesquisa e para o aperfeiçoamento profissional de nossos cientistas”, destacou o diretor-presidente da FCW, Américo Fialdini Júnior.

    Premiados — Os três autores das melhores teses de 2005 também receberam uma bolsa de pós-doutorado, de um ano, no exterior, além de medalha e diploma. Escolhidos entre 228 trabalhos de doutorado de todo o país, os estudos dos três pesquisadores foram considerados pela comissão julgadora de extrema importância para o desenvolvimento do País.

    Cláudio Júnior, do programa de pós-graduação em engenharia química da UFRJ, salienta que a diferença produzida pela inovação no processo de concentração do suco de laranja faz prever ganhos para a economia, já que o Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo. A pesquisa valeu ao pesquisador o Grande Prêmio César Lattes.

    Cláudio Teodoro de Souza, da área de biologia do programa de pós-graduação em clínica médica da Unicamp, patenteou uma substância que promete mudar o combate à diabetes tipo 2. A ação da proteína PGC-1alfa, identificada pelo cientista, tem papel no controle da produção de insulina pelo pâncreas e na ação desse hormônio, simultaneamente, em órgãos como o fígado e o tecido adiposo. Ele recebeu o Grande Prêmio Carl Peter von Dietrich.

    A historiadora Maraliz de Castro Vieira, do programa de pós-graduação em história da Unicamp, vencedora do Grande Prêmio Florestan Fernandes, elaborou a tese premiada na área de ciências humanas. Seu trabalho baseou-se no quadro Tiradentes Esquartejado (1893), de Pedro Américo, pertencente ao acervo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora, Minas Gerais. “A partir do momento em que o artista pesquisa um fato histórico e o interpreta, ele é um historiador”, avaliou. “A tela afirma, discute ou subverte a imagem do herói?”

    Maraliz acredita que sua tese contribuirá para um debate mais rico sobre a arte no Brasil e também sobre novas maneiras de fazer história.

    Adriane Cunha

  • O ministro da Educação, Tarso Genro, contestou estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre o impacto negativo do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) nas finanças de 2.455 municípios.

    "O estudo é distorcido", afirmou Tarso, para quem a ação da CNM é política e desconsidera as características do modelo proposto. "Estão disputando protagonismo com as entidades (Consed e Undime), que participaram da preparação da proposta, que não é só do ministério e não está fechada."

    Projeção da CNM com base nos repasses atuais do Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef) indica que o Fundeb poderá implicar perda anual de R$ 882,6 milhões a esses municípios.

    Segundo nota do MEC, "o cálculo hipotético realizado pela CNM é totalmente arbitrário" e revela desconhecimento da proposta.

    "A conta feita pela CNM omite deliberadamente que a proposta de regulamentação da emenda que o MEC já divulgou para o amplo debate garante que, durante a vigência do Fundeb, o valor destinado ao ensino fundamental por aluno não poderá ser inferior ao valor per capita definido pela atual sistemática do Fundef."

    Essa omissão, destaca o texto, demonstra a falta de fundamentação técnica e a "motivação puramente política dos cálculos". A nota acusa a CNM de recomendar que as prefeituras não invistam em educação infantil, já que ela será beneficiada pelo Fundeb.

    A Proposta de Emenda Constitucional que cria o Fundeb chegou ao Congresso no dia 14 e precisa ser votada em dois turnos, na Câmara e no Senado. O fundo terá validade de 14 anos e é voltado para 47,2 milhões de alunos do ensino infantil, fundamental e médio em até 4 anos.

    O Fundeb será um mecanismo de redistribuição de recursos de Estados e municípios para garantir valor mínimo padrão de investimentos, por aluno, na rede básica. A União entrará com R$ 4,3 bilhões em quatro anos. (Com informações do Estado de S. Paulo)

  • O governo brasileiro termina em novembro os estudos para viabilizar a conversão de partes do serviço da dívida externa em investimentos na educação, informou o ministro da Educação, Tarso Genro, no Seminário Internacional Reforma e Avaliação da Educação Superior, que acontece até quarta-feira, 27, em São Paulo. A apresentação dos resultados será feita em conferência internacional, na Espanha. O anúncio foi feito durante oficina para discussão do tema com representantes da Fundação Getúlio Vargas, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).

    Segundo o ministro, a capacidade de negociação do Brasil com as agências internacionais credoras é de cerca de U$ 6 bilhões. "O Brasil não é devedor de países, ele tem recursos que são advindos da venda de seus títulos e tem dívidas que são pagas regularmente e vão continuar sendo resgatadas nas agências", explicou. Portanto, "não se trata de um processo de ruptura nem de renegociação. Na verdade, trata-se de negociação para aumentar recursos a fundo perdido, que são muito pequenos e que vêm das agências e dos países mais desenvolvidos para ser utilizados em educação".

    Recentemente, por exemplo, a Espanha concedeu à Argentina perdão no pagamento de 62 milhões de euros, para que sejam aplicados diretamente em educação. Segundo Tarso Genro, países como o Paraguai, Uruguai e Nicarágua, com economias mais frágeis, terão vantagens muito grandes.

