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  • Representantes de assentamentos, sindicatos e associações de trabalhadores rurais de Rio Verde, Goiás, recebem orientações sobre a transformação de pequenas propriedades de terra em cooperativas de produção. O treititle_aliasnto é oferecido pelo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Rio Verde. A instituição pretende colaborar com os trabalhadores durante o processo de formalização de cooperativas agropecuárias.

    Juvenália Jacinto de Morais, que vive com a família em um acampamento próximo a Rio Verde, é uma das participantes do curso. Enquanto espera pela realização do sonho de ver a família e os amigos assentados na propriedade, ela não perde tempo e busca informações sobre o que fazer para ter uma vida melhor. “É muito importante conhecermos outras formas de melhorar de vida. O que estou aprendendo aqui vou levar para meus companheiros no acampamento”, disse.

    De acordo com o sindicato dos trabalhadores rurais do município, várias atividades são desenvolvidas em sistema de cooperação nos assentamentos, dentre elas, o cultivo de milho e soja e a produção de leite. “Iniciativas já existem, mas ainda falta um conhecimento mais aprofundado para transformar as pequenas propriedades em cooperativas agrícolas”, explicou Édio Tomaz, técnico do sindicato.

    Na primeira etapa do curso, os trabalhadores conheceram os principais conceitos do sistema cooperativista e as vantagens de sua implantação nas pequenas propriedades. Na próxima etapa, os orientadores farão visitas técnicas aos assentamentos para que seja iniciado o processo de formalização das cooperativas rurais. (Assessoria de Imprensa do Cefet de Rio Verde)

  • Ouvir a sociedade civil organizada para definir projetos prioritários da Escola Técnica Federal de Brasília foi a proposta da oficina de trabalho realizada na terça-feira, 30 de setembro, na unidade de Planaltina. Participaram do encontro representantes do governo, do Congresso Nacional, de organizações não-governamentais, do Sistema S (Senai, Senac e Sesc) e de sindicatos. Também foram ouvidos integrantes dos setores produtivos da agroindústria, da agropecuária e do turismo.

    A escola de Brasília, além de formar profissionais técnicos de nível médio em agropecuária, agroindústria e turismo, tem atuado ao lado da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Distrito Federal na qualificação de mão-de-obra básica com cursos de curta duração. A ampliação desses programas atenderá não somente a demanda crescente dos setores primário e secundário. Irá ao encontro das demandas sociais e comunitárias de geração de mais empregos e de retomada do crescimento regional.

    Os participantes da oficina foram divididos em quatro grupos — produção vegetal, produção animal, agroindústria e turismo, áreas dos cursos hoje oferecidos pela unidade de Planaltina. As propostas apresentadas serão analisadas na terça-feira, dia 7, com gestores do Ministério da Educação. Como antecipa a diretora de relações institucionais da escola, Ivone Elias Moreyra, no dia 25, data na qual a escola completará um ano, serão anunciadas em um seminário as prioridades para a comunidade do Distrito Federal e do Entorno.

    O diretor da escola, Francisco Moreira, lembra que a oficina demarca a nova gestão do antigo Colégio Agrícola de Brasília, que se tornou federal em novembro de 2007. “A instituição deve ser gerida em sintonia com os parceiros e com a sociedade local, vinculada ao setor produtivo, de forma a conhecermos as demandas e expectativas”, diz.

    No Distrito Federal, as unidades produtoras têm tamanho médio de 20 hectares e algumas regiões administrativas são predominantemente rurais. Na área plantada, de cerca de 90 mil hectares, as principais culturas são milho, soja, sorgo, trigo, algodão, mandioca, feijão, hortaliças e frutas. Há, ainda, estabelecimentos produtores voltados para bovinocultura, avicultura, ovinocultura, suinocultura, piscicultura e até a cunicultura.

    Rodrigo Farhat

  • Funcionários da Petrobras participam até a próxima sexta-feira, 18, do curso de eletrônica analógica e digital promovido pela Escola Técnica de Guarus (RJ). O objetivo é qualificar e atualizar profissionais da companhia na área de sistemas eletrônicos.

    Os técnicos da empresa foram selecionados de acordo com o perfil profissional, área de atuação ou remanejamento de setor. As aulas estão sendo ministradas pelos professores do curso de eletrônica da escola de Guarus. “Estamos expandindo este treinamento em todas as unidades, principalmente as que já possuem estrutura mais adequada, como laboratórios relacionados às áreas que estão sendo estudadas, como é o caso do curso técnico em eletrônica ofertado pela nossa escola”, explica Eugênio Naegele, gerente de Administração e Apoio ao Ensino da unidade de Guarus.

    Para Leonardo Hauaji Rangel, ex-aluno do Cefet-Campos, formado em eletrotécnica, o curso funciona como uma reciclagem dos conhecimentos já adquiridos. “Todos que estão aqui são funcionários da Petrobras há pelo menos 20 anos. Eu, por exemplo, me formei no Cefet em 1987”, relata. Na opinião de Rangel, o curso é uma maneira de voltarmos a ver as mesmas matérias, só que de forma atualizada.

    Assessoria de Comunicação Social da Escola Técnica de Guarus

  • Nesta quinta-feira, dia 21, o Governo do Distrito Federal doará oficialmente dois terrenos ao Ministério da Educação para a construção de unidades da Escola Técnica Federal de Brasília. Um deles, na Asa Norte, quadra 610, e o outro em Taguatinga, na QNM 38.