    Mas, o mais importante, ressaltou, é que a aprovação dessa proposta pode beneficiar países que não têm dinheiro para investimentos em educação. "O Brasil tem esses recursos, e o exemplo disso é a proposta do Fundeb que o Banco Mundial demonstrou interesse em ajudar a financiá-lo".

    Repórter: Ivone Belem

  • Foto: Júlio Céar PaesA evasão no curso de medicina é menor entre estudantes de baixa renda do que entre os demais. Dos estudantes que ingressam neste curso no país, 8,8% têm renda familiar de até três salários mínimos. Já entre os concluintes, a porcentagem é maior: 10%. Este é o único caso, nas 14 áreas da saúde, em que a porcentagem de concluintes de baixa renda é maior que a de ingressantes. O curso de medicina também é o único em que as instituições públicas superam as privadas no número de estudantes matriculados.

    Os dados constam do estudo que mapeou a trajetória dos cursos de graduação na área da saúde entre 1991 e 2004. A iniciativa, inédita, é fruto de parceria entre os ministérios da Educação e da Saúde e tem por objetivo subsidiar a formulação de uma política nacional de formação de profissionais na área da saúde. O trabalho foi divulgado nesta terça-feira, dia 28, no auditório do MEC, em Brasília. A iniciativa integra as comemorações do Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril. Este ano, o tema central é a formação de recursos humanos.

    Para o ministro Fernando Haddad, o trabalho permitirá ao país avaliar e pensar políticas públicas que atendam às demandas da saúde, como o combate às desigualdades regionais. Na relação concluinte (nos cursos de saúde) por habitante, as regiões Sul e Sudeste apresentam os melhores índices na maioria dos casos, enquanto as regiões Norte e Nordeste os piores. Em 2004, no curso de medicina, a média nacional foi de um concluinte por 19.179 habitantes. No Norte, é de um por 40.884 habitantes, enquanto no Sudeste cai para um concluinte por 13.481 habitantes.

    O ministro Saraiva Felipe avalia que o estudo contribuirá para adequar os cursos de saúde ao principal desafio do Sistema Único de Saúde (SUS): prestar uma assistência universal e integral à população. Para Felipe, a análise, construída coletivamente com a participação do meio acadêmico, gera uma reflexão positiva sobre a importância da articulação entre as políticas educacional e de saúde do país.

    A definição dos 14 cursos avaliados é do Conselho Nacional de Saúde: biomedicina; ciências biológicas; educação física; enfermagem; farmácia; fisioterapia; fonoaudiologia; medicina; medicina veterinária; nutrição; odontologia; psicologia; serviço social e orientação; e terapia ocupacional.

    Crescimento - De 1991 a 2004, o curso de saúde que apresentou maior crescimento de matrículas foi fisioterapia, de 11.379 para 95.749 (aumento de 741,5%). Em seguida, está enfermagem, que passou de 22.237 matrículas para 120.851 (variação de 443,5%). Medicina apresentou o menor aumento. Em 1991, eram 46.881 matriculados; em 2004, 64.965 (aumento de 38,6%).

    O estudo aponta que a demanda pelos cursos de saúde continua elevada, especialmente no setor público, com relação de 16,2 candidatos por vaga, contra 1,9 no setor privado. Medicina é o curso mais concorrido, com 39,3 candidatos por vaga nas instituições públicas de educação superior e 11,9 nas particulares. É também o curso com maior taxa de ocupação - 95% das vagas nas universidades públicas e 85% nas privadas.

    Maioria - As mulheres são maioria nos cursos de saúde. Em fonoaudiologia, serviço social, terapia ocupacional e nutrição, representam mais de 90% dos estudantes. Apenas no curso de educação física o número de homens é superior, com 54,7% dos concluintes em 2004. Em medicina, as mulheres são maioria no ingresso, mas o número de concluintes homens é superior - 52% contra 48% respectivamente.

    O diretor de estatística e avaliação da educação superior do Ministério da Educação, Dilvo Ristoff, destaca o envolvimento da comunidade acadêmica na elaboração do trabalho. "É mais um passo rumo à construção de um sistema de educação superior cada vez mais comprometido com a qualidade do ensino e com a vida das pessoas", afirmou. (Assessorias de comunicação dos ministérios da Educação e da Saúde)

     

  • Menos de 1% de professores negros atua hoje nas universidades públicas brasileiras. Na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, que reúne 4,7 mil professores, o número de negros não chega a dez (0,2%). O indicativo é o mesmo na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde há 670 professores, três deles, negros. A Universidade de Brasília (UnB) tem 15 negros para um total de 1,5 mil profissionais (1%).

    Os dados são de uma pesquisa pioneira, transformada no livro Inclusão Étnica e Racial no Brasil (Attar Editora, 208 páginas). O autor é José Jorge de Carvalho, Ph.D. em antropologia, professor da UnB e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O pesquisador aborda o sistema de cotas, a reserva de vagas para negros e índios nas universidades públicas e a composição étnica e racial de alunos e professores. A obra descreve como a sociedade brasileira reproduziu o grau extremo de exclusão, a ponto de se ver obrigada a propor mecanismos de reserva de vagas. O estudo revela ainda que o país tem apenas 1% de diplomatas negros num universo de mil profissionais.

    Carvalho apresenta várias propostas para a inclusão dos negros e indígenas no ensino superior. “Estamos lutando, primeiro, para a inclusão no vestibular, mas é preciso compreender que o controle acadêmico, da ciência e do ensino superior por parte da etnia branca é de 99%”, destacou. “Por muito tempo ainda permanecerá deste modo iníquo.”

    Segregação — Na opinião do pesquisador, o número de professores negros nas universidades públicas brasileiras é tão baixo que se converte em escândalo de proporções mundiais, dada a posição estratégica do Brasil. “Não encontro paralelo em nenhum país de composição multirracial e multiétnica equivalente à nossa que mantenha, em pleno século XXI, esse grau tão extremo de segregação”, afirmou. “Menos de 1% de professores negros nas universidades públicas em um país de 45% de população negra.”

    O sistema público de ensino superior, segundo o pesquisador, está em retração e nem sequer consegue repor o número de vagas perdidas com aposentadorias. “Se não interviermos já, com uma política de acesso preferencial, poderemos passar facilmente mais cem anos amargando a posição nada lisonjeira de termos construído um dos sistemas acadêmicos mais racistas do planeta”, disse.

    Repórter: Sonia Jacinto

  • O livro infantil com textos em braille, além do formato tradicional, pode ser uma peça de trabalho para a compreensão das crianças em relação à aceitação das diferenças entre as pessoas, preparando-as para a concepção de uma sociedade mais inclusiva. A proposta é da aluna do  curso superior de Lazer e Qualidade de Vida do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (Cefet-RN), Islene Borges, ao criar o livro infantil Eu também posso brincar! A obra busca envolver o leitor numa atividade de prazer e desenvolvimento para refletir sobre os conceitos de inclusão e exclusão social, explica a autora.

    “Alguns livros infantis são transcritos para o braille e usados por crianças cegas, mas ainda é, em número e acesso, muito reduzido”, avalia Islene. Segundo a estudante, os melhores agentes do processo inclusivo são as crianças. “Um livro editado em tinta e em braille possibilitará que diferentes sujeitos vivenciem o partilhar de uma história de diferentes, que mostra que todos nós podemos brincar.”

    O trabalho foi apresentado no 1º Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica (Connepi), em Natal, e contou com 1.500 participantes. O encontro termina nesta sexta-feira, 8. Os centros federais de ensino tecnológico de Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Roraima, Piauí, Pernambuco, Pará e a Escola Técnica Federal de Tocantins participaram do encontro.

    O Connepi foi considerado um marco para o desenvolvimento e consolidação da pesquisa no sistema federal de educação profissional e tecnológica pelo diretor do Cefet-RN, Francisco das Chagas Fernandes. A seu ver, é um fórum de intercâmbio do saber científico para os centros de ensino tecnológico.

    Sophia Gebrim

  • Foto: Wanderley PessoaUm levantamento inédito sobre saúde incluído no Censo Escolar 2005 revelou que 99% das escolas de ensino médio e 95% de ensino fundamental trabalham temas relacionados à promoção da saúde e educação preventiva. Os números correspondem às 161.679 escolas que responderam o questionário (78% das 207.214 do país). Os resultados da pesquisa foram apresentados nesta sexta-feira, 9, pelos ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Saúde, Saraiva Felipe.

    De acordo com o Censo, drogas, doenças sexualmente transmissíveis, aids e gravidez na adolescência são os temas mais abordados pelos estudantes. A escola foi apontada pelos jovens como o segundo lugar mais utilizado para obter informações sobre aids. Em primeiro vem a família e em terceiro, a tevê.

    Entre as instituições de ensino que trabalham o tema DST/aids, 9% distribuem preservativos. O ministro Haddad disse que o governo pretende aumentar o índice para 25% em 2006. “A disponibilidade do preservativo é essencial para que o jovem possa se proteger e, nesse momento, a escola funciona como um apoio adicional ao adolescente”.

    Haddad lembrou que a aprovação do Fundo da Educação Básica (Fundeb), que será votado terça-feira na Câmara, vai garantir mais recursos para a educação em algumas regiões do país. “A partir do momento em que nivelarmos a qualidade do ensino, vamos dar condições para que a região Nordeste possa combater o analfabetismo funcional e promover, de forma indireta, a saúde em sua população”. 

    Abordagem - A maioria das 97,6 mil escolas que abordam o tema DST/aids optou por inserir o assunto em conteúdos das disciplinas (81%) ou por meio de palestras (71%). A distribuição de materiais educativos é feita em 38% e 25% trabalham o tema em feiras de ciências.

    Os professores capacitados para fazer tal atividade correspondem a 43% do total pesquisado. Profissionais de saúde também participam das ações em 36% das instituições de ensino, assim como membros de organizações da sociedade civil (8%). Segundo o ministro da saúde, a parceria com o MEC vai possibilitar a capacitação de mais professores para tratarem da saúde dentro da sala de aula, em 2006.