    Quando estiver em pleno funcionamento, em 2011, a escola técnica será composta por cinco unidades — Planaltina, Plano Piloto, Gama, Samambaia e Taguatinga. Pelas estimativas, as cinco unidades devem gerar 14 mil vagas gratuitas em cursos técnicos, superiores de tecnologia e bacharelados.

    O MEC investirá, até dezembro de 2010, R$ 25 milhões na implantação da escola. Cada uma das cinco unidades terá investimentos de R$ 5 milhões. A unidade de Planaltina, já em funcionamento, atende 330 estudantes. “A escola de Planaltina surgiu do antigo colégio agrícola que lá existia. Estamos fazendo reformas e já recebemos repasses de R$ 2,5 milhões”, explicou o diretor-geral da instituição, Francisco Moreira.

    Os cursos que serão oferecidos nas cinco unidades atenderão demandas do arranjo produtivo do Distrito Federal. De acordo com Moreira, há vagas de emprego em Brasília não preenchidas por falta de pessoal especializado. “As maiores demandas são as de profissionais das áreas de telecomunicações, informática, engenharia mecânica e industrial e construção civil”, destacou.

    A solenidade de doação dos terrenos será realizada às 10h, no auditório do Ministério da Educação, em Brasília. Estarão presentes o ministro da Educação, Fernando Haddad, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Eliezer Pacheco, e o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

    Ana Guimarães

  • A Escola Técnica Federal de Palmas abriu inscrições para o concurso público destinado à seleção de professores do ensino básico e do médio. São quatro vagas na área de segurança do trabalho. Uma para graduado em engenharia civil ou tecnólogo; uma para graduado em engenharia química ou tecnólogo; uma para graduado em engenharia elétrica ou tecnólogo — para todas exige-se pós-graduação em segurança do trabalho — e uma para graduado em fisioterapia, medicina ou biomedicina, com pós-graduação em segurança do trabalho ou em saúde do trabalhador.

    O período de inscrição vai até 26 de julho. O valor da taxa é de R$ 70. A remuneração inicial, de R$ 1.820,77, para 40 horas de trabalho.

    Mais informações pelo telefone (63) 3225-1205, ramais 130 e 131. (Assessoria de Comunicação da Setec)

  • O Centro Federal de Educação Tecnológica de Química (Cefet-Química) recebe inscrições para o processo seletivo na unidade de Nilópolis, Rio de Janeiro. Serão contratados, por tempo determinado, professores de fundamentos da música, de artes (modalidade música) e coral e de máquinas e equipamentos hidráulicos. As inscrições podem ser feitas até o próximo dia 12, das 10h às 16h, no Cefet-Química.

    Para concorrer às vagas nas áreas de fundamentos da música, artes (modalidade música) e coral, o candidato deve ter licenciatura em educação artística, com habilitação em música. Para máquinas e equipamentos hidráulicos, é necessário ter graduação em engenharia civil ou sanitária e nas áreas de saneamento ou meio ambiente.

    Na primeira etapa do processo seletivo será feita uma análise curricular, nos dias 14 e 19 próximos. Na segunda, no dia 22, haverá entrevista, sob a responsabilidade das coordenações de área ou curso, conforme escala a ser divulgada após o resultado da análise de currículo.

    Mais informações no local das inscrições ou na página eletrônica do Cefet. (Assessoria de Imprensa da Setec)

  • Canoas (RS) — O edital para o início das obras da escola técnica federal de Canoas será publicado até o fim de julho. A garantia foi dada no sábado, 28, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, no lançamento da pedra fundamental da mais nova unidade de educação profissional do Rio Grande do Sul. Para a construção da escola, que já no próximo ano oferecerá cursos técnicos gratuitos, serão investidos R$ 5 milhões.

    “O retorno do investimento é extraordinário e gera impacto positivo em toda a região”, disse Haddad. Ele destacou a ampliação da rede federal de educação profissional, com a construção de 214 escolas e um grande incremento na oferta de vagas. “A escola vai atuar verticalmente, desde o curso técnico de nível médio até a pós-graduação.”

    A rede federal passará, até 2010, das atuais 185 escolas para 354 e das  170 mil matrículas para 500 mil.

    Em audiência pública, foram definidos os cursos de metal-mecânica, logística, gestão de negócios e informática. A unidade, que terá capacidade para atender mais de mil alunos, será construída em um terreno de 39 mil metros quadrados, doado pela prefeitura. O prefeito Marcos Ronchetti resumiu o sentimento do município: “É um sonho para a cidade”.

    O processo de instalação da escola está a cargo do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Bento Gonçalves.

    “Estamos dando resposta ao desenvolvimento do país, que cresce e sente falta de trabalhadores qualificados. Os profissionais que sairão daqui são de altíssima qualidade”, afirmou o secretário de Educação Profissional do Ministério da Educação, Eliezer Pacheco. O Rio Grande do Sul, que hoje tem 16 escolas técnicas federais, chegará a 27 no próximo ano.

    Felipe De Angelis

  • Cachoeiro de Itapemirim (ES) – A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Educação, Fernando Haddad, à escola técnica de Cachoeiro de Itapemirim nesta terça-feira, 19, marcou o início da segunda fase da expansão da rede federal de educação profissional. Serão investidos R$ 750 milhões na construção de 150 unidades de ensino em todo o país. Quando concluídas, até 2010, 500 mil vagas terão sido criadas.