    De acordo com o coordenador de políticas do ensino médio da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Francisco Potiguara, os ministérios tentam inserir o tema em todos os cursos de formação de educadores.

    O Censo Escolar é realizado anualmente em escolas públicas e privadas do país pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC). Os dados são utilizados pelo governo para formular políticas públicas e definir repasse de recursos.

    Aids – Durante a solenidade, foi divulgado o resultado da pesquisa Comportamento Sexual da População Brasileira e Percepções do HIV/aids. O levantamento mostrou que o uso da camisinha na primeira relação cresceu de 47,8% em 1998 para 65,8% em 2005, nos jovens entre 16 e 19 anos.

    Os dados comprovaram que o uso do preservativo cresce segundo o grau de instrução. Entre homens de 16 e 19 anos, o índice salta de 58,6% nos analfabetos funcionais para 72,2% naqueles com nível médio completo. 

    Repórter: Flavia Nery

  • Especialistas em alfabetização discutiram no Seminário Alfabetização e Letramento em Debate, realizado pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), em Brasília, as razões que levam ao resultado insatisfatório da leitura e escrita nas escolas públicas. Uma das revelações mais importantes foi que os problemas ocorrem posteriormente à fase de alfabetização nas séries iniciais, quando não há consolidação do aprendizado da leitura. Cerca de 80 convidados participaram do seminário, realizado no último dia 27 de abril.

    A professora Maria do Rosário Longo Mortatti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) campus de Marília, abriu o seminário com a conferência A História dos Métodos de Alfabetização. Para ela, os debates sobre o melhor método de alfabetização datam de pelo menos 130 anos atrás, quando o domínio da leitura e da escrita pelos cidadãos passou a ser considerado estratégico para o funcionamento da República. Desde então, o governo brasileiro tem se deparado com problemas de alfabetização nas escolas públicas. "Em cada período histórico, sempre surgiu um movimento se intitulando o mais científico, o mais eficiente, o mais novo", afirmou Mortatti, demonstrando que, no entanto, os problemas de alfabetização continuaram no período seguinte.

    Ao longo do tempo, houve uma mudança de perspectiva de ação sobre 'como o professor ensina' para 'como o aluno aprende', em função das descobertas nas áreas de psicologia, lingüística e neurociências. Para a especialista, não há um único método que possa ser aplicado com sucesso em diferentes países.

    O tema Diagnósticos e Políticas de Alfabetização foi desenvolvido por Franco Creso, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) e participante do projeto Geres (Geração Escolar), que pesquisa o aprendizado de leitura em matemática em algumas escolas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas, Salvador e Campo Grande por seis universidades (PUC/RJ, UFMG, Unicamp, UFBA, Uems e UFJF).

    Partindo de resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb/Inep, 2003), onde 55% dos alunos de 4a série do ensino fundamental apresentaram desempenho 'crítico' e 'muito crítico' em língua portuguesa, o Geres vai acompanhar o aprendizado de 20 mil crianças nos quatro primeiros anos do ensino fundamental.

    Creso apresentou estudo do aprendizado no primeiro ano de acompanhamento de crianças da 1a série, onde aponta as características das escolas relacionadas ao sucesso escolar. Segundo o estudo, não há relação entre sucesso na alfabetização e método utilizado pela escola. O fator mais importante para um resultado positivo é o sentimento de responsabilidade do professor em relação aos seus alunos, assim como um ensino que seja desafiante para as crianças. "As crianças aprenderam muito na 1a série", afirma Creso. "A má notícia é que o problema deve estar mais à frente, provavelmente devido à não-consolidação do processo de alfabetização."

    Sobre o tema Concepções e Metodologias, Cláudia Cardoso Martins, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), comparou, sob o ponto de vista da psicologia, os métodos chamados de 'linguagem total' e 'fônico', dizendo que não há incompatibilidade entre eles. Já Artur Gomes de Morais, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e membro do Centro de Estudos em Educação e Linguagem (Ceel) do Centro de Educação/UFPE, propôs a discussão de metodologias de alfabetização em lugar de métodos. Para ele, crer que existem métodos milagrosos ou que métodos, por si sós, garantem sucesso dos alfabetizandos "é ignorar ou desconhecer a pesquisa educacional no Brasil". Morais concluiu dizendo que qualquer discussão sobre metodologias de alfabetização precisa considerar as condições de trabalho dos professores, a existência de políticas que favoreçam precocemente o sucesso escolar das crianças pobres e outros aspectos que implicam na democratização da escola.

    A consultora Elvira Souza Lima encerrou o seminário com a conferência Desenvolvimento Humano e Aprendizagem. Na ampliação atual da alfabetização no Brasil, diz ela, mais importante do que entender como a criança aprende é explicar o que acontece quando a criança não aprende. "A aquisição de leitura e da escrita está relacionada ao desenvolvimento da capacidade simbólica do ser humano; a escrita é uma realização relativamente recente na história da humanidade."

    As dificuldades de aprendizado se devem muitas vezes ao fato de que várias aprendizagens sobre o código escrito ficam fragmentadas. Ou seja, a criança não faz relação entre diferentes conhecimentos que têm sobre a escrita e a leitura, e por isso não se alfabetiza. O desafio é saber desenvolver, por meio de outras atividades pedagógicas e culturais, essas redes de neurônios do cérebro para que o aluno consiga fazer as conexões necessárias para ler e escrever.