     Começa no Espírito Santo a expansão das escolas técnicas no Brasil (Foto: Ricardo Stuckert)“Até junho todas as 150 novas escolas estarão licitadas”, garantiu o ministro. Ele lembrou que em quase 100 anos de história foram criadas 140 escolas técnicas e que nos oito anos do governo Lula serão entregues 214, totalizando 354 escolas.

    Haddad também destacou a abrangência no nível de ensino das novas escolas, que oferecem desde o técnico de nível médio até a pós-graduação, além de licenciaturas e graduações. “Estamos conciliando a oferta dos cursos com a vocação regional. O jovem recém-formado encontra emprego na própria região”. O governador Paulo Hartung fez coro às palavras do ministro, dizendo que a juventude capixaba está tendo janelas de oportunidades para o mundo do trabalho com a ampliação das escolas.

    Para o presidente Lula é a formação educacional que leva à dignidade das pessoas, gera oportunidades de emprego e faz o jovem não ser atraído para a criminalidade. Contou que fez o curso técnico no Senai aos 15 anos de idade, em 1960, graças ao esforço de sua mãe. “Aproveitem a oportunidade de estudar, ter uma profissão e transformar o país numa nação realmente forte”, pediu Lula a uma dezena de estudantes que assitiram aos pronunciamentos.

    Emprego – Antes da solenidade, que também marcou o começo do ano letivo, Lula e Haddad visitaram o galpão de beneficiamento de mármore, utilizado pelos alunos do curso técnico em rochas ornamentais.

    O ministro lembrou o histórico da obra da unidade, que passou por dois programas federais e não foi concluída. Segundo ele, a determinação do presidente foi decisiva para a implantação da escola que hoje atende 650 alunos.

    Quem já concluiu o curso, hoje está empregado. Como é o caso de Vinicius Delatore, 23 anos, um dos primeiros formados em mineração com ênfase em rochas ornamentais. Estagiou na empresa Pedra Branca e depois foi efetivado. “Vivenciei na prática todo o conhecimento teórico que adquiri durante o curso na escola”, conta.

    O Ministério da Educação investiu R$ 4,1 milhões na escola de Cachoeiro de Itapemirim. No estado serão criadas mais nove unidades ligadas ao Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo: São Mateus, Cariacica Linhares, Aracruz, Nova Venécia, Ibatiba, Vila Velha, Guarapari e Venda Nova, cobrindo todas as regiões do estado.

    Felipe De Angelis

  • As inscrições para o processo seletivo do segundo semestre da Escola Técnica do Distrito Federal, unidade de Planaltina, terminam na quinta-feira, 3 de julho. A instituição oferece 160 vagas nos cursos gratuitos de técnico em agropecuária e em agroindústria, destinados a estudantes que tenham concluído o ensino médio.

    As inscrições podem ser feitas na página eletrônica do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Goiás ou na secretaria da unidade de Planaltina (Rodovia DF 128, km 21).

    Mais informações pelo telefone (61) 3901-8236.

    Assessoria de Imprensa da Setec

  • O Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Amazonas contará com recursos de R$ 1 milhão para a implantação do curso superior de tecnologia em mecatrônica na unidade de ensino descentralizada (Uned) de Manaus. Parte desse valor será destinada à implantação do primeiro curso de pós-graduação (mestrado) em engenharia mecânica e de materiais do Cefet. O acordo que resultou no repasse dos recursos foi fechado em março com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

    Na Uned de Manaus, os investimentos permitirão a ampliação dos equipamentos do laboratório de automação para a implantação do curso de tecnologia em mecatrônica, que será oferecido a partir do próximo ano.

    Para a oferta do mestrado em engenharia mecânica serão feitos investimentos na sede do centro, que receberá moderno laboratório de computação na gerência de indústria. O curso será realizado em convênio com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

    O investimento será a base para a implantação de outros cursos na área de engenharias no Cefet-AM, de forma a consolidar o ensino superior tecnológico na Região Norte.

    Sophia Gebrim

  • As escolas públicas que possuem turmas de alfabetização na modalidade de educação de jovens e adultos (EJA) passarão a receber este ano livros didáticos para serem distribuídos a seus alunos. Em volume único, contendo as disciplinas língua portuguesa e matemática, esses livros são voltados exclusivamente para a alfabetização de jovens e adultos. É o que determina a Resolução 1/2009 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), publicada nesta segunda-feira, 16, no Diário Oficial da União.

     

    As escolas e entidades beneficiadas também receberão manuais do educador, para a orientação de coordenadores de turmas, alfabetizadores e tradutores-intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais).

     

    Os estudantes de alfabetização de EJA só passaram a dispor desse material em 2008, quando o Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), distribuiu livros para as entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado.

     

    Para se beneficiar com a entrega dos livros, as escolas e entidades parceiras do Brasil Alfabetizado devem preencher, anualmente, o Termo de Adesão ao PNLA, que estará disponível na internet, na página da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Educação.

     

    “As entidades parceiras que fizeram a escolha no ano passado receberão o mesmo livro este ano. As novas entidades parceiras e redes de ensino receberão a obra mais distribuída no ano de 2008 em sua unidade federativa ou região”, afirma a coordenadora geral dos programas do livro do FNDE, Sonia Schvartz. Segundo a coordenadora, para 2010 e 2011 será feita uma nova escolha de títulos pelas escolas, a partir de uma seleção de obras realizada pelo Ministério da Educação.

     

    Assessoria de Comunicação Social do FNDE

  • Na Escola Municipal Professor Doriol Beato, em Conselheiro Lafaiete (MG), projetos de arte e cultura (Foto: João Bittar)Na Escola Municipal Professor Doriol Beato, em Conselheiro Lafaiete (MG), os alunos não têm chance de ficar entediados. Os projetos da escola para esportes, artes e cultura — todos apoiados pela secretaria municipal de educação — tornam a rotina mais agradável e mantêm as crianças animadas e mais interessadas nos estudos.

    Não por acaso, a escola foi destaque no estado e no país, ficando acima da média nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb): 6,7, nas primeiras séries do ensino fundamental. A média do Brasil é 3,8. “Conseguimos ser bem-sucedidos em nossos projetos, em boa parte, graças a diversas parcerias. Além da secretaria de educação, temos universidades e empresas como parceiras”, diz a diretora Rosângela da Silva.

    Um dos exemplos é a Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac), que cede para a Doriol Beato um professor de judô. A prática do esporte é no turno oposto ao das aulas. Aliás, esporte é um ponto forte da escola. Escolinhas de vôlei, basquete, handball e futsal, com profissionais cedidos pela secretaria municipal de educação, atraem os estudantes e formam atletas. Uma das alunas da oitava série foi convocada pela seleção mineira de handball. “Ela jogou, pela nossa escola, na última etapa dos jogos municipais e foi vista pelo treinador da seleção, que a convocou. Nossos alunos sempre se destacam, recebem prêmios e medalhas em várias competições”, orgulha-se a diretora.

    Projetos — O horário regular das aulas também é cheio de novidades. As professoras inventam maneiras diferentes de ensinar: receitas de família, bichonário, livro de contos, dia da fruta e sementes nativas são apenas alguns nomes de projetos que as educadoras elaboram. “O trabalho em equipe entre as professoras é fator de sucesso na nossa escola. Elas sempre compartilham idéias”, conta Rosângela.

    Para aperfeiçoar o ensino, as docentes participam constantemente de cursos de capacitação. A idéia do projeto das receitas de família, por exemplo, veio de uma professora da terceira série, que fez um curso de educação patrimonial. Assim, pensou em levar seus alunos a resgatar a culinária do  município, aprendendo sobre os pratos típicos da cidade. A idéia foi estendida a todas as turmas de terceira série.

    Já o dicionário dos bichos — ou, bichonário, como é conhecido na escola — surgiu pela grande ênfase que é dada ao meio ambiente em diversas atividades. Assim, já na primeira série, as crianças montam o pequeno livro, que contém informações sobre a vida dos animais e muitas fotos e desenhos. Tudo é pesquisado pelos próprios alunos.

    O dia da fruta é outro sucesso entre as crianças das séries iniciais. A professora escolhe um tipo de fruta e cada aluno tem de levar a fruta escolhida para a escola. Na aula, a professora ensina sobre os benefícios daquela fruta e o que se pode fazer com ela, como pratos, doces e sucos. No fim da explicação, todos abocanham o objeto do estudo.

    Para as quarta e oitava séries, o trabalho é um pouco mais tradicional, segundo a diretora. Ela explica que, como são as últimas séries de cada etapa, o professor procura rever matérias que podem ter ficado em defasagem com os alunos. “Isso nos ajudou a obter um bom resultado na Prova Brasil de 2005, a fixação dos conteúdos”, afirma Rosângela. A nota da quarta série foi 232,57 em português e 244,93 em matemática. Na oitava série, os alunos obtiveram 283,89 em português e 314,05 em matemática.

    Dedicação — As aulas 'divertidas' levam a outro benefício: o índice zero de evasão escolar. “Procuramos diversificar para que as crianças sintam vontade de vir às aulas”, explica a diretora Rosângela. Além disso, a dedicação dos profissionais da escola é visível. Com um salário médio de R$ 525,00, os 67 professores têm paixão pelo que fazem e se esforçam para dar um ensino de qualidade aos mais de dois mil alunos. A maioria trabalha na Doriol há cerca de dez anos. A escola foi fundada há 16 anos.

    Érica Tavares, mãe de Elen, aluna da primeira série, está satisfeita com a  aprendizagem da filha. “A Doriol é uma escola respeitada na cidade. Tenho uma amiga que tirou o filho de uma escola particular para colocar aqui, por saber da qualidade do ensino”, conta.

    Valorizar a formação ética, artística e a educação física, e integrar os programas da área da educação com os de outras áreas — como saúde, esporte, assistência social, cultura, dentre outras —, com vistas no fortalecimento da identidade do educando com sua escola, são diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, que norteia as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Na Escola Municipal Professor Doriol Beato, em Conselheiro Lafaiete, essa já é uma realidade.

    Letícia Tancredi

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  • A produção de uma antena para a comunicação wireless, a partir de sucatas, é o tema de um dos minicursos que será apresentado na 1ª Jornada da Produção Científica da Educação Profissional e Tecnológica da região Sul.

    O evento ocorre de 8 a 10 de agosto, na sede do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Santa Catarina e na unidade de São José, em Florianópolis (SC). Divulgar e consolidar a produção científica da educação profissional e tecnológica na região é a proposta da jornada.