    O Seminário Alfabetização e Letramento em Debate foi transmitido ao vivo pela Radiobrás. A TV Escola vai transmitir a íntegra do seminário na sua grade de horário e produzir uma série de programas sobre os temas discutidos.

    Repórter: Adriana Maricato

  • A Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) se reuniu hoje, 18, com a Comissão de Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio e Profissional (Capemp) para traçar alternativas que supram a falta de professores.

    Estudos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) apontam a falta de 250 mil professores de química, física, matemática e biologia no ensino médio público. "O problema é diferente em cada região, de estado para estado, e em áreas de conhecimento. Para propormos as medidas, precisamos ter dados que exprimam a realidade da forma mais fiel", disse Lúcia Lodi, diretora do Ensino Médio da SEB/MEC.

    Segundo ela, foram debatidos no encontro duas alternativas: assegurar ao professor em sala de aula a formação que é definida pela legislação, para que ele possa exercer a função docente e também considerar para os casos extremos a possibilidade de assistência aos alunos por meio do programa de educação a distância.

    Lodi disse que nesse processo serão considerados os programas e as iniciativas já desenvolvidas pelas secretarias estaduais de educação. Informou, ainda, que o ministério publicará um edital público oferecendo cursos para a formação inicial de professores que atuam em escolas estaduais sem a devida qualificação.

    Repórter: Sandro Santos

  • Estão abertas até 31 de outubro as inscrições para o 2º Concurso de Igualdade de Gênero. O objetivo é estimular o estudo de gênero, mulheres e feminismos em todos os estágios de ensino. A premiação se divide em três categorias: redação para o ensino médio, artigo para a graduação e artigo científico na pós-graduação.

    Promovido pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, o concurso está na sua segunda edição e premiou, no ano passado, 35 trabalhos entre os 1.587 inscritos. Foram 1.270 redações de ensino médio, 141 trabalhos científicos monográficos do ensino superior e 176 trabalhos científicos monográficos de estudantes de pós-graduação.

    Aspectos como classe social, geração, etnia e sexualidade poderão ser debatidos nas três categorias. “Muito mais que proporcionar uma discussão sobre gênero, o concurso se abre para a provocação e o debate sobre as diferenças sociais entre homens e mulheres”, diz a diretora da Subsecretaria de Articulação Institucional da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Sônia Malheiros. Segundo ela, o prêmio alcança um número significante de jovens pensadores já que os participantes vêm dos mais variados níveis de ensino. “Nada melhor do que debater a questão de gênero enquanto a pessoa ainda é jovem. É a hora ideal de construir outros conceitos mais inclusivos para essa nova sociedade”, acredita.

    Requisitos – Na categoria pós-graduação só poderá concorrer quem estiver matriculado em cursos de mestrado ou doutorado reconhecidos pela Capes. Cada um dos três melhores artigos será premiado com R$ 10 mil. Já a categoria de ensino superior só aceitará inscrições de alunos de cursos de graduação reconhecidos pelo MEC. E o prêmio para cada um dos três artigos escolhidos será de R$ 5 mil. Como parte da premiação, as instituições (universidades ou institutos de pesquisas) dos ganhadores receberão bibliografia de referência no campo dos estudos das relações de gênero, mulheres e feminismos. Os três selecionados das categorias estudante de pós-graduação e estudante de graduação poderão receber, ainda, uma bolsa de estudos do CNPq a ser desenvolvida na área do prêmio.

    Na categoria ensino médio podem participar alunos matriculados em escolas públicas ou privadas. Os 27 autores das melhores redações de cada estado ganham um computador. E os três melhores textos em âmbito nacional receberão impressoras multifuncionais e bolsa de iniciação científica júnior, pelo prazo de 12 meses.

    As inscrições devem ser feitas na página eletrônica do concurso ou pelos Correios, para o seguinte endereço: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Serviço de Prêmios – 2º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero – Concurso de Redações e Artigos Científicos na Área das Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos. SEPN 507, Sala 207, Brasília (DF), CEP 70740-901. (Assessoria de Imprensa da Capes)

  • Concurso de produção de textos de estudantes de escolas públicas terá premiação nacional em 9 de dezembro


    Bianca Estrella, do Portal MEC

    Todos os sotaques, culturas e opiniões estão reunidos na capital paulista para a etapa regional da 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa. Nesta terça-feira, 19 de novembro, acontece o último dia das semifinais do concurso de produção de textos e documentários que reuniu mais de 170 mil alunos de escolas públicas de todo o Brasil.

    Para a etapa regional, o concurso selecionou 173 alunos finalistas e 20 professores para um encontro de atividades culturais e informativas. A partir dessa reunião, serão selecionados os 28 finalistas que seguem para a etapa final da Olimpíada com premiação no dia 9 de dezembro.

    O tema das produções deste ano é “O lugar onde vivo”. O objetivo é que os participantes estreitem os vínculos com sua comunidade para aprofundar seu conhecimento sobre a realidade local.