    De acordo com o professor do curso de redes do Centro Federal de Educação Tecnológica de São Vicente, Heleno Cabral, o minicurso vai abordar o que é wi-fi ― wireless fidelity ―, seu uso e principais características, a utilização da antena para a ampliação do sinal wi-fi, funcionamento e suas vantagens em relação a antenas tradicionais comercializadas.

    O professor Heleno informa que os materiais empregados na construção da antena são sucatas de fios, conectores de placas antigas, pedaços de hardware, latas de óleo de soja ou de achocolatados. “São materiais que iriam para o lixo e serão reaproveitados na construção desta antena com pouquíssimos materiais novos ou alternativos”, explica.

    O tema da jornada é Pesquisa e Inovação Tecnológica – perspectivas para a educação profissional e tecnológica na região Sul. O evento vai reunir pesquisadores, servidores, alunos de instituições públicas e privadas e comunidade. A programação completa do evento está disponível na página eletrônica do Cefet-SC.

    Sophia Gebrim

  • Alunos indígenas que, com a folha áspera do taimbé, fazem o polimento de peças artesanais como brincos e colares (Foto: João Bittar)Boa Vista -Mais da metade das escolas de Roraima são indígenas. Das 391 escolas do estado, 203 são indígenas, sendo 113 localizadas em área urbana e 75 na zona rural. A comunidade de índios que fica mais próxima da capital do estado, Boa Vista, chama-se Tabalascada e está a apenas 16 quilômetros da capital. Lá estudam 193 alunos que cursam desde a educação infantil até o último ano do ensino médio.

    O povo indígena de Tabalascada é Uapixana, a segunda maior comunidade indígena do estado. A escola que atende a comunidade é pequena, tem quatro salas de aula, onde os alunos se revezam em três turnos. Na escola, a educação é bilíngüe. As crianças são alfabetizadas em língua uapixana e depois da 2ª série do ensino fundamental elas começam a aprender português. Assim, o povo garante a sobrevivência da língua e a manutenção dos costumes.

    Cartaz utilizado para alfabetização bilingüe na comunidade indígena de Tabalascada (Foto: João Bittar)A preocupação com a preservação da cultura uapixana não veio por acaso. A proximidade com a capital fez com que a comunidade de Tabalascada recebesse grande influência da cultura branca. Não existem mais pajés na comunidade e os religiosos se dividem entre católicos e protestantes. O líder da comunidade é o tuchaua César Cruz. Ele conta que no aspecto religioso, não há como resgatar as práticas da comunidade. “Os próprios índios já têm preconceito e não admitem o resgate das práticas religiosas. Muitos são pastores ou catequistas”, relata.

    Resgate – Nesse contexto, a escola surge como elemento fundamental para a preservação da cultura da comunidade. Para o tuchaua, que exerce um cargo semelhante ao do cacique, a escola é o lugar onde as crianças são ensinadas a respeitar suas raízes. “Aqui elas aprendem arte indígena, antropologia e também temos um projeto de auto-sustentação que as ensina a plantar e criar animais”, conta.

    Às sextas-feiras, não há aula convencional. Os alunos aprendem artesanato, fazem brincos, colares e anéis, tecem redes de pesca e vão para a horta da escola. De acordo com a diretora Cleide Cruz Ambrósio, a intenção é estabelecer práticas interdisciplinares que possam conjugar a cultura branca com as tradições indígenas. “Queremos juntar as áreas de conhecimento de ambas as culturas como, por exemplo, comunicação e arte indígena”, explica.

    A escola segue o currículo de educação escolar indígena e também ensina as disciplinas tradicionais como física e química. “Aqui nós ensinamos os alunos a plantar e pescar, mas também lecionamos conteúdos do ensino regular como física e química”, esclarece o tuchaua. Antes de adotar o modelo atual, a comunidade tinha aderido ao currículo escolar tradicional. “Não deu certo porque as disciplinas tradicionais, embora sejam muito ricas, não têm aplicação aqui na nossa comunidade”, explica a diretora. Ela é uma das testemunhas de como a educação tradicional precisou ser modificada para se adequar à realidade dos índios brasileiros. “Eu não domino a língua uapixana. Nasci e cresci aqui, mas fui alfabetizada só em português. Hoje as novas gerações têm acesso à língua materna”, comemora.

    Ana Guimarães

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  • O aperfeiçoamento e a certificação como produtores orgânicos são duas das metas do casal que participam do programa do Governo que alia a formação profissional e escolarização (Foto: Rudimar Camargo Drey/Divulgação)Ademir? Presente. Adriano? Presente. Alison? Presente. A lista de chamada do curso de formação de trabalhadores adultos na Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul (SC) tem 14 nomes. Todos agricultores do Alto Vale do Itajaí.

    A cidade, que foi colonizada por alemães e italianos, tem 52 mil habitantes. A economia local é movimentada pelos setores primário e secundário. No primeiro, os destaques ficam por conta da produção leiteira, suinocultura e avicultura. O segundo é marcado pelas indústrias do setor metal-mecânico, do eletrônico e também do vestuário.

    Assim como Ademir, Adriano e Alison, o casal Luiz Gonçalves, 63 anos, e Luzia Cuzik, 48, também se matricularam na escola do Rio do Sul para terminar os estudos e se capacitar para o mundo do trabalho. Eles são pequenos agricultores familiares. Quando se conheceram, em 1988, em Joinville, ele era comerciário e ela, cabeleireira. Na cidade de Presidente Nereu, onde vivem desde 2002, 95% dos trabalhadores produzem fumo, mas o casal queria ficar longe dos agrotóxicos e desejava produzir hortaliças e legumes orgânicos de forma consorciada com cabras e galinhas, na terra de 28 hectares.

    Recomeço – Luiz é presidente da Associação de Microbacias do Rio Barrinho em Presidente Nereu e conheceu o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (Proeja) numa palestra de professores da escola, em 2006. Ele tentou divulgar o programa junto à comunidade de agricultores sem muito sucesso.

    Acabou se inscrevendo, em conjunto com a esposa, no curso técnico de Agropecuária concomitante com o ensino médio e ficou surpreso quando foram convocados. “Já tínhamos o ensino médio, mas como o tempo no banco de escola era pouco, decidimos recomeçar”, diz Luiz. “Queríamos, também, informações técnicas sobre produção agroecológica”, relembra Luzia.

    Hoje, 80% das técnicas que utilizam aprenderam com os professores da escola. O mais importante, no entanto, como revela Luiz, é o fato de terem se tornado um espelho para os vizinhos, tanto no cultivo, na adubação e no manejo das culturas, quanto no uso da água e no tratamento dos dejetos. “Já não somos mais chamados de loucos pela vizinhança”, ri Luzia. “Sabemos que um agricultor é um empresário e tem que se valorizar. Nossa meta é mudar a cabeça das pessoas da comunidade. E a escola fez uma reviravolta total na nossa vida”, completa a agricultora.

    O casal Luiz Gonçalves, 63 anos, e Luzia Cuzik, 48, são pequenos agricultores familiares e se matricularam na escola do Rio do Sul para terminar os estudos e se capacitar para o mundo do trabalho (Foto: Rudimar Camargo Drey/Divulgação)A diferença de idade entre os alunos do curso assustou o casal de agricultores, no início. Para a saúde mental de ambos este é um fator importante. Como vivem no alojamento da escola durante o período de aulas, eles são tratados carinhosamente pelos colegas mais novos, e o repasse de experiências vale a atenção.

    O curso termina em meados de 2009. Até lá, Luzia pretende se tornar uma especialista em caprinos, para produzir queijos e derivados de carne. Luiz, por sua vez, deseja aumentar a produtividade de sua criação de frangos caipiras. O aperfeiçoamento e a certificação como produtores orgânicos são duas das metas do casal.

    “Esse programa é uma das mais importantes ações de governo, pois abrange cursos que, à formação profissional, aliam a escolarização para trabalhadores maiores de 18 anos”, diz Eliezer Pacheco, secretário de educação profissional do MEC.

    Rodrigo Farhat

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    Professor relata experiência com Proeja

  • Onze escolas agrotécnicas federais  pretendem se transformar em centros federais de educação tecnológica. Para isso, devem cumprir requisitos como consolidar a oferta de graduação tecnológica, ampliar o número de vagas e a oferta de cursos técnicos em médio prazo. Criar grupos de pesquisas cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e reduzir tanto a evasão quanto a reprovação também são exigências a serem cumpridas.

    Para o processo de transformação de uma escola agrotécnica federal (EAF) em centro federal de educação tecnológica (Cefet), um compromisso de desempenho de indicadores educacionais e gerenciais foi firmado entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) e as escolas. A vigência do protocolo é de 180 dias. Nesse prazo, a documentação das instituições será analisada. Se as todas as exigências forem cumpridas, o processo de transformação deve ser concluído até meados de 2007.

    O protocolo foi assinado com as escolas agrotécnicas federais de Alegre, Espírito Santo; Alegrete e Sertão, Rio Grande do Sul; Concórdia, Santa Catarina; Barbacena, Inconfidentes, Machado, Muzambinho, Salinas, São João Evangelista e Uberlândia, Minas Gerais. Os estabelecimentos de ensino devem promover estudos do entorno socioeconômico e oferecer projetos de pesquisa aplicada e de extensão à comunidade, além de firmar convênios e parcerias com instituições e empresas para estágios, visitas técnicas, desenvolvimento de projetos conjuntos, capacitação e qualificação.

    Autonomia — “Um dos principais benefícios de transformar uma EAF em Cefet é dar autonomia às agrotécnicas para que elas implementem novos cursos superiores que atendam a demanda de cada região”, disse o diretor-geral da EAF de Muzambinho, Rômulo Eduardo Bernardes da Silva. “Além disso, a escola estará apta a formar e qualificar profissionais em educação tecnológica nos diversos níveis e modalidades de ensino.”

    Segundo Silva, mesmo com uma estrutura de Cefet, as EAFs não perderão o caráter original. Continuarão voltadas para sua vocação essencialmente agrícola e terão até 75% dos cursos de nível técnico, 25% de nível tecnológico e 5% de pós-graduação. (Assessoria de Imprensa da Setec)

  • Em junho deste ano, 100 escolas públicas de ensino médio, de todas as regiões do país, vão desenvolver várias atividades com alunos de 15 a 17 anos para identificar a situação de cada um com relação à Aids. O objetivo é possibilitar ao estudante se auto-avaliar sobre sua vulnerabilidade, métodos de prevenção, se está em risco e se precisa fazer o teste de HIV.