    A Olimpíada de Língua Portuguesa é um concurso de produção de textos para alunos de escolas públicas do Brasil, que visa estimular o interesse pela leitura e escrita. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Educação, do Itaú Social e do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). A Olimpíada integra as ações desenvolvidas pelo Programa Escrevendo o Futuro.

    Escrevendo o futuro – A Olimpíada da Língua Portuguesa foi responsável pela trajetória de vida do professor Éricles da Silva Santos. Morador do município de Japaratuba — distante 54 km da cidade de Aracaju (SE) — Éricles participou pela primeira vez da Olimpíada em 2008, ainda como estudante. Sua participação, inspirou seu amor pela leitura e o incentivou a ingressar no curso de Letras.

    Agora, na 6ª edição da Olimpíada, Éricles volta como professor. “Eu trago, em meu coração o desejo de modificar a vida de alguém através de um projeto como esse, de possibilitar que outros estudantes transformassem o seu olhar, assim como aconteceu comigo”, descreveu o jovem professor da cidade de Japaratuba.

  • A Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC) publicou resolução sobre a nomenclatura das etapas de ensino referentes aos sistemas que já ampliaram o ensino fundamental para nove anos. A Resolução n° 3, de 3 de agosto de 2005, determina que o termo pré-escola passe a denominar a faixa etária de quatro e cinco anos; anos iniciais a faixa de seis a 10 anos de idade; e anos finais a faixa de 11 a 14 anos.

    Segundo o Censo Escolar de 2004, 7,3 milhões de alunos em 22 estados e no Distrito Federal estão matriculados no ensino fundamental de nove anos. Em 2005, está previsto repasse de R$ 355 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef/MEC) para as crianças de seis anos. O Censo de 2004 registrou 388,8 mil matrículas nessa faixa etária no ensino fundamental ampliado.

    Projeto - Para ampliar o ensino fundamental em todos os sistemas, o Ministério da Educação encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei n° 5.542/2005. O projeto altera o artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/1996) e propõe matrícula obrigatória de crianças de seis anos nas escolas públicas e privadas do país, além de ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos. As redes estaduais, municipais e particulares terão prazo de cinco anos para se adaptar à norma.

    Repórter: Adriana Maricato

     

     

  • Programa inclui distribuição de kits educacionais: objetivo é fazer a escola participar na formação de valores dos estudantes (Foto: Wanderley Pessoa)

    Em uma ação conjunta, o Ministério da Educação e a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República realizarão dez seminários regionais para debater ética e cidadania nas escolas. O propósito dos encontros é diminuir os conflitos entre os jovens. Participarão pais, alunos, educadores e membros da sociedade civil.

    Entre 1994 e 2004, houve aumento de 64,2% no número de homicídios entre a população jovem. O documento Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, publicado recentemente pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação Ciência e Cultura (OEI), revela ainda que os índices de homicídios juvenis no Brasil são os maiores em relação a 65 países pesquisados.

    O programa Ética e Cidadania; Construindo Valores na Escola e na Sociedade foi lançado em 2004 para reduzir os conflitos e discutir temas como direitos humanos, convivência democrática e inclusão social. A intenção é fazer a escola participar efetivamente da formação de valores e de padrões de comportamento que assegurem qualidade de vida à sociedade. “Pessoas morrem de fome, brigam no trânsito e jovens são assassinados no fim de semana. Isso é conflito”, salientou a professora Lúcia Lodi, diretora de políticas do ensino médio da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), ao justificar o enfoque do programa.

    Uma das atribuições da iniciativa é a formação do Fórum Escolar de Ética e Cidadania nas escolas. Por meio desse mecanismo, alunos, professores e  comunidade discutem os conflitos existentes dentro e fora de sala de aula.

    De acordo com a professora Erineuda Lima, diretora da Escola Professor Odylo de Brito Ramos, em Teresina, a implementação do fórum teve resultados surpreendentes. “A evasão escolar diminuiu. Além disso, a violência na comunidade está bastante reduzida”, constatou. Na escola piauiense, a comunidade, os pais e os alunos das 15 turmas de quinta à oitava série participaram do fórum. Em todo o Brasil, há dois mil fóruns instalados em escolas que voluntariamente aderiram ao programa.

    Material— Além da instauração dos fóruns, o programa distribui materiais sobre o tema a todas as escolas públicas de cidades com mais de cem mil habitantes. Na fase inicial, o Ministério da Educação distribuiu 34 mil kits educacionais a 224 municípios de todo o País.

    Este ano, serão distribuídos cinco novos materiais, com a tiragem inicial de 40 mil exemplares. Três são kits educacionais com 96 páginas sobre exclusão e inclusão social, fortalecimento da liderança juvenil e relações étnico-raciais e de gênero. Além disso, as escolas também receberão um livro sobre ética e cidadania e um CD-room.