    As escolas vão receber o guia do professor, um questionário para o aluno e um DVD que orienta o professor como fazer a oficina na sala de aula. A iniciativa, que integra o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, é uma parceria dos ministérios da Educação e da Saúde, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Segundo o coordenador de cidadania dos adolescentes do Unicef, Mário Volpi, as escolas selecionadas já desenvolvem atividades de prevenção ao HIV e o tema faz parte do seu projeto pedagógico. Até o fim de 2007, os parceiros pretendem atingir sete milhões de alunos do ensino médio em todas as escolas da rede pública.

    A escolha dos alunos do ensino médio, diz o diretor de Desenvolvimento e Articulação Institucional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Francisco Potiguara Cavalcante Júnior, atende ao avanço da Aids entre mulheres adolescentes no interior, detectado por pesquisas do Ministério da Saúde. Foram identificados casos de Aids em mais de 70% dos pequenos municípios. Outro trabalho revela que a Aids se estabiliza na população urbana e segmentos acima de 24 anos, mas cresce entre adolescentes. Volpi destaca que, com os avanços da medicina e as formas de tratamento acessíveis na rede pública, quanto mais cedo a presença do HIV for detectada, melhor.

    Encontro - Para finalizar a composição do kit, os ministérios da Educação e da Saúde, Unicef e Unesco e 14 professores do Ceará, Pará e Pernambuco reúnem-se nesta terça-feira, 9, e quarta-feira, 10, no Magna Praia Hotel, em Fortaleza (CE). Os materiais do kit foram testados em 2005 em projeto-piloto que envolveu 1.600 alunos e 650 professores do ensino médio dos três estados. Um dos trabalhos do encontro será verificar a função didática de 60 spots, de 30 segundos cada, feitos pela MTV sobre a Aids. A idéia, afirma Mário Volpi, é selecionar alguns destes materiais para compor o kit. Os spots terão a função de motivar a participação dos alunos nas oficinas e a responder o questionário.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

  • Quinta-feira, dia 10, será um dia especial para centenas de estudantes brasileiros e argentinos de 1ª série do ensino fundamental que freqüentam escolas da fronteira. Alunos como Gabriela Grando Hunning, de 6 anos, que está na primeira série, não tem amigos argentinos e está adorando a idéia de ter contato com as crianças do outro lado da fronteira. Segundo a mãe da menina, Gabriela vive perguntando quando começam as aulas com o professor argentino.

    Duas vezes por semana, professores de português das escolas brasileiras e de espanhol das escolas argentinas vão atravessar a fronteira para dar aulas no país vizinho. O intercâmbio é resultado do projeto Escolas Bilíngües em Zonas de Fronteira, que foi assinado na sexta-feira, 4, pelos ministros da educação do Brasil e da Argentina, Tarso Genro e Daniel Filmus, que estiveram no município de Dionísio Cerqueira (SC).

    Nessa etapa do projeto, as aulas serão orais e pautadas pelo lúdico, pela brincadeira. A intenção é fazer com que a criançada goste da segunda língua, se interesse em aprender, entenda e tenha certo domínio da produção oral.

    Para o ministro da Educação, Tarso Genro, o projeto é "uma forma de integração concreta que vai afirmar os idiomas nacionais e facilitar as relações culturais, econômicas e políticas entre os paises sul-americanos". Na opinião de Tarso, "só é possível construir um bom futuro, construindo um destino comum". De acordo com o ministro brasileiro, a intenção é estender a iniciativa, já no ano que vem, a outras 50 escolas localizadas em região de fronteira. A ação faz parte da Declaração Conjunta firmada pelos dois ministros, em junho de 2004, para o fortalecimento da integração regional. O projeto-piloto vai desenvolver atividades conjuntas em quatro escolas - duas do Brasil e duas da Argentina.

    Projeto-piloto - O lançamento foi na Escola Estadual de Educação Básica Theodureto Carlos de Faria Souto, município de Dionísio Cerqueira (SC), que tem 1.067 alunos de ensino fundamental e médio. A escola-espelho, que fará o intercâmbio no país vizinho, é a Escola de Educação Geral Básica Mayor Juan Carlos Leonetti, com 400 estudantes, em Bernardo de Irigoyen, província de Misiones.

    As outras duas escolas ficam na fronteira de Uruguaiana (RS) com Paso de los Libres, província de Corrientes. A Escola Municipal de Ensino Fundamental localizada no Caic de Uruguaiana (835 alunos) fará a interação com a Escola de Educação Geral Básica Vicente Eládio Verón (809 estudantes).

    Acesso a livros - Brasileiros e argentinos também terão acesso a livros infantis em português e em espanhol. O MEC enviou um acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), com mais de 100 títulos para cada uma das escolas, além de 10 exemplares de cada livro de 1ª série do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para as instituições de ensino argentinas.

    Os estudantes da 2ª série em diante também terão experiências bilíngües. Ainda este ano, as escolas promoverão atividades conjuntas, como feira de ciências, comemoração de datas e festas populares dos dois países. Os alunos produzirão ainda um jornal bilíngüe e trocarão correspondências com os colegas estrangeiros.

    Segundo a coordenadora do projeto na fronteira de Dionísio Cerqueira (SC), professora Mari Cristina Grando, os professores estão motivados. "Conhecendo novos costumes, podemos compreender melhor o outro e estreitar os laços entre os dois países", afirma.