    Ana Guimarães Rosa

  • A Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-graduação (Propesq) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza amanhã, dia 3, às 16h30, a mesa-redonda Ética e Ciência: Apontamentos Teórico-Práticos Sobre o Progresso da Relação. O encontro faz parte da programação da 10ª Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

    O objetivo da mesa-redonda é dar continuidade às discussões sobre a questão da ética em pesquisa com seres humanos. O tema já foi objeto de palestra no último Congresso de Iniciação Científica (Conic) realizado em dezembro passado.

    Participarão dos debates os professores Wilton Barroso Filho, da UnB, e Gabriele Cornelli, da Unicamp, pesquisadores com formação na área de humanidades, que vêm se dedicando ao estudo dessa temática. (Assessoria de Imprensa da UFPE)

  • Em visita ao Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de São Paulo, na segunda-feira, dia 15, e na terça, 16, especialistas em ensino profissionalizante do Estados Unidos destacaram o uso da tecnologia como forma de proporcionar educação a distância. A visita fez parte de uma das etapas do Programa Brasil-EUA para o Fortalecimento da Educação Profissional.

    Divididos em cinco grupos, especialistas norte-americanos e brasileiros identificam e descrevem iniciativas bem-sucedidas do ensino técnico e profissional de cada país. Além disso, apontam as potencialidades dessa formação para o mercado de trabalho e no estabelecimento de parcerias com o setor privado.

    De acordo com a consultora do intercâmbio, Mary Gershwin, os Estados Unidos têm como grande desafio manter as pessoas em suas cidades. Assim, a forma adotada no Brasil com a educação a distância pode ser uma solução viável para os norte-americanos.

    Outra experiência brasileira que agradou os visitantes foi a parceria dos Cefets com a Petrobras na qualificação de mão-de-obra. O modelo será  levado para os Estados Unidos e apresentado a empresas petrolíferas daquele país.

    O projeto de visitas teve origem em uma dificuldade comum a ambos os países — ao mesmo tempo em que as empresas precisam de mão-de-obra para crescer, há escassez de trabalhadores especializados em áreas importantes e muitas pessoas precisando de emprego. “A partir desse pensamento chegamos à conclusão de que, juntos, chegaremos a um resultado mais rápido do que trabalhando sozinhos”, afirmou Mary Gershwin.

    A comitiva de norte-americanos visitou, este mês, instituições das cinco regiões do Brasil. Um documento oficial com as melhores experiências identificadas nos dois países será entregue a uma comissão do programa até 30 de novembro.

    Assessoria de Imprensa do Cefet-SP

  • Foto: Wanderley PessoaEm reunião com o subsecretário dos Estados Unidos para Assuntos de Educação e Cultura, Thomas Farrel, nesta quinta-feira, 28, em Brasília, o ministro da Educação, Fernando Haddad, pediu ao governo dos Estados Unidos que estabeleça parceria com o Brasil na área de ensino profissionalizante. “Nosso sistema de educação profissional sofreu vários reveses num passado recente e, se quisermos expandir a oferta, precisamos verificar o que ocorre em países bem-sucedidos na área para aprimorar nosso trabalho”, disse Haddad.

    O subsecretário norte-americano comprometeu-se a cooperar com o Brasil. Ele destacou a experiência de seu país com as faculdades comunitárias para jovens de baixa renda. “Podemos trazer algumas experiências para mostrar a educadores brasileiros”, disse Farrel. Segundo Haddad, nos últimos anos, o MEC começou a reconstruir o sistema de ensino profissionalizante e tecnológico brasileiro para responder aos anseios da juventude por uma vaga no mercado de trabalho.

    No encontro, também ficou acertado que Brasil e Estados Unidos vão aprofundar as discussões sobre cooperações triangulares que envolvam países desenvolvidos, em desenvolvimento e pobres. “Os países ricos dão apoio financeiro e nós, que estamos em desenvolvimento, entramos com ajuda técnica”, explicou o ministro. A idéia é oferecer tecnologia de desenvolvimento aos países pobres da África, Ásia e América Latina.

    Cotas — Segundo Farrel, os Estados Unidos também estão interessados em estreitar os laços com Brasil por meio de bolsas de ensino que possibilitem o intercâmbio cultural. A idéia seria trazer estudantes americanos para que aprendam a língua e a cultura brasileiras e enviar brasileiros aos Estados Unidos com o mesmo objetivo. Farrel também elogiou os programas de reserva de vagas para afrodescendentes implementados por algumas universidades brasileiras. “Gostaríamos de aprender com a experiência brasileira e, se possível, aproveitar o programa para outros países”, disse

    O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, também destacou a iniciativa brasileira de inclusão social por meio de cotas e citou a Universidade Federal da Bahia como exemplo. Ele admitiu o interesse em desenvolver políticas de inclusão nas universidades norte-americanas.

    Sobel comprometeu-se a estreitar as relações com o Brasil na área educacional, sobretudo para ajudar na preparação da agenda de trabalho do ministro Fernando Haddad, que irá a Washington em dezembro. “Podemos definir uma agenda que acelere novas parcerias, como esta na área da educação profissional”, afirmou.

    Escolas comunitárias — No sistema de ensino norte-americano há, em cada estado, escolas comunitárias que oferecem cursos profissionalizantes e valorizam as especificidades de cada região. Diferente das universidades que privilegiam o ensino acadêmico-científico e a pesquisa, a escola comunitária forma profissionais voltados para as demandas da região nas quais atuam.

    Repórteres: Flavia Nery e Maria Clara Machado

  • No Brasil há cerca de 3,5 milhões de jovens com mais de 18 anos matriculados no ensino regular. De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, manter estes jovens em cursos regulares é uma perda. “Eles ficam desmotivados porque não vêem aplicabilidade no conteúdo. A evasão é muito grande. O Brasil desperdiça dinheiro e os estudantes perdem tempo”, explicou.

    Dados do Ministério da Educação comprovam que a evasão em turmas de cursos técnicos e profissionalizantes é muito inferior entre os estudantes com mais de 18 anos. “A evasão  é menor por que os alunos encontram na educação profissionalizante uma opção para suas vidas”, esclareceu Haddad. As declarações foram dadas durante uma reunião, feita nesta quinta-feira, 17, na sede do MEC, em Brasília, com membros do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia (Consecti).

    Durante o encontro, Haddad pediu o auxílio dos secretários de Ciência e Tecnologia para aumentar o número de alunos matriculados no Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja). “Matricular os alunos no Proeja traz mais recursos para os estados e mais aproveitamento para os jovens”, defendeu.   

    Pela legislação atual, fica a cargo dos estados decidir se o ensino técnico e profissionalizante é de responsabilidade da secretaria de educação ou da pasta de Ciência e Tecnologia. “Os estados têm autonomia para decidir sobre isso, mas existem exigências que devem ser cumpridas como, por exemplo, a elaboração do Plano de Ações Articuladas (PAR) e o preenchimento do Censo Escolar”, esclareceu o ministro.

    Solicitações – O presidente da Consecti, Alexandre Cardoso, defendeu uma interação maior da entidade com o MEC. “Precisamos sentar juntos para evitar que haja a sobreposição de ações”, disse, referindo-se a localidades que possuem atendimento semelhante  proporcionado tanto pelo estado quanto pela União. De acordo com ele, é preciso diversificar a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes.

    Ana Guimarães

  • Teresina— Casa, castelo. Um lugar de sonhos. É assim que os alunos da Escola Municipal Casa Meio-Norte, em Teresina, definem a instituição na qual estudam. Moradoras de uma comunidade com condições sociais precárias, vindos, em muitos casos, de famílias desestruturadas, as crianças encontram na escola uma cultura de paz. A direção acredita que esse é o fator principal que mantém o índice zero de evasão escolar desde 2002.

    Assim que chega à escola, a criança toma o café da manhã e participa do momento da acolhida, no qual todos se reúnem no pátio para cantar músicas que incitam ao amor e à religiosidade. Com olhares vivos e um entusiasmo contagiante, os alunos cantam, de mãos dadas, o tradicional Hino da Paz, da escola: “Somos campeões porque somos da paz”. Só depois de fazer uma oração de agradecimento a Deus, eles vão para as salas de aula. Ali, mais um momento de acolhida, no qual cantam e brincam de acordo com a aula do dia.

    “Nossas crianças precisam se sentir bem. A escola procura formas de amenizar as perdas sociais e na família”, afirmou a coordenadora pedagógica, Ruthnéa Vieira. Os beijos e abraços nas professoras já são rotina. Assim que chegam, os alunos correm para os braços das “tias”, que os recebem como se fossem verdadeiras mães.

    O carinho com os alunos começa por Ozélia Silva, zeladora da escola. Todos os dias, ela percorre as salas e dá bom-dia aos “netinhos”. Ozélia coloca-se como uma espécie de professora-zeladora. “De alguma forma, também os ensino a ter higiene e bom comportamento”, justificou.

    Osana Morais, a diretora, tem a consciência de que a escola é pública. “Cada menino e cada menina são o patrão e a patroa da escola. Nosso compromisso é mais do que a educação formal. É uma missão”, disse. O ponto de chegada dessa missão, segundo Osana, é o resgate da cidadania, o senso de responsabilidade, o respeito e a paz. “Aqui, elas sabem que são amadas e queridas”, completou Ruthnéa.

    Freqüência — O controle da freqüência escolar é rigoroso e tem a colaboração do conselho escolar, formado por professoras, pais de alunos e representantes da comunidade. Todos os dias, um membro do conselho vai a cada sala de aula fazer a conferência. Caso algum aluno tenha faltado, ele  segue imediatamente para a casa do ausente para saber o motivo da falta.

    A preocupação com as crianças estende-se à questão da merenda. Desde o ano passado, a escola serve três refeições diárias, por meio do projeto Reforço Alimentar. Graças a doações de empresas privadas, os alunos da manhã tomam café com leite e biscoitos, complementados, mais tarde, por um caldo ou mingau de milho. Os da tarde tomam leite com chocolate, quando chegam, e depois fazem o lanche.

    Os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) ficam exclusivamente para o almoço e o jantar, refeições altamente nutritivas. O cardápio inclui feijoada, risoto de frango e baião-de-dois, prato típico da culinária nordestina. “Crianças bem alimentadas produzem melhor”, destacou Ruthnéa.

    Letícia Tancredi

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