    A implantação de um projeto desses requer adaptação das escolas envolvidas. A diretora da escola Theodureto Souto, Salete Belmonte, teve que mudar o turno da 1ª série para a parte da manhã porque as atividades bilíngües ocorrerão à tarde: "Foi preciso convencer os pais, mas todos acabaram entendendo a importância do projeto". Segundo ela, "saber o espanhol é fundamental para a comunidade, que precisa da língua, principalmente nas atividades comerciais".

    Os alunos já vislumbram oportunidades com a expansão do projeto. A estudante Raquel Ferrazzo, do 2º ano do ensino médio, disse que "é um privilégio aprender o espanhol como segunda língua, é importante para o nosso futuro profissional". Tiago Mateus Andrade, do 3º ano, considera o aprendizado muito útil para o dia-a-dia. "É também uma maneira de conhecer outra cultura, outros costumes", avalia.

    Alexandre Costa

  • A integração regional buscada pelo Mercosul já é realidade em escolas do sul do País. Cerca de 2,5 mil crianças que vivem em cidades fronteiriças entre Brasil e Argentina estão aprendendo mais sobre o país vizinho com o projeto Escolas Bilíngües de Fronteira.

    Criado em 2004, o projeto passa agora por uma avaliação dos resultados e das maiores dificuldades. Durante a 5ª Reunião Bilateral, que ocorre em Florianópolis até esta terça-feira, dia 12, também serão definidas as metas para o próximo ano. “Iniciamos um processo de conhecimento mútuo e respeito à diversidade”, disse o coordenador substituto do setor educacional da Assessoria Internacional do MEC, Bruno Sadeck.

    Para a coordenadora-geral de políticas de formação da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Roberta de Oliveira, os maiores obstáculos já foram superados. “Inicialmente, os professores e os alunos estranharam o processo pedagógico. Muitos até saíam de sala porque não se entendiam, mas agora não conseguem mais se ver fora do projeto”, avaliou.

    A partir de um modelo pedagógico comum, cinco escolas brasileiras e cinco argentinas promovem um intercâmbio entre professores do primeiro ciclo do ensino fundamental (da primeira à quarta série). Eles vão à escola vizinha para despertar o interesse dos alunos por sua cultura a partir de jogos e brincadeiras. As aulas são ministradas no idioma do professor, com teatro, cantigas de roda, desenhos, vídeos e instrumentos do dia-a-dia, como bola, bonecas e carrinhos. Tudo para colocar o aluno em contato com o conteúdo escolar adequado a sua faixa etária e, ao mesmo tempo, mostrar elementos básicos da cultura do outro país.

    Segundo Roberta, os idiomas espanhol e português não são o foco principal das aulas, mas o conhecimento intercultural. “O aprendizado da língua ocorre naturalmente”, afirmou.

    A coordenadora local do projeto em São Borja, Rio Grande do Sul, Deise de Farias, revela que, além dos alunos, os professores aprendem muito. “É uma troca. Professores e alunos desenvolvem formas de se comunicar que possibilitam essa integração cultural”, afirmou.

    Três cidades gaúchas (Uruguaiana, São Borja e Itaqui), uma de Santa Catarina (Dionísio Cerqueira) e uma do Paraná (Foz do Iguaçu) fazem parte do projeto. Paraguai e Uruguai devem iniciar parceria com o Brasil em 2007. A ampliação do projeto será debatida em março do próximo ano, em Assunção.

    Maria Clara Machado

    *Republicada com alterações.

  • Mais de 270 mil brasileiros vivem, atualmente, no Japão. A comunidade é tão expressiva que existem instituições de ensino dedicadas somente a brasileiros. São 60 escolas privadas que atendem cerca de 15 mil alunos do ensino básico. Destas, somente 37 possuem credenciamento junto ao Ministério da Educação. O reconhecimento garante às crianças que retornarem ao Brasil a continuidade do estudo a partir do mesmo nível de ensino.

    O diretor de Avaliação para Certificação de Competência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Ataíde Alves, explica a importância do credenciamento: “O aluno que estudou no Japão precisa apresentar uma documentação reconhecida aqui. Caso contrário, o estudante terá de submeter-se a um processo de avaliação e classificação em uma escola de educação básica”.

    Qualquer escola brasileira pode receber o aluno, desde que ele faça um teste de equivalência. Mas a instituição precisa saber em que nível a criança está. A Associação das Escolas para Brasileiros no Japão, criada em 2000, assumiu o papel de intermediar a adesão de todas as escolas ao reconhecimento do MEC.

    Segundo o diretor, algumas escolas ainda não se credenciaram por uma questão de mercado, devido ao curto tempo em que os alunos vindos do Brasil permanecem na instituição. Existe uma porcentagem pequena de brasileiros que permanecem no Japão por vários anos e que não chegam a fechar um ciclo de aprendizagem. E, teoricamente, isso não causaria prejuízo a uma eventual transferência.

    Normas – O Conselho Nacional de Educação determina algumas normas para a regularização dessas instituições. Entre elas, a autorização do governo japonês para o funcionamento da escola e uma proposta pedagógica igual ao modelo apresentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), além de investimento na formação do professor. De acordo com Ataíde Alves, pela LDB os alunos podem ingressar em qualquer escola no Brasil. Ele destaca que a regulação qualifica as instituições de ensino.

    Repórter: Sandro Santos

